O trabalho de criação e fabricação da designer e empresária mineira Etel Carmona é considerado a “alta costura” do mobiliário brasileiro. Ao longo de duas décadas, ela investiu na retomada de técnicas tradicionais da marcenaria e passou a produzir a madeira que utiliza em projetos de renomados designers contemporâneos e também na reedição de móveis clássicos, concebidos por mestres como Oscar Niemeyer, Jorge Zalszupin e Oswaldo Bratke. O quarto showroom da ETEL Interiores no Brasil será aberto no dia 21 de novembro, em Goiânia, pela Armazém da Decoração em comemoração aos seus 15 anos de atividades.
“Crio e produzo peças que passam por gerações, móveis que contam histórias de outros tempos e dos nossos tempos”, conta Etel. É dessa forma que banquetas, mesas, revisteiros agora fabricados pela Etel Interiores − e concebidos na década de 1930 por Gregori Warchavchik −, contam a história de outros tempos. O arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, cujo patrimônio em mobiliário vem sendo reeditado pela Etel, foi sócio de Lucio Costa, lecionou na Escola Nacional de Belas Artes e criou as primeiras casas modernistas no Rio de Janeiro.
A história que se faz por meio do design não parou por aí. Contemplando o design brasileiro dos anos 1940, Etel Carmona prestou homenagem póstuma a Oswaldo Bratke produzindo 104 unidades da Cadeira Bratke inspirada em viagens feitas pelo arquiteto à região Amazônica. Pela primeira vez disponível para venda, o móvel de traços minimalistas é composto por quatro peças de pau marfim, ligadas apenas por um parafuso. Formas simples, racionalização de processos produtivos e uso de materiais tradicionais e novos na época (com laminados plásticos e chapas de compensados) sempre interessaram Oswaldo Bratke.
Trazido dos anos 50, o design puro, sensual, arrojado e confortável de Jorge Zalszupin também integra o showroom da Etel, em Goiânia, com destaque para a poltrona Dinamarquesa. Contemporâneos do pós-guerra que fundaram o emblemático grupo Branco&Preto também estão representados na curadoria feita por Etel Carmona, por mesas, cadeiras e poltronas desenhadas pelos então jovens arquitetos idealistas, ávidos pelo moderno, como Jacob Ruchti, Miguel Forte, Plinio Croce, Roberto Aflalo.