Tokujin Yoshioka: design e inovação

O designer japonês Tokujin Yoshioka brinca com objetos e os materiais para inovar no design mobiliário


Tokujin Yoshioka não é um completo desconhecido do Blog AZ, mas talvez você tenha passado por seu nome despercebido quando falávamos na Kartell. Vamos às apresentações: Yoshioka é considerado um dos mais importantes designers da atualidade. O trabalho do japonês caiu no gosto da italiana do plástico, bem como da Hermes, Toyota, BMW e Swarovski.

O designer e artista Tokujin Yoshioka abusa da transparência, é amante das novas tecnologias e cria pelo desejo de inovar e experimentar em seus trabalhos – não apenas no mobiliário como em instalações de arte. Tokujin Yoshioka já trabalhou com nomes como o de Issey Miyake e grande parte de seus trabalhos está exposta em galerias de museus.

Nascido no Japão em 1967, o designer fundou seu próprio estúdio em 2000, na cidade de Tóquio, depois de aprender muito com Shiro Kuramata e Issey Miyake. Em 2002 passou a expor no Salão do Móvel de Milão e fez dele sua vitrine para o mundo.

Seu gosto pela experimentação e por novos materiais resultou em incríveis (e inimagináveis) projetos. Em 2001, Yoshioka criou a famosa Honey Pop. A cadeira foi feita com o favo de mel de papel, usado na construção de lanternas chinesas. A cadeira, assim como um caderno fechado, se abre dando forma ao móvel que aceita a forma de quem nele se senta. A cadeira amolda seu formato ao formato do corpo de quem se senta sobre ela, de modo que as células do favo de mel da camada mais externa se compactam.

Outro sucesso inusitado do designer foi a Presidente Pane. A cadeira foi fabricada seguindo uma receita de pão. O material é despejado em uma forma e levado ao forno para “assar”. O calor dá ao objeto sua forma final.

Não á a toa que o trabalho de Tokujin Yoshioka é visto como uma obra de arte. Parte de suas peças estão expostas no Arte Moderna de Nova York, Centre Pompidou, em Paris, o Vitra Design Museum, em Berlim e o Victoria & Albert Museum, em Londres.

Mobiliário urbano

O design mobiliário pensado para as cidades

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Quando falamos em design mobiliário estamos falando em móveis para casas e espaços corporativos, certo? Errado! A arquitetura tem um campo específico para o estudo e desenvolvimento de design mobiliário para as cidades. Para aqueles que já perceberam a importância da interação do homem com os centros urbanos no alcance de melhores condições de vida, podem imaginar a importância do mobiliário urbano para as cidades contemporâneas.

Na realidade, o mobiliário urbano cumpre funções tão essenciais nas cidades quanto o design mobiliário cumpre na decoração das casas e espaços comerciais. Já imaginou uma residência sem mesa de jantar ou cama? Pois é, mas algumas cidades seguem sem bancos, vasos ou abrigos para a espera de ônibus, enquanto que outras cidades instalam tais móveis pautados na lógica (ilógica) da arquitetura hostil.

Design urbano - Barcelona

Design urbano – Barcelona

O belo e receptivo mobiliário urbano faz parte da filosofia defendida pela arquitetura de integração. Quanto mais espaços abertos ao público, mais as cidades se tornam os quintais de sua população. Mais para além de se instalarem lixeiras, pontos de paradas de bicicletas e bancos, em alguns países a preocupação é com a implantação de equipamentos que satisfazem as necessidades estéticas. Ora, nada impede também que este mobiliário urbano seja algo bem parecido com os móveis feitos para as casas: ergonômicos e belos.

Na Dinamarca, por exemplo, é possível encontrar design assinado na rua. É o caso dos bancos dispostos na calçada da cidade de Sunderland, assinados pelo designer britânico Charlie Davidson. O Banco Charlotte, de Paulo Alves, também já foi usado em espaços públicos cumprindo bem sua função, já que o designer fez a peça pensando nesta finalidade.

Bancos design na Dinamarca

Bancos design na Dinamarca

Ponto de onibus design na Estonia

Ponto de onibus design na Estonia

Moda da Mula Preta do design

Felipe Bezerra e André Gurgel criaram a Mula Preta, estúdio de design mobiliário

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Foi durante uma troca de figurinhas que os designers Felipe Bezerra e André Gurgel viram que tinham algo em comum: o hobbie e o talento para o design de móveis. Quando falamos em “troca de figurinhas”, estamos falando literalmente, já que foi quando André e Felipe trocaram seus croquis é que descobriram que podiam desenvolver juntos os projetos que estavam no papel.

“Nós então passamos a desenvolver essa ideia de design mobiliário e começamos a projetar móveis que chamariam a atenção para o trabalho que queríamos elaborar”, explicou a dupla. “Foi assim que surgiu o Mula Preta”, concluíram. O nome não veio do nada, a dupla o pegou emprestado de Luiz Gonzaga, da música Moda da Mula Preta, para dar ao estúdio a identidade nordestina com o humor dos designers.

O estúdio de Design de Produtos fundado por Felipe e André em Natal, nasceu em 2012, mas já ganhou nome e muitos prêmios – entre eles o prêmio de design da feira de Milão nos anos de 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. Especializaram-se no projeto e na criação de produtos mobiliários que unem a sofisticação comum ao design brasileiro com a criatividade comum dos designers.

Quando André e Felipe decidiram se associar pela grande afinidade na esfera criativa, não imaginaram que daria tão certo. André Gurgel é designer com especialização em design gráfico tridimensional e visualização de produtos e Felipe Bezerra é arquiteto graduado pela UFRN e dirige também o escritório Felipe Bezerra Arquitetos desde 2000.

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