Ernesto Neto realiza performance em Veneza

Ernesto Neto leva índios da tribo Huni Kuin para realizar performance na Bienal de Veneza

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A Bienal de Veneza ainda nem começou oficialmente e o brasileiro Ernesto Neto já deu seu show entre os pavilhões espalhados pela Giardini. A 57ª edição da bienal acontece em 2017 entre os dias 13 de maio, sábado próximo, e 26 de novembro, mas as galerias e artistas já recebem convidados durante esta semana.

Ernesto Neto é um dos artistas brasileiros mais prestigiados no resto do mundo. Seu trabalho é conceitual, performático e ligado à cultura nacional. Todas estas características causaram alvoroço em Veneza na tarde de hoje, quando o artista realizou a dança da Jiboia na companhia de seis índios da tribo Huni Kuin do Acre.

O ato foi chamado por Ernesto de “ação coletiva” em um discurso dado em inglês para o público presente de dentro da tenda de crochê feita por ele para o evento. Ao final, todos deram as mãos para fazer a Jiboia e saíram em canto pelos pavilhões em uma ação que durou cerca de meia hora.

“Estou aqui trazendo a força da arte e os índios, a força da floresta”, explicou Neto durante sua fala. Em seguida, explicou também porque os índios são igualmente artistas: “a arte para os índios é trazer força e conexão, porque o sagrado para eles está em todo lugar”.

Ernesto Neto e sua arte

Entre a escultura e a instalação o artista brasileiro Ernesto Neto encontra formas de expor a criatividade

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Entre a escultura e a instalação artística brasileira encontramos Ernesto Saboia de Albuquerque Neto, um dos mais conceituados e respeitados nome da arte nacional. O artista multifacetado é escultor, fotógrafo, cenógrafo, desenhista, pintor, artista plástico e organizador de eventos. Podemos falar seguramente que Ernesto Neto é considerado um dos artistas brasileiros de maior prestígio no mundo.

Sua arte ganhou destaque no fim do século passado com uma clara inspiração buscada no trabalho dos neoconcretistas do final da década de 1950 do grupo comandado por nomes como o de Lygia Clark. O movimento, assim como as obra de Ernesto, tem como objetivo propor uma reação aos concretistas ortodoxos da arte geométrica difundindo a arte como organismo vivo em uma espécie de arquitetura orgânica que convida o espetador a ser um participante ativo da obra.

Ernesto Neto nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1964. Estudou escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Laje e intervenção urbana e escultura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir de 1990, passou a utilizar em suas esculturas e instalações o tecido, material que marca sua identidade nas obras que assina. Meias de poliamida junto a materiais flexíveis e muitas vezes leves como isopor, algodão, miçangas e espuma são alguns materiais que fazem parte de suas peças.
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Ernesto Neto foi ganhando espaço no meio artístico e participou de numerosas mostras nacionais e internacionais como a Arco, Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madri, Espanha, a Bienal de Veneza, e a Art Basel da Suíça.

Seu trabalho também ganhou as paredes de museus e galerias. Entre as dezenas de exposições individuas no Brasil e do exterior, destacam-se “Acontece num Fim de Tarde”, Galeria Camargo Vilaça, São Paulo, “O casamento: Lili, Neto, Lito e os loucos no MoMA, Nova York, “Citoplasma e organóides”,  Projeto Respiração, Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro, RJ, “Léviathan Thot”, Panthéon, Paris, França, “A sculture can be anything that can stand upright”, Galeria Elba Benitez, Madrid entre outras.

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