Iris Apfel: autêntica e estilosa

“Há necessidade de se ter artistas, pelo simples fato de que se eles não existirem, as pessoas murcham e morrem sem a arte”

 

(Imagem: Gabriel de la Chapelle/ WWD)

(Imagem: Gabriel de la Chapelle/ WWD)

Por trás de seus óculos grandes, quase tão grandes quanto aqueles que usavam Le Corbusier, existe todo um estilo que poucos no mundo conseguem sustentar. Esta descrição se encaixa na designer de interiores Iris Apfel. A norte-americana tornou-se um ícone do mundo feshion sem ter se tornado estilista ou diretora de grandes revistas de moda.

Aos 95 anos de idade, Apfel viaja o mundo com suas roupas saídas de passarela – mas escolhidas por ela própria – para falar de arte, moda e design. Em 2013 esteve em uma viagem oficial ao Brasil e disse ter se encantado com a nossa cultura.

Iris Apfel nasceu no Queens, em Nova York, no ano de 1921. Filha de pai comerciante e mãe dona de boutique de moda, aprendeu muito dentro de casa. “Minha mãe me ensinou que se você tiver um único vestido preto e os acessórios certos, você pode ter 50 vestidos diferentes”, contou em palestra quando esteve no Brasil.
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Já nos primeiros anos da fase adulta, cursou história da arte na Universidade de Nova York e fez escola de arte na Universidade de Wisconsin. Em 1948, Iris casou-se com Carl Apfel e juntos lançaram a firma têxtil Old World Weavers, que dirigiram ate se aposentarem em 1992. Durante estes mesmos anos, trabalhou como designer de interior em diversos projetos importantes, incluindo trabalhos na Casa Branca para os presidentes Truman, Eisenhower, Kennedy, Johnson, Nixon, Carter, Reagan e Clinton.

Em suas viagens pelo mundo, passou a comprar peças de roupas orientais e artesanais e hoje tem um dos guarda-roupas mais completos, inusitados e invejados do mundo. Foi com ele que montou a exposição Rara Avis no MET em Nova York no ano de 2005. Mais de três caminhões carregados de roupas foram levados da sua cada para o interior do museu, onde bolou looks com acessórios usados por ela em cada fase de sua vida.

Hoje o seu estilo pode ser encontrado em livro e filme. A ícone do mundo da moda ganhou um livro sobre seu guarda-roupas, o Rare Bird of Fashion: The Irreverent Iris Apfel e um documentário sobre sua vida, Iris, lançado em 2015.

 

Vamos falar de moda e de Ronaldo Fraga

Ronaldo Fraga conquistou espaço na moda mundial por meio de suas traduções da cultura local

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Porque moda não se faz só na Champs-Elysée ou nas passarelas da Paris ou da New York Fashion Week. O Brasil está cheio de grandes talentos e Ronaldo Fraga é um deles. Ao contrário de muitos que tiveram alguma influência, Fraga simplesmente virou estilista. Nascido em Belo Horizonte, o mineiro sabia desenhar e usou suas habilidades para investir e vestir a moda.

Sem mãe costureira ou tia bordadeira, seguiu os caminhos habituais das cadeiras da faculdade e se formou estilista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Seguiu para Nova York após ser o ganhador de um concurso da empresa Têxtil Santista e fez um curso de moda na Parson’s School.
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Sua carreira acadêmica seguiu mais algumas milhas até pousar em Londres. Na cidade europeia aprendeu chapelaria na Saint Martins e, junto com o irmão, abriu uma pequena produção de chapéus vendidos nas famosas feiras de Camden Town e Portobello.

As cores, os cortes e a costura: é nessa linha que trabalha Ronaldo Fraga. Suas coleções são conhecidas por levarem para as passarelas a cultura brasileira. O designer se inspira na arte popular e interpreta a cultura local para criar suas peças. Já foram temas de coleções a obra de Cândido Portinari, a caatinga brasileira e a arte nordestina.
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Longe de casa, o estilista brasileiro levou para as passarelas do Design Museum, em Londres, no último ano a coleção “Carne Seca ou um turista aprendiz em terra áspera”. Ao lado de marcas como Prada e Dior, a coleção de Fraga levou para o estrangeiro a diversidade da moda brasileira na exposição Designs of The Year 2014.

São por razões como essas que o trabalho de Ronaldo Fraga já cruzou fronteiras. Conhecido por suas belas traduções, para a linguagem da moda, da cultura brasileira o estilista representa o Brasil em diversos eventos pelo mundo. Seu estilo de estamparia, cores e ousadia o colocou no topo.
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Vamos falar de moda e de Karl Lagerfeld

O alemão assumiu a direção da Chanel e dita a moda em todo o mundo

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Falar de design nacional sem mencionar o nome de Sérgio Rodrigues, bossa nova sem lembrar de Tom Jobim ou pintura sem suspirar pelas obras de Picasso é um erro tão grava quando comentar sobre moda sem falar em Karl Lagerfeld. Karl é hoje o novo nome da Chanel, mas seu trabalho vai muito além que representar a Maison de Grabrielle Coco.

O alemão nasceu em 1935 na cidade de Hamburgo e se especializou no mundo da moda, embora também seja conhecido por seus trabalhos como fotógrafo, editor e diretor de cinema. Para reconhecê-lo, basta prestar atenção em seu estilo – quase marca registrada – de cabelos brancos, colarinho alto e óculos escuros.

Foi na cidade da luz que Karl se especializou em desenho e história após terminar o secundário no Liceu Montaugne de Paris. Nesse período trabalhou em alguns ateliers de renome e apresentou algumas coleções de alta costura, entretanto assinadas como Roland Karl. Nos anos 60 transitou da haute-couture ao prêt-à-porter sem muita dificuldade.

Lagerfeld começou como freelance para casa de moda francesa Chloé, em 1964, projetando algumas peças para cada coleção. Suas criações foram fazendo cada vez mais parte dos looks da marca que ele logo foi projetando toda a coleção. Sua coleção Chloé para a Primavera de 1973 ganhou as manchetes por oferecer algo ao mesmo tempo “alta moda e alta acampamento” e seu nome não parou de circular no mundo das passarelas.

Em 1983 Lagerfeld foi nomeado diretor artístico pelo conjunto de suas coleções de alta costura, prêt-à-porter e acessórios da Chanel, sobre os quais possui plenos direitos atualmente. Seu estilo inovador e cosmopolita se comprometeu em manter vivo o espírito de Coco Chanel, morta em 1971.

Tirando um pouco o foco da moda, Karl abre em 1998 a Lagerfeld Gallery, dedicada à fotografia. No campo da fotografia produziu a série Visionaire 23: Roupa Nova do Imperador, fotos nuas de modelos e celebridades. Ele também fotografou pessoalmente Mariah Carey para a capa da V magazine em 2005. Em 2004 desenhou, para a Maison Chanel, selos do santo Valentino (dia dos namorados) que foram emitidos pelos correios franceses.

Seu nome é sempre lembrado como o representante da Chanel, mas Karl realiza trabalhos onde assina apenas seu nome – sem se associar à marca. Sua capacidade de capturar, antecipar e interpretar as tendências de amanhã é infalível e seu jeito cartesiano não o fazem perder nenhuma fonte de inspiração.
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