Vamos às ruas?

Flic debate arquitetura urbana com arquitetos que defendem maior intereção do homem com as cidades

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A 14ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) começou na noite de ontem (29) e nem sempre o assunto da festa é literatura. O arquiteto italiano Francesco Careri e a arquiteta pernambucana Lúcia Leitão assumiram no primeiro dia de evento a mesa Cidades Refletidas com o desafio de incentivar a tomada dos espaços públicos e da arquitetura urbana.

Os arquitetos falaram sobre a importância de mudar radicalmente a maneira de explorar a cidade em que moram como um exercício para uma “prática democratizante”. A plateia saiu com uma missão: deixar de lado os carros e literalmente tomar as cidades.

Francesco Careri, autor do livro Walkscape: O caminhar Como prática Estética, é professor na Universidade Roma Ter e Lúcia Leitão, autora de Onde Coisas e Homens se Encontram, é professora na Universidade Federal de Pernambuco. Ambos defendem que a relação do homem com a cidade é responsável pela construção de uma sociedade melhor e mais igualitária.

“Um autor americano diz que cidade que não tem lugar para caminhar também não tem lugar para a alma”, lembrou Lúcia. “Vivemos negando a rua”, lamentou a arquiteta. “Há lugares que nós apagamos do nosso mapa mental ao andar de carro, por exemplo. É o que chamo de “amnésia urbana”. É preciso entender que existem regiões de sombra, uma parte escondida no inconsciente da cidade, que, aliás, sempre foram usadas pelas vanguardas artísticas”, explicou Careri quando desafiou a plateia a conhecer suas cidades.

E você? Conhece a sua cidade? Vamos tomar as suas e viver a arquitetura urbana?