Arte nacional na Casa Cor Goiás 2016

A Casa Cor abre as portas da arquitetura e da arte brasileira para o público goiano

Sandro Tôrres no Café

Sandro Tôrres no Café

Por muito tempo, quando se pensava em arte os nomes que surgiam era, em sua grande maioria, de artistas internacionais.  Isso acontecia em decorrência da forte influência que o Brasil sofreu, por séculos, da cultura europeia. Com a chegada da família real portuguesa, a pedido do rei, um grande acervo de telas e esculturas veio a navio para o novo palácio em terras tupiniquins. Porém, o que não imaginavam é que, apesar de acreditarem estar descobrindo novas terras, o país já tinha gente, cultura e alma.

O Brasil possui vários sítios arqueológicos espalhados pelo território e que guardam memórias e expressões do período denominado Pré-histórico brasileiro. A arte indígena é outra manifestação brasileira rica e que, apesar da diminuição significativa dos índios no país, sua cultura se mantém viva e forte.

O barroco no nacional, influenciado pelo catolicismo europeu, embora tenha tido raízes diretamente ligadas ao barroco europeu, foi uma das primeiras expressões artísticas brasileira no período do Brasil Colônia, e a partir daí começaram a se destacar nomes de grande importância para a arte da pátria.  Em nível regional, grandes nomes do estado de Goiás também se destacam neste e em outros estilos, como o pirenopolino Veiga Valle, Antônio Poteiro, D.J de Oliveira, Ana Maria Pacheco e outros.

Depois do cenário artístico construído de forma lenta no Brasil, atualmente o país atingiu a maturidade artística e exporta arte para galerias do mundo todo. Um passeio pela Casa Cor Goiás 2016 pode ser considerada uma das melhores formas para conhecer alguns dos aclamados e talentosos artistas brasileiros.

Ieda Jardim no Lounge 9

Ieda Jardim no Lounge 9

Outro ponto positivo da utilização da arte nacional que pode ser destacado é a questão econômica. Importar produtos de qualquer espécie requer o pagamento de tarifas alfandegárias e, para André Lenza, arquiteto responsável pelo Studio 777, em ano de recessão econômica, obras de arte estrangeiras são pedidas pouco vantajosas pelo alto custo, dificuldade de negociação e demora na entrega. O espaço do arquiteto está recheado de arte goiana, como a tela de Marcelo Solá e as fotografias exclusivas de Naldo Mundim.

Na Casa da Dina, as telas de Siron Franco e Menelaw Sete posicionadas de forma paralela são destaques do espaço. No Café da mostra, os traços despreocupados de Sandro Tôrres colorem o ambiente naturalmente sóbrio. A delicadeza das linhas de costura de Marlan Cotrim em livros e folhas mostra a sensibilidade imprimida em meio a tijolos originais do prédio, no Lar Office Lar.

A composição de cada ambiente exige dos arquitetos e decoradores um olhar atento sobre as produções dos melhores artistas brasileiros e goianos. Os espaços criados para a mostra também são embelezados por quadros, esculturas e telas dos artistas Pitágoras, Gianotti, Marcus Camargo, Homero Maurício, Rogério Mesquita, Iêda Jardim, que enriquecem a decoração e dão personalidade aos ambientes, podendo ser admirados por todos os visitantes. Durante a visita, é possível descobrir de forma individual uma a uma das inúmeras obras de arte presentes na mostra.

Marcus Camargo no Loft Fazenda

Marcus Camargo no Loft Fazenda

Fotos: Joemar Bragança
Texto: Casa Cor Goiás

“Nunca parei de desenhar”

Crônicas do Dia-a-Dia fala hoje sobre o artista Goiano que vêm fazendo sucesso fora de sua terrinha, Marcelo Solá

Marcelo Solá (Fotos: Blog da Mariah)

Marcelo Solá (Fotos: Blog da Mariah)

É em sua chácara que Marcelo Solá concentra seu trabalho. A pulsação das metrópoles contemporâneas e sua natureza caótica e pulverizada são impressas em sua obra que saiu do centro do país e conquistou galerias de arte em várias partes do Brasil e do mundo. Aos 42 anos de idade, Marcelo continua se dedicando ao desenho como fazia quando ainda era um menino. “A criança, na fase escolar, até aprender a escrever, se comunica por desenhos. Eu aprendi a escrever, mas não deixei de me comunicar por desenhos”, conta Marcelo.

O desenho-pintura de Solá nasceu da sua criatividade e da ânsia de se expressar. Autodidata, Marcelo não frequentou a faculdade. O artista conta que até tentou entrar para cursos como artes visuais e arquitetura, mas o plano não deu certo. “Eu sempre desenhei, desde criança. Acabei me envolvendo em todo o processo e as coisas foram acontecendo para mim, quando vi já estava sendo convidado para exposições e mostras fora de Goiás”.

O artista plástico não se limita ao papel. Marcelo usa e abusa da arte em todos os seus sentidos e o desenho é apenas um deles. Algumas obras de Solá são o que o próprio artista chama de desenho-instalação com a participação de objetos como uma atividade ampliada. Marcelo é íntimo da arte, mas ainda está se adaptando ao mercado. “O mercado é uma novidade para mim, de uns dois ou três anos para cá as exposições têm vendido meus quadros”, conta o artista.

Temas

São as divagações e percepções do artista acerca do mundo que o cerca as suas principais inspirações. Marcelo dedica 24 horas do seu tempo à arte e são as pequenas coisas que Marcelo transforma em grandes desenhos. “Faço reflexões sobre temas que, as vezes, passam despercebidos na vida das pessoas e esses temas viram obras de arte”, explica o artista. Quando decide enumerar os temas, arquitetura, sexualidade, religião não ficam de fora.

Entre as suas exposições, destacam as realizadas na Funarte, Brasília, em 2005, na Celma Alburquerque Galeria de Arte em Belo Horizonte, no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e na Galeria Casa Triângulo e Centro Cultural São Paulo. Este ano, Marcelo Solá foi convidado para mais um exposição internacional, desta vez em Massachusetts, Estados Unidos.

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