Já imaginou fazer da arquitetura moda? Vitorino Campos já. O estilista não só imaginou, como colocou sua mente criativa em prática. Ele utiliza as linhas retas e curvas que dão origem a edifícios quase artísticos da arquitetura mundial e as transforma em peças de roupa. E ele não é o único, pois não é de hoje que moda e arquitetura cruzam seus caminhos.
Reinaldo Lourenço usou Portugal como inspiração para a coleção de inverno da São Paulo Fashion Week no ano passado. Bairros e edifícios serviram de inspiração para o estilista. A marca Maria Bonita usou os traços de Lina Bo Bardi como inspiração para uma coleção apresentada em 2010 também na cidade de São Paulo – berço afetivo da arquiteta italiana.
A arquitetura, no entanto, é uma influência quase que constante nos trabalhos de Vitorino Campos. O estilista está à frende da marca que leva seu nome e também da famosa Animale, esta que em 2016 dedicou toda uma colação a Tadao Ando. Tadao é um arquiteto japonês de vertente modernista, ganhador do Pritzker em 1995, que muito se utiliza do concreto e das linhas retas. “Fiquei encantado pelas linhas limpas e simples e o uso da luz natural como elemento arquitetônico”, explicou o estilista.
O estilista estuda a obra do arquiteto e traduz sob sua própria ótica. Zaha Hadid também recebeu homenagem em forma de roupa. “Fico abismado com a capacidade dela em transformar estruturas e materiais tão pesados em curvas tão leves. São obras contemporâneas repletas de personalidade”, declarou Vitorino.
“Uma estrutura metálica pode se tornar uma bolsa; uma porta, um bolso. Tudo depende do olhar que se tem”. E seu olhar não desperdiça nada. O estilista aproveita até os materiais utilizados por arquitetos e os transforma em artigos de moda, como pulseiras, brincos e bolsas. O estilista mostra que na arte, tudo se aproveita e na criatividade, tudo se mistura.
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