Paulo Mendes da Rocha vence prêmio Imperial do Japão

28ª edição do Praemium Imperiale premia o brasileiro Paulo Mendes da Rocha na categoria melhor arquiteto

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Em maio deste ano noticiamos que o arquiteto Paulo Mendes da Rocha foi anunciado ganhador do Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza pelo conjunto de sua obra. Menos de seis meses depois, voltamos a noticiar outro prêmio recebido pelo brasileiro. É que nesta terça-feira (13), Paulo Mendes venceu, na categoria arquitetura, o 28º Prêmio Imperial do Japão, considerado o Nobel das artes.

O prêmio foi criado em 1989 pela família imperial japonesa e é entregue anualmente pela Associação de Arte do Japão, que este ano está com cerimônia de entrega marcada para 18 de outubro, em Tóquio. O Prêmio Imperial é uma das mais prestigiosas condecorações da arte e foi entregue a cerca de 140 artistas do mundo inteiro, entre eles o cineasta Martin Scorsese e o arquiteto Oscar Niemeyer.

Paulo nasceu em 1928 em Vitória (ES), mas se juntou ao movimento chamado “escola paulista” nos anos 60 e 70 que defendia uma arquitetura “crua, limpa, clara e socialmente responsável”. Dai vem a tendência do arquiteto em dispensar de seus projetos tudo aquilo que não seja honestamente necessário. Aos 87 anos, Paulo Mendes é um dos arquitetos urbanistas brasileiros mais reconhecidos do mundo e por mais esse prêmio, será agraciado com a quantia de 15 milhões de ienes (US$ 146 mil).

Arquitetura japonesa: Kengo Kuma

A madeira e as técnicas tradicionais da arquitetura japonesa no trabalho de Kengo Kuma

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Não é estranho que um país geograficamente tão distante do Brasil tenha uma cultura igualmente afastada da nossa. Em razão de sua complicada localização, o Japão ficou isolado em longos períodos do contato com o mundo exterior e nos momentos de invasão, viu sua cultura sofrer influência de ideias novas procedentes do estrangeiro.

Os japoneses desenvolveram a habilidade de absorver e assumir elementos dessas culturas estrangeiras que serviam para complementar suas preferências estéticas. O resultado disso foi o desenvolvimento de uma cultura peculiar com algumas características próprias e outras emprestadas.

As manifestações artísticas mais antigas que se desenvolveram no Japão datam dos séculos VII e VIII e estão relacionadas com o budismo. As características assumidamente orientais são fortes na cultura do país, principalmente em sua arquitetura peculiar. A principal marca da arquitetura japonesa é a capacidade dos profissionais de aproveitar diversos tipos de madeira, ao contrário da arquitetura europeia que aproveitava a pedra e o tijolo como matéria prima principal.
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A madeira é forte no trabalho de um dos grandes representantes da arquitetura japonesa, Kengo Kuma. Essa tendência vem do hábito japonês de aproveitar os recursos naturais tanto na área externa como interna. Kengo Kuma costuma enaltecer o artesão japonês e a qualidade do seu trabalho com materiais naturais como dois grandes trunfos de seu país. Materiais naturais, para Kengo Kuma, estão mais próximos da essência humana e cumprem melhor a função da arquitetura de promover o bem estar.

Kuma nasceu em Yokohama, Japão, e formou-se em arquitetura pela Universidade de Tóquio. Mais tarde, mudou-se para os Estados Unidos, onde continuou seus estudos na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Atualmente, Kuma dirige seu escritório de arquitetura Kengo Kuma & Associates (KKAA) com sede em Tóquio e Paris, além de trabalhar como professor na Escola de Pós-Graduação de Arquitetura de Tóquio.

Seu escritório emprega 150 arquitetos e é responsável por grandes projetos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Os traços da tradicional arquitetura japonesa aliada à madeira são marcas registradas do trabalho de Kuma.

Uma de suas fontes de inspiração é o trabalho de Frank Lloyd Wright. Segundo Kuma, o arquiteto americano carregou seu trabalho de um estilo que se aproxima bastante da arquitetura tradicional japonesa. Ele traduzia a filosofia japonesa numa linguagem global e geral. “Estou a tentar fazer o mesmo que Frank Lloyd Wright, mas a meu modo”, confessou.

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Um passeio pela moda japonesa de Issey Miyake

A cultura japonesa é rica em todos os campos, mas é na moda que Issey Miyake mostra seu talento

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A cultura que vem do outro lado da terra tem Issey Miyake como maior representante no campo da moda, muito embora o designer não se considere um criador de moda e sim um produtor de roupas. O Blog AZ discorda… Issey Miyake cria tendências e tendências para lá de surpreendentes.

Miyake nasceu na cidade japonesa de Hiroshima, e logo após concluir sua formação acadêmica, em 1964, na Universidade Tama, Tóquio, aterrissou em Paris para estudar moda. Sua primeira experiência com uma maison de alta costura veio cedo. Mal tinha se acomodado na capital francesa e já foi chamado para contribuir com a grife Guy Laroche, para a qual passou a desenhar em 1966.

Antes do final da década de 1960, Issey Miyake trabalhou com a famosa Givenchy, até que decidiu voar para mais longe de sua terra natal: Nova York. Alí, Miyake foi se deixando influenciar pelo guarda-roupa que vinha das ruas. A moda deve servir aos homens e não o contrário, então a filosofia de liberdade despertou sua criatividade na criação de jeans e camisetas, e também para um estilo que surgiu através da combinação de roupas usadas.
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Em 1971 realizou seu primeiro desfile, mas não chegou a impressionar a comunidade fashion norte-americana. De volta a Paris, um seguindo desfile colocou Miyake no radar da moda mundial. Issey começou sua escalada mostrando uma moda com roupas superpostas. Suas peças envolviam o corpo feminino com leveza e uma dose extra de conforto.

Foi no final da década que a elite de vanguarda descobriu a beleza das criações de Miyake, que explorava texturas com forte influência oriental, mas que permitiam o uso dentro dos padrões ocidentais. Visionário, o designer sabe mesclar as culturas e os estilos.

Foi no final dos anos 1980 que o estilista introduziu um dos métodos mais presente em seu trabalho, pleating (plissado). O plissado permitiu a flexibilidade de movimentos e o conforto das roupas. Atualmente, as criações de Issey Miyake não são exclusividades de guarda-roupa. Ele desenvolveu fragrâncias e cria também peças de decoração, como luminárias e objetos de design – tudo bem próximo ao seu estilo inusitado.

Cidadão da moda e do mundo, Miyake dedica hoje seu trabalho à investigação na Fundação Issey Miyake, que pesquisa novos materiais e novas técnicas de vestuário. O designer entregou suas coleções a talentosos designers que continuam o trabalho deixado por ele. Seu império tornou-se uma multinacional multimilionária com lojas espalhadas pelas principais capitais do mundo.

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Japão em destaque

O Blog AZ fala um pouco mais da rica cultura japonesa na literatura, moda e arquitetura

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A comunidade japonesa já comemora mais de cem anos no Brasil, data que celebra a chegada do navio Kasato-Maru na cidade de Santos em 18 de junho de 1908, trazendo a primeira grande leva de imigrantes japoneses ao país. A cultura desse país tão distante já este bem presente no Brasil e outra onda que esta forte em terras tupiniquins é a sua literatura.

Ainda que no campo da arte a literatura se apresenta timidamente, os autores japoneses estão sendo publicados com frequência no Brasil. O Haruki Murakami é um destes e seus livros já são best seller no país. Os autores do outro lado do mundo escapam da monotonia misturando fantasia e realismo e conquistando o público.

O próprio Haruki Murakamim  foi favorito ao prêmio Nobel de literatura em 2012 e seu livro 1Q84 já vendeu mais de 5 milhões de cópias, 4 milhões apenas no Japão. Lá, a obra saiu como um folhetim, dividida em seis partes. No Brasil, são três volumes, todos na lista dos mais vendidos.
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Bom, não é apenas na literatura que o Japão dá o que falar. Alguns nomes do mundo da moda vêm dessa cultura tão distante e, ao mesmo tempo, tão próxima. Issey Miyake, Yohji Yamamoto, Rei Kawakubo são alguns que merecem destaque.

Em sua exuberante arquitetura, temos Kengo Kuma e Tadao Ando que nos apresentam uma estética que foge da nossa zona de conforto. Fora do que estamos acostumados, cada designer, estilista, autor e arquiteto nos mostra quão rica é a cultura japonesa.

Em homenagem ao Japão, ao dia do livro e à cultura de um país tão singular, o Blog AZ vai passar as próximas semanas falando um pouco mais de cada um desses artistas e suas áreas para mostrar como é feita a literatura, a arquitetura e a moda no Japão.