Morar na praia é um privilégio que muitos querem ter, agora morar em qualquer praia é privilégio apenas do neozelandês que habitar a cabana itinerante de Ken Crosson. O escritório Crosson Clarke Carnachan Architects (CCCA) aceitou um desafio contra a natureza e bolou uma estratégia para lá de criativa.
É que na Península de Coromandel, ilha norte da Nova Zelândia, as construções à beira-mar devem ser removíveis. Só assim conseguem escapar intactas do frequente deslocamento de solo na região. Para aproveitar as belezas da ilha sem preocupação, o arquiteto Ken Crosson idealizou uma cabana apoiada sobre robusto trenó de madeira que permite rebocá-la, em caso de risco, para as zonas seguras.
“A portabilidade configura uma resposta inovadora à paisagem em constante mudança”, explicou o arquiteto. Como a defesa civil proíbe construções fixas na beira da praia, o caixote de madeira de 40m² de Crosson pode ser facilmente transportado com ajuda de um jipe.
Como a casa não é fixa, seus criadores tiveram que inovar quando pensaram na tubulação, água e energia. Assim, o refúgio itinerante foi pensado para ser o mais funcional possível. Autossuficiente, a casa capta água da chuva, tira o máximo proveito do vento e possibilita sua conexão à rede elétrica, porém de maneira econômica, visto que faz aproveitamento de energia solar.
Seus 40m² são capazes de acomodar uma família de ate cinco pessoas. A casa possui cozinha integrada à sala de estar, banheiro e dois quartos, um deles no mezanino, acessado por escada rente à parede. Para se integrar ao máximo no local onde não pode se estabelecer de forma fixa, a cabana possui enormes portas de vidro e pé direito duplo.