Arquiteto projeta museu dedicado à espionagem

Renomado arquiteto britânico cria museu com experiência em técnicas de espionagem


Intelectuais apostam que estamos vivendo a sociedade de risco. Casa era é batizada com um nome específico, como a modernidade ou a contemporaneidade, e parece que estamos vivendo a crise. Este batismo se deve ao fato de que muito se pode fazer, tecnologicamente, e muito pouco se pode evitar. Pelo menos em termos de segurança. É por isto que a espionagem tem ganhado cada vez mais espaço no debate a na politica externa e David Adjaye está atento a isto.

David Adjaye, que se tornou Sir David Frank Adjaye após ser nomeado Cavaleiro de Sua Majestade pela a Rainha Elizabeth II, é um arquiteto britânico. No mundo da arte seu nome é um dos que comanda o  National Museum of African American History and Culture, em Washington, DC.

Agora o renomado arquiteto assina mais um projeto nos Estados Unidos: o museu dedicado à espionagem, Spyscape – localizado a dois quarteirões do MoMA, em Nova York. Para realizar o projeto, que tenta passar ao espectador a sensação de estar imerso em um mundo de espionagem, a equipe de David recebei o auxílio das principais agências de serviços de inteligência norte-americanas, bem como de hackers que trabalham com serviços de (contra) informação.

O museu trabalha com interatividade. Seus 5.574 metros quadrados são divididos em salas de interrogatório com detector de mentiras, inserção de códigos, testes de agilidade e até um túnel protegido por lasers que não podem ser tocados.

“Para se organizar o delírio” em cartaz em Nova York

Em retrospectiva do neoconcretismo de Hélio Oiticica, Whitney Museum abre mostra com 150 obras do brasileiro em Nova York

Não é de hoje que os brasileiros se destacam em Nova York. O artista da vez é Hélio Oiticica (1937-1980), que está com 150 trabalhos seus expostos no Whitney Museum na mostra “To organize delirium” (ou, em um bom português, “Para se organizar o delírio”). Estão em cartaz obras com pintura e desenho realizadas a partir de estudos geométricos do neoconcretismo da década de 1950.

O movimento neoconcretista brasileiro ganhou as paredes dos museus norte-americanos com exposições dedicadas às obras de Lygia Pape e agora com a retrospectiva do trabalho de Oiticica, que roda o país em turnê desde o início deste ano. Em Nova York a mostra ganha um reforço sentimental representado pela relação íntima que o artista tinha com a cidade.

Oiticica, que iniciou seus estudos formais ainda menino em Nova York, foi apaixonado pelos encantos e desencantos da Big Apple.  Vivia de um delírio utópico de um dia poder juntar a cidade com seu continente vizinho e passou sua juventude vivendo da cultura nova-iorquina representada por nomes como Yoko Ono, John Lennon e, claro, Andy Warhol. É que em 1971, Hélio partiu do Brasil ditadura para um exílio voluntário em Nova York, cidade que já havia morado quando criança.

Durante seus anos em Babilônio – como ele costumava chamar a cidade de Nova York – Oiticica fez curtas-metragens e se dedicou principalmente à escrita. Sua ideia era escrever um livro, “Newyorkaises e Conglomerado”, que acabou nunca sendo finalizado – mais tarde César Oiticica Filho e Frederico Coelho concluíram um livro sobre o trabalho de Hélio contendo grande do material produzido por ele em seu tempo nos Estados Unidos.

Seu interesse por novas mídias e pelo rompimento com o concretismo fez com que Hélio difundisse em seus trabalhos, como em “Tropicália”, a ideia de que arte não é uma contemplação estática da tela, mas uma interação com seu espectador. Parte de seu trabalho foi realizada em parceria com os neoconcretistas do Rio de Janeiro, como Lygia Clark. Juntos formaram o Grupo Frente e encontraram a abstração geométrica e a experimentação artística.

Hélio Oiticica em retrato da época que viveu em Nova York, assunto de retrospectiva do artista no Museu Whitney, em Nova York