What Design Can Do será realizado pela terceira vez em São Paulo

O que o design pode fazer?

O que o design pode fazer? Este pergunta move o trabalho de muitos arquitetos e designer mundo a fora, por isto Richard Van Der Laken fundou o What Design Can Do, uma plataforma que mistura informação, conferências e concursos sobre como usar o design para melhorar o mundo. Em 2017, What Design Can Do se reúne pelo terceiro ano para trazer esta discussão para o plano nacional.

Este ano, o evento será realizado entre os dias 22 e 23 novembro em São Paulo trazendo, como temas centrais, as mudanças climáticas e a violência contra a mulher – assuntos que inquietam profissionais de todas as áreas e que pode ser discutido do ponto de vista do design.

What Design Can Do recebe cerca de 30 convidados para debater os assuntos traçados pelos organizadores relacionando-os ao conceito expandido de design. O evento contará com palestras pela manhã e rodadas de debates no período da tarde batizadas de “Sessões de Ativação”. Durante estas sessões, os debatedores falarão sobre Arquitetura Resiliente, Violência Contra a Mulher e Cidades Vivas.

Segundo Bebel Abreu, diretora da Mandacaru, que é sócia do evento no Brasil, a ideia de trazer estas discussões para o design brasileiro é uma forma de mudar a visão que temos de que design é apenas algo sofisticado ligado à estética. Para isso, nomes como Guto Requena e o próprio Richard van der Laken serão ouvidos durante o evento.

Design pelo mundo: Francis Kéré

“O que é a arquitetura para alguém que veio de um país onde infraestrutura é praticamente inexistente”, se pergunta o arquiteto que dedica seu trabalho para a realização de obras em países subdesenvolvidos

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Richard Van Der Laken, criador do What Design Can Do – plataforma sobre design e arquitetura que abre suas portas nesta terça-feira para a edição de São Paulo –, ao falar sobre o “design que transforma a sociedade” citou nomes de arquitetos que fazem a diferença não apenas para as pessoas, mas para o mundo. Francis Kéré é um deles.

Para o holandês Van Der Laken, o design tem que ser mais que estética, ainda que esta seja importante. Com o objetivo de entregar mais que beleza, Francis Kéré retornou ao seu país de origem para desenvolver o premiado projeto Construindo com a Comunidade.

“O que é a arquitetura para mim? O que é a arquitetura para alguém que veio de um país onde infraestrutura é praticamente inexistente”, se pergunta Kéré. “Arquitetura é mais que prédios e mais que criar algo visto como arte. É desenvolver um trabalho que no fim as pessoas sintam como delas”, explicou.
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Diébédo Francis Kéré nasceu em Burkina Faso, um dos países mais pobres da África, mas completou seus estudos em Berlim. Já como arquiteto, volta ao seu país de origem para aplicar as técnicas de sua profissão à realidade de Burkina Faso. O país possui madeira, argila e uma população numerosa. Francis Kéré utilizou os materiais e mobilizou a população para construir casas, escolas e bibliotecas modernas usando matéria prima rudimentar.

“Tentei usar materiais locais, sobretudo argila e madeira, para criar edifícios que sejam modernos”, explicou o modernista da argila. Segundo ele, o emprego da argila é uma forma de empregar também a arquitetura sustentável, já que se utilizam os recursos disponíveis no meio. O projeto fez de Francis uma sumidade no trato com a argila, o levando a ganhar inúmeros prêmios de arquitetura.

Entretanto, embora tenha dito que arquitetura não é sinônimo puro e simples de arte, não descarta essa correlação. Alguns de seus trabalhos, bem artísticos, foram incluídos na lista de objetos em exposições em museus norte-americanos.

Instalação de Francis Kéré

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