Poesia Urbana: que lugar te inspira?

A convite da Folha de S. Paulo, escritores traçaram o caminho da literatura na cidade de São Paulo e incentivaram a apropriação dos espaços públicos

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Na semana em que a academia sueca anunciou o músico Bob Dylan como vencedor do prêmio Nobel de Literatura, percebemos que literatura perdeu sua definição clássica e se adequou ao mundo contemporâneo, onde não basta o formato, o valor está no conteúdo. Foi para sair do formato que o Guia Folha propôs a alguns artesãos da língua um desafio: descrever a literatura na cidade.

O projeto Poesia Urbana incentivou escritores a marcarem a cidade de São Paulo com poesia e traçar um caminho literário pela capital paulista. “Onde vão os poetas quando não estão caçando tesouros entre sílabas? A que lugares recorrem para ler, escrever ou buscar inspiração?” perguntou o periódico aos poetas.

Os autores descreveram, com literatura, a cidade. “Literatura, pra mim, é menos a palavra escrita e mais a capacidade de leitura: juntar códigos, criar sentidos, nomear abstrações e imagens”, explicou a escritora Maria Giulia Pinheiro ao eleger a Casa das Rosas e o Ibirapuera como seus espaços de inspiração.

Sesc Pompéia, projetado por Lina Bo Bardi

Sesc Pompéia, projetado por Lina Bo Bardi

Para o escritor Jr. Pellé, o espaço Sesc Pompéia é o seu canto literário. “Um lugar lindo, tão Lina Bo Bardi, tão concretista quanto a alma de Sampa”. O espaço foi projetado pela arquiteta e conquista o coração daqueles que se encantam pelas criações designer.

Outros espaços citados pelos autores foi a Avenida Paulista, a praça Roosevelt e o Beco do Batman. A cidade é para ser tomada e a literatura é uma boa forma de preenchê-la. E você, como se conecta com a sua cidade?

Walter Gropius e a arquitetura modernista

A história de vida e trabalho de um dos grandes nomes da arquitetura do século 20

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Assim como em toda a área do pensamento e da criação, a arquitetura tem seus clássicos. Walter Gropius (1883-1969) foi um deles. Mas quando falamos em clássico não estamos nos referindo ao estilo, mas sim à força de seu trabalho. É que Gropius é considerado um dos mais importantes da arquitetura do século 20. O estilo? Bom, Walter Gropius foi um vanguardista, precursor da arquitetura moderna.

Alemão, nascido em 1883, Gropius estudou em institutos técnicos de Munique e formou-se na Universidade de Charlottenburg, em Berlim. Sua carreira profissional começou no escritório de Peter Behrens, o mesmo que lançou outros nomes já conhecidos, como o de Le Corbusier.

Em 1910, Gropius se lança em uma carreira independente interrompida pela Primeira Guerra Mundial. Nesse período, o arquiteto criou seu primeiro grande projeto, a Fagus Factory. Sua abordagem, original para a época, aproximou o profissional dos materiais que usaria sempre em seus projetos: vidro e metal. Pela primeira vez toda a fachada de um edifício foi constituída em vidro.

Fagus Factory

Fagus Factory

Em 1914, Gropius é chamado a servir no exército como oficial da cavalaria e já no fim da guerra, com apenas 35 anos, o arquiteto assume o cargo de diretor Escola de Artes Aplicadas e da Academia de Belas Artes da Saxônia. O acúmulo de funções possibilitou com que Gropius estivesse em contato com duas formas antagônicas de arte e ele aproveitou para uni-las.

Ele defendia que projetos envolvessem todas as escalas humanas. As dimensões e a complexidade da fabricação moderna passaram a exigir o trabalho colaborativo e com essa mentalidade – negando características históricas da arquitetura e das artes – Gropius fundou a Das Staatliche Bauhaus (casa de construção). Com a ajuda de artistas e arquitetos a Bauhaus lançou as bases do modernismo.

Durante o período de ascensão do Terceiro Reich, a Staatliche Bauhaus começou a sofrer ataques dos nazistas, obrigando o arquiteto a deixar a Alemanha em 1937. Refugiado nos Estados Unidos, Walter Gropius tornou-se professor da Universidade de Harvard e assumiu a direção do seu departamento de arquitetura. Foi nos EUA que passou a desenvolver arranha-céus e criar conceitos arquitetônicos que seriam exaustivamente copiados nas décadas seguintes.

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Cem anos e ainda atual

Fornasetti, artista milanês, e sua obra atemporal

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Há cerca de 100 anos atrás, o mundo ainda comentava o naufrágio da maior invenção da engenharia náutica, o Titanic, e discutia os rumos da Primeira Guerra Mundial, que só chegou ao fim em 1918. Há 100 anos, as mulheres ainda se viam reféns do espartilho e dos vestidos de gala que hoje servem como fantasias finas para festas temáticas. Há cem anos, artistas inauguraram movimentos vanguardistas que assustavam o gosto dos mais tradicionais. Hoje, quase tudo de 100 anos atrás não passa de passado… Quase tudo…

Em 1913 nascia em Milão um artista raro, dono de uma obra que não envelheceu um dia em mais de 100 anos. Piero Fornasetti foi ilustrador, escultor, pintor, designer gráfico e artesão. Sua obra nascia sempre de uma imagem encontrada em uma folha de revista, ou em um pedaço de lembrança do seu passado. Mas foi o rosto da soprano Lina Cavalieri, encontrada em uma revista do século 19, que se tornou o símbolo maior de sua obra – centenas de peças foram feitas com a imagem de seu rosto que ganhou mais de 350 versões diferentes.

Os desenhos do milanês foram transformados em cinzeiros, mobiliário, pratos, papéis de parede e muitos outros objetos. Após a morte do artista, em 1988, seu filho, Barnaba Fornasetti, cuidou para que seu trabalho não fosse esquecido. Barnaba leva adiante o legado do pai e organiza o acervo e as exposições com os trabalhos de Fornasetti.

“Eu me lembro que, aos 3 anos, eu trouxe do parque uma folha de hortênsia, e ele a transformou em um desenho para uma de suas obras”, contou certa vez Barnaba. Fornasetti criou 11 mil produtos de todos os tipos entre móveis e peças de design, como pratos, vasos, lustres, tecidos e azulejos.

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História Olímpica

O Consulado Geral da Grécia organizou em São Paulo a mostra Atenas 1896: A Primeira Olimpíada Moderna com imagens da primeira Olimpíada Moderna da história

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Não é preciso nem ligar a televisão para saber a importância dos Jogos Olímpicos e como hoje não se fala em outra coisa – afinal, estamos no dia da abertura do maior evento de esporte do mundo no Brasil –, o Blog AZ inclui na lista dos que passarão por São Paulo este mês um programa histórico.  É que o Consulado Geral da Grécia em São Paulo organizou a mostra Atenas 1896: A Primeira Olimpíada Moderna.

A exposição conta a história, por meio de fotografias tiradas pelo grego Iannis Lampakis (1851-1916) e pelo alemão Albert Meyer (1857-1924), das Olimpíadas de 1896, considerada a primeira Olimpíada dos anos modernos a ser documentada. Entretanto, a história dos Jogos Olímpicos é um pouco mais antiga: data do ano 2500 antes de Cristo, quando os gregos faziam homenagens aos deuses por meio de competições esportivas.

Foi no ano de 1896 que os Jogos Olímpicos foram retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, com a participação de 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Em 2016, a lista de países saltou para 200, com cerca de 11 mil atletas participantes.

A exposição contará com 69 fotos, sendo 54 de competições, premiações e comemorações dos jogos e outras 15 reproduções de notícias de jornal e de ingressos para o evento. As fotos de Iannis Lampakis – que também foram expostas durante os Jogos Olímpicos de Londres em 2012 – são consideradas precursoras do fotojornalismo do século 20.

Atenas 1896: A Primeira Olimpíada Moderna
Data: até 31 de agosto
Local: Conjunto Nacional entre os dias 1º e 20 de agosto e Estação República entre os dias 10 e 31 de agosto
Entrada franca
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Prada e seu mundo da arte

Fundação Prada inaugurou, em 2015, novo espaço para promoção da arte e da arquitetura em Milão

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Quando a moda deixa de ser, seguindo definição própria do dicionário, o “uso passageiro que rege, de acordo com o gosto do momento, a maneira de viver” e se torna simplesmente a “maneira de viver”, deixamos de falar unicamente em roupas, sapados e bolsas e passamos a falar em algo que extrapola os desfiles de moda. Algumas grifes atingiram esse patamar, como a Prada. É por isso que a fundação Prada não é apenas um centro de moda, é um conceito em arte.

É justamente por ser um “conceito” que a nova Fundação Prada inaugurada em Milão no ano passado, projetada pelo badalado estúdio holandês OMA, mistura um complexo de moda, arte e arquitetura. A Fundação Prada foi originalmente criada em 1993 e já nessa época surgiu para ir além da moda e promover a arte.  A grife, por meio da fundação, realizava exibições de arte contemporânea e projetos de arquitetura, cinema e filosofia.

Sua primeira sede própria foi criada há poucos em um pallazzo histórico no Grande Canal de Veneza. Em 2015, a grife abriu mais uma porta para as artes e inaugurou outra sede, com endereço em Milão. Antes de se estabelecer em um CEP próprio na cidade, a fundação promovia exposições em armazéns e igrejas abandonadas de Milão. Foi assim nos últimos 20 anos.

Mas foi no charmoso edifício que abrigava uma antiga destilaria milanesa que a Prada viu sua nova casa de arte. Convidou o holandês Rem Koolhaas para dar cara nova ao velho prédio e criar o complexo com quase 11 mil metros quadrados de espaço para exposições. “É surpreendente como o sistema da arte se expande, mas suas exibições continuam acontecendo em vitrines limitadas. A nova Fondazione funciona em um antigo complexo industrial que tem uma diversidade incomum de ambientes. Acrescentamos à estrutura já existente três novos edifícios: um grande pavilhão para exibições, uma torre e um cinema”, explicou à época o arquiteto.

O edifício abriga um teatro para cinema, performances e palestras, um bar criado pelo cineasta Wes Anderson (de “O Grande Hotel Budapeste”), um centro para crianças e um espaço grande reservado para uma futura biblioteca. Na fachada uma surpresa: não há a logotipo da marca Prada. A CEO da empresa, Miuccia Prada, garante que conserva seu apoio às artes independente da grife de moda, por isso descartou o símbolo da marca na entrada da fundação.

O objetivo da fundação não é a de se tornar um museu, mas sim um espaço para manifestações artísticas de todos os formatos. Entretanto, o espaço abriga obras cedidas por 40 museus espalhados pelo mundo.

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Rochelle Costi

A fotógrafa brasileira mostra seu talento apontando suas lentes para os vários estilos e objetos

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Rochelle Costi é de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, mas não fincou o pé em suas raízes.  Formada em comunicação social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), mudou-se para Belo Horizonte, onde iniciou sua carreira de fotógrafa, e em seguida estabeleceu-se na capital paulista.

Entre suas passagens por diversas cidades do Brasil e do mundo, bem como pelos diversos campos da fotografia, Rochelle faz suas séries fotográficas. Passageiros é uma delas e pela beleza chocante e a delicadeza avassaladora, chamou muito a atenção do público, da crítica e do Blog AZ.

As histórias de Passageiros foram escritas com base nos relatos de cidadãos que um dia foram usuários das linhas de trens distribuídas pelo Brasil e em fatos reais sugeridos pelas diferentes épocas às quais as fotografias aparentam pertencer. Além de fatos, as lentes de Costi deram vez para a imaginação, por meio das imagens contadas para passar a sensação do extremo vazio que a falta da circulação dos trens parece exercer sobre nós.

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Frida Kahlo: a conexão entre a mulher e a pintora

Com uma vida cheia de percalços, Frida Kahlo destacou seu nome no mundo artístico

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“Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade”. Frida kahlo não teve uma vida fácil, mas conseguiu associar seu nome à força de uma mulher a frente de seu tempo.

Filha de pai alemão com mãe mexicana, Magdalena Carmen Frieda kahlo y Calderón nasceu em 6 de julho de 1907 na cidade mexicana de Coyacán – atual distrito da grande Cidade do México.

Em sua biografia de 47 anos de vida, coleciona dois conturbados casamentos com o mesmo homem, Diego Rivera, um romance com Leon Trotsky, uma grave doença na infância, um sério acidente de trem na adolescência e, principalmente, uma brilhante carreira como pintora.

Frida kahlo não começou a pitar nova. Seu pai usava a arte como passatempo e seu marido, Diego Rivera, era pintor. Após sofrer um grave acidente de trem, kahlo passou por 35 cirurgias e usou o tempo de repouso para criar. Então estudante de medicina, a artista acabou abandonando a ideia de virar médica.

 “O infortúnio não assumiu o caráter de tragédia: eu sentia que tinha energias suficientes para fazer qualquer coisa em vez de estudar para virar médica. E, sem prestar muita atenção, comecei a pintar.”

Assim como suas pinturas, Frida kahlo tinha um estilo cheio de cor e de vida ao se vestir. Ricas em elementos florais, as roupas da artista viraram tendência, mas eram, na realidade, uma forma de esconder suas deficiências provocadas pelo acidente e pela doença. Frida contraiu poliomielite na infância que deixou sequelas em seu pé esquerdo – que acabou sendo amputado quatro anos antes da prematura morte da artista.

Já o seu trabalho artístico foi associado ao surrealismo. Frida dizia que não imaginava nenhum de seus traços, que apenas representava a sua vida. Ela gostava de tudo o que era verdadeiramente mexicano e esta paixão acabou marcando sua criação. Frida usou tintas fortes para estampar em suas telas, na maioria autorretratos, uma vida tumultuada por dores físicas e dramas emocionais.

Frida Kahlo: Conexões entre mulheres surrealistas no México

Idealizada e coordenada pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, a exposição a exposição Frida Kahlo: Conexões entre mulheres surrealistas no México chega em Brasília neste mês de abril. A CAIXA Cultural Brasília apresenta, de 13 de abril a 5 de junho, a exposição que reúne 30 obras da artista Mexicana e cerca de 100 obras de outras 14 artistas mulheres nascidas ou radicadas no México. Com entrada franca, a mostra que já passou por São Paulo e pelo Rio de Janeiro apresenta um amplo panorama do pensamento plástico e o imaginário da artista. Quem passar por Brasília, não deixe de conferir.

Árvore da Esperança, Mantem-te Firme!, 1946

Sobsolo londrino

Londres abre para visitação seus corredores subterrâneos, usados como abrigos anti-bomba durante a Segunda Guerra Mundial

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“Vamos atravessar vales sombrios e perigosos pra chegar à luz do dia mais brilhante que a humanidade já conheceu”. Foi com essas palavras que o então primeiro-ministro inglês Winston Churchil reabriu as portas da cidade londrina para grande parte de sua população escondida no subsolo dos metros da cidade após a Segunda Guerra Mundial.

O ‘cortiço’ subterrâneo inglês começou a ser construído no início da década de 1940, à medida que os militares nazistas destruíam a cidade. E Londres vinha sendo devorada em ritmo acelerado, já que os alemães protagonizavam cerca de cem ataques de bombas por dia na capital inglesa.

Churchil abrigou grande parte da população inglesa que vivia na capital dentro dos esconderijos subterrâneos e, após o fim da guerra, eles ficaram escondidos atrás dos trilhos do metro mais antigo da história. Neste mês, a capital da Inglaterra incluiu os corredores subterrâneos nas atrações turísticas de Londres e abre o espaço como uma espécie de museu.

Agora, são feitas visitas guiadas para contar a história dos túneis e da guerra até o abandono do abrigo, na década de 1970. Os corredores alcançaram 180 degraus abaixo da calçada com mais de 30 metros de profundidade, o que equivale a um prédio de oito andares invertido. Mas a profundidade não impediu que os ataques fizessem suas vítimas: foram 56 em um único bombardeio em janeiro de 1941.

Historiadores contam que o subterrâneo de Londres se transformou em uma pequena cidade, eles tinham camas pra oito mil pessoas só no espaço onde hoje é o museu e algumas famílias desciam com seus próprios colchões. Quem entrava recebia um número que indicava o lugar pra dormir.

A extensão dos túneis londrinos é tão grande que o museu não foi a única alternativa usada para aproveitas o que antes foi a moradia dos que se escondiam das bombas nazistas. Recentemente, outro espaço subterrâneo – nas imediações da estação de Claptham – foi transformado pelo grupo Growing Underground em uma fazenda.

A luz da estação foi substituída por lâmpadas de LED alimentadas por energia verde. Lá eles cultivam ervas, folhas e legumes fornecidos para restaurantes da cidade. O projeto custou ao grupo 750 mil libras. Outro abrigo subterrâneo da estação Clapham Common se transformará em um café.

O novo museu subterrâneo será administrado pele Museu de Transportes de Londres e incluí tours por locais inusitados da cidade. A verba arrecadada com a atração será convertida em melhorias para o transporte público da cidade.

Design é nosso mundo: Dia Internacional da Mulher

O Armazém da Decoração deseja a todas um feliz Dia Internacional da Mulher

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Dedicar um dia especial para celebrar a mulher não é um habito mundial novo, mas não é assim tão antigo quando paramos para pensar que esse dia se definiu como a representação máxima da luta feminina por direitos iguais. Atualmente, o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher em 8 de março, mas nem sempre foi assim.

A ideia de um dia internacional da mulher surgiu no final do século 19, mas foi no século seguinte que o sentido de se comemorar a luta da mulher ganhou impulso. Foi no início do século 20, por exemplo, que muitas mulheres começaram a se manifestar pelo direito de voto, e algumas conseguiram – muitos países apenas aprovaram o voto da mulher na segunda metade do século passado, como a Suíça, e alguns países ainda não aprovaram.

A luta da mulher por direitos iguais começou bastante vinculada às lutas sindicais, inclusive se levarmos em conta que um dos marcos dessa batalha foi o incêndio da fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York. O incidente, que ocorreu em 25 de março de 1911, matou 149 pessoas, a maioria mulher, e revelou a péssima condição de trabalho que elas tinham dentro das indústrias.

Com tantos eventos, marchar e lutas alguns países passaram a estabelecer uma data especial para a luta feminina. Ao longo dos anos ela perdeu o nome de sindicalista, retirou a palavra trabalho de sua principal reivindicação e ganhou o dia 8 como o dia internacional de luta. Mas essa data não agrada a todas. A empresária Abadia Haich acredita que este dia tem um viés muito capitalista e apenas fortalece o discurso da exclusão.

“Eu não gosto da comemoração do Dia da Mulher por um ponto de vista: ele já é excludente pelo próprio fato de comemorar um dia para a mulher. E os outros dias? Eu acho que é um dia que as pessoas levantam com a bandeira da própria exclusão. Eu vou evidenciar a exclusão? Por que meu dia? Eu quero saber o dia que eu posso concorrer de igual para igual, porque existe uma discrepância grande de emprego e de salários.”

Muitas mulheres fizeram nome ao longo desse caminho, seja pelas ações e discursos engajados, ou pelo trabalho árduo que gastaram para mostrar que suas obras tinham igual importância àquelas produzidas pelos homens. A maioria delas passou a se destacar em áreas antes dominadas quase inteiramente por homens. No design não poderia ser diferente.

Lina Bo Bardi, Ainda Boal, Etel Carmona, Heloísa Crocco, Claudia Moreira Salles, Jacqueline Terpins e outros nomes nacionais e internacionais nos lembram que as mulheres estão fortalecendo suas lutas. Em Goiânia não poderia ser diferente. Temos, assim como Abadia Haich e Daniela Mallard, outras mulheres batalhadoras que merecem mais que flores nesta data: merecem respeito.

O Armazém da Decoração parabeniza todas as mulheres no dia de hoje. Não poderíamos então deixar de lembrar-se de nomes como os de Claudia Zuppani, Tereza Cristina, Meire Santos, Izabel Jacomo, Ana Paula Morais, Marcia Varizo, Adriana Mundim e tantas outras mulheres que fizeram seu nome do design e na arquitetura goiana.

A arte da iluminação: Manéco Quinderé

A arte da iluminação nas mãos criativas do light designer Manéco Quinderé

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Fazer arte com a luz é uma bela definição para o trabalho desenvolvido pelo light designer Manéco Quinderé. O artista trabalha há mais de 30 anos com os focos de luz e com eles cria projetos de design de interiores e cenários culturais.

As criações de Quinderé vagam entre a natureza e o mundo das artes numa combinação de minimalismo e brasilidade. Uma luz não é uma simples fonte de iluminação, um show vira um espetáculo e a sombra é como um quadro branco a espera dos rabiscos de luz da sua arte.

Quinderé utiliza as fontes de luz como fontes de inspiração. Ao aliar técnica à intuição, deu vida a projetos para espetáculos, shows, balés, óperas, desfiles, exposições e arquitetura. Seu nome assina peças de teatro, desfiles de moda e shows de grandes artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Vanessa da Matta e Ana Carolina.

No design de interiores se especializou na criação de luminárias, além de ter firmado parceria com grandes nomes da arquitetura como Miguel Pinto Guimarães, Dado Castello Branco, Cadas Abranches, Arthur Casas e Marcelo Rosenbaum.

Em seu mais recente trabalho em dupla, criou uma linha de luminárias ao estilo bem brasileiro de Paulo Alves. Paulo forneceu o design de seus galhos tortos, que viraram fonte de iluminação nas mãos de Manéco.

Seus anos de experiência o transformaram em um dos mais conceituados profissionais em atividade no país. Em seu currículo, coleciona quatro prêmios Shell, três Mambembe, outros três prêmios Sharp, além de dois Molière e um Menção Honrosa do governo de São Paulo por seu legado brilhante.

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