Ernesto Neto e sua arte

Entre a escultura e a instalação o artista brasileiro Ernesto Neto encontra formas de expor a criatividade

Democrart_Ernesto_Neto_Obra2-1122x600

Entre a escultura e a instalação artística brasileira encontramos Ernesto Saboia de Albuquerque Neto, um dos mais conceituados e respeitados nome da arte nacional. O artista multifacetado é escultor, fotógrafo, cenógrafo, desenhista, pintor, artista plástico e organizador de eventos. Podemos falar seguramente que Ernesto Neto é considerado um dos artistas brasileiros de maior prestígio no mundo.

Sua arte ganhou destaque no fim do século passado com uma clara inspiração buscada no trabalho dos neoconcretistas do final da década de 1950 do grupo comandado por nomes como o de Lygia Clark. O movimento, assim como as obra de Ernesto, tem como objetivo propor uma reação aos concretistas ortodoxos da arte geométrica difundindo a arte como organismo vivo em uma espécie de arquitetura orgânica que convida o espetador a ser um participante ativo da obra.

Ernesto Neto nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1964. Estudou escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Laje e intervenção urbana e escultura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir de 1990, passou a utilizar em suas esculturas e instalações o tecido, material que marca sua identidade nas obras que assina. Meias de poliamida junto a materiais flexíveis e muitas vezes leves como isopor, algodão, miçangas e espuma são alguns materiais que fazem parte de suas peças.
Sem título 2

Ernesto Neto foi ganhando espaço no meio artístico e participou de numerosas mostras nacionais e internacionais como a Arco, Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madri, Espanha, a Bienal de Veneza, e a Art Basel da Suíça.

Seu trabalho também ganhou as paredes de museus e galerias. Entre as dezenas de exposições individuas no Brasil e do exterior, destacam-se “Acontece num Fim de Tarde”, Galeria Camargo Vilaça, São Paulo, “O casamento: Lili, Neto, Lito e os loucos no MoMA, Nova York, “Citoplasma e organóides”,  Projeto Respiração, Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro, RJ, “Léviathan Thot”, Panthéon, Paris, França, “A sculture can be anything that can stand upright”, Galeria Elba Benitez, Madrid entre outras.

Sem título Sem título 5 Sem título 4

Cotidiano em foco

O carioca Marcos Chaves desenvolveu um trabalho nos parâmetros da apropriação e da intervenção fotográfica

 

Wadi Rum

Wadi Rum

O cotidiano é apreendido pela câmera fotográfica de Marcos Chaves e por meio dela vira arte. Chaves nasceu no Rio de Janeiro e iniciou a carreira na década de 1980. Utilizando-se dos parâmetros da apropriação e da intervenção, o artista transita entre a fotografia, produção de vídeos e instalações.

Com todos estes anos de experiência, levou seu trabalho a European Biennial of Contemporary Art (Itália), Bienal Internacional de São Paulo, Bienal do Mercosul (Porto Alegre), Bienal de Cerveira (Portugal), Bienal de Havana, entre tantos outro importantes museus e eventos.

Entre exposições individuais e coletivas, Marcos Chaves posicionou os elementos no espaço e os transformou em arte por meio de sua visão perspicaz. São cenas do dia a dia que ganham um novo olhar e uma nova perspectiva.

Foi assim com a série Pieces, onde o fotógrafo sobrepôs imagens tiradas de suas lentes uma sobre as outras. Em Buracos, fotografias de grandes crateras deixadas pelo descaso nas ruas das cidades.

O Rio de Janeiro, sua cidade, é também seu principal cenário. É das ruas e paisagens cariocas que Marcos tira grande parte de suas imagens. Além da fotografia, Marcos Chaves ganhou espaço no mundo artístico com instalações montadas e museus e mesmo nas ruas das cidades.

Arquipelago

Arquipelago

some Girls

some Girls

Rio 40graus

Rio 40graus

Desculpe o Transtorno

Desculpe o Transtorno

Copo vazio

Copo vazio

Imagens: Marcos Chaves

Arte geométrica

O artista visual escocês Jim Lambie utiliza fita de vinil, cor e geometria para criar maravilhosas instalações

0,,69540414,00

É com algumas linhas e muitas cores que o artista escocês Jim Lambie brincará com a sua percepção visual. O artista contemporâneo usa fita de vinil e geometria para criar ângulos que passam a percepção de movimento.

Seu trabalho é único e personalíssimo. Jim estuda o espaço e sua arquitetura para criar instalações que possam interagir com o ambiente; assim, sua obra não pode ser replicada ou transportada para qualquer local.

Para explicar seu trabalho, Lambie disse apelar para a imagem de uma paisagem no estilo dos sonhos. “Cobrindo um objeto de alguma forma se evapora a borda dura fora da coisa, e puxa-o para além de uma paisagem de sonho”, filosofou.

Além da ideia de saída do sonho feliz de uma criança, as instalações de Jim misturam a arte contemporânea com o pop art que esbanja na cor. Apaixonado por música, inspira seus projetos nas letras de algumas de suas bandas preferidas, como o The Doors.

studio-roberto-reis-32

studio-roberto-reis-82 studio-roberto-reis-52 studio-roberto-reis-122

Tunga

O inusitado trabalho do artista pernambucano que ganhou o mundo

Tunga 2
Alquimia é a ciência antiga e quase mística que combinava elementos da química, antropologia, astrologia, filosofia, metalurgia, matemática, misticismo e religião. É com esse mesmo sincretismo criativo que o pernambucano Tunga orienta sua arte. Tunga se autodeclara um velho leitor de textos sobre alquimia. “Obviamente não pretendo achar o ouro no meio de meu trabalho. A alquimia é apenas uma metáfora”, explicou em entrevista para a ISTOÉ em 2010.

Tunga, ou Antônio José de Barros de Carvalho e Mello Mourão, nasceu em 1952 na cidade de Palmeiras, interior de Pernambuco, mas vive atualmente no Rio de Janeiro. Formado em arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, atualmente o artista é escultor, desenhista e ator de performance.
Tunga 3

Seu trabalho, sempre inusitado, já foi exposto em grandes museus, como o Moma em Nova York e o Louvre em Paris. Após passear pelo mundo é que algumas de suas obras foram expostas pela primeira vez no Brasil, como a instalação À La Lumiere de Deux Mondes (A luz em dois mundos) que chegou ao Brasil apenas em 2010, cinco anos após desfilar na capital francesa.

Ferro, tecido, vidro e até moscas (sim, o inseto)… tudo serve de matéria prima para as criações de Tunga. O artista inova desde sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1974. Neste ano, Tunga exibiu aquarelas com pães velhos e pedaços de algodão. Seu trabalho é de difícil definição, apenas um olhar atento para a boa arte pode sentir o que faz o artista.

Tunga Tunga 4