Design é Meu Mundo / Cadeira de Bola de Latão

Lina Bo Bardi desenvolveu seis exemplares da cadeira que se tornaria um ícone de seu trabalho

Em 1950 Lina Bo Bardi deu início ao que seria um de seus mais importantes trabalhos: a Casa de Vidro. Localizada em um terreno de 7 mil metros quadrados no Morumbi, a casa parece flutuar em seus pilares, sensação passada pelo emprego do vidro em sua fachada. De tão importante, a casa abriga atualmente o Instituto Lina Bo e P.M. Bardi que tem como objetivo promover e divulgar a arquitetura, design, urbanismo e arte popular.

Entretanto, não foi esse o proposito de Lina quando desenhou os traços do icônico projeto arquitetônico. Ali seria seu lar junto com Pietro Maria Bardi por mais de 40 anos e um espaço tão imponente mereceu móveis de igual relevância. Foi ai que Lina Bo Bardi criou a Cadeira Bola de Latão, que entrou no catálogo de peças reeditadas pela Etel Interiores em 2015.

A cadeira tem a mesma idade da Casa de Vidro, pois foi desenhada em 1951 se tornando uma das cadeiras mais enigmáticas de Lina Bo Bardi. A estrutura dos pés frontais se eleva e a peça é finalizada com uma esfera dourada, surgindo um forte caráter cenográfico. Lina confeccionou apenas seis cadeiras para a Casa de Vidro.

Arquitetura pelo mundo: Georg van Gass

Os cliffs de Westcliff Ridge, na cidade de Johannesburgo, escondem a beleza discreta da casa de vidro, aço e rochas projetada por Georg van Gass

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Quando Philip Johnson projetou sua casa, criou mais que um lugar para morar, criou um inegável patrimônio histórico e cultural responsável por inspirar outros profissionais em seus projetos. Foi o que aconteceu com o refúgio em Johannesburgo projetado por Georg van Gass.

Acontece que Philip Johnson se inspirou, por sua vez, na residência Farnsworth – também conhecida como a casa de vidro de Mies van der Rohe – de modo que o livro mais antigo já escrito no mundo tem razão quando diz que nada há de novo debaixo do sol.

O importante é que, independentemente de quem se inspirou em quem, todas essas construções merecem a atenção do Blog AZ. E a sua. A casa de vidro de Philip Johnson já foi protagonista de nossas matérias há uns meses atrás, hoje é a vez do projeto arquitetônico que Georg van Gass levantou em Westcliff Ridge na cidade de Johannesburgo, na África do Sul.

Entre árvores, rochas, pedra e cimento a estrutura de aço integra a casa à natureza. Escondida nos cliffs e possuidora de uma das vistas mais belas da região, a casa de Georg van Gass se vale de transparências e das rochas dos arredores. Algumas pedras de granito garimpadas no próprio local foram aproveitadas pela casa, já que uma das características do trabalho de Gass é a sustentabilidade. Outro marco de sua obra é o modernismo clássico, visível no resultado final da construção que mistura aço, vidro e pedra.

“Nós queríamos uma estrutura que fosse a mais leve possível combinada com uma estética elegante e atemporal que nos permitisse usar os elementos de aço não só como principais elementos estruturais, mas também como o motivo principal da arquitetura”, esclareceu o arquiteto ao falar de sua obra. Na verdade a construção parece flutuar, já que a estrutura de aço permitiu com que as paredes ficassem a alguns centímetros do chão.

O escritório de Georg van Gass responsável pela obra foi premiado com uma menção honrosa na categoria de arquitetura na reunião anual Instituto Sul-Africano para os Prêmios de aço estrutural para a sua concepção. Atualmente, seu projeto é referência da arquitetura moderna que esconde belíssimos projetos mundo a fora.

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Arquitetura pelo mundo: Glass House

O mundo da arquitetura espalha pelo mundo pequenas obras de arte e a Casa de Vidro de Philip Johnson é uma delas

(Fotos: The New York Times)

(Fotos: The New York Times)

Foi entre os vidros e a natureza que um dos maiores arquitetos norte-americanos imortalizou o seu nome e consolidou a sua carreira. Philip Cortelyou Johnson faleceu aos 98 anos de idade deixando para trás uma coleção de mais de duas mil obras, a Glass House entre elas. Entre aço, cimento e muito vidro, Philip Johnson projetou a sua residência privada que se tornou um inegável patrimônio histórico e cultural.

Inspirada na residência Farnsworth (também conhecida como a casa de vidro de Mies van der Rohe), a Casa de Vidro foi um dos poucos projetos modernistas da carreira de Philip. Nos 170 m² somente não foi erguido com parede de vidro o espaço reservado ao banheiro. Os ambientes internos não possuem divisórias e a casa é cercada por natureza.

A propriedade, localizada em New Canaan no estado de Connecticut, possui 20 hectares e ganhou também duas galerias subterrâneas – uma delas com teto de vidro – e um pavilhão ao lado do lago. Ao falar sobre o projeto, que foi desenhado mais de 15 vezes, o arquiteto defendeu a importância da escolha do terreno. “Uma casa sempre deve ser construída sobre uma elevação, pois os bons espíritos serão capturados pela colina que está por trás da casa”, contou no livro Philip Johnson: The Architect in His Own Words.

Anos antes de falecer em 2005, Johnson doou toda a propriedade para o National Trust for Historic Preservation. Atualmente, o lugar foi transformado em santuário da arquitetura. “Ele queria que o lugar continuasse vivo de uma forma criativa, sofisticada e divertida”, explicou Henry Urbach, diretor da Casa de Vidro. É que atualmente a Casa recebe cerca de 13 mil visitantes anualmente, sendo possível inclusive uma diária da Casa. Mas o luxo não sai barato e se hospedar na Glass House exige o desembolso de nada menos que 30 mil dólares pelo passeio.

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