Sebastião Salgado representa o Brasil no Oscar 2015

Documentário sobre a carreira fotográfica de Sebastião Salgado é indicado ao Oscar 2015

Foto: Sebastião Salgado por Bruna Prado

Foto: Sebastião Salgado por Bruna Prado

As lentes da máquina fotográfica de Sebastião Salgado têm muito para contar e as câmeras do cinema não ficaram alheias a este fato. O fotógrafo que já foi destaque de nosso Blog AZ quando publicamos a reportagem O mundo Pelas Lentes de Sebastião Salgado agora ganhou destaque também da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood quando, nesta manha, teve seu filme indicado ao Oscar 2015 como melhor documentário.

O filme é dirigido pelo renomado realizador alemão Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, filho de Sebastião Salgado. Em “O Sal da Terra”, o próprio fotógrafo vai contando as histórias por trás de suas fotos mais emblemáticas, começando pelas impressionantes fotos feitas em Serra Pelada nos anos 80. Wenders e Juliano narram alguns trechos, mas falam bem menos que o próprio fotógrafo.

A história do fotógrafo começa em Aimorés, interior de Minas Gerais, no ano de 1944 quando nasceu. Hoje cidadão do mundo, Salgado seguiu seu caminho esperando se tornar um economista. Com graduação e pós-graduação na área, Sebastião se mudou para Paris, onde atuou como economista e acabou se tornando fotógrafo.Livro Gênesis 3 - Sebastião Salgado

O fotógrafo viajou para mais de 100 países entre os anos de 2004 e 2012 visitando regiões como o Alasca, a Patagônia, a Etiópia e a Amazônia – histórias que estão narradas no documentário. “Era como seu eu tivesse vendo toda a história da humanidade, a construção das pirâmides no Egito. Não se ouvia o barulho de uma única máquina”, contou em um trecho do filme sobre suas viagens.

O interesse de Wenders por Sebastião está registrado no próprio filme. Em um de seus depoimentos para o documentário, o diretor conta que conheceu o trabalho de Salgado há 25 anos, quando, ao visitar uma galeria, se emocionou com a imagem de uma mulher cega feita por Salgado para um dos seus primeiros projetos. “Desde então eu me tornei um admirador incondicional do seu trabalho, mas só vim a conhecê-lo pessoalmente há seis anos”, contou para as câmeras.

Ao lado da história de Salgado, concorre ao Oscar na mesma categoria Citizenfour, Finding Vivian Maier, Last Days in Vietnam e The Salt of the Earth. A cerimônia de premiação do Oscar será realizada em 22 de fevereiro.
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Je suis Charlie, je suis l’humanité

Museu de Arte Moderna do Rio traz exposição que lembra que a luta pela liberdade de expressão e pelo fim de preconceitos não é tema novo

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Há uma semana do ataque terrorista na sede da revista francesa Charlie Hebdo, o Blog AZ mistura arte e luta social em defesa dos direitos humanos livre de qualquer preconceito. O Charlie Hebdo é conhecido por publicações de humor crítico ao fundamentalismo religioso, chegando a ser acusado de islamofóbico. A revista foi alvo, na última quarta-feira (8), do atentado que deixou 12 mortos entre jornalistas e policiais.

O mundo se dividiu entre ser Charlie pelo simples fato de repudiar a violência ou não ser Charlie por acreditar que, mesmo com violência injustificada, a liberdade de expressão deve ser limitada. Sem entrar nesse mérito, o Blog AZ lembra que este tema está longe de ser novo ou superado.

Durante a ditadura militar, que assombrou o Brasil por mais de 20 anos, se expressar era um direito mitigado. Após o Ato Institucional número 5, que endureceu ainda mais o regime dos militares, todo e qualquer veículo de comunicação deveria ter a sua pauta previamente aprovada e sujeita a inspeção local por agentes autorizados.
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O período conhecido como “anos de chumbo” ficou marcado na cabeça de tantos que foram censurados e torturados. Para não esquecer esta triste memória, as lutas não pararam. A arte não precisa de tragédias como a que ocorreu em Paris para lembrar que violência não pode calar ou amedrontar uma sociedade, seja ela por religião ou por poder.

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) mesclou fotografias tiradas em julho de 2013 – quando o Brasil saiu às ruas para pedir mudanças sociais e políticas – com àquelas tiradas durante a ditadura militar. O intuito é propagar a recusa da lógica ainda intrínseca da exclusão e do preconceito.
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“A frase-estandarte “seja marginal, seja herói”, escrita por Oiticica no começo da ditadura, não fazia apologia ao crime. Era uma convocação à resistência, à necessidade de cada um enfrentar a naturalização de um estado de exceção que se tornara norma. Ser marginal era optar pela margem, pela não acomodação, pela dissidência. Se a ordem é perversa, é uma exigência ética enfrenta-la. Sempre.”, escreveu na entrada da exposição o curador Luiz Camillo Osório.

A ida de milhares de pessoas às ruas europeias e, principalmente francesas, em defesa da liberdade e da paz é a demonstração de que quando a ordem é perversa, precisamos lutar. Foi assim que lutaram aqueles que resistiram ao período ditatorial e que foram homenageados por esse belo ensaio fotográfico exposto no segundo pavilhão do museu carioca. Confira algumas fotografias.
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A arte de brincar com a arte

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro expôs pela primeira vez o projeto Caneta, Lente & Pincel, trabalho artístico criado especialmente para a internet

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A escrita não surge apenas das mãos habilidosas do interlocutor ao se deparar com uma folha em branco. Colocar as letras, uma ao lado da outra, para que juntas formem um texto com algum sentido demanda inspiração e foi em busca de se inspirar que o projeto Caneta, Lente & Pincel surgiu.

O projeto, que nasceu há mais de cinco anos por meio de plataforma online – um badalado Blog criado pelos integrantes do coletivo –, se desenvolve através de rodadas sucessivas em que uma obra visual ou uma fotografia servem de inspiração para a criação de um texto, em prosa ou em verso. Em outras rodadas, a situação se inverte e o texto é que inspira a criação da imagem.

A brincadeira entre imagem e palavra deu jogo e o projeto está hoje exposto no térreo do Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. A exposição foi a materialização do trabalho que era feito apenas no espaço multiforme da Internet. Para o museu foram criadas obras inéditas, atualizando a dinâmica do blog no espaço da galeria.
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Para a exposição, o primeiro artista recebeu um tema secreto (jogo) e os seguintes criaram suas obras se inspirando nas anteriores. O resultado foi um turbilhão de sentimentos. Visto de longe, a exposição é apenas uma coleção de peças artísticas sem muito sentido, mas o olhar atento nos conta o que cada artista quis narrar com suas imagens e textos.

O blog é alimentado com textos e imagens assinadas por Carlos Monteiro, Fernanda Franco, Fernanda Lefevre, Gilson Beck, Leticia Hasselmann, Magali Rios, Magda Rebello, Marcelo Damm, Marcos Sêmola, Maria Matina, Pacha Urbano, Paula Sancier, Pilar Domingo e Rudy Trindade, mas aceita a participação do público por meio de e-mails enviados aos artistas do coletivo.

Acesse e descubra esse mundo e imagem, som e palavras.
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O homem do mundo escolheu o Brasil

Frans Krajcberg andou pelo mundo, se naturalizou brasileiro e é considerado o poeta da natureza

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“O artista sem fronteira, para nosso orgulho, vive aqui”. É com essas palavras que a cidade de Nova Viçosa, interior da Bahia, recebe seus visitantes. O artista que se referem é nada menos que Frans Krajcberg. O polonês radicado no Brasil já morou em Ibiza, Paris, algumas cidades no interior da Alemanha, na cidade maravilhosa e até em uma caverna no Pico da Cata Branca em Minas Gerais, mas foi Nova Viçosa a cidade eleita pelo artista para montar sua residência permanente.

Frans Krajcberg nasceu em 12 de abril de 1921, mas saiu da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial quando perdeu sua família. Andou por algumas cidades europeias onde cursou engenharia e se especializou em artes, mas chegou ao seu destino final em 1948, ano em que aterrissou no Brasil e se apaixonou pela natureza tropical. Para especificar bem todas as suas atuações, Krajcberg é pintor, escultor, fotógrafo e artista plástico, mas é conhecido mesmo como o poeta da natureza.
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Mesmo nascido em um tempo onde não se falava em sustentabilidade, Krajcberg direcionou toda a sua obra para tratar da preservação da natureza. “Sou um homem inteiramente ligado à natureza. Meu ser, minha vida, minha cultura são a natureza. Dela dependem minha sobrevivência e minha criatividade”. Seu trabalho rompe radicalmente com as classificações claras e limitadas utilizadas na arte. Ele esculpe utilizando madeira e tinta para expressar seus sentimentos.

Foi com suas esculturas de madeira calcinadas esculpidas nos anos 1970 que Krajcberg ganhou projeção internacional. Em 2012 o artista foi condecorado em Paris, onde recebeu a Medalha Vermeille das mãos do então prefeito. A homenagem é a mais alta honraria da Cidade da Luz que nunca antes havia sido entregue a um artista estrangeiro – Paris faz desfilar por seus espaços públicos obras do artista.

Seu amor pela natureza foi refletido na casa do sitio Natura que mora em Nova Viçosa. Com a ajuda do designer e amigo Zanine Caldas, Krajcberg construiu no 1,2 km² de área que possui no interior da Bahia, um resquício do que foi preservado de Mata Atlântica, uma casa na árvore em uma altura de 7 m do chão. O projeto é transformar o espaço, que abriga inúmeras obras de Krajcberg, em um museu.
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Moda para casa

Designer Elisa Atheniense passou a integrar ao seu trabalho criações para casa e não apenas para a mulher

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Moda e mobiliário tem tudo haver e a gente sabe, mas Elisa Atheniense uniu os dois designs e hoje, além de bolsas e acessórios de moda, produz também acessórios para casa. A história da designer com a moda começou cedo. Aos 21 anos Elisa Atheniense buscou aperfeiçoamento estudando estilismo e modelagem de acessórios em Firenze, Itália.

Na moda o trabalho embalou assim que voltou da temporada de imersão na cultura do couro italiana. No Brasil, aplicou imediatamente o conhecimento adquirido e abriu sua primeira loja. O trabalho, manual, de trançar os fios de couro foi o responsável por tirar do papel os desenhos e criações da designer. No começo eram só bolsas, hoje acrescentou às suas criações peças como almofadas, mantas, tapetes e pufes.
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A preocupação da designer é com o material. Sempre de qualidade, o trabalho explora a potencialidade da matéria-prima, quase sempre o couro. Elisa Atheniense valoriza as cores e texturas do couro vacum de origem natural e trabalha minunciosamente até encontrar o acabamento perfeito em formas e medidas.

Atualmente, soma-se ao seu trabalho autoral o desenvolvimento de produtos em parceria com grandes marcas de mobiliário e design e as peças de Elisa Atheniense podem compor a decoração de sua casa. O Armazém da Decoração não poderia fechar os olhos para um trabalho tão delicado e autoral, e peças da designer podem ser encontradas em nossa loja.
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Fotos: Marcus Camargo

Surfe e arte

Paulo Govêa divide seu tempo entre as ondas e suas pinceladas lúdicas e coloridas

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É em um universo lúdico, colorido e paradoxalmente urbano que o artista plástico Paulo Govêa faz transitar sua obra. O paulistano de 38 anos deixou a selva de concreto há 11 e se mudou para onde ficaria mais perto das ondas: Florianópolis. Autodidata, o surfista divide seu tempo entre as telas e o mar.

Seu trabalho é facilmente reconhecido por quem já teve algum contato com a obra. Paulo Govêa retrata mulheres com formas figurativas e cores fortes capazes de questionar não só o mundo da arte como a vida contemporânea por inteiro. E por falar em mundo da arte, o artista é pontual, “acho que as pessoas têm que olhar primeiro para a obra e depois para a assinatura, isso não só no Brasil”, declarou.

Suas influências são Modigliani e Van Gogh e não é difícil encontrá-las em seu trabalho. As cores fortes do holandês unidas aos retratos femininos do italiano são traduzidas na linguagem contemporânea de Govêa. No cenário atual, o artista admira o trabalho de Pedro Driin, Luciano Martins, Pifo e dos Gêmeos.

Além das telas, as pinceladas de Paulo também alcançaram muros e murais e seu talento, outras plataformas. O artista realiza curtas em animação Stop-motion e Pixelation. Seus mais recentes trabalhos são a pintura mural no MASC Museu de Santa Catarina, a intervenção na arquitetura da Pinacoteca de São Paulo, a Exposição no Museu de Arte Moderna de Chiloé no Chile e recentemente uma exposição em Barcelona, na Montana Gallery.

Para unir suas duas paixões, Paulo Govêa levou para as aldeias locais de Niang Niang, em Mentawai, e às ilhas de Nias, no norte de Sumatra, o lúdico e as cores de seus desenhos que foram pintados nos muros e portas das casas a beira mar.
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Vamos falar de moda?

Blog AZ começa a falar também sobre moda com uma série de reportagens semanais sobre designers que fazem e fizeram história

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O mundo globalizado globalizou a moda e as tendências que eram ditadas pelas grandes maisons, agora são feitas dentro de casa. Cada um tem o seu estilo e pronto. “A moda hoje está enfrentando um novo desafio, as pessoas não buscam na moda as tendências das marcas, elas consomem as roupas que enquadram em seu estilo próprio” explicou Giovanni Frasson, Diretor de Moda da Vogue Brasil durante o Vogue Fashion’s Night Out Goiânia.

O evento, que encerrou na capital goiana a edição de 2014, acontece mundialmente desde 2009, quando Paris abriu suas ruas para falar de moda. No Brasil, a Vogue Fashion’s Night Out foi realizada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Vitória e Goiânia e integra o evento internacional que acontece anualmente em 19 países, com o total de 30 capitais espalhadas por quatro continentes.

O papo sobre moda não poderia vir em melhor momento. Estudar o design é perceber que eles se encontram em todas as suas vertentes. Moda e mobiliário parecem estar distantes, mas se cruzam quando entendemos que ambos fazem parte de como queremos nos apresentar ao mundo – fora que é impossível não perceber a arte por trás do trabalho de um designer, independente desse profissional estar desenhando um vestido ou uma poltrona.

As pessoas globalizadas podem até criam seus looks com algumas peças do guarda roupa e uma olhada consultiva no instagram, mas não deixam de beber sua criatividade em clássicos da moda que nunca vão morrer. É com a intenção de falar mais sobre esse novo momento vivido pelo design que o Blog AZ começa uma série de reportagens sobre o universo da moda. Vamos passear pelos designers que estão super expressivos mundo afora sem deixar de falar também naqueles que marcaram época.

“Pra guardar na memória”

Empresário, engenheiro civil e fotógrafo nas horas vagas, Naldo Mudim fala um pouco sobre seu trabalho com a fotografia

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Empresário, engenheiro civil e fotógrafo nas horas vagas. Naldo Mudim mostrou que seu hobby tem talento e de sobra. Naldo começou na fotografia aos 15 anos de idade e desde então não parou. Inquieto por onde passa, registra com sua câmera o que, aos olhos comuns, passa despercebido.

O engenheiro vê na Arquitetura, Engenharia e Design cores, formas e arte. “A fotografia é uma paixão que tenho desde pequeno, mas esse foco em design, arquitetura e engenharia veio depois que comecei a trabalhar no seguimento”, explicou o engenheiro e empresário. Naldo é dono da HSI Incorporadora e, embora não tenha a art deco como inspiração na hora de projetar seus prédios, escolheu o movimento artístico como inspiração para sua fotografia.

Ele tirou algumas fotos, em detalhes, de construções nascidas no auge do movimento art deco na década de 30, quando Goiânia começou a ser construída. “O poder público não dá muita atenção para os edifícios mais antigos da cidade. Alguns marcos de art deco da cidade, como o relógio do fim da Avenida Goiás, estão abandonados”.

Para Naldo, a fotografia é uma poderosa ferramenta de preservação da nossa memória. “A fotografia foi um jeito que escolhi para preservar esse lado artístico da arquitetura goianiense”, explicou. “Eu acho que a art deco em Goiânia vai ser perdida com o tempo”.

Quatro fotografias sobre o tema foram selecionadas pelo arquiteto e designer Léo Romano para serem expostas durante o Papo Design com Marcus Ferreira na última quinta-feira (6) na Sala Conceito do Armazém da Decoração. Mas não é só de art deco que vive seu trabalho fotográfico. Belas paisagens e pequenos detalhes nunca passam despercebidos pelas lentes de sua câmera.

Além da exposição no Armazém da Decoração, o trabalho de Naldo Mundim pode ser visto na suíte presidencial renovada do Castro’s Park Hotel, onde foram explorados temas da cidade de Goiânia.
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Fotos: Naldo Mundim

Arte e design a mil

Pesquisa Latitude mostra que mercado de arte está aquecido no Brasil e cada vez mais países estão comprando arte nacional

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Em ano de eleição muito se fala no pessimismo do mercado e queda nos indicadores econômicos, mas a maré está para o design. Nos últimos anos, pesquisas vêm mostrando que o mercado de arte está com a temperatura alta e sem previsão de chegada de inverno. É fato que as galerias estão vendendo muito e novos colecionadores surgiram para aumentar seu público alvo.

Em 2013 o projeto Latitude, instituição formada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações (APEX) e a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), afirmou que o mercado cresceu 22,5% no ano anterior, três vezes a média mundial, que era de 7%. Galerias como Vermelho, Fortes Vilaça, Luciana Britto, Luisa Strina integraram os 44 centros de arte que participaram da pesquisa e todas afirmam estar passando por um ótimo momento de vendas nos últimos anos.

A pesquisa divulgada no início de 2013 demonstrou que 81% dessas galerias aumentaram suas vendas e 70% afirma ter ampliado sua equipe, além de 60% delas terem reajustado as obras vendidas em 15%, percentual bem acima da inflação no período. Este ano os números apenas melhoraram.

Em abril desse ano, o mesmo instituto divulgou nova pesquisa, com uma amostragem de 45 galerias espalhadas pelo país, mostrando os números e informações sobre o mercado de artes visuais no Brasil e seus reflexos pelo mundo afora. A novidade desse ano foi que a pesquisa apontou uma invasão de jovens talentos no ramo. Agora não apenas formado por artistas, a nova geração está também comandado as galerias e centros de arte.

A pesquisa publicada este ano, sobre os dados de 2013, mostrou também que 71% das galerias afirmaram ter vendido para o mercado internacional, enquanto em 2012 esse número era de 60%. Essa internacionalização da arte foi bastante ampla, no ano passado cerca de 30 países adquiriram arte brasileira. Quando falamos em arte, este termo não está restrito a pinturas e esculturas. Mobiliário assinado também está sendo vendido para colecionadores e amantes da arte em todo o mundo.

 

Tunga

O inusitado trabalho do artista pernambucano que ganhou o mundo

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Alquimia é a ciência antiga e quase mística que combinava elementos da química, antropologia, astrologia, filosofia, metalurgia, matemática, misticismo e religião. É com esse mesmo sincretismo criativo que o pernambucano Tunga orienta sua arte. Tunga se autodeclara um velho leitor de textos sobre alquimia. “Obviamente não pretendo achar o ouro no meio de meu trabalho. A alquimia é apenas uma metáfora”, explicou em entrevista para a ISTOÉ em 2010.

Tunga, ou Antônio José de Barros de Carvalho e Mello Mourão, nasceu em 1952 na cidade de Palmeiras, interior de Pernambuco, mas vive atualmente no Rio de Janeiro. Formado em arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, atualmente o artista é escultor, desenhista e ator de performance.
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Seu trabalho, sempre inusitado, já foi exposto em grandes museus, como o Moma em Nova York e o Louvre em Paris. Após passear pelo mundo é que algumas de suas obras foram expostas pela primeira vez no Brasil, como a instalação À La Lumiere de Deux Mondes (A luz em dois mundos) que chegou ao Brasil apenas em 2010, cinco anos após desfilar na capital francesa.

Ferro, tecido, vidro e até moscas (sim, o inseto)… tudo serve de matéria prima para as criações de Tunga. O artista inova desde sua primeira exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1974. Neste ano, Tunga exibiu aquarelas com pães velhos e pedaços de algodão. Seu trabalho é de difícil definição, apenas um olhar atento para a boa arte pode sentir o que faz o artista.

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