“São proibidas facas e tintas de spray”, explica o Mickey horripilante na entrada da “Nova atração mais decepcionante do Reino Unido” – segundo explica seu próprio slogan. Estamos no caminho de entrada para a nova atração de Banksy. A crise de imigrantes na Europa, a degradação do meio-ambiente e a corrida pelo lucro a todo custo substituíram as princesas e as montanhas russas neste parque de diversões às avessas.
O Blog AZ adora se aventurar pelo incompreendido, polêmico e encantador mundo da arte de rua, mas é o anônimo mais conhecido do movimento underground do street art que gosta de mergulhar o público em sua arte cheia de significados. Banksy, o misterioso famigerado artista britânico, inaugurou este mês seu mais novo trabalho: a Dismaland.
Ao som melancólico de uma ininterrupta trilha sonora cantada por um balão de hélio que sussurra “Eu sou um imbecil”, os visitantes são convidados a se divertir no parque distópico criado por Banksy – uma versão subversiva da Disneylândia. O projeto do artista é mais uma de obra que veio para incomodar.
A exposição foi inaugurada no final deste mês em Weston-super-Mare, litoral oeste da Inglaterra, e já recebe mais de 4 mil pessoas por dia. O grotesco parque de diversões de Banksy critica o capitalismo da sociedade contemporânea tendo como alvo o maior clichê capitalista norte-americano.
O artista brincou com o nome “Dismal” (que significa sombrio em português) para fazer um trocadilho remetendo ao nome do parque das princesas e dos contos de fadas norte-americanos.
Nas atrações, o parque inclui um passeio de barco de imigrantes ilegais e a brincadeira consiste em pilotar a patrulha que persegue e atira nas pessoas que viajam na embarcação. Qualquer semelhança com a realidade vivida pelos imigrantes europeus não é mera coincidência.
Um banco dentro do parque oferece empréstimos a juros de 5.000%… Está bom de realidade? Segundo informou um porta-voz do misterioso artista, o parque é um tipo diferente de passeio em família. “O conto de fadas acabou”, explicou ele.