Conheça a biblioteca futurista da China

A Biblioteca Pública de design futurista inaugurada em Tianjin que tem causado furor nas redes sociais

Nas últimas semanas uma biblioteca tem chamado a atenção do mundo. Tanta que viralizou na internet. Mas qual a razão de tanto furor? É que na era da tecnologia, a China criou uma biblioteca de design futurista com capacidade para mais de um milhão de livros. O mundo está lá dentro em forma de histórias em folhas de papel.

Desde que as imagens da biblioteca caíram nas redes, a cidade de Tianjin (localizada a 120 km de Pequim) tem recebido turistas em busca de conhecer este reduto literário. Atualmente, edifício de seis andares abriga “apenas” 200 mil exemplares, mas a biblioteca pretende passar de um milhão. Por enquanto, um truque de imagem dá a sensação de que as paredes abrigam mais livros do que de fato ali estão. É que placas de alumínio, colocadas nas prateleiras superiores, se passam por exemplares de papel.

O design é simples e paradoxalmente complexo. Os arquitetos do escritório holandês MVRDV criaram uma estrutura fluida que partiu de um auditório em forma de esfera. A impressão é a de que os livros dançam nas prateleiras – estas que são também bancos. Muito embora a ideia tenha sido boa, a execução deixou a desejar.

As estantes mais altas, que seriam acessadas por meio de quartos que ficariam atrás delas, estão sem alcance. É que os quartos foram cortados do projeto original e não por ordem dos arquitetos da MVRDV. O diretor da biblioteca, Liu Xiufeng, disse que o design que tanto chamou a atenção do público tem sido uma dor de cabeça.

Segundo ele, não queriam o átrio como local de armazenamento de livros. Na forma como foi finalizado, o átrio concentra um grande grupo de visitantes atentos nos livros e desatentos nas escadas e este fato tem causado acidentes.

A Biblioteca Pública faz parte de um plano maior do Instituto de Urbanismo e Design de Tianjin para transformar o município em um polo cultural. A ideia é construir um complexo com mais de 120 mil m² voltado para arte e o lazer.

Imagens: Divulgação MVRDV

China cria primeira cidade sustentável do mundo

Marcado para 2020 a inauguração da primeira Cidade Jardim do mundo, no interior da China


Não é de hoje que a China tem investido em projetos de sustentabilidade, mas o anúncio do projeto mais recente ultrapassou qualquer outro no assunto em todo o mundo. É que o país iniciou a construção da primeira cidade floresta do mundo instalada em Liuzhou.

Serão mais de 40 mil árvores e um milhão de plantas de diversas espécies distintas. A ideia, saída da mente criativa do italiano Stefano Boeri, é cobrir de verde a fachada de todos os edifícios da cidade: hospitais, escolas, casas, hotéis, escritórios e comércio ficarão revestidos de plantas e árvores.

Se o nome do arquiteto parece familiar é porque o italiano foi responsável por um dos jardins verticais mais famosos do mundo, construído em Milão no ano de 2014. Foi após sua popularização que outras cidades do mundo passaram a receber edifícios com o projeto similar.

A cidade chinesa está sendo projetada para abrigar cerca de 30 mil habitantes em um terreno de 175 hectares. O verde que dá ao projeto urbano o título de cidade 100% sustentável será o responsável pela qualidade de vida de seus moradores, já que irá melhorar a qualidade do ar, diminuir a temperatura média do ambiente e criar barreiras naturais contra a poluição sonora.

O escritório de Stefano Boeri destaca que esta será a primeira vez no mundo que um complexo urbano combinará o desafio da auto suficiência energética e do uso de energia renovável com o de aumentar a biodiversidade e efetivamente reduzir a poluição do ar – a diversidade das plantas escolhidas possibilitará que novos habitats sejam criados para aves, insetos e pequenos animais. E se você acha que 30 mil é pouco, lembre-se que Goiânia foi projetada para habitar este mesmo número de pessoas.

 

Imagens: Divulgação

China proíbe construção de prédios estranhos

Governo Chinês lança medidas de planejamento urbano para banir construção de prédios estranhos no país

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Aos olhares mais atentos e, em alguns casos, até aos menos atentos, alguns edifícios chamam a atenção pela criatividade – ou mesmo pela bizarrice. O Brasil abriga alguns desses empreendimentos arquitetônicos que mais parecem saídos de filmes futuristas de Hollywood, como o edifício da Procuradoria Geral da República em Brasília, muito mostrado nos jornais desde o início da operação Lava Jato.

A China, entretanto, possui um sem número de edifícios considerados estranhos. O aumento no número de prédios de destaque se deu em meados da década passada por ocasião das Olimpíadas de Pequim e subiram arranha céus como símbolos de uma era onde a China se apresentou ao mundo como grande potência emergente.
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Ocorre que desde 2014, estes prédios passaram a incomodar o governo Chinês. Este ano o Conselho Estatal do país passou a incorporar em suas diretrizes sobre planejamento urbanístico normas que vetam a construção de prédios de arquitetura um tanto “bizarra” ou, nas palavras do porta-voz chinês “ostentação” ou “esquisito”. A ideia é desencorajar a construção de edifícios fora do padrão de normalidade.

Para citar alguns exemplos, o CCTV – edifício em forma de um “M” – foi muito criticado pelos chineses, assim como a réplica da Torre Eiffel colocada no interior do país. Em 2013, o edifício que jornal “People’s Daily” passou a ser comparado com o formato do de um pênis gigante – ao estilo dos edifícios construídos em Londres e em Barcelona. Na ocasião, as autoridades chinesas proibiram os operários que trabalhavam em sua construção de fazerem piadas pejorativas com o edifício.

Embora o veto vá impactar diretamente nos prédios públicos, a medida preocupa alguns arquitetos, que entendem que o desencorajamento pode também acabar limitando a criatividade dos designers.

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Philippe Starck desenha novo modelo de smartphone

O francês Philippe Starck firmou parceria com a empresa chinesa Xiaomi para desenvolver o design do mais novo smartphone da marca

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Que o francês Philippe Starck se desdobra em suas criações nos já sabemos, mas seu último projeto o levou para um novo ramo design: a tecnologia. Um dos nomes mais importantes da italiana Kartell firmou parceria com a empresa chinesa Xiaomi e desenvolveu o design do mais novo smartphone da marca.

O aparelho, batizado de Mi MIX, foi anunciado pela empresa na última semana como sendo o celular com o maior aproveitamento de tela. Philippe Starck criou o produto para ser produzido na cerâmica, com tela que aproveita quase que toda a superfície do aparelho. 91,3% para ser mais exato.

Segundo o designer, o trabalho foi um desafio novo em sua carreira. “Desenhar um smartphone é uma nova experiência criativa para mim. É criar nos dias de hoje o que será o celular do futuro”, publicou em seu site oficial.

Embora o produto ainda não tenha data para chegar ao Brasil, será lançado ainda este ano na China, com valor estimado entre US$ 600 e US$ 800 e 4 GB de memória RAM com 128 GB de armazenamento interno. Design é sempre design.
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Imagem: divulgação

Da China para o Mundo

O trabalho dos chineses da diáspora Lyndon Neri e Rossana Hu, que se formaram nos EUA e retornaram para fazer um trabalho que liga a China ao mundo

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Alguns trabalhos se destacam no mundo do design. O trabalho dos contemporâneos Neri e Hu é um deles. O primeiro destaque vai para a equipe multinacional formado pela dupla para acompanhar o mundo multicultural no qual vivemos. Lyndon Neri e Rossana Hu formaram-se em arquitetura pela universidade californiana de Berkeley. Ele seguiu para completar o mestrado em Harvard e ela, em Princeton.  Mais tarde, em 2004, se juntaram para abrir a Neri & Hu com sede em Londres e Xanguai com uma equipe que fala 30 línguas diferentes.

Com todo esse sincretismo cultural, não é difícil imaginar a riqueza do trabalho do escritório Neri & Hu Design e Pesquisa. A dupla utiliza-se da pesquisa como ferramenta de trabalho, o que fez o mundo ver seu trabalho como um novo paradigma da arquitetura. O escritório vem ganhando prêmios internacionais todo o ano, como um reconhecimento pelo trabalho com a interação dinâmica entre a experiência, o detalhe, o material, a forma e a luz.

O trabalho da dupla ficou conhecido por abordar, de forma internacional, uma arquitetura particular do continente asiático. Neri e Hu abusam da estética chinesa moderna sem, no entanto, deixar de dar valor às tradições locais ancestrais. Entretanto, os designers não se consideram donos de um estilo particular. “Nós não nos consideramos realmente confinados a um tipo de estilo arquitetônico. Eu acredito que nosso trabalho vem daquilo que somos, da nossa identidade como chineses da diáspora com formação nos EUA”, explicou Rossana em entrevista para a DesignBoom.

Mas o destaque da dupla não está adstrito à arquitetura. Hu e Neri são igualmente conhecidos, e reconhecidos, por seus trabalhos com o design mobiliário. Eles projetam para marcas como Classicon, De La Espada e Moooi.  No design, o gosto pela madeira é uma das grandes diretrizes do trabalho de Neri e Hu. “Sempre fomos fascinados pela madeira, pela vida que pode proporcionar a um espaço, tanto visualmente quanto no aspecto tátil. Gostamos de materiais naturais com acabamentos naturais, porque a pureza do material dá autenticidade ao modo como as pessoas percebem o espaço”, disseram à Vogue Casa.

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Caminhar no vidro

China inaugura primeira ponte com piso de vidro do mundo no Parque Geológico Nacional de Shiniuzhai

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A arquitetura esconde grandes preciosidades espalhadas pelo mundo e o Blog AZ tenta descobrir algumas delas e mostrar o que a criatividade humana é capaz de criar. Vamos combinar que não é de hoje que o homem desafia as forças da natureza e da física para dar vida aos projetos que viram sonhos nas folhas de um papel. No Egito, por exemplo, os escravos ergueram três pirâmides que mesmo com os recursos atuais não seria de fácil construção.

Em um contexto histórico e arquitetônico muito distinto daquele que moveu as construções do Antigo Egito, os chineses acabam de inaugurar, na província de Hunan, uma atração turística que vai abalar o emocional dos visitantes: uma ponte de vidro. Erguida a 180 metros do chão no Parque Geológico Nacional de Shiniuzhai, a ponte é a primeira suspensa com piso de vidro do mundo.

O cânyon do parque já tinha ganhado, pelas telas de cinema, uma ideia de cenário meio futurista quando foi usado para as filmagens do filme Avatar. Agora ganhou uma estrutura com seis grossos cabos de aço e uma camada dupla de vidro com 24 milímetros de espessura, 25 vezes mais forte que o vidro comum.

Batizada de Haohan Qiao, que em chinês significa a Ponte do homem corajoso, a construção tem extensão de 300 metros entre dois picos rochosos que de cima só se vê o que está embaixo, ou seja, o precipício sob seus pés. Os chineses prometeram que essa é apenas a primeira. Outra ponte de vidro está sendo erguida na região do Grand Canyon de Zhangjiajie e promete superar sua antecessora e ganhar o título de ponte com mais alta e longa passarela de vidro no mundo.

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Fotos: Divulgação

Arquitetura pelo mundo: Sunrise Kempinski

Sunrise Kempinski Hotel uniu a cultura tradicional com a arquitetura contemporânea em um impressionante edifício próximo a Pequim

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Na série arquitetura que encanta, o Sunrise Kempinski não poderia ficar de fora. O Blog AZ pode gastar várias linhas para tentar explicar o que é esse edifício contemporâneo localizado a 60 km de Pequim, e ainda assim não seria o suficiente. O prédio oval ficou pronto no final de 2014 para abrigar o Sunrise Kempinski Hotel, rede de hospedagem de luxo.

Nada em seu projeto foi feito por acaso. Além de ressaltar o exímio trabalho de seus arquitetos, o projeto conseguiu preservar a cultura chinesa e, ao mesmo tempo, mostrar ao mundo o que esse gigante asiático é capaz de fazer. Seu formato oval saindo da terra lembra um sol nascendo no horizonte e veio para simbolizar o rápido desenvolvimento da economia chinesa.

Sua construção gigante em formato de sol foi coberta por mais de 10 mil painéis de vidro com o objetivo de refletir o cenário a sua volta e a experiência deu certo: a parte baixa dos painéis reflete o Yanqi Lake, a porção média espelha o Yanshan Mountain e o topo do edifício oferece uma imagem cristalina do céu.

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A cultura chinesa é reconhecida nos pequenos detalhes. A entrada principal do hotel se assemelha à boca aberta de um peixe – sinal de prosperidade na cultura local. Do lado oposto, o hotel foi projetado para se parecer com uma vieira (molusco marinho abundante na Europa e Japão) – representante da fortuna na cultura chinesa.

Enquanto o hotel Sunrise reflete seus arredores durante o dia, à noite uma coleção de incontáveis luzes LED são responsáveis por um show pirotécnico de dar inveja na produção da Fête des Lumières de Lyon – um dos maiores festivais de iluminação do mundo.

O Hotel Sunrise Kempinski alcançou 97 metros de altura e 21 andares com um projeto elaborado para ser a mistura perfeita de elementos de design modernos e tradicionais chineses. Sob o comando do designer Zhang Hai Ao, mais de 60 arquitetos de todo o mundo se uniram para desenvolver o Sunrise. A construção do edifício durou dois anos e contou com 9.300 trabalhadores para completar a obra.

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