O Blog AZ teve que apertar a tecla pause para alguns pequenos ajustes técnicos, mas o mundo não parou com ele. Durante a última semana, muita coisa aconteceu – e olha que não estamos falando de política. Na sexta-feira (6) o consagrado arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha foi anunciado ganhador do Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza pelo conjunto de sua obra.
Paulo Mendes da Rocha é um dos mais importantes representantes da geração de arquitetos modernistas e sua obra já tinha sido reconhecida internacionalmente em 2006, quando o arquiteto foi vencedor do prêmio Pritzker– segundo profissional brasileiro a ganhar o prêmio que é considerado o maior reconhecimento mundial da arquitetura.
Naquele ano, Mendes arrancou elogios do importante crítico italiano Francesco dal Co. Francesco ressaltou a originalidade de seu trabalho, bem como o fato de Paulo Mendes marcar sua obra pelo desprezo ao supérfluo. Dez anos depois, os elogios vieram do chileno Alejandro Alvarena. Alejandro dirige a Mostra Internacional de Arquitetura que ocorre durante a Bienal de Veneza 2016.
“Muitas décadas depois de construídos, seus projetos [de Mendes] resistem aos avanços do tempo, tanto em aspectos físicos quando de estilo. Essa consistência estarrecedora é consequência de sua integridade ideológica e sua genialidade estrutural”, explicou em nota o arquiteto chileno. A cerimônia oficial para a entrega do prêmio acontecerá no dia 28 de maio, no Palazzo Giustinian, em Veneza.
Paulo nasceu em 1928 em Vitória (ES), mas se juntou ao movimento chamado “escola paulista” nos anos 60 e 70 que defendia uma arquitetura “crua, limpa, clara e socialmente responsável”. Dai vem a tendência do arquiteto em dispensar de seus projetos tudo aquilo que não seja honestamente necessário. Entre suas obras mais importantes estão o Museu Brasileiro da Escultura, o ginásio do Clube Atlético Paulistano e o projeto de reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo.