Design é meu mundo / Casa Cor

Poltrona Zine no ambiente de Claudia Zuppani


Veterana de Casa Cor, Claudia Zuppani criou um ambiente pautado na arquitetura nômade, uma casa que pode ser carregada. Mas sua escolha não a impediu de selecionar o melhor do design para seu ambiente, afinal uma vida em movimento pode ser também uma vida de conforto e beleza.

Dentro dos grandes nomes do design que habitam a Casa Nômade, está a poltrona lançamento de Zanini de Zanine. Zina é o nome da estrela do nosso Design é Meu Mundo Casa Cor. A poltrona nasceu da combinação de três materiais que pouco se misturam: aço carbono, linho e madeira maciça.

Seu design é reflexo de seu designer, arrojada como Zanini de Zanine. Zanini mergulhou o modernismo herdado do pai – Zanine de Caldas – no contemporâneo criativo de seus desenhos irreverentes. Os traços da Zina, lançada no final de 2016, são exemplos disto. A poltrona é o resultado da perfeita harmonia entre os traços modernos com o design contemporâneo.

A vida em movimento

Claudia Zuppani assina, na edição 2017 da Casa Cor Goiás, a Casa Nômade com uma arquitetura que perdura no tempo de uma vida em movimento

No dicionário formal da língua portuguesa, a palavra “nômade” significa itinerante. A prática do nomadismo é arcaica, mas ainda usual entre certas tribos ou etnias que não se fixam em um lugar específico. Esta prática, no mundo contemporâneo, tem alcançado as tribos das grandes metrópoles e mais pessoas têm decidido não se fixar em um único lugar.

Foi pensando nessas pessoas, e na possibilidade de viverem se mudando sem perder o conforto do bom design, que a arquiteta Claudia Zuppani projetou seu ambiente na edição 2017 da Casa Cor Goiás. A Casa Nômade possui 85 m² com sala, estar, garagem, banheiro, varanda e um espaço que perfeitamente se amolda a um quarto.

O ambiente é inspirado na arquitetura nômade, que é um conceito de arquitetura onde construções podem ser montadas, desmontadas, transportadas, armazenadas e depois remontadas em outro local ou para outros fins. A arquitetura nômade ganhou notoriedade no Brasil com as construções levantadas para receber as Olimpíadas de 2016. Algumas arenas, como a Arena do Futuro, foram projetadas para serem readaptadas e transformadas em escolas.

Ao contrário do que o nome possa sugerir, arquitetura nômade não é arquitetura efémera. Pelo contrário. Ela possibilita que a arquitetura perdure no tempo de uma vida em movimento. No caso da cutado com perfis metálicos, paredes e teto em material termoacústico – características comuns também nas construções em containers.

O mobiliário é outro ponto que reafirma a perenidade do ambiente de Zuppani, afinal, ninguém escolhe um bom design para que ele não dure. Nomes como Carlos Motta, Zanine de Zanini e Sérgio Rodrigues se destacam nos ambientes que formam a garagem nômade da Casa Cor. As obras de arte são da artista Fabiana Queiroga, que criou cerâmicas, aquarelas e esculturas, todas de inspiração nômade.

Fotos: Marcus Camargo

Abrigo do conhecimento

Casa Cor Goiás: a Biblioteca da mostra 2016 foi projetada pela arquiteta e urbanista Cláudia Zuppani

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Um espaço onde se coleciona informações é tão sagrado quanto o solo de uma igreja, deve ser por isso que a arquiteta Cláudia Zuppani projetou com tanto carinho a Biblioteca da Casa Cor Goiás 2016. Se buscarmos a etimologia da palavra “biblioteca”, vamos encontrar no idioma vindo da Grécia – berço do conhecimento – a palavra βιβλιοϑήκη, que é a junção de “livro” e “depósito”.

Atualmente, com o mundo digitalizado, biblioteca virou sinônimo de “sala de estudo”, os livros deixaram de ser a atração principal do ambiente e sua principal finalidade, o aprendizado, vem se perdendo. Este comportamento assusta um pouco a arquiteta. “Tenho sentido que certos valores milenares têm sido questionados, como o estudo e conhecimento, por isso criar um ambiente que têm nessas palavras sua maior inspiração é uma forma de resgatar algo de tão importante para os brasileiros”, explicou a profissional.

Conhecimento é poder, e é nesse poder que o espaço de 80m² encontrou inspiração. O ambiente é contemporâneo e despojado, um perfeito contraste entre o simples e o luxuoso. Na arquitetura, Cláudia Zuppani optou pelo resgate. “Decidi projetar um ambiente de forma a ensimermar-se”, explicou a arquiteta brincando com as palavras. “Foi um verdadeiro retorno a si mesmo, já que optei por preservar a arquitetura local e trabalhar com a beleza existente no próprio galpão que formava o prédio antes da chegada da mostra”.

Com as paredes descobertas em tijolos aparentes e o teto revestido apenas pelas telhas que forram o galpão, a arquitetura cuidou de dar ao ambiente um tom mais despojado. Ficou então a cargo da decoração o toque de luxo do espaço. O mobiliário reúne peças renomadas do design brasileiro, como a estante Jader Almeida, poltronas Lina Bo Bardi e Sérgio Rodrigo – peças vindas do Armazém da Decoração.

O ambiente é diferenciado não apenas por seu espaço acolhedor, mas também por valorizar o momento intimo ideal para ler, meditar e pesquisar. A parede com tinta própria para escrever com giz é uma homenagem ao antigo quadro negro de escola. O piso em carpete evita ruídos no ambiente, revestimento que possibilita a concentração e o aconchego essencial de uma biblioteca.

Cláudia Zuppani se diz uma amante do conhecimento, dessas que adora sentar e pesquisar. Talvez por isso não tenha brincado com as palavras apenas durante a entrevista com o Blog AZ. No ambiente, algumas frases desfilam nas paredes e Cláudia deu destaque para as maiores palavras encontradas na língua portuguesa, como “inconstitucionalissimamente”.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Da cultura ao luxo

Cláudia Zuppani se inspira nas modernas mulheres viajadas para criar um living cheio de luxo e cultura

Cláudia Zuppani - Living 02

Cláudia Zuppani – Living 02

Cláudia Zuppani se inspira nas modernas mulheres viajadas para criar um living cheio de luxo e culturaPara Cláudia Zuppani Casa Cor é uma oportunidade de mostrar ao público o valor que tem um o espaço interno e em seu ambiente na mostra de 2014 a arquiteta mostrou ao público esse valor com muito luxo e cultura. “Tudo que vemos pode ser fonte de inspiração na hora de criar algum ambiente e esse ano eu me inspirei em um look que vi na revista”, contou Cláudia para o Blog AZ ao mostrar seu ambiente na Casa Cor Goiás 2014.

A tal inspiração foi a roupa de uma mulher vestindo saia azul e cinza com uma blusa preta. A figura da mulher bem vestida serviu de personagem para a qual Cláudia projetou seu ambiente. O design contemporâneo do Living de 65 metros quadrados foi idealizado pensando nos amantes da arte e da cultura. A roupa feminina que serviu de inspiração para a arquiteta foi projetada em todo o ambiente que herdou da saia do look a predominância nas cores cinza e azul.
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Os tons do espaço, além de seguirem a tendência da moda, deram ao ambiente muito luxo e sofisticação. O papel de parede leva a clássica e fashion estampa pied de poule e o estilo clean contemporâneo foi quebrado pela estante iluminada e as duas gigantes telas do artista plástico Leonam Fleury, que se destacaram no espaço. O living de Cláudia é o local perfeito para a anfitriã, moderna e viajada, tomar vinho e ouvir boa música com os amigos.

Muitos quadros, livros e objetos de arte fazem parte da decoração assim como o mobiliário de luxo e qualidade. Cláudia Zuppani compôs seu espaço com peças da Neo Box e Sergio Rodrigues – todas do Armazém da Decoração. A clássica Poltrona Voltaire, que o mestre do design desenhou em 1967, frente a frente com a Poltrona stella, que Sérgio Rodrigues criou em 1956, casaram perfeitamente com o espaço e com o conceito de elegância proposto pela arquiteta.

Nesse ano de Casa Cor, a veterana de mostra explorou a cultura, o luxo, a moda, a elegância e o conhecimento em um espaço aconchegante e criativo.
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Fotos: Marcus Camargo