Cineasta disponibiliza documentário sobre arquitetura de Brasília

O documentário, que está disponível no Youtube, participou de diversos festivais de cinema na Europa

No dia 21 de abril, Brasília comemorou 60 anos. Considerada um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, a capital brasileira é um ícone do modernismo e foi projetada pelo arquiteto Lúcio Costa, que teve grande influência de Le Corbusier. Devido à celebração deste ano, o cineasta Pedro Rodolpho disponibilizou gratuitamente no Youtube o documentário “O Corpo e a Cidade Modernista”.

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Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade

Há 30 anos Brasília recebia o título de Patrimônio Cultural da Humanidade sendo a única obra contemporânea a ser agraciada com o título

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No último dia 21 de abril a capital federal comemorou 57 anos de idade. Um bebe perto de cidades brasileiras como São Paulo, com 463 anos, e Salvador, com 468 primaveras, ou mesmo cidades europeias que já ultrapassaram um milénio de existência. Mas Brasília tem algo que a torna especial mesmo com poucos anos de vida: sua arquitetura única.

Foram os traços modernistas de Oscar Niemeyer e o urbanismo de Lúcio Costa que fizeram com que a capital brasileira fosse incluída em uma lista preparada pelo periódico britânico The Guardian sobre as cidades mundiais que devem ser visitadas pelos amantes da arquitetura e não é para menos, Brasília parece nascida fora de seu tempo e de qualquer outro tempo.

Foi por isto que em 1987, há exatos 30 anos, a capital brasileira foi tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 1972, a Unesco criou a Convenção do Patrimônio Mundial, para incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade.

Não é apenas um organismo internacional que pode tombar uma cidade ou um prédio, além da Unesco, os municípios, estados e a União podem tombar um monumento. O tombamento é definido pelo Direito brasileiro como uma das formas de intervenção do Estado na propriedade privada, já que uma vez tombado como patrimônio histórico, os prédios atingidos pelo ato enfrentam uma série de burocracias para sofrer pequenas intervenções – tudo deve ser aprovado pelo ente tombador.

Mas diante da importância arquitetônica de todo o Plano Piloto de Brasília, a Unesco entendeu que sua preservação deveria ser mundial e a tombou como Patrimônio Cultural da Humanidade. Por ser um marco da arquitetura e urbanismo modernos, Brasília é detentora da maior área tombada do mundo – 112,25 km² – e foi inscrita pela Unesco na lista de bens do Patrimônio Mundial em 7 de dezembro de 1987, sendo o único bem contemporâneo a merecer essa distinção.

Ao lado de Brasília, outras cidades possuem bens igualmente tomabos pelo órgão da ONU: o  Centro Histórico de Olinda (PE), as Ruínas de São Miguel das Missões (RS), o Centro Histórico de Salvador (BA), o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo (MG), o Parque Nacional Serra da Capivara (PI),  o Centro Histórico de São Luís do Maranhão, o Centro Histórico de Diamantina (MG), Centro Histórico da Cidade de Goiás, a Praça de São Francisco em São Cristóvão (SE), as paisagens do Rio de Janeiro, e o Conjunto Moderno da Pampulha.
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Imagens: Unesco / Ron Van Oers

Conheça a Poltrona Beto, uma das peças icônicas de Sergio Rodrigues

Poltrona Leve Beto, de Sérgio Rodrigues, foi mais um de seus móveis criados para fazer parte de Brasília

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Se Lúcio Costa desenhou a silhueta de Brasília e Oscar Niemeyer desenhou os monumentos, podemos dizer que Sérgio Rodrigues a mobiliou. Afinal, o mestre do design fez muitos móveis para habitarem os edifícios que abrigam a sede política do país. A Poltrona Beto, por exemplo, foi uma dessas peças.

Sergio Rodrigues em Brasília

Em 1958, Sergio Rodrigues recebeu um convite para elaborar as peças dos edifícios governamentais da nova capital, que estavam em construção. De acordo com Sergio, os edifícios eram adornados com peças de arquitetos estrangeiros, mas ele sabia que tinha como adicionar brasilidade ali.

“Eu achava que já que havia sido criada uma arquitetura monumental com pinta de Brasil, com alguma coisa de Brasil, a parte de complementos desses ambientes devia ser brasileira também. Devia ter alguma coisa de Brasil. Devia ter alguma coisa que refletisse a nossa cultura, os nossos materiais usuais”, disse Sergio Rodrigues.

A Poltrona Beto

Assim, durante esse período de criação para Brasília, nasceu a poltrona Beto, que era chamada, no incío, de PO-3. A peça tem estrutura de aço cromado e braço de madeira de lei, com o assento e encosto de espuma.

A poltrona Beto possui linhas esbeltas e geométricas. Comuns em muitas das peças de Rodrigues, os braços de madeira da Beto possuem um formato excepcionalmente belo. Ou seja, a poltrona se diferencia não somente pela funcionalidade, mas também pela elegância.

Essa foi a primeira que Sergio Rodrigues usou o metal associado à madeira, algo que repetiu em muitas de suas criações. Inicialmente, Sergio usava muito Jacarandá, mas essa madeira começou a ficar escassa e ele afirmou ter se arrependido de usá-la tanto. Certa vez, declarou: “O espírito da floresta permanece quando a madeira é tratada com amor.”

Quem foi Sergio Rodrigues

O carioca Sergio Rodrigues nasceu em 1927 e liderou o design de vanguarda brasileiro nas décadas de 1950 e 1960 e produziu obras que nunca mais serão esquecidas. Infelizmente, Sergio Morreu em 2014, aos 94 anos de idade. Hoje, a marca Sergio Rodrigues é comandada pelo primo do mestre, o também arquiteto Fernando Mendes. Clique aqui para ler mais sobre Sergio.

O Armazém AZ foi a primeira loja do Centro-Oeste a investir em uma aproximação com Sergio Rodrigues (saiba mais aqui). Atualmente, somos representantes da marca na região. Gostou da Poltrona Beto? Fale com um de nossos consultores e solicite um orçamento.

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Palácio da Alvorada visto de dentro

Fotógrafo mineiro Orlando Brito divulgou 46 imagens da casa oficial da presidência da república

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Entra governo e sai governo, os integrantes desse palácio mudam, mas sua beleza continua lá e foi imortalizada pelas lentes do fotógrafo Orlando Brito. É que o fotógrafo mineiro radicado em Brasília divulgou 46 imagens da casa oficial da presidência da república.

Alvorada foi o nome dado por Juscelino Kubitschek ao primeiro edifício inaugurado na Capital Federal. Quem conhece Brasília sabe que o nascer e o por do sol na cidade formam obras de arte naturais no céu, mas o nome foi dado por outra razão. Segundo o então presidente, “o que é Brasília, senão a alvorada de um novo dia para o Brasil?”.

O palácio foi projetado por Oscar Niemeyer na década de 1950 e tornou-se um símbolo do modernismo brasileiro. Madeiras, linhas retas e sobriedade são características marcantes da mansão presidencial, localizada às margens do lago Paranoá.

Por fora, o Alvorada é revestido de mármore com cortinas de vidro. O palácio ficou conhecido por seus pilares, símbolo do progresso técnico da engenharia. Niemeyer adotou formas puras e geométricas que, por outro lado, exigiram dos engenheiros cálculos mais complexos. Para Niemeyer, a concepção da obra estava na forma dos seus suportes que caracterizam o edifício e conferem uma leveza ao palácio.

As fotografias mostram um pouco o que é o interior do palácio, construído em três pavimentos. Orlando Brito, autor das imagens, chegou a Brasília quando menino e uniu a beleza da capital à importância de seu trabalho: atua em temas como política e economia, mas sem deixar de fotografas aquilo que Brasília tem de mais belo.

Atualmente o Palácio da Alvorada está desabrigado. É que com a saída da ex-presidente Dilma Rousseff, após processo de impeachment, seu antigo vice e agora presidente da República Michel Temer continua morando no palácio do Jaburu – casa oficial da vice-presidência da república – que estuda com sua família a possibilidade de se mudar e terminar o mandato presidencial morando no Palácio da Alvorada.

Fotos: Orlando Brito
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Brasília recebe acervo com obras de Rodin

A exposição “Auguste Rodin – O Despertar Modernista” abre as portas em agosto com obras vindas de São Paulo, Minas Gerais e Paris

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Progenitor da escultura moderna, o escultor francês Auguste Rodin fugiu às tradições da época e passou a esculpir a partir de temas da mitologia e da alegoria, modelado o corpo humano com um realismo novo diante da tradicional figura da escultura predominante. Entre seus principais trabalhos estão O beijo e o famoso O pensador.

Em Paris, Rodin tem um museu inteiro apenas para expor suas obras – os principais trabalhos do artista estão no Musée Rodin, inaugurado dois anos após sua morte, em 1919. Mas alguns de seus trabalhos chegam até nós e a Pinacoteca, de São Paulo, conta com algumas obras do artista em seu acervo. No mês de agosto, as obras de Pinacoteca, juntamente com outras que pertencem ao acervo da empresa mineira Vallourec serão expostas em Brasília.

“Distantes no tempo, as esculturas de Rodin e a arquitetura de Brasília dialogam, ambas, com a tradição barroca e a clareza do método construtivo”, explicou o curador da mostra, Marcus de Lontra Costa, quando justificava a escolha de Brasília para abrigar a exibição. A partir do dia 17 de agosto, “Auguste Rodin – O Despertar Modernista” vai ocupar a Galeria Marcantonio Vilaça, do Tribunal de Contas da União (TCU).

Formada por 14 esculturas e 36 fotos, a exposição conta com 10 do acervo da Vallourec e as outras quatro são do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo – origem também de parte das 36 fotografias que integram a mostra. As demais virão especialmente do Museu Rodin, em Paris, para serem expostas na capital federal.

A exposição terá entrada franca e permanecerá em cartaz até 5 de novembro no Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Edifício-sede do Tribunal de Contas da União — SAFS, Quadra 4, Lote 1.

 

Jornal britânico inclui Brasília na lista dos dez destinos de turismo arquitetônico

O jornal britânico The Guardian incluiu Brasília na lista das dez cidades que devem ser visitadas por turistas que buscam rotas arquitetônicas

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No meio do cerrado brasileiro, lá onde não havia muita coisa, uma cidade se levantou praticamente do nada. Seu nome? Brasília. A capital federal, uma jovem de apenas 55 anos de idade, carrega em sua história a fama de sua arquitetura. Nascida fora de seu tempo, e de qualquer tempo, Brasília destaca-se no meio das outras 26 capitais brasileiras e chama a atenção do mundo. Quem conhece, se espanta. Por isso o jornal britânico, The Guardian, incluiu a cidade entre os dez melhores destinos de turismo de arquitetura do mundo.

Segundo a lista, divulgada no final de 2015, a capital modernista deve ser conhecida pela sua arquitetura incomum. Brasília divide a lista com Miami, por sua art déco, com o cubismo e a art nouveau de Praga e outras sete cidades espalhadas pelos quatro cantos do mundo. É plenamente justificável a eleição do planalto central para figurar nesta lista, já que “a construção de Brasília começou em 1956 – com a cidade rapidamente se tornando um marco na história do planejamento de cidades”, como lembrou a própria publicação.

Muito antes dos planos desenvolvimentistas de Juscelino Kubitschek, dos planejamentos urbanistas de Lúcio Costa ou dos desenhos pós-modernistas de Oscar Niemeyer, Brasília já estava prometida ao Planalto Central. A discussão entorno da mudança da capital para o interior do país data de antes do Brasil virar uma república. A Constituição da República de 1891 definiu que essa nova capital deveria ser construída no Planalto Central.

Foi apenas 64 anos após esta decisão que a capital federal começou a ser construída no interior de Goiás, agora um Distrito Federal. O traçado da cidade obedeceu ao plano piloto de Lúcio Costa, batizado com este nome por ter sido a primeira proposta urbanística criada para a cidade. A ideia inicial era fazer uma cidade com a forma de uma cruz, mas o nome “Plano Piloto”, somado à semelhança do projeto com o desenho de uma aeronave, fez com que o formato da área fosse popularmente comparado com um avião, composto de um eixo monumental suas asas.
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Os prédios principais foram desenhados por Oscar Niemeyer e sua ideia de arquitetura explica bem a cidade. “Quando eu crio um prédio eu não me tranquilizo antes de ver que ele causa espanto e cria emoção”, contou certa vez em entrevista sobre Brasília.

O projeto urbano de Lúcio Costa, com as superquadras, tinha a intenção de criar bairros que favorecessem as relações interpessoais. O térreo dos edifícios seriam abertos e públicos para permitir que crianças brincassem próximas a seus blocos. Entre as quadras a única divisão seria uma área verde, sem cercas, com reserva de área para pequenos comércios locais, espaços onde todos poderiam se encontrar.

Ocorre que Brasília cresceu além do planejado. As asas norte e sul não foram suficientes para abrigar seus moradores e cidades satélites foram nascendo, ao contrário de sua cidade mãe, sem qualquer planejamento urbanístico. Outro ponto que pesou na construção da cidade foi justamente a construção da cidade. O presidente queria levantar a capital até o fim de seu governo, o que daria aos envolvidos no projeto um prazo de apenas quatro anos para concluir as obras. A velocidade com que a cidade foi levantada rendeu à Novacap, empresa responsável pelo projeto, a fama de ter sido responsável pela morte de inúmeros funcionários.

O charme da capital administrativa fica por conta também do Lago Paranoá. Criado artificialmente no intuito de elevar os baixos índices de umidade da região, o lago possui 48 quilômetros quadrados de área, profundidade máxima de 38 metros e cerca de oitenta quilômetros de perímetro. A cidade, além de ganhar o título de capital da arquitetura pós-moderna, foi tombada pela UNESCO em 1987 como patrimônio mundial.

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A arquitetura de Rem Koolhaas

O arquiteto holandês ganhou espaço e fama internacional e é considerado um dos grandes representantes da arquitetura pós-moderna

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Remment Lucas Koolhaas ou apenas Rem Koolhaas estudou cinema e televisão, mas dedicou sua vida para a arquitetura após se formar na Architectural Association School of Architecture, em Londres. Atualmente, além de ser um conceituado arquiteto, é também curador da Bienal de Veneza e professor de Harvard. Com suas obras carregadas do pós-modernismo liberal, Koolhaas assina importantes obras como a Casa da Música, em Porto, e a embaixada holandesa em Berlim.

Sua arquitetura pode ser vista nos quatro cantos do mundo e seu trabalho exige uma jornada quíntupla, já que Koolhaas possui escritórios em Nova York, Pequim, Hong-Kong, Doha e Roterdã. Após sua última visita ao Brasil em 2011, Koolhaas topou falar um pouco mais sobre nosso modernismo e a arquitetura em uma entrevista para a Folha de S. Paulo.

Ao se deixar entrevistar pela Folha de S. Paulo após um ano de trocas de e-mails e negociações entre os jornalistas do jornal brasileiro e a assessoria do arquiteto holandês, Rem Koolhaas falou sobre sua paixão pelo modernismo brasileiro e direcionou duras críticas ao arquiteto que desenhou Brasília. Para o ganhador do Pritzker em 2000, Niemeyer era um hedonista que não respeitava as regras e nem a cidade que criou.

“Podemos aprender com Brasília que algo artificial e recente pode oferecer – em um período de tempo incrivelmente curto – um ambiente urbano criativo, produtivo e instigante”, elogiou a seu modo a modernidade da cidade de Niemeyer. Quando foi falar no arquiteto, entretanto, não deixou de criticar a forma como o brasileiro se perde em um homem e para de olhar o que está por trás ou além dele. “Os brasileiros estão muito aferrados a Niemeyer”, comentou durante a entrevista para a Folha de S. Paulo. “Ele criou uma bruma que impede que olhem além da sombra de um grande homem”.

Ao criticar os últimos trabalhos do arquiteto em Brasília, Koolhaas disse acreditar que Niemeyer estava projetando sua própria caricatura em um gesto quase hedonista. Koolhaas afirma que seu investimento emocional está na arte, então não fica difícil entender porque que o arquiteto topou colaborar com a Bienal de Veneza.

O artista que iluminou Brasília

Athos Bulcão abandonou a carreira médica, se dedicou às artes e fez nome colorindo Brasília

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Da infância em Teresópolis para as artes no mundo. É esse o resumo bem breve da vida de Athos Bulcão. Pintor, escultor, decorador, desenhista e professor, Athos perdeu a mãe, Maria Antonieta da Fonseca Bulcão, de enfisema pulmonar antes dos cinco anos e foi criado por seu pai, Fortunato Bulcão, amigo e sócio do escritor Monteiro Lobato. Sua família tinha um interesse particular pela arte, então não é de se estranhar que Athos Bulcão tenha largado a Faculdade de Medicina para se dedicar à criação.

Frequentador de teatros, salões de artes, espetáculos de companhias estrangeiras e óperas, Athos Bulcão, aos quatro anos de idade, já ensaiava desenhos. Aos 21 anos, em 1939, desistiu da carreira de médico para se dedicar às artes visuais, mesmo ano que foi apresentado a Candido Portinari, com quem aprendeu a aprimorar suas habilidades. Portinari e Bulcão trabalharam juntos no mural de São Francisco de Assis na Igreja Pampulha em Belo Horizonte.

Athos Bulcão se mudou para Paris na década de 1940, mas se encontrou mesmo quando pousou na capital brasileira quase 20 anos depois. Em 1943, Bulcão conheceu Oscar Niemeyer, que lhe encomendou um projeto para os azulejos externos do Teatro Municipal de Belo Horizonte. A obra ficou inacabada e o painel não foi realizado, mas da amizade com Oscar nasceu a paixão por Brasília. Niemeyer convidou Atos para se mudar para a nova capital ainda em construção e o artista a transformou em seu museu de céu aberto.

Suas criações e figuras geométricas estão espalhadas por vários prédios e obras arquitetônicas de Brasília como a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, Parque da Cidade Sarah Kubitschek, Torre de TV, Teatro Nacional Cláudio Santoro , Instituto de Artes da UnB, Escola Classe, Mercado das Flores, Hospital Sarah Kubitschek, Gran’ Circo Lar, Palácio da Alvorada , Escola Francesa de Brasilia, Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubstichek e no Congresso Nacional.

Como desenhista gráfico, Athos Bulcão fez as ilustrações de vários livros e revistas literárias, além de trabalhar em cenários para peças de teatro como Tia Vânia (de Tchekov) e o Dilema de um Médico (de Bernard Shaw). Como escultor, realizou obras de integração arquitetônica, algumas complementares para prédios projetados por Oscar Niemeyer, Helio Uchoa, Sergio Bernandes e Israel Correira, entre outros arquitetos.

O artista faleceu em 2008 aos 90 anos de idade no Hospital Sarah Kubitschek devido a complicações do mal de Parkinson. Grande parte de seus trabalhos encontra-se em Brasília, mas a Organização da Sociedade Civil do Interesse Público (OSCIP) Fundação Athos Bulcão trabalha na preservação e difusão da obra do artista plástico desde sua criação, em 1992.

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