Arte concreta parece unir duas palavras que não se misturam. É que arte é abstração, criação, sensibilidade e expressividade. Foi pensando nisso que um grupo de artistas do Rio de Janeiro criou, no final da década de 1950, o movimento neoconcretista com o objetivo de propor uma reação aos concretistas ortodoxos. Não precisamos estender muito no assunto para perceber que estamos falando de um grupo para lá de vanguardista e um importante nome saído desse movimento foi o de Lygia Pape.
Lygia Pepe, falecida em 2004, ganhou o mundo e seu trabalho agora ganha Nova York na primeira grande retrospectiva dedicada ao seu trabalho feita pela filial do Metropolitan Museum of Art especializado em arte moderna, o Met Breuer. Outros nomes do neoconcretismo brasileiro, como Lygia Clark e Hélio Oiticica, também tiveram seus trabalhos expostos nos museus de arte moderna nova-iorquinos.
A exposição, batizada de Multitude of forms, apresenta dezenas de pinturas, esculturas, gravações, curtas-metragens, fotografias, instalações e performances da artista na primeira grande mostra retrospectiva de Lygia Pape nos Estados Unidos.
O nome da exposição não foi ao acaso, o Grupo Frente – do qual Lygia fez parte – ra um coletivo de artistas fascinados com as formas geométricas. Foi da experiência com o Frente que Pape buscou as bases para, junto com Hélio Oiticica e Lygia Clark, fundar o neoconcretismo – busca pela abstração geométrica e a experimentação artística.
Artista
Lygia Pape construiu sua carreira artística no Rio de Janeiro, onde integrou os grupos Frente e Neoconcreto, participando ativamente da renovação que marcou a arte brasileira naquele período. Os movimentos buscavam o resgate da liberdade de experimentação, tolhidos pela ortodoxa arte concretista que vigorava na época.
Ao lado de nomes como Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Clark, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis, Pape assinou em 1959 manifesto do movimento Arte Neoconcreta questionando os parâmetros racionalistas do projeto construtivo e recuperando a dimensão subjetiva da arte.
Quem não puder visitar o continente vizinho para ver a obra de Lygia Pape no Met Breuer, inaugurada ontem (21), pode visitar o estado vizinho e ver o trabalho da artista no incrível Museu do Inhotim.
Imagens: Divulgação