Dedicar um dia especial para celebrar a mulher não é um habito mundial novo, mas não é assim tão antigo quando paramos para pensar que esse dia se definiu como a representação máxima da luta feminina por direitos iguais. Atualmente, o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher em 8 de março, mas nem sempre foi assim.
A ideia de um dia internacional da mulher surgiu no final do século 19, mas foi no século seguinte que o sentido de se comemorar a luta da mulher ganhou impulso. Foi no início do século 20, por exemplo, que muitas mulheres começaram a se manifestar pelo direito de voto, e algumas conseguiram – muitos países apenas aprovaram o voto da mulher na segunda metade do século passado, como a Suíça, e alguns países ainda não aprovaram.
A luta da mulher por direitos iguais começou bastante vinculada às lutas sindicais, inclusive se levarmos em conta que um dos marcos dessa batalha foi o incêndio da fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York. O incidente, que ocorreu em 25 de março de 1911, matou 149 pessoas, a maioria mulher, e revelou a péssima condição de trabalho que elas tinham dentro das indústrias.
Com tantos eventos, marchar e lutas alguns países passaram a estabelecer uma data especial para a luta feminina. Ao longo dos anos ela perdeu o nome de sindicalista, retirou a palavra trabalho de sua principal reivindicação e ganhou o dia 8 como o dia internacional de luta. Mas essa data não agrada a todas. A empresária Abadia Haich acredita que este dia tem um viés muito capitalista e apenas fortalece o discurso da exclusão.
“Eu não gosto da comemoração do Dia da Mulher por um ponto de vista: ele já é excludente pelo próprio fato de comemorar um dia para a mulher. E os outros dias? Eu acho que é um dia que as pessoas levantam com a bandeira da própria exclusão. Eu vou evidenciar a exclusão? Por que meu dia? Eu quero saber o dia que eu posso concorrer de igual para igual, porque existe uma discrepância grande de emprego e de salários.”
Muitas mulheres fizeram nome ao longo desse caminho, seja pelas ações e discursos engajados, ou pelo trabalho árduo que gastaram para mostrar que suas obras tinham igual importância àquelas produzidas pelos homens. A maioria delas passou a se destacar em áreas antes dominadas quase inteiramente por homens. No design não poderia ser diferente.
Lina Bo Bardi, Ainda Boal, Etel Carmona, Heloísa Crocco, Claudia Moreira Salles, Jacqueline Terpins e outros nomes nacionais e internacionais nos lembram que as mulheres estão fortalecendo suas lutas. Em Goiânia não poderia ser diferente. Temos, assim como Abadia Haich e Daniela Mallard, outras mulheres batalhadoras que merecem mais que flores nesta data: merecem respeito.
O Armazém da Decoração parabeniza todas as mulheres no dia de hoje. Não poderíamos então deixar de lembrar-se de nomes como os de Claudia Zuppani, Tereza Cristina, Meire Santos, Izabel Jacomo, Ana Paula Morais, Marcia Varizo, Adriana Mundim e tantas outras mulheres que fizeram seu nome do design e na arquitetura goiana.