Morre no Rio Frans Krajcberg, artista e ativista ambiental

O artista plástico e ativista Frans Krajcberg faleceu na madrugada desta quarta-feira (15) no Rio de Janeiro, onde mora há mais de 50 anos

 


Nasceu na Polônia, adotou o Brasil como casa e a saudade deixou para o mundo todo. O artista plástico Frans Krajcberg faleceu nesta quarta-feira (15) aos 96 anos de idade no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

Pintor, escultor, fotógrafo e artista plástico, a maior obra deixada por Frans foi sua luta contra a devastação das florestas brasileiras. Suas obras de arte refletiam esta luta, pois em cada peça de arte, Frans Krajcberg deixou mensagem de preservação.

Sua primeira aterrissagem no Brasil foi no ano de 1948 para participar da 8ª Bienal de São Paulo. Desde aquela data, estreitou os laços com o país até se mudar definitivamente. Se refugiou no União Europeia durante a Segunda Guerra Mundial, onde estudou engenharia e artes Universidade de Intgrad.

No Brasil morou no Rio de Janeiro, mas durante os anos 1950 se mudou para uma caverna no Pico da Cata Branca, interior de Minas Gerais, para produzir gravuras e esculturas em pedra. Desde aquela data, já gravava em sua obra a linguagem que ainda não tinha o eco de hoje: de sustentabilidade. Em Minas chegou a ser conhecido por barbudo das pedras, já que vivia sozinho e sem conforto no meio da natureza.

O velório do artista ocorreu na manha de feriado no Memorial do Carmo, centro do Rio e seu corpo foi cremado em seguida. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital Samaritano, a família não permitiu a divulgação da causa da morte de Krajcberg.

O homem do mundo escolheu o Brasil

Frans Krajcberg andou pelo mundo, se naturalizou brasileiro e é considerado o poeta da natureza

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“O artista sem fronteira, para nosso orgulho, vive aqui”. É com essas palavras que a cidade de Nova Viçosa, interior da Bahia, recebe seus visitantes. O artista que se referem é nada menos que Frans Krajcberg. O polonês radicado no Brasil já morou em Ibiza, Paris, algumas cidades no interior da Alemanha, na cidade maravilhosa e até em uma caverna no Pico da Cata Branca em Minas Gerais, mas foi Nova Viçosa a cidade eleita pelo artista para montar sua residência permanente.

Frans Krajcberg nasceu em 12 de abril de 1921, mas saiu da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial quando perdeu sua família. Andou por algumas cidades europeias onde cursou engenharia e se especializou em artes, mas chegou ao seu destino final em 1948, ano em que aterrissou no Brasil e se apaixonou pela natureza tropical. Para especificar bem todas as suas atuações, Krajcberg é pintor, escultor, fotógrafo e artista plástico, mas é conhecido mesmo como o poeta da natureza.
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Mesmo nascido em um tempo onde não se falava em sustentabilidade, Krajcberg direcionou toda a sua obra para tratar da preservação da natureza. “Sou um homem inteiramente ligado à natureza. Meu ser, minha vida, minha cultura são a natureza. Dela dependem minha sobrevivência e minha criatividade”. Seu trabalho rompe radicalmente com as classificações claras e limitadas utilizadas na arte. Ele esculpe utilizando madeira e tinta para expressar seus sentimentos.

Foi com suas esculturas de madeira calcinadas esculpidas nos anos 1970 que Krajcberg ganhou projeção internacional. Em 2012 o artista foi condecorado em Paris, onde recebeu a Medalha Vermeille das mãos do então prefeito. A homenagem é a mais alta honraria da Cidade da Luz que nunca antes havia sido entregue a um artista estrangeiro – Paris faz desfilar por seus espaços públicos obras do artista.

Seu amor pela natureza foi refletido na casa do sitio Natura que mora em Nova Viçosa. Com a ajuda do designer e amigo Zanine Caldas, Krajcberg construiu no 1,2 km² de área que possui no interior da Bahia, um resquício do que foi preservado de Mata Atlântica, uma casa na árvore em uma altura de 7 m do chão. O projeto é transformar o espaço, que abriga inúmeras obras de Krajcberg, em um museu.
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