Desde sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, intitulada Museu da masturbação infantil, de 1974 que Tunga dedica seu trabalho artístico para tratar da sexualidade e do erotismo. Tunga, ou Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, seu nome de registro, foi escultor, desenhista e artista performático.
A mostra de 1974 incluiu desenhos abstratos que, posteriormente, pautariam o raciocínio acerca de temas eróticos na produção do artista. Eram obras cujas formas evocavam imagens eróticas ou processos de gozo, elementos que foram incluídos na exposição Tunga: O corpo em obras inaugurada hoje para convidados no Masp, em São Paulo.
Arquiteto de formação, Tunga transitou por diferentes linguagens, das artes visuais à literatura, incluindo a escultura, a instalação, o desenho, a aquarela, gravura, vídeo, texto e a instauração até a data de sua morte, em 2016. Frequentemente, suas obras se alimentam de um repertório que provém de distintos campos do conhecimento, como a psicanálise, a filosofia, a química, a alquimia, bem como as memórias e as ficções.
Na exposição que segue no Masp até o dia 11 de março de 2018, a sexualidade não constitui apenas um tema da produção do artista, mas um modo de compreender as relações, vínculos, transformações e criações entre corpos, matérias e linguagens. A escolha dos trabalhos e sua disposição no espaço foram definidas a fim de potencializar essas relações e promover diálogos entre obras de diferentes períodos e técnicas, em detrimento de uma organização cronológica.
A exposição Tunga: o corpo em obras, de curadoria de Isabella Rjeille, encerra o programa anual de 2017 do Masp em torno das histórias da sexualidade, que incluiu mostras individuais dos artistas Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Guerrilla Girls, Pedro Correia de Araújo e a exposição coletiva Histórias da sexualidade.
Fonte: MASP / Divulgação