Acervo cultural brasileiro: Iberê Camargo

Fundação Iberê Camargo é um centro de excelência dedicado à obra de Iberê Camargo e à reflexão sobre arte moderna e contemporânea.

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O Brasil é o maior país da América do Sul, então não é de se espantar que as cinco regiões brasileiras escondam grandes obras e grandes artistas. Iberê Camargo foi um deles. Pintor, gravurista e professor, Iberê se destacou como um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX deixando o mundo em 1994.

Um ano após sua morte, Maria Coussirat Camargo, viúva do artista, criou a Fundação Iberê Camargo para expor o acervo artístico que herdou de seu marido. Inicialmente instalada na antiga casa do pintor, a fundação ganhou outra sede e deu a Porto Alegre uma segunda obra de arte: o novo prédio da fundação.
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Projetado pelo arquiteto português Álvaro Siza às margens do lago Guaíba, a Fundação Iberê Camargo foi inaugurada em 2008 e é composta por dois volumes cheios de linhas e curvas: o museu que abriga as obras de Iberê Camargo e um espaço de café. A proposta é manter a vida artística e cultural da cidade sempre movimentada.

A instituição realiza exposições, seminários, encontros com artistas e curadores, cursos e oficinas sobre a obra de Iberê Camargo e sobre questões ligadas à arte contemporânea, com o objetivo de promover uma reflexão sistemática sobre o fazer artístico no novo século.
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Nos 50 anos que esteve ao lado de Iberê, Maria Coussirat colecionou seu trabalho e montou um grande acervo, hoje propriedade da instituição, que conta com mais da metade de toda a produção deixada pelo artista – um total de cerca de sete mil obras. Ele está dividido em Artístico e Documental: a primeira parte conta com mais de cinco mil obras entre desenhos, guaches, gravuras e pinturas, enquanto a segunda abriga mais de 20 mil catálogos, recortes de jornais e revistas, fotografias, correspondências, cadernos de notas e matrizes.

Quando for a Porto Alegre já sabe que lá tem duas obras que devem ser visitadas: a coleção do trabalho de Iberê Camargo e o prédio que abriga essas obras. Álvaro Siza recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza (2002), além de outros prêmios importantes pelo trabalho realizado para a Fundação Iberê Camargo.
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 Serviço
Horário: das 12h às 19h
de terça-feira a domingo
Entrada Franca
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Cultura Sergipana em destaque

Inaugurado há três anos em Aracajú, o Museu da Gente Sergipana coloca tecnologia e arte a serviço da valorização da cultura local

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Você tem orgulho da sua cultura? O Sergipe tem. Em 2011 o Banco do Estado do Sergipe, em parceria com o governo estadual, inaugurou um museu de alta tecnologia voltado para a valorização da cultura local. O Museu da Gente Sergipana fez de Aracaju a primeira capital do nordeste a receber um aparelho cultural de alto nível tecnológico.

O projeto âncora do Museu da Gente Sergipana idealizou o espaço para ser um local voltado para expor o acervo do patrimônio cultural material e imaterial do estado de Sergipe por meio de instalações em multimídia interativa e exposições itinerantes. O Museu da Gente Sergipana foi arquitetado aos moldes tecnológicos do Museu da Língua Portuguesa, da capital paulista, ambos projetados por Marcello Dantas.

Fundado pelo então Presidente da província de Sergipe D`el Rey, Graccho Cardoso, o Colégio Atheneu Dom Pedro II iniciou as suas atividades em 1926 e ficou neste prédio até 1969, quando precisou mudar para um outro edifício. Bastante providencial. O histórico prédio sergipano acabou ficando vazio e, em 2009, foi palco de uma grande restauração promovida pelo Instituto Banese.

O novo antigo edifício do Ateneuzinho foi transformado em museu. No térreo foi construído um auditório com capacidade para 100 pessoas, foyer, átrio cultural e galeria para exposições temporárias inserindo Sergipe no roteiro cultural das exposições nacionais. No pavimento superior, foi criado um túnel high tech com projeção em 360 graus de imagens das belezas naturais e dos biomas de Sergipe, além de contar com uma mesa gastronômica com ingredientes e pratos típicos da cultura local.

Criatividade é um requisito que o museu tem e de sobra. São várias as formas encontradas pelos ambientes de contarem sobre origens, personagens, culinária, hábitos e folclore do estado. São 12 atrações permanentes que traçam, em forma de arte, o perfil da cultura do estado. O sucesso do centro cultural foi tanto que durante um ano o museu recebeu a visita de mais de 90 mil pessoas sendo eleito Atração do Ano de 2013 pelo Guia Brasil da revista Quatro Rodas.

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O mundo pelas lentes de Sebastião Salgado

O economista Sebastião Salgado viajou o mundo com sua câmera na mão e se tornou um dos maiores fotógrafos dos últimos tempos

 

Foto: Sebastião Salgado por Bruna Prado

Foto: Sebastião Salgado por Bruna Prado

Da economia à arte. Foi esse o percurso trilhado por um dos fotógrafos mais respeitados da atualidade. Cidadão do mundo, Sebastião Salgado nasceu em Aimorés, interior de Minas Gerais, no ano de 1944 e seguiu seu caminho esperando se tornar um economista. Com graduação e pós-graduação na área, Sebastião se mudou para Paris, onde atuou como economista e acabou se tornando fotógrafo.

Em seus primeiros anos no Velho Continente, Sebastião começou a trabalhar na Organização Internacional do Café, uma organização de países membros destinada a gerenciar a produção e consumo do café. Como economista formado, viajou com a OIC e aproveitou as visitas a regiões extremas para fazer algumas fotografias. Seu hobby virou profissão que virou arte.

Sebastião cruzou o mundo a procura do mundo. O fotógrafo viajou para mais de 100 países entre os anos de 2004 e 2012 visitando regiões como o Alasca, a Patagônia, a Etiópia e a Amazônia. Seu trabalho pretendia “registrar a majestade e a fragilidade da natureza, assim como sua relação com o homem e os animais”, segundo apresentação em um de seus livros.

“A gente precisa aprender a respeitar e viver de uma forma mais doce. A nossa espécie tomou o planeta como se fosse só dela, como se as outras espécies fossem suas escravas”, explicou Sebastião sobre a abordagem de sua fotografia. Autor de vários livros como Outras Américas (1986), Sahel, l’Homme endétresse (1986), Trabalhadores (1993), Terra (1997), Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo (2000) e África (2007), Sebastião é Embaixador de Boa-Vontade para UNICEF e membro honorário da Academy of Arts and Science dos Estados Unidos.

Ganhador de inúmeros prêmios e autor de incríveis exposições, o fotógrafo trabalhou para as renomadas agências Sygma, Gamma e Magnum Photos até 1994 quando, junto com sua mulher Lélia Wanick Salgado, fundou a agência de imprensa fotográfica Amazonas images, exclusivamente devotada à seu trabalho.

Como foi simplesmente impossível escolher para o nosso post, dentre as fotos de Sebastião, as mais belas, fiquem com algumas demonstrações da incrível e inquietante obra de Sebastião Salgado.

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Pareidolia do design

Árvores condenadas passaram a ter muito valor nas mãos e mente criativas de Hugo França

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É comum olharmos para o céu em um dia ensolarado e enxergamos formas, rostos e objetos em nuvens brancas que passam por nós e nos lembram padrões como pessoas ou animais e plantas. A ciência logo tratou de dar um nome para esse desejo do cérebro humano de buscar forma para aquilo que parece um contorcido sem significado. Nosso cérebro é programado para reconhecer faces e silhuetas com agilidade em diversas situações, e esta falha recebe o nome de pareidolia. Mas o que essa aula de ciências tem a ver com design?! Bom, tem tudo a ver com o design de Hugo França.

Erradicado da faculdade de engenharia, Hugo França começou sua carreira há 15 anos quando desenvolveu uma relação muito íntima com a natureza e o ecodesign. Atualmente, Hugo é considerado um dos maiores designers contemporâneos com trabalho exposto e bem representado em Nova York pela R20th Century Gallery. “Sua relação com a natureza é algo extraordinário. Hugo tem um talento nato para saber exatamente como manipular as formas naturais”, resume Zesty Meyers, diretor da galeria.

Como nosso cérebro que vê forma nas nuvens, Hugo vê forma e utilidade em tudo que a natureza produz. O designer transforma troncos semi-queimados, canoas abandonadas e raízes de grandes árvores em objetos de decoração e peças de mobiliário. Aqui, mais uma vez, a linha entre arte e design é quase invisível. Hugo usa sua percepção e a pareidolia para criar objetos que vão desde esculturas até pia de banheiro e tudo em resíduos florestais e materiais lenhosas.

Segundo o próprio designer, tudo começa e termina na árvore. Gaucho de nascença e baiano de vivência, Hugo se mudou para Trancoso na década de 1980 onde começou a desenvolver suas “esculturas mobiliárias”, produção que ele executa a partir de resíduos florestais e urbanos. São árvores condenadas naturalmente por ação das intempéries ou pela ação do homem que dentro de uma casa passam a ter uma função. As peças criadas pelo designer nascem de um diálogo criativo com a matéria-prima em um trabalho extraordinário.

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O insaciável artista goiano

Naturalizado em Goiânia, Pitágoras Lopes Gonçalves é um dos grandes nomes da nossa arte contemporânea

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Para os que não conhecem Goiânia, aqui vai mais uma razão para atraí-los ao centro-oeste: Pitágoras Lopes Gonçalves. Pitágoras é mais um goiano que vem mostrando que arte não se faz apenas no eixo Rio – São Paulo. Autodidata, Pitágoras satiriza a estética humana por meio de suas pinceladas.

Insaciável, porque o artista nunca cansa. Aos quase 50 anos de idade, Pitágoras não parou e nem seu sucesso. No currículo coleciona uma vasta lista de exposições em diversas cidades brasileiras, além de uma participação luxuosa na Feira Internacional de Arte Contemporânea de Nova York, em 2008.

O trabalho do artista se aproxima muito ao que era feito pelos expressionistas. Se você não sabe quem realmente é, dê uma olhada para a obra de Pitágoras e nela encontrará sua essência revelando sincronia com a produção do circuito artístico contemporâneo.

Sombras, seres fantasmagóricos e pinceladas fazem nascer uma obra que não deixa o espectador imune. Confira um pouco desse trabalho na Armazém da Decoração.
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Design é Meu Mundo / Paulo Werneck

Seu trabalho conquistou público e crítica e os mosaicos executados no atelier de Paulo Werneck se transformaram em belas peças de mobiliário

Mesa Central Cabral

Mesa Central Cabral

Seu registro mais antigo na história data da Mesopotâmia, seu nome é de origem alemã, sua função é criar arte a partir do que parecem pedaços quebrados dela e sua chegada ao Brasil tem nome, sobrenome e justa fama: Paulo Werneck. Para quem ainda não adivinhou do que estou falando, basta dar uma olhada na obra do artista impressa no mobiliário da ETEL para entender que Werneck cria sonhos em forma de mosaico.

Nascido em 1907 no Bairro de Laranjeiras, Rio de Janeiro, o artista plástico brasileiro nunca abandonou seu lar. Foi em Laranjeiras que viveu e trabalhou durante seus 80 anos de história. Autodidata, Werneck foi pintor, desenhista, ilustrador e designer. Seu trabalho, considerado modernista, pode ser visto em centenas de painéis cerâmicos destinados à fachada de edifícios e denominados na época de Artes Aplicadas.

O trabalho do muralista pode ser visto no Projeto Paulo Werneck. O projeto reúne os trabalhos do artista em um só endereço, com exposições que mostram a beleza clara de seu trabalho. Mas para que ir até o Rio se você pode ter um Werneck em sua casa?

O artista faz parte da lista de designers das reedições da ETEL. Seu trabalho deu origem à peças de mobiliário reeditadas com mosaicos executados no próprio atelier de Paulo Werneck por uma equipe originalmente treinada por ele. O resultado é fiel ao que Paulo criou e presenteou seus amigos e clientes na década de 40 e 50.

Mesa Lateral Yolanda

Mesa Lateral Yolanda

Mesa Lateral Otto

Mesa Lateral Otto

Mesa Lateral Joaquim

Mesa Lateral Joaquim

Mesa Gaspar

Mesa Gaspar

 

Inhotim: da natureza à arte

Há 60 km de Belo Horizonte, Minas Gerais esconde um local impossível de definir; o museu do Inhotim é um parque ecológico, jardim botânico e museu de arte contemporânea

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

Magnífico! Impossível não passar esta palavra na mente de quem conhece o Inhotim. Para os que ainda não estão familiarizados com o nome, Inhotim é um incrível museu de arte contemporânea que nasceu no meio de um imenso jardim. Você deve estar coma cabeça na Europa tentando imaginar qual país é o portador desta beleza cultural e botânica, mas calma… Não é preciso viajar tão longe para conhecer o Inhotim, basta dar um pulinho em Brumadinho, no interior de Minas Gerais.

O Museu do Inhotim abriga a maior coleção de palmeiras do mundo em seus 97 hectares de áreas verdes e peças de arte. Idealizado pelo empresário Bernardo Paz, proprietário do terreno onde hoje é o museu, o Inhotim abriu suas portas na década de 1980 e em 2010 recebeu o título de Jardim Botânico pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB). Atualmente, sua atração cultural é divida em dois passeios igualmente encantadores: a Botânica/Meio Ambiente e a Arte Contemporânea.

O acervo das obras começou a ser exposto a céu aberto e nas galerias temporárias e permanentes que foram surgindo no meio da mata atlântica e hoje é difícil separar o que é obra de arte do que é obra da natureza. A união entre arte e natureza as vezes confunde os visitantes do museu “você tem um jardim e coloca esculturas, dai nunca sabe se o jardim é o cenário para a escultura ou se a escultura é a decoração do jardim”, contou um dos curadores do museu, Jochen Volz.
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Mergulhar no universo do Inhotim é se afastar do mundo dos museus que estamos acostumados a visitar. Nada no inhotim é obvio! O museu não está lá para ser apreciado apenas com o olhar, a arte e a natureza devem ser sentidas, e com todos os sentidos. O museu é formado por um conjunto de cores, luzes e dimensões que criam cenários e iludem os olhos ingênuos do observador, por isso é a arte que pode ser tocada, ouvida e sentida. É a arte sem a distância burocrática dos museus tradicionais.

O acervo do Inhotim abriga mais de 500 obras de artistas nacionais e internacionais. São nomes como Adriana Varejão, Helio Oiticica, Cildo Meireles, Chris Burden, Matthew Barney, Doug Aitken, Janet Cardiff, entre outros. O diferencial é que o Inhotim oferece ao artista condições para a realização de obras que apenas em seu parque poderiam ser construídas. Uma projeção em frente a uma piscina que pode ser utilizada pelos expectadores curiosos. Um chalé tropical, em tamanho real, representando casas de burocratas que viviam em colônias africanas. Pontos de ônibus no meio dos jardins. No Inhotim se vê de tudo!

Flor-cadáver, espécie rara de flor que cheira carniça

Flor-cadáver, espécie rara de flor que cheira carniça

Informações

Horário de visitação: Quintas e sextas-feiras, das 9h30 às 16h30
Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30
Localização: Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte

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Pintura e luz simulam existência de parede de vidro

Pintura e luz simulam existência de parede de vidro

 

Histórias na Garagem e nas prateleiras

Histórias na Garagem transforma sonhos e poesias em moda e decoração

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É difícil achar uma definição para a poesia delicada das gêmeas Tina e Lui. As irmãs materializaram sonhos em traçados, recortes e encaixes. Aproveitaram as memórias de ofício e as técnicas tradicionais do artesanato para criar objetos de moda e decoração que mais parecem obras de arte.

Em 1997 as arquitetas criaram oficinas para qualificar e capacitar artesãos do Rio Grande do Sul e com o apoio do Sebrae tornar seus produtos mais atrativos e competitivos no mercado. Designers começaram a trabalhar de mãos dadas com aqueles que usam as mãos para trabalhar. A parceria deu jogo. Do sucesso surgiu a loja Histórias na Garagem, que desde 2011 hospeda, em Porto Alegre, tudo que é produzido pelo projeto.
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O objetivo era simples: resgatar a identidade cultural do país e transformá-la em peças de decoração, mas o resultado foi bem mais longe. O Histórias na Garagem conseguiu fazer um trabalho que resgata a trajetória de vida e trabalho dos artesãos não só do sul, mas de diversos pontos do Brasil e de outros países.
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A rua Feliz da Cunha ganhou mais uma garagem cheia de histórias para contar em meio as suas antigas construções, e essas histórias não são faladas nem cantadas. Os protagonistas da vez são bancos, bolsas, echarpes, bijuterias e roupas. É um trabalho inovador e muito criativo que busca contar a história dos artesãos e do artesanato através de seus produtos expostos nas prateleiras.
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