Crítica ao racismo no pincel de Kehinde Wiley

Kehinde Wiley revisita obras primas com modelos negros em uma crítica aos estereótipos racistas

alegoria a lei do vemtre livre 2009

Ao contrário do racismo velado que se esconde atrás do mito da igualdade racial brasileira, acima da linha do equador nosso vizinho norte-americano vive uma realidade um pouco diferente. Em entrevista ao programa de rádio WTF com Marc Maron, em meados de 2015 o presidente Barack Obama, primeiro presidente negro da história do país, afirmou que os americanos não estão “curados do racismo”. O presidente não é o único que se preocupa com a questão de raça.

Kehinde Wiley, filho de mãe afro-americana e pai nigeriano, levantou esta mesma bandeira desde que estourou no meio artístico. O nova-iorquino ficou conhecido por seus porta retratos pintados para criticar os estereótipos racistas. Nascido justamente na cidade mais conhecida por perpetuar as desigualdades raciais, Los Angeles, Kehinde Wiley (39) se especializou em pinturas de portratos ao estilo tradicional de artistas como Reynolds, Gainsborough ou Titian.
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A diferença veio nos protagonistas. No lugar da europeia aristocracia branca e heterossexual, Wiley pinta retratos de mulheres e homens negros em poses opostas aos estereótipos pré-estabelecidos pela sociedade. “Eu sei como os jovens negros são vistos. São meninos muitas vezes assustados. Eu fui um deles”, explica.

No lugar de meninos assustados, seus quadros retratam pessoas vibrantes. Seus personagens são a exata substituição dos brancos que eram pintados em portratos na idade média e moderna. São homens e mulheres em roupas contemporâneas retratados em cenários e poses pouco vistas para modelos negros: atravessando os Alpes suíços a cavalo ou olhando para o alto como um profeta.

Em 2008 Kehinde Wiley visitou o Brasil para fazer 22 pinturas de jovens brasileiros. “Existe uma ressonância óbvia entre a pobreza das favelas do Rio e a exclusão em South Los Angeles, onde cresci”, contou em entrevista `Folha de S. Paulo. O resultado de seu trabalho no Brasil foi a imagem de jovens negros vestidos com roupas de marca pintados sobre um fundo colorido.

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