Metalinguagem do design goiano

Peças de arte e design de goianos em ambiente de outros goianos na Casa Cor Goiás 2016

Fotografia de Naldo Mundim no ambiente de Geovanni Borges

Fotografia de Naldo Mundim no ambiente de Geovanni Borges

Havia um tempo que o trabalho goiano somente era reconhecido em Goiás quando a notícia do talento nascido no Centro-Oeste difundia no badalado circuito cultural do eixo Rio São Paulo. Esse tempo se foi. As barreiras se quebraram em um mundo globalizado, e o que é produzido em Goiânia é valorizado. Ponto.

É neste ponto que podemos falar da metalinguagem do design moveleiro dentro da Casa Cor Goiás. Para materializar essa figura de linguagem, o Blog AZ circulou em alguns ambientes da mostra e percebeu que arquitetos goianos estavam utilizando-se de arquitetos goianos em seus ambientes. Um verdadeiro intercâmbio de ideias e de valorização da arte e do design produzido aqui.

Anna Paula de Melo usa a linha Chuva de Leo Romano no Wine Bar da mostra. O espelho Chuva chama atenção em uma das paredes do ambiente e dialoga com peças de outros designers brasileiros como Sérgio Rodrigues. O nome de Léo aparece em outro ambiente. É que Ana Paula e Sanderson decoraram seu espaço com as criações em porcelana assinadas conjuntamente por Léo Romano e Yeda Jardim.

Mariela Romano também incluiu goianos em sua linha decorativa. Além do artista plástico Marcus Camargo, responsável pelo projeto da escultura de boi em 3D na entrada do Loft Fazenda, o carrinho de Genésio Maranhão e a Chaise Veleiro de André Brandão e Marcia Varizo também marcaram o ambiente.

Por falar em André Brandão e Marcia Varizo, embora o casal não tenha integrado o time de arquitetos que projetou a Casa Cor este ano, seus nomes fazem parte da mostra não só no ambiente de Mariela. A dupla foi a responsável por criar o Buffet Mondrian, uma das peças que decora a Sala de Almoço de Andreia Carneiro.

A arte goiana não ficou esquecida. Além do mencionado trabalho de Marcus Camargo, presente em quatro ambientes da mostra, uma tela de Sandro Torres chama atenção no espaço Café de Genésio Maranhão. Outro artista que entrou para a mostra foi o fotógrafo Naldo Mundim. É que imagens capturadas por suas lentes fotográficas podem ser vistas no 50 tons Urbanos de Geovanni Borges.

Chaise Veleiro no ambiente de Mariela Romano

Chaise Veleiro no ambiente de Mariela Romano

Tela de Sandro Torres no ambiente de Genésio Maranhão

Tela de Sandro Torres no ambiente de Genésio Maranhão

Porcelanas de Yeda Jardim e Léo Romano no espaço de Ana Paula e Snaderson

Porcelanas de Yeda Jardim e Léo Romano no espaço de Ana Paula e Snaderson

Espelho Chuva de Léo Romano no espaço de Anna Paula Melo

Espelho Chuva de Léo Romano no espaço de Anna Paula Melo

 

Ambiente de Andria Carneiro com Buffet Mondrian de André Brandão e Márcia Varizo

Ambiente de Andria Carneiro com Buffet Mondrian de André Brandão e Márcia Varizo

Fotos: Marcus Camargo

Sofisticação e leveza

Casa Cor Goiás: os arquitetos e urbanistas Eduardo Bittar e Karla Bittar assinam a Sala de Banho da mostra 2016

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Karla Bittar e Eduardo Bittar retornaram após um período sem participar da Casa Cor Goiás e nos lembraram do porquê de sentirmos a sua falta. É que os veteranos de mostra, este ano marcou a 8ª participação do casal na exposição, voltaram em grande estilo. O ambiente parece não dar muita asa para a imaginação, afinal, como inovar em uma sala de banho? O casal aceitou o desafio e transformou os 35m² reservados para o banheiro em um verdadeiro spa: sofisticado, mas com a leveza necessária para um espaço de descanso.

A proposta do projeto foi dar um novo conceito para os banhos, que na maioria das vezes são tímidos e escondidos, transformando-os em um refúgio dentro de casa. Para fugir do estresse nada melhor que um banho de banheira cercado de livros, não? É que a banheira, uma das atrações principais do ambiente, funciona como uma chaise para ler um bom livro da pequena biblioteca instalada na sala de banho, junto da charmosa penteadeira e do pequeno jardim.

Na escolha dos acabamentos foram priorizados materiais mais naturais, ecológicos e sustentáveis; ajudando a reforçar o aconchego e relaxamento do ambiente, como réguas e lâminas de bambu no piso e no teto. Na área molhada, com chuveiros e banheira, há uma plataforma elevada revestida de porcelanato emoldurada por um mosaico cimentício que se assemelha a uma pedra bruta.

As luminárias e mesas de apoio dão suporte para esse uso e sua beleza denunciam sua origem: todas do Armazém da Decoração. A bancada tradicional dá lugar a uma mesa de madeira onde são apoiadas as cubas, abajures e alguns outros objetos necessários em um banheiro. A decoração contemporânea e cosmopolita aposta no bem-estar, com um toque simples e poético do genuíno mobiliário brasileiro moderno, com a poltrona Oscar, de Sérgio Rodrigues; Banco Trinco, de Lia Siqueira; além da série de fotografias do Amazonas, da artista Adriana Bittar.
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Fotos: Marcus Camargo

 

Contornos do Cerrado

Casa Cor Goiás: Contornos do Cerrado é o nome que a designer Regina Amaral batizou a varanda da mostra 2016

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e cerca de 22% está localizado em território nacional. Mais especificamente no centro-oeste. Suas características são conhecidas dos goianos: arvores tortas, galhos secos e folhas grandes. O que muitos não sabem é que nosso cerrado é considerado como um hotspots mundial de biodiversidade. Agora, imagina a riqueza do resultado de trazer para dentro da arquitetura este bioma tão importante para a geografia nacional?

A responsável por essa homenagem foi a designer de interiores Regina Amaral, que completa este ano 14 participações na exposição. Regina se declara fã das raízes locais e sempre que pode homenageia algo bem típico da cultura goiana. Na Casa Cor Goiás 2016 não foi diferente. Ao projetar a varanda da mostra, a designer colocou seus visitantes no meio de uma paisagem do cerrado.

Contornos do Cerrado é o nome que Regina escolheu para batizar seu pequeno bioma particular. A decoração do local é inspirada no período de queimadas do cerrado, quando as árvores se contorcem para se livrar do fogo, tornando-se verdadeiras esculturas.
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No espaço de 90m² foram criados vários ambientes que proporcionam conforto para reunir o maior número de pessoas, como um deck com ofurô, cozinha gourmet e ambiente de estar com balanços – Tidelli vindos direto do Armazém da Decoração para criar um clima lúdico no ambiente.

Com raízes na simplicidade e comodidade, as cores que prevalecem na varanda são quentes e os materiais basicamente madeira e pedra. Esta última utilizada de forma natural como revestimento das paredes, peças únicas, com formas, cores, mesclas e tonalidades esculpidas pela própria natureza, acrescentando beleza e estilo ao ambiente.

Outro ponto de destaque são as obras do goiano DJ de Oliveira, que representam a cultura do estado. Como diferencial, a marcenaria desenhada por Regina Amaral são valorizados pela iluminação cênica e pontual. O ecossistema goiano é relembrado em cada canto e detalhe da Varanda do Cerrado, como no paisagismo feito com galhos secos de forma discreta e integrado à natureza.
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Fotos: Marcus Camargo

Fora da cena comum

Casa Cor Goiás: os arquitetos Alex Dalcin e Tati Tavares projetaram os Banheiros Públicos da mostra 2016

 

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

Linhas retas e uma geometria elegante. É assim, simples e contemporâneo, que o projeto dos novatos de Casa Cor Alex Dalcin e Tati Tavares deu vida aos banheiros públicos da mostra 2016. Os 33m2 do ambiente são o resultado de uma proposta contemporânea de estilo industrial.

O mix de materiais como aço corten, ferro, cobre, madeira, PVC, vidro, cerâmica e pedras naturais reforça a identidade do projeto. A iluminação é cênica, o banheiro ganha nova vida com a combinação das luzes, das cores e da estética do ambiente.
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E para quem pensa que em espaços públicos e mais intimistas como este não cabe arte, uma surpresa: letterings (arte em lousa) assinados pelo GOtype Coletivo Tipográfico e painéis em street art assinados pelo artista plástico Mateus Dutra dão um ar artístico às cabines. “A Casa Cor é uma oportunidade que os profissionais têm para criar tendência, por isso nos preocupamos em projetar um ambiente irreverente”, explicou Tati Tavares.

Outro charme do local são os espelhos dupla face assinados pelos próprios arquitetos. Em perfeita harmonia, estão alguns objetos de decoração importados, vindos do Armazém da Decoração, que ajudam a criar uma cena fora comum – é que o banheiro não é nada convencional.

A tecnologia e a sustentabilidade dão as mãos neste projeto ao acolher torneiras hidrogeradoras, que abrem e fecham porque possuem um sistema eletrônico capaz de armazenar a energia gerada pela própria força da água. Elas dispensam o uso de rede elétrica para acionar seu sensor. “Acreditamos que esse sistema seja ideal para reduzir custos com o uso de água, além de ser prático para residências e empreendimentos comerciais”, destacaram os profissionais.
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Fotos: Marcus Camargo

A biografia da Casa Cor

Casa Cor Goiás: Meire Santos homenageia a mostra ao mesmo tempo em que celebra seus 30 anos de carreira como designer de interiores no Lounge 20…30…

Foto: Marcus Camargo

Foto: Marcus Camargo

2016 é ano de comemoração: são 30 anos de Casa Cor Brasil, 20 anos de Casa Cor Goiás e 30 anos de carreira da designer de interiores Meire Santos. Quer razão mais importante para celebrar? Meire celebra a biografia da mostra. É que seu espaço é uma verdadeiro contador de história, e a protagonista do Lounge 20…30… é a história da Casa.

Reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, a Casa Cor conta com 19 franquias nacionais e outras cinco internacionais, além de um público anual de mais de 500 mil pessoas. Meire não poderia deixar de contar essa história, que se cruza com a sua própria: a designer fez parte de 19 das 20 edições já realizadas em Goiás.

“Todos os anos elejo alguém para homenagear e dar um norte ao meu projeto”, explicou Meire. “Em 2016, esse ‘alguém’ foi justamente a história da Casa Cor”, completou a designer enquanto mostrada as revistas de todas as edições da exposição tanto em Goiás quanto nacional espalhadas pelo ambiente.

Foto: Marcus Camargo

Foto: Marcus Camargo

Seu espaço assimila inovação, qualidade e beleza, ao mesmo tempo em que resgata a memória da exposição. No projeto, a profissional explorou texturas e mobílias cheias de boas referências reverenciando o design de qualidade. Entre elas, não poderíamos deixar de destacar duas assinadas pela própria designer.

Não é de hoje que Meire encarou a criação moveleira. O banco M. Santos foi criado alguns anos antes e volta à mostra com nova roupagem. Do outro lado do ambiente, uma escultura também leva seu nome: a árvore com dois bonecos sentados. “Essa árvore é a genealogia da Casa Cor e os bonecos representam pessoas lendo as revistas da mostra”, explicou Meire.

O cimento queimado misturado a elementos furta cor com efeitos singelos da iluminação marcam a identidade do espaço, ao mesmo tempo lúdica e elegante. Como de costume, peças da Kartell não faltam no ambiente – Meire é conhecida sempre pontuar seus projetos com peças da italiana do plástico.

Foto: Jomar Bragança/ Casa Cor Goiás

Foto: Jomar Bragança/ Casa Cor Goiás

Abrigo do conhecimento

Casa Cor Goiás: a Biblioteca da mostra 2016 foi projetada pela arquiteta e urbanista Cláudia Zuppani

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Um espaço onde se coleciona informações é tão sagrado quanto o solo de uma igreja, deve ser por isso que a arquiteta Cláudia Zuppani projetou com tanto carinho a Biblioteca da Casa Cor Goiás 2016. Se buscarmos a etimologia da palavra “biblioteca”, vamos encontrar no idioma vindo da Grécia – berço do conhecimento – a palavra βιβλιοϑήκη, que é a junção de “livro” e “depósito”.

Atualmente, com o mundo digitalizado, biblioteca virou sinônimo de “sala de estudo”, os livros deixaram de ser a atração principal do ambiente e sua principal finalidade, o aprendizado, vem se perdendo. Este comportamento assusta um pouco a arquiteta. “Tenho sentido que certos valores milenares têm sido questionados, como o estudo e conhecimento, por isso criar um ambiente que têm nessas palavras sua maior inspiração é uma forma de resgatar algo de tão importante para os brasileiros”, explicou a profissional.

Conhecimento é poder, e é nesse poder que o espaço de 80m² encontrou inspiração. O ambiente é contemporâneo e despojado, um perfeito contraste entre o simples e o luxuoso. Na arquitetura, Cláudia Zuppani optou pelo resgate. “Decidi projetar um ambiente de forma a ensimermar-se”, explicou a arquiteta brincando com as palavras. “Foi um verdadeiro retorno a si mesmo, já que optei por preservar a arquitetura local e trabalhar com a beleza existente no próprio galpão que formava o prédio antes da chegada da mostra”.

Com as paredes descobertas em tijolos aparentes e o teto revestido apenas pelas telhas que forram o galpão, a arquitetura cuidou de dar ao ambiente um tom mais despojado. Ficou então a cargo da decoração o toque de luxo do espaço. O mobiliário reúne peças renomadas do design brasileiro, como a estante Jader Almeida, poltronas Lina Bo Bardi e Sérgio Rodrigo – peças vindas do Armazém da Decoração.

O ambiente é diferenciado não apenas por seu espaço acolhedor, mas também por valorizar o momento intimo ideal para ler, meditar e pesquisar. A parede com tinta própria para escrever com giz é uma homenagem ao antigo quadro negro de escola. O piso em carpete evita ruídos no ambiente, revestimento que possibilita a concentração e o aconchego essencial de uma biblioteca.

Cláudia Zuppani se diz uma amante do conhecimento, dessas que adora sentar e pesquisar. Talvez por isso não tenha brincado com as palavras apenas durante a entrevista com o Blog AZ. No ambiente, algumas frases desfilam nas paredes e Cláudia deu destaque para as maiores palavras encontradas na língua portuguesa, como “inconstitucionalissimamente”.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Cozinha de Vó

Casa Cor Goiás: a cozinha da mostra 2016 ficou com os novatos arquitetos Aline Torres e Thiago Cardoso

Foto: Marcus Camargo

Foto: Marcus Camargo

O gosto da infância não é exclusividade da comida. Ambientes podem nos levar ao passado com seu design retrô. Foi com essa que os estreantes de Casa Cor Goiás Thiago Cardoso e Aline Torres projetaram o 26 m² na mostra 2016.

“Escolhemos uma abordagem que transportasse os visitantes para o aconchego das cozinha de vó, mas sem deixar de trazer para o ambiente os recursos tecnológicos necessários aos ambientes contemporâneos”, explicou Alina para o Blog AZ. O resultado foi um ambiente inteiramente vestido com detalhes que exibem personalidade e conforto em todos os cantos.

O design ficou ousado. Ao mesmo tempo em que elementos nos remetem para as cozinhas mais tradicionais, o estilo dos anfitriões contemporâneos não foi esquecido pela dupla. Na prática, o toque nostálgico foi dado pela mistura do clássico e vintage, inspirado nos espaços culinários das décadas de 1970 e 1980.

Tonalidades fortes e vibrantes de azul misturados às estampas marcantes afirmam a identidade do local. A reinvenção moderna do design do mobiliário convida para momentos de prazer em família e entre amigos.

O visual foi complementado pelo piso em porcelanato e revestimento da parede com textura de renda, criando volume irregular e exprimindo sensação de movimento por meio do efeito de luz e sombra e com o auxílio de pendentes e sancas. A mini-horta de ervas e temperos trazem vida, aromatizam e facilitam o preparo dos pratos na cozinha, agrupando funcionalidade, conforto e beleza no recinto.
24. Cozinha (1) - Crédito Jomar Bragança 24. Cozinha (2) - Crédito Jomar Bragança

Fotos: Joemar Bragança

O circulo do encontro

Casa Cor Goiás: a Sala de Almoço da mostra 2016 ficou por conta da designer de interiores Andreia de Sousa Carneiro e Silva

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As horas à mesa têm ficado cada vez mais efêmeras. O tempo corrido dos tempos modernos espreme as relações interpessoais, principalmente aquelas travadas no entorno da mesa de jantar, e os momentos em família têm ficam cada vez mais curtos – e cada vez mais atrapalhados pelas novas tecnologias da informação. Poucos ousam almoçar ou jantar sem o celular na mão ou com a televisão desligada.

As consequências da modernidade líquida são o novo desafio dos arquitetos que projetam salas de jantar e foi esse desafio que deu o norte para todo o trabalho da designer de interiores Andreia de Sousa Carneiro e Silva na Sala de Almoço da Casa Cor Goiás 2016. “Meu principal objetivo foi projetar um ambiente de resgate da família, que perdeu os momentos de sentar-se junto à mesa”, explicou em entrevista ao Blog AZ.

Este ano a designer completa sua sétima participação na mostra e conseguiu fazer mágica com seus 16m² de Sala de Almoço. Para dar o tom desejado ao ambiente, convidou uma nutricionista para ajudar no projeto. Juntas conseguiram unir as ciências do design e da alimentação para criarem um ambiente poético e sensível.

Aos olhares mais atentos, não escapa a quantidades de referências redondas no ambiente: instalação de pratos na parede, mesa redonda, tapete redondo, lustres redondos e até as rodas nada discretas do Carrinho de Chá. A escolha não se deu ao acaso, a ideia da designer foi colocar no espaço formas que facilitam a interação: uma mesa redonda coloca todos de frente uns para os outros.

Outra tática da designer na busca por reviver o convívio familiar foi banir todo e qualquer aparelho eletrônico do ambiente. Protagonizam o espaço apenas conforto, funcionalidade e beleza, muito dela por conta das peças de mobiliário assinados – todas Armazém da Decoração.

A poltrona Paraty, design de Sérgio Rodrigues, é um convite ao relax pós-refeição. O charme do Carrinho de Chá JZ, designer Jorge Zalszupin, traz um ar descolado e moderno à sala que abriga também o Buffet Mondrian, assinado pelos goianos André Brandão e Márcia Varizo e espelhos Françoise Ghost Gold, design Phillip Starck para Kartell. Os espelhos modernos contrastam e compõem com as estampas do papel de parede.  A estrela do ambiente: o conjunto de mesa e cadeiras leva a assinatura de Patrícia Urquiola.

Um chame à parte foi a instalação de pratos assinada pelo artista plástico Marcos Camargo. A proposta é promover um clima agradável ao ambiente, realçando a escolha dos adornos e do mobiliário.  Além disso, a Sala de Almoço une modernidade e funcionalidade, características marcantes de Carol, a nutricionista goiana que inspirou o projeto assinado pela designer de interiores.
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Texto: Bárbara Alves
Foto: Marcus Camargo

Lounge elegância

Casa Cor Goiás: os arquitetos e urbanistas Ana Paula de Castro e Sanderson Porto assinam o Lounge 9 na mostra 2016

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O espaço reservado para o Lounge 9 dos arquitetos Ana Paula de Castro e Sanderson Porto tem 85m², mas são 85m² de muito luxo. O ambiente foi projetado para o cosmopolita de bom gosto, um fotógrafo viajante que divide sua vida entre as noites nos hotéis e as curtas – mas confortáveis – passagens por sua cidade natal.

Os tons neutros se misturaram ao mobiliário assinado, dando ao ambiente uma elegância que é ao mesmo tempo imponente e aconchegante. Presentes na mostra goiana pelo 15º ano, Ana Paula de Castro e Sanderson Porto atuam nas áreas residencial, comercial e corporativa há pouco mais de 18 anos. Ana Paula dedica-se mais à decoração dos espaços internos, enquanto Sanderson foca sua atenção na parte estrutural e arquitetônica dos projetos.

Juntos, criaram para a Casa Cor 2016 um espaço com identidade e aconchego. As paredes do ambiente foram revestidas com madeira ebanizada e palha natural. Na decoração, materiais cheios de expressividade se misturaram com as obras de arte de Iêda Martins, Pitágoras, Siron Franco, Marcelo Solá e Rogério Mequita e do fotografo Lucas Santos, dando o merecido reconhecimento aos artistas goianos.

Entre o mobiliário de renomados designers, destaca-se a luminária Floriano, de Maneco Quinderé, requisitada especialmente para o Lounge. Outras peças de grandes nomes do mobiliário chamam a atenção para o ambiente: a chaise-longue Rio e banco Marquesa, desenhadas por Oscar Niemeyer; a mesa de jantar de Aristeu Pires; a mesa lateral Mara Preciosa, assinada por Etel Carmona; além do aparador com espelho de Jorge Zalszupin, poltrona Três Pés da Lina Bo Bardi e poltrona Jangada do Jean Gillon.

A cor preta ganhou destaque com os materiais quatzo Pietra Grey aplicado em uma das paredes e o Negresco Vintage nos tampo dos móveis baixos que circundam o ambiente. No piso, o porcelanato inspirado em mármore Carrara somado a iluminação do ambiente, com arandelas, colunas, luminárias de mesa dão ao Lounge a elegância planejada.
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Fotos: Marcus Camargo

Jardim dos Jasmins

Casa Cor Goiás: o arquiteto paisagista João Paulo Florentino assina o espaço Jardim dos Jasmins na mostra 2016

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João Paulo Florentino não consegue participar de uma Casa Cor sem encantar com os seus projetos. Para os amantes dos jardins, seu espaço é destaque. Este ano o arquiteto paisagista assina um ambiente em sua quarta edição na mostra Casa Cor Goiás e cuida do Jardim dos Jasmins, de 104m².

O nome realmente faz jus ao ambiente, o jardim é mesmo o mais belo deles com seus jasmins. O mestre em paisagismo e arquiteto entende a importância dos elementos da natureza para decorar um espaço como aquele, então a aproveitou o poder das árvores e as sensações que a água traz.

A “mágica da arquitetura” ficou por conta das árvores e das espécies vegetais utilizadas no projeto. O jasmim foi o protagonista dessa escolha, já que é bastante conhecido por sua forma poética e beleza escultórica.

João Paulo tem experiência em criar cenários naturais. O Jardim dos Jasmins ressalta a importância de se buscar a proximidade com a natureza em meio aos espaços construídos, uma espécie de reduto de paz.

No traçado do jardim aplicaram-se dois estilos distintos, sendo o primeiro deles a topiaria, que molda a vegetação em formatos geométricos, criando um mosaico vegetal de fácil compreensão.  O segundo trata-se da sucessão natural, inspirado no grande horticultor Piet Oudolf, que permite à natureza revelar-se de forma espontânea, diminuindo as interferências humanas no ambiente e consequentemente a necessidade de manutenção.

No centro, um pergolado metálico dá a ideia de que o ambiente é, na verdade, uma espécie de sala de estar ao ar livre. A sua grande novidade é a utilização do teto verde vegetado na cobertura. Essa solução cria uma estratégia de sustentabilidade que pode ser aplicada na escala urbana, capaz de fornecer melhoria no conforto térmico no interior das construções e ainda transformar coberturas em espaços habitáveis.

A escolha dos móveis foi a finalização certeira que o espaço precisava. João Paulo aproveitou-se do estilo out da Tidelli móveis e o combinou com o balanço Arupemba, de Sérgio Matos – tudo escolhido no Armazém da Decoração. “A Casa Cor acaba sendo um momento de interação profissional e uma oportunidade do arquiteto e do designer mostrar sua criatividade”, explicou o paisagista. Bom, podemos concluir que ele foi bem sucedido em seu ambiente e conseguiu mostrar, mais uma vez, toda a sua criatividade.

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Fotos: Marcus Camargo