Voo gastronômico

Antigos aviões são transformados em restaurantes

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Arquitetura vinda do inusitado tem ganhado espaço no mundo empresarial brasileiro. Cada vez mais, o comércio tem apostado no charme e na criatividade para atrair clientes, como a construção de hotéis e restaurantes em contêiners.

Em Foz do Iguaçu, por exemplo, o Tetris Hotel foi construído com contêiners. É o maior do mundo feito com esse tipo de material. Seus 15 contêiners foram dispostos de forma a lembrar do antigo game de encaixar blocos que inspirou os designers e batizou o empreendimento.

Mas não são apenas de contêiners que este tipo de arquitetura inusitada vem sendo desenvolvida. Em 2015, dois empresários de Brasília compraram uma carcaça do antigo boeing 767-200 da empresa TranBrasil para transformá-la em uma lanchonete de fast-food. Quem passa de carro pelo centro da Taguatinga vê de longe o avião estacionado em um imenso terreno desabrigado de casas.

A ideia, entretanto, não partiu deles. Foi inspirada em um restaurante sul coreano feito dentro das carcaças do primeiro boeing 747 comercial a ter voado no mundo pela empresa Pan Am. Mas o coreano também possui concorrente. Em West Midland, no Reino Unido, uma companhia aérea de base oferece aos visitantes uma experiência de refeição em voo sem sair do chão. A ideia é mostrar que nem toda comida de avião é ruim. O avião de passageiros oferece 40 lugares para as pessoas se sentarem e jantar.

No Brasil, Brasília também tem concorrentes. Em Santa Catarina, uma pizzaria foi construída dentro das carcaças de um avião da antiga companhia aérea brasileira Cruzeiro do Sul no município de Tijucas. Em Minas Gerais, um empresário anunciou este ano que seu empreendimento desse mesmo estilo será o maior do mundo. Seu avião DC-8 de 45 metros de comprimento vai ser transformado em restaurante na cidade de Poços de Caldas.

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Mostra internacional Lina Bo Bardi Together chega ao Brasil

A história, o design e a arquitetura de Lina Bo Bardi, destaque em mostra na Europa, chega ao Brasil na próxima quarta-feira

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Lina Bo Bardi (1914-1992) foi uma mulher do mundo. Nascida na Itália e radicada no Brasil, sua obra influenciou muitos arquitetos aqui e fora. É por isso que a Graham Foundation em parceria com o Instituto Lina Bo Bardi e outras empresas nacionais e internacionais decidiram realizar a Exposição Lina Bo Bardi Together.

A mostra já rodou Londres, Viena e Berlim e agora chega a São Paulo. A partir de quarta-feira (12) o Sesc Pompeia recebe peças de decoração, objetos da cultura popular brasileira e filmes documentando a obra da arquiteta selecionados pela curadora e arquiteta argentina Noemí Blager.

Destaque da mostra é Bowl Chair, criada em 1951 por Lina Bo Bardi e reeditada pela marca italiana Arper – também patrocinadora da exposição. A mostra ficará em cartaz até o dia 11 de dezembro e a entrada é franca.

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Design plural de Rafael de Cárdenas

Rafael de Cárdenas e seu design plural

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Rafael de Cárdenas não tem um estilo, tem uma pluralidade dele. “Não ter uma linha definida me deixa mais ativo e mantém a minha mente mais criativa”, disse certa vez em entrevista para a revista Casa Cláudia. Toda essa versatilidade gerou frutos, e o arquiteto foi eleito pela Maison & Objet Americas como designer do ano de 2016.

Nova-iorquino apaixonado por grandes metrópoles, Refael fundou em 2006 o escritório Architecture at Large, responsável por contas como a Barneys New York, Cartier, Nordstrom, Nike e Ford Models. A empresa se expandiu e atualmente possui filial também em Londres – um trabalho em conjunto desenvolvido por designer e arquitetos com a ajuda de artistas e artesãos.

“Favorecemos a estratégica em detrimento da temática, o cosmopolita em detrimento da tipologia, e o movimento em detrimento da estática. Tomamos nota cuidadosa do passado enquanto sonhamos diariamente com o futuro”, explicou o designer sobre seu escritório.

Antes de se tornar conhecido por seus projetos arrojados, geométricas e luxuosos, Cardenas começou a carreira na moda, trabalhando para Calvin Klein. Hoje, seu trabalho reflete bem seu cliente, por isso cada uma de suas criações é única e bem distinta das outras.

Influenciado pela cultura pop, Cárdenas faz uso criativo de cores e padrões projetando ambientes interiores e arquitetura que provocam emoção. Além de designer e arquiteto, Rafael possui também peças de mobiliário que desenhou para a galeria de negociação johnson em 2011.

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Primavera Kartell

Estação das cores é a estação da Kartell

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Final de setembro é tempo de primavera e primavera é tempo de colorido. O universo do policarbonato da Kartell entra em promoção com peças que permitirão transformar a cor em um importante elemento de decoração. É que a Kartell abusa do design ousado e colorido.

A decoração colorida ainda causa dúvida e medo em muitas pessoas, mas se bem trabalhada imprime personalidade ao ambiente. O importante é evitar o colorido arco-íris – aquele em que a pessoa vai colocando várias cores sem harmonia. Ser colorido e ousado não significa ser desequilibrado, por isso a dica é escolher alguns tons que fiquem equilibrados e usar os objetos baseados neles.

Mas a Kartell foi também a responsável pela criação e fabricação da primeira cadeira do mundo totalmente transparente, realizada em policarbonato em um único molde. Chamada La Marie, a peça une ao seu design básico e à sua estrutura de excepcional resistência a leveza e solidez, resultado de uma pesquisa atenta e meticulosa sobre o material.

Estação das cores é a estação da Kartell, porque design é nosso mundo!
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O que o design pode fazer pelo mundo?

Com essa temática, a primeira edição da Bienal de Design de Londres abre suas portas com a participação de mais de 30 países

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Como será o futuro daqui a 500 anos? E como seria um futuro ideal? Há 500 anos o autor Tomas Morus criou Utopia, a sociedade ideal em seu livro homônimo. Utopia, que significa o “não lugar”, é o livro onde o personagem, alter-ego de Morus, descreve duas realidades opostas, uma era a Inglaterra em que vivia e a outra, a Inglaterra que queria viver – um lugar de paz e tolerância.

Para comemorar os 500 anos dessa obra, Christopher Turner dirigiu a primeira Bienal de Design para mostrar qual o papel do design na construção de um futuro melhor, ainda que a utopia seja inatingível. A exposição abriu suas portas para o público no mesmo dia que a Bienal de São Paulo, 7 de setembro, e segue até o dia 27.
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A mostra reúne projetos de 37 países, que pretendem provocar o debate acerca de temas como o futuro, as mazelas, a poluição, a escassez de água e a migração populacional. Albânia, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Bahrein, Bélgica, Chile, Croácia, Estados Unidos, França, Grécia, Holanda, Índia, Indonésia, Israel, Itália, Japão, Coréia do Sul, Líbano, México, Nigéria, Noruega, Paquiistão, Palestina, Polônia, Portugal, Rússia, África do Sul, Suécia, Suíça, Tunísia, Turquia e Reino Unido são alguns dos países que se unem para falar do presente e repensar o futuro.

A organização acredita que a Utopia by Design, nome da mostra 2016, marca o início de um evento que entrará para o calendário cultural mundial. O potencial das cidades modelo (projeto do México) ou cidades flutuantes como resposta para os problemas de inundação (projeto da Nigéria) são exemplos do que está em cartaz no histórico Somerset House.

A África do Sul cria um cenário (utópico) de fraternidade entre os homens e os animais, enquanto a Grécia retrata os atuais movimentos populacionais. Israel apresenta projeto onde ajuda de primeiros socorros podem ser lançados de paraquedas sobre zonas de desastres e guerra.

Assim como no libro de Tomas Morus, o presente indesejado é mostrado ao lado de um futuro ideal. Enquanto alguns países pensaram no futuro, outros tentam salvar o presente com seus projetos e ideias.

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Contemporâneo de design não carregado

O designer Rodrigo Borges assina o projeto do Lounge Bambuí na Morar Mais, com muita leveza e design nacional

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Em sua 9ª edição, a Morar Mais Goiânia destacou 45 m² de seu espaço para o Lounge da construtora Bambuí, pensado e projetado pelo coordenador da mostra Rodrigo Borges. Sustentablidade e brasilidade, que são as máximas da exposição, são também as filosofias do ambiente de Rodrigo, que preza pela leveza e pela beleza do design contemporâneo.

Já no quarto ano de mostra, Rodrigo conversou com o Blog AZ sobre o espaço projetado para a construtora. Sentados em uma cadeira Aristeu Pires de frente para a mesa Paulo Alves e para um belíssimo por do sol, o jovem profissional contou ao nosso blog como foi projetar o ambiente para a mostra 2016 e sobre a escolha das peças de design – vindas do Armazém da Decoração para mobiliar o ambiente da Bambuí.

“Esse ano eu fiz um ambiente para a patrocinadora com o meu estilo de projeto”, explicou o designer, que nos anos anteriores criava um personagem para direcionar seu projeto. “Como esse ano recebi um briefing da patrocinadora de como seria o ambiente, trabalhei com ele, mas trouxe para o espaço um pouco da identidade das pessoas que passariam por aqui” contou. Sua própria identidade também faz parte do ambiente, já que trouxe alguns itens pessoais para decorar o espaço, como alguns livros.

O espaço de Rodrigo faz parte dos 26 ambientes que pretendem mostrar ao público que é possível criar espaços de design com sustentabilidade e orçamentos possíveis. Durante a conversa, ele falou sobre as tendências do design, como o grafismo – presente em seu ambiente – e sobre o design mobiliário nacional, já que seu ambiente está cheio dele. Confiram a entrevista.

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Como é trabalhar com sustentabilidade, brasilidade e inclusão social, que são os lemas da Morar Mais e trazer essas diretrizes para dentro de um espaço?

A sustentabilidade é uma máxima dentro da Morar Mais que se relaciona com o apelo do  mais por menos, filosofia que eu utilizo na minha vida profissional. O mais por menos visa priorizar as técnicas de otimização. Eu busco otimizar o orçamento do cliente e trabalhar dentro daquilo que ele me forneceu. Se o cliente me fala que quer uma poltrona Voltaire, do Sérgio Rodrigues, eu sei que esse desejo vai comprometer meu orçamento, mas trabalho com esse jogo de cintura que é o próprio conceito da Morar Mais: trabalhar com o impossível dentro do possível e entregar, ao final, a Sérgio Rodrigues em um ambiente bonito dentro do orçamento planejado. Ao final, fazemos um projeto hign low onde, dentro de um mesmo ambiente, temos o caro e o barato.

E você vê a sustentabilidade ser mais aplicada na vida prática dentro do campo do design e da arquitetura?

A sustentabilidade é muitas vezes difícil de ser aplicada na vida prática porque o cliente tem que comprar a ideia. Um piso com certificação sustentável é caro, já que é fruto de muita pesquisa e trabalho. Os benefícios são reais, mas por não ter ainda não tem os preços tão bons quanto o cliente gostaria. Materiais como revestimento cimentício já tem sido bem recebidos, visto que têm um bom custo benefício. No design, é mais barato e abre espaço para a criatividade e, para o meio ambiente, tem a qualidade de não vir do desmatamento, como a madeira.

A brasilidade está sendo muito discutida no design e vem sendo trazida como tema em diversas mostras, você acredita que o design nacional tem ganhado mais força nos últimos anos?  

O produto nacional vem sendo valorizado. O design brasileiro mudou muito, está super bonito e já transpôs as fronteiras nacionais e tem sido muito exportado. A gente vê design brasileiro em importantes feiras internacionais, como a de Milão. No meu ambiente da Morar, eu escolhi por usar apenas mobiliário nacional e, sobretudo, regional. Eu tenho aqui peças do Aristeu Pires, Paulo Alves, Sérgio Rodrigues e Fernando Zanardi. Minha ideia foi valorizar o que é nosso e o que a gente tem de melhor.

Qual a dica que você dá, dentro da proposta da Morar Mais, para o jovem que ou não tem orçamento ou não tem espaços muito grandes na hora de decorar?

Para o cliente, minha dica é contratar um profissional que vai conseguir pensar o espaço e encontrar soluções dentro do orçamento que ele possui. Para o profissional, a dica é a pesquisa. Sair para olhar as tendências, os preços e os estilos que têm no mercado. Se o ambiente é pequeno, o importante é encontrar soluções que dão amplitude ao espaço, com fluxo bem e respeito às normas técnicas. Cada projeto tem que ser único, é isso que faz um bom design conceitual.
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Serviço
Morar Mais
Onde: 
Palco Vaca Brava (Rua C-237 QD. 553 Jardim América)
Quando: 18 de agosto a 25 de setembro – de terça a sexta-feira, das 15h às 22h;
Sábado e Domingo das 14h às 22h
Quanto: Inteira R$ 40,00 | Meia R$ 20,00

O incrível trabalho de Jerszy Seymour

O incrível trabalho de Jerszy Seymour, o alemão erradicado em Milão

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A mesma ponte aérea que liga Berlim, Londres e Milão, traça os caminhos que desenham a vida de Jerszy Seymour, badalado designer de produtos e móveis. Seymour nasceu em Berlim, estudou em Londres, mas firmou suas bases na capital italiana do design.

Jerszy Seymour gosta de se aventurar em projetos experimentais que combinam interação social, com criatividade e diversão. Um verdadeiro alquimista em suas abordagens. Formado em engenharia de produção com mestrado em design industrial, desenvolveu uma habilidade única em brincar com diversos tipos de material.

Seus trabalhos abusam das cores e de formas inspiradas em desenhos animados. Um estilo que provoca, quando brinca com as referências trazidas da cultura pop. A replica em tamanho real do famoso carro usado pela dupla de criminosos saídos das telas do cinema, Bonnie & Clyde, tornou o designer conhecido. Assim como suas cadeiras de plástico criadas com método de produção que é, ao mesmo tempo, artesanal e industrial.

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Morar Mais abre as portas para mostra 2016

Morar Mais expõe 26 ambientes de design e sustentabilidade entre os dias 18 de agosto e 25 de setembro

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Já pensou em Morar Mais por menos? Ligia, Sabrina e Sandro Schuback sim. Em 2004 os empresários perceberam uma carência de exposições que trouxessem, além de bom design, uma alternativa para quem vai decorar a primeira casa e não pode gastar valores exorbitantes. Em sua 9ª edição, a Morar Mais Goiânia abre as portas para o público a partir de hoje (18) em um edifício residencial localizado no Jardim América.

Sustentablidade e brasilidade são as palavras que inspiraram os profissionais para desenvolverem seus projetos. Reaproveitamento de matérias primas, ideias descoladas e muita cor são algumas das características dos ambientes da mostra 2016.

Com a curadoria de Sorais Prates, a Morar Mais este ano foi projetada por 45 profissionais entre arquitetos, designer de interiores e paisagistas que criaram 26 ambientes que pretendem mostrar ao público que é possível criar espaços de design com sustentabilidade e orçamentos possíveis.
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Serviço
Morar Mais
Onde: Palco Vaca Brava (Rua C-237 QD. 553 Jardim América)
Quando: 18 de agosto a 25 de setembro – de terça a sexta-feira, das 15h às 22h;
Sábado e Domingo das 14h às 22h
Quanto: Inteira R$ 40,00 | Meia R$ 20,00
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Cem anos e ainda atual

Fornasetti, artista milanês, e sua obra atemporal

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Há cerca de 100 anos atrás, o mundo ainda comentava o naufrágio da maior invenção da engenharia náutica, o Titanic, e discutia os rumos da Primeira Guerra Mundial, que só chegou ao fim em 1918. Há 100 anos, as mulheres ainda se viam reféns do espartilho e dos vestidos de gala que hoje servem como fantasias finas para festas temáticas. Há cem anos, artistas inauguraram movimentos vanguardistas que assustavam o gosto dos mais tradicionais. Hoje, quase tudo de 100 anos atrás não passa de passado… Quase tudo…

Em 1913 nascia em Milão um artista raro, dono de uma obra que não envelheceu um dia em mais de 100 anos. Piero Fornasetti foi ilustrador, escultor, pintor, designer gráfico e artesão. Sua obra nascia sempre de uma imagem encontrada em uma folha de revista, ou em um pedaço de lembrança do seu passado. Mas foi o rosto da soprano Lina Cavalieri, encontrada em uma revista do século 19, que se tornou o símbolo maior de sua obra – centenas de peças foram feitas com a imagem de seu rosto que ganhou mais de 350 versões diferentes.

Os desenhos do milanês foram transformados em cinzeiros, mobiliário, pratos, papéis de parede e muitos outros objetos. Após a morte do artista, em 1988, seu filho, Barnaba Fornasetti, cuidou para que seu trabalho não fosse esquecido. Barnaba leva adiante o legado do pai e organiza o acervo e as exposições com os trabalhos de Fornasetti.

“Eu me lembro que, aos 3 anos, eu trouxe do parque uma folha de hortênsia, e ele a transformou em um desenho para uma de suas obras”, contou certa vez Barnaba. Fornasetti criou 11 mil produtos de todos os tipos entre móveis e peças de design, como pratos, vasos, lustres, tecidos e azulejos.

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Design Olímpico

A abertura dos Jogos Olímpicos 2016 destacou o que o Brasil tem de melhor, inclusive no design, arquitetura e paisagismo

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A noite da última sexta-feira (5) foi uma celebração do Brasil para o mundo. Pelo menos foi esse o resultado que a equipe comandada pelo cineasta Fernando Meirelles (diretor de Ensaios sobre a Cegueira e Cidade de Deus) conseguiu com a belíssima cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

A capital carioca recebe 16 dias de jogos com mais de 11 mil atletas de mais de 200 países e a abertura foi o momento de mostrar ao mundo o que o Brasil tem de melhor. Além da música, muito bem representada por nomes como Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Elza Soares, a arte, o design e a arquitetura marcaram presença.

Um grito pelo Meio Ambiente

Um grito pelo Meio Ambiente

Bem no início da cerimônia fomos presenteados com uma versão do hino nacional cantada por Paulinho da Viola e músicos bem confortáveis sobre as poltronas Lúcio, do nosso eterno mestre do design moveleiro Sérgio Rodrigues. A homenagem acertou dois alvos com uma só peça de design. A cadeira Lúcio foi uma homenagem de Sérgio Rodrigues ao amigo Lúcio Costa, responsável por desenhar o plano piloto que deu vida à capital federal.

Mas esses nomes não foram os únicos do design a aparecer em referências festivas durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. A arte geométrica brasileira foi igualmente homenageada com a representação do trabalho de Athos Bulcão, que muito fez por Brasília. Nos primeiros segundos da abertura, antes mesmo do presidente do Comité Olímpico Internacional ser anunciado, bailarinos dançaram no palco com tecidos nas formas geométricas usadas por Bulcão em seus trabalhos artísticos.

Formas geométricas de Athos Bulcão

Formas geométricas de Athos Bulcão

Outro momento de grande inspiração foi o voo de Santos Dumont no 14 Bis. O avião voou pelo Maracanã ao ritmo da bossa nova. Sobre as curvas da Cidade Maravilhosa, mostrou o Rio que tanto inspirou Tom Jobim, Vinícius de Moraes e as obras de Oscar Niemeyer e do paisagista Roberto Burle Marx – Burle Marx inspirou os organizadores também no formado do palco que representa um de seus famosos jardins carioca.

Ao final ficou, além da alegria, uma bela mensagem de respeito e de paz. Fernando Meirelles, ativista ambiental, aproveitou que a festa com cerca de 3 bilhões de espectadores atentos de todo o mundo,  para chamar a atenção para a necessidade de preservação ambiental. Uma floresta foi plantada com uma sementinha de árvore trazida por cada um dos atletas que entraram na arena. Daqui uns anos, além da lembrança, o Rio herdará desse momento uma floresta de árvores das nações.

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Fotos: Agência Brasil/ Divulgação