Contemporâneo de alma clássica

Casa Cor Goiás: a arquiteta e urbanista Anna Paula Melo assina o Wine Bar na mostra 2016

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O mais antigo vinhedo do mundo foi encontrado na Geórgia, na região do Cáucaso, e data da Idade da Pedra. Para os cristãos, entretanto, o vinho surgiu pelas mãos de Noé, que plantou um vinhedo e com ele produziu pela primeira vez a bebida no mundo (tudo catalogado no Velho Testamento). Já os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses.

Para nós, mais importante que a história do passado são as histórias do presente, aquelas que reunimos quando abrimos uma garrafa ao lado de amigos. Podemos dizer que são essas histórias, mais que o próprio vinho, a essência do espaço reservado a uma das bebidas mais antigas da história do mundo na Casa Cor Goiás 2016.

Em 2015 a arquiteta e urbanista Anna Paula Melo ficou responsável por projetar o espaço do restaurante da Casa, este ano o vinho foi seu ponto de partida. Em um ambiente que se parece mais com uma grande sala na casa de um amante de vinhos e livros, o Wine Bar foi concebido.

Com 100m², o ambiente é contemporâneo de alma clássica e sofisticada. Madeira, plantas, mobiliários de todos os estilos e idades são alguns dos elementos responsáveis pelo charme da “casa do Baco”. Anna Paula Melo idealizou o espaço pensando como um local para compartilhar bons momentos e celebrar a vida na companhia de amigos.

A mistura do rústico com o refinado, um hábito da arquiteta, reflete no clima que o ambiente passa para o visitante – com muita luz natural de uma beleza delicada. Podemos dizer, tranquilamente, que o Vino Bar de Anna Paula nos transporta para as vinícolas da Itália e sul da França.

O design é um destaque, com mobiliário assinado por profissionais de renome como Sérgio Rodrigues, com as poltronas e sofá Mole e cadeiras Cantú e a poltrona Butterfly de Jorge Ferrari-Hardoy – todos vindos do Armazém da Decoração. Na varanda vemos a extensão do ambiente interno, com o mesmo rústico refinado que dá o tom do lugar.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Paulo Mendes da Rocha recebe Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza

O celebrado arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha é o ganhador do Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza 2016 pelo conjunto de sua obra

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O Blog AZ teve que apertar a tecla pause para alguns pequenos ajustes técnicos, mas o mundo não parou com ele. Durante a última semana, muita coisa aconteceu – e olha que não estamos falando de política. Na sexta-feira (6) o consagrado arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha foi anunciado ganhador do Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza pelo conjunto de sua obra.

Paulo Mendes da Rocha é um dos mais importantes representantes da geração de arquitetos modernistas e sua obra já tinha sido reconhecida internacionalmente em 2006, quando o arquiteto foi vencedor do prêmio Pritzker– segundo profissional brasileiro a ganhar o prêmio que é considerado o maior reconhecimento mundial da arquitetura.

Naquele ano, Mendes arrancou elogios do importante crítico italiano Francesco dal Co. Francesco ressaltou a originalidade de seu trabalho, bem como o fato de Paulo Mendes marcar sua obra pelo desprezo ao supérfluo. Dez anos depois, os elogios vieram do chileno Alejandro Alvarena. Alejandro dirige a Mostra Internacional de Arquitetura que ocorre durante a Bienal de Veneza 2016.

“Muitas décadas depois de construídos, seus projetos [de Mendes] resistem aos avanços do tempo, tanto em aspectos físicos quando de estilo. Essa consistência estarrecedora é consequência de sua integridade ideológica e sua genialidade estrutural”, explicou em nota o arquiteto chileno. A cerimônia oficial para a entrega do prêmio acontecerá no dia 28 de maio, no Palazzo Giustinian, em Veneza.

Paulo nasceu em 1928 em Vitória (ES), mas se juntou ao movimento chamado “escola paulista” nos anos 60 e 70 que defendia uma arquitetura “crua, limpa, clara e socialmente responsável”. Dai vem a tendência do arquiteto em dispensar de seus projetos tudo aquilo que não seja honestamente necessário. Entre suas obras mais importantes estão o Museu Brasileiro da Escultura, o ginásio do Clube Atlético Paulistano e o projeto de reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Cidades-fantasmas

Aquilo que o homem abandona, a natureza adota outra vez

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A arquitetura não vive apenas do que existe, mas também daquilo que já existiu. O estudo das grandes obras levantadas no passado ajuda os profissionais do presente a entender o ofício e a criar com todas as ferramentas adquiridas ao longo da história. Ocorre que algumas delas ficam esquecidas. O Blog AZ apresenta hoje alguns dos lugares abandonados que mais parecem cenas pós-apocalípticas ou contos fantásticos de um filme surrealista.

É interessante perceber um ponto em comum entre todas as construções já abandonadas pelo homem: a força da natureza. O controle do ser humano sobre a natureza é ténue, assim basta que nos afastemos por alguns anos para que o verde reconquiste seu espaço. Quando um barco, uma casa ou mesmo um objeto fica abandonado por muito tempo, passa a fazer parte da natureza ou a natureza dela.

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Muitos desses edifícios abandonados ganharam um apelido que atrai muita curiosidade, “Cidade abandonada”.  Em Kolmanskop, na Namíbia, por exemplo, algumas casas foram abandonadas e o deserto acabou invadindo o lugar que antes o homem ocupava. A cidade ficou conhecida como cidade mineira devido ao seu intenso comércio com a venda de diamantes.

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Colônia da Alemanha entre 1884 e 1915, Kolmanskop foi fundada em 1908 quando os mineiros alemães de diamantes migraram e fundaram o município dedicado à extração de pedras preciosas. A Primeira Guerra Mundial foi responsável pela escassez do diamante e a mina foi completamente abandonada. Resultado: o movimento das dunas acabou deteriorando as estruturas dos edifícios e invadiu todo o espaço.

A China viveu uma história parecida. A Ilha de Gouqi, que é parte de um arquipélago conhecido como Zhoushan, já foi habitada por pescadores que viviam da indústria de pesca. Com o tempo e as transformações econômicas, a atividade foi perdendo espaço na vida dos pescadores e estes abandonando suas casas. A vila de pescadores se transformou em uma pequena floresta dominada unicamente pela força da natureza.
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Mas o prêmio de cena mais apocalíptica fica reservado para um cemitério de carros abandonados na Bélgica. À primeira vista, parece que um engarrafamento ficou parado no tempo na Vila de Chatillon, mas a história dos carros nos leva de volta para a segunda Guerra mundial. Aparentemente os veículos foram deixados escondidos na floresta por um grupo de soldados americanos que, ao final da guerra, não tinha condições financeiras para levar o veículo de volta para os Estados Unidos.

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Quase um cenário de filme de terror, o parque de diversões Nara Dreamland, no Japão, foi definitivamente abandonado apenas em 2006, mas já sofreu as influencias da natureza. Hoje o espaço, aberto na década de 1960, é um parque de diversões para fotógrafos em busca de cenários exóticos para suas câmeras.

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Morre aos 65 anos a arquiteta Zaha Hadid

A arquitetura perdeu um dos seus principais nomes mundiais nesta quinta-feira com a morte de Zaha Hadid

Sky SOHO Executive Center – Shangai

Sky SOHO Executive Center – Shangai

Morreu nesta quinta-feira (31) uma das figuras mais importantes da arquitetura mundial contemporânea. Zaha Hadid, nascida no Iraque e erradicada no Reino Unido, foi a primeira mulher a conquistar o prêmio Pritzker de arquitetura. Ela reúne, em seus 65 anos de biografia, um lista criativa de importantes e grandiosas obras públicas e privadas.

O boato de sua morte começou a circular no início da semana e chegou a ser desmentido por alguns colegas, mas a confirmação do falecimento da arquiteta chegou hoje pela manhã vindo de Miami por meio de uma nota de seu escritório de arquitetura. A arquiteta foi internada em um hospital da cidade devido a uma bronquite, mas acabou sofrendo um ataque cardíaco súbito enquanto recebia tratamento hospitalar.
RIP

Sua história teve início em Bagdade, cidade onde nasceu. Os primeiros passos de sua vida adulta foram dados na Universidade Americana de Beirute, no Líbano, onde começou estudando matemática. Anos mais tarde se mudou para Londres e completou seus estudos na Architectural Association School of Architecture.

Seus trabalhos, sempre meio futuristas, caminharam entre a linha da inovação e do emblemático. Com suas curvas acentuadas e iluminação intensa, a arquiteta estabeleceu um novo método de criar seguindo a linha do desconstrutivismo. As obras de Zaha Hadid foram grandiosas assim como a arquiteta. Seu talento também foi aplicado em outras áreas do design e Zaha Hadid deixou seu nome na criação de joias, móveis, sapatos, bolsas, barcos e nas roupas que vestia.

Yacht Blohm Voss - Alemanha

Yacht Blohm Voss – Alemanha

Beko Masterplan - Sérvia

Beko Masterplan – Sérvia

Alwakrah stadium - Catar

Alwakrah stadium – Catar

Lei Rouanet passa a contemplar projetos de arquitetura

A proposta arquiteto José Armênio de Brito foi acatada pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) para que projetos de arquitetura e urbanismo possam ser beneficiados com recursos advindos de renúncia fiscal via Lei Rouanet

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O Programa Nacional de Apoio à Cultura, que reserva recursos públicos para financiar a produção cultural e artística brasileira, abriu espaço para contemplar projetos de arquitetura. A nova alteração proposta pelo arquiteto José Armênio de Brito Cruz à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) aguarda publicação no Diário Oficial da União para começar a valer, o que deve acontecer nas próximas semanas.

O Programa Nacional foi criado em 1991 para incentivar projetos culturais por meio de renúncia fiscal, que funciona com a participação do setor privado. O processo opera da seguinte forma: o candidato elabora um projeto nos moldes da lei e, quando aprovado, capta a verba do setor privado. Este receberá um abatimento equivalente nos valores que seriam repassados ao Estado em obrigações fiscais.

Com a alteração, é possível que projetos de arquitetura e urbanismo sejam contemplados pelo mesmo incentivo de renuncia fiscal do Governo Federal que atualmente é concedido à cultura e captado via Lei Rouanet. Não há exigência quanto à finalidade do projeto, entretanto deverá ser realizado concurso público para eleger a proposta vencedora. Ou seja, a pessoa pode buscar um projeto arquitetônico para uma praça, um edifício ou mesmo uma casa, desde que abra seleção para a escolha do projeto.

A proposta é incluir a arquitetura entre os setores contemplados pela Lei Rouanet, que só no ano passado financiou cerca de 80% dos projetos culturais do país. Segundo o Ministério da Cultura, a soma das renuncias fiscais que foram canalizadas para a produção artística brasileira chegou a 1,1 bilhão de reais em 2015.

A inclusão é um passo em direção ao reconhecimento da importância cultural da arquitetura e do urbanismo, que passaram a ser reconhecidos como “cultura” pelo governo federal apenas em 2010 durante a 2ª Conferência Nacional de Cultura.

Jornal britânico inclui Brasília na lista dos dez destinos de turismo arquitetônico

O jornal britânico The Guardian incluiu Brasília na lista das dez cidades que devem ser visitadas por turistas que buscam rotas arquitetônicas

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No meio do cerrado brasileiro, lá onde não havia muita coisa, uma cidade se levantou praticamente do nada. Seu nome? Brasília. A capital federal, uma jovem de apenas 55 anos de idade, carrega em sua história a fama de sua arquitetura. Nascida fora de seu tempo, e de qualquer tempo, Brasília destaca-se no meio das outras 26 capitais brasileiras e chama a atenção do mundo. Quem conhece, se espanta. Por isso o jornal britânico, The Guardian, incluiu a cidade entre os dez melhores destinos de turismo de arquitetura do mundo.

Segundo a lista, divulgada no final de 2015, a capital modernista deve ser conhecida pela sua arquitetura incomum. Brasília divide a lista com Miami, por sua art déco, com o cubismo e a art nouveau de Praga e outras sete cidades espalhadas pelos quatro cantos do mundo. É plenamente justificável a eleição do planalto central para figurar nesta lista, já que “a construção de Brasília começou em 1956 – com a cidade rapidamente se tornando um marco na história do planejamento de cidades”, como lembrou a própria publicação.

Muito antes dos planos desenvolvimentistas de Juscelino Kubitschek, dos planejamentos urbanistas de Lúcio Costa ou dos desenhos pós-modernistas de Oscar Niemeyer, Brasília já estava prometida ao Planalto Central. A discussão entorno da mudança da capital para o interior do país data de antes do Brasil virar uma república. A Constituição da República de 1891 definiu que essa nova capital deveria ser construída no Planalto Central.

Foi apenas 64 anos após esta decisão que a capital federal começou a ser construída no interior de Goiás, agora um Distrito Federal. O traçado da cidade obedeceu ao plano piloto de Lúcio Costa, batizado com este nome por ter sido a primeira proposta urbanística criada para a cidade. A ideia inicial era fazer uma cidade com a forma de uma cruz, mas o nome “Plano Piloto”, somado à semelhança do projeto com o desenho de uma aeronave, fez com que o formato da área fosse popularmente comparado com um avião, composto de um eixo monumental suas asas.
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Os prédios principais foram desenhados por Oscar Niemeyer e sua ideia de arquitetura explica bem a cidade. “Quando eu crio um prédio eu não me tranquilizo antes de ver que ele causa espanto e cria emoção”, contou certa vez em entrevista sobre Brasília.

O projeto urbano de Lúcio Costa, com as superquadras, tinha a intenção de criar bairros que favorecessem as relações interpessoais. O térreo dos edifícios seriam abertos e públicos para permitir que crianças brincassem próximas a seus blocos. Entre as quadras a única divisão seria uma área verde, sem cercas, com reserva de área para pequenos comércios locais, espaços onde todos poderiam se encontrar.

Ocorre que Brasília cresceu além do planejado. As asas norte e sul não foram suficientes para abrigar seus moradores e cidades satélites foram nascendo, ao contrário de sua cidade mãe, sem qualquer planejamento urbanístico. Outro ponto que pesou na construção da cidade foi justamente a construção da cidade. O presidente queria levantar a capital até o fim de seu governo, o que daria aos envolvidos no projeto um prazo de apenas quatro anos para concluir as obras. A velocidade com que a cidade foi levantada rendeu à Novacap, empresa responsável pelo projeto, a fama de ter sido responsável pela morte de inúmeros funcionários.

O charme da capital administrativa fica por conta também do Lago Paranoá. Criado artificialmente no intuito de elevar os baixos índices de umidade da região, o lago possui 48 quilômetros quadrados de área, profundidade máxima de 38 metros e cerca de oitenta quilômetros de perímetro. A cidade, além de ganhar o título de capital da arquitetura pós-moderna, foi tombada pela UNESCO em 1987 como patrimônio mundial.

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A cidade nas mãos

A ourives Ola Shekhtman cria anéis com a arquitetura das principais cidades do mundo

Paris

Paris

A Torre Eiffel, o Parlamento inglês ou o Empire State Building podem parar nas suas mãos. É que a arquitetura das grandes metrópoles foi o tema escolhido pela designer de joias Ola Shekhtman para desenhar seus anéis.

Apaixonada por centros urbanos, a designer viajou o mundo, literalmente mudando de uma cidade para outra, com o objetivo de se conectar com as grandes metrópoles. Nascida na Sibéria, Shekhtman mudou-se para São Petersburgo e morou na segunda maior cidade da Rússia durante seis anos de sua vida.

Nesse período estudou ourivesaria, a arte de trabalhar com metais precisos, e seguiu seu caminho nômade entre uma cidade e outra. Ao lado do marido, mudou-se para Israel e depois para os Estados Unidos. Em sua última parada, morou em Nova York, na Virginia, em Maryland e agora está na Carolina do Norte.

O resultado de toda esta andança foi a criação da linha de anéis Metrópolis. “Desenhei meu primeiro anel quando era ainda estudante e nunca esqueci essa ideia. Em maio de 2015 fiz meu primeiro modelo: Paris” explicou a designer. “Eu não contava com o sucesso”, confessa.

Metrópolis são anéis em metal fundido pela própria designer, no ouro e na prata, para recriar os principais ícones arquitetônicos das principais cidades do mundo. Em suas mãos, Shekhtman já redesenhou Paris, Londres, Nova York e outras dezenas de cidades, como Berlim, Estocolmo e Hong Kong. Um belo trabalho que coloca o mundo em suas mãos.

Washington D.C

Washington D.C

São Francisco

São Francisco

Nova York

Nova York

Hong Kong

Hong Kong

Estocolmo

Estocolmo

Amsterdam

Amsterdam

Museu Whitney de Arte Americana

Em 2015 o Museu Whitney abriu suas portas em novo bairro com edifício projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano

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A badalada cidade que nunca dorme abriga diversos museus e o mais comentado deles nos últimos meses é o Museu Whitney. É que a cidade de Nova York encontrou um novo canto para que o museu pudesse se estabelecer e o projeto arquitetônico, cheio de curvas e linhas tortuosas, assinado pelo italiano Renzo Piano no bairro Meatpacking District é a nova sede do museu.

Para quem ainda não associou o nome à obra, Renzo Piano é o mesmo arquiteto que projetou o Centro Georges Pompidou, em Paris. No mês de maio do ano passado, Piano inaugurou também a nova sede do Museu Whitney com nove andares, sendo oito deles dedicados exclusivamente à arte americana contemporânea.
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O mais interessante do projeto é que – além de estar localizado ao lado do Hudson River – sua enorme estrutura não é cortada por colunas e suas paredes, de madeira, se movem. Todo este espaço é dedicado à arte americana. O Museu veio ao mundo para mostrar os trabalhos dos artistas que interagem com a cultura do país.

São 22 mil peças, assinadas por mais de mais de 2.900 artistas, entre fotografias, instalações, filmes e obras de grandes nomes das artes plásticas como Edward Hopper, Jasper Johns Jackson Pollock e, claro, Andy Warhol. Quem estiver passeando por pela Big Apple, é um passeio que vale a pena.

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Arquitetura do Amanhã

Foi inaugurado este mês o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, com projeto monumental assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava

Foto: Luis Marcelo Mendes /Facebook

Foto: Luis Marcelo Mendes /Facebook

Embora dezembro de 2015 fique marcado no calendário da história dos museus brasileiros como o mês que incendiou o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, não temos motivos apenas para chorar. Foi também em 2015 que ganhamos mais um importante representante da cultura, das artes e da tecnologia: o Museu do Amanhã.

O Amanhã chegou e todos aqueles prédios futuristas que desenhávamos em nossa imaginação ganhou forma em um terreno ao lado da Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro. O museu foi inaugurado no último dia em 17 (quinta-feira) na capital carioca e recebeu, somente no primeiro fim de semana, um público de mais de 25 mil pessoas.

E como o Amanhã já chegou, o museu foi pensado para que possamos refletir o hoje. “O Museu do Amanhã surgiu a partir de uma visão grandiosa, de uma visão de que seria possível criar um equipamento público e de educação fora daquela base curricular em um ambiente no qual as pessoas pudessem ter experiências culturais, sensoriais e artísticas únicas” explicou Luiz Alberto Oliveira, curador do museu.

A atração se define como um novo tipo de museu de ciências onde o visitante é convidado a examinar o passado, conhecer as transformações atuais e imaginar cenários possíveis para os próximos 50 anos por meio de ambientes audiovisuais imersivos, instalações interativas e jogos disponíveis ao público. “O museu é um ambiente em que uma experiência vívida, concreta, coletiva e pessoal pode ser realizada e só pode acontecer ali que é um mescla de uma arquitetura poderosa, com ideias profundas”, concluiu seu curador.

Foto: Cesar barreto / Facebook

Foto: Cesar barreto / Facebook

A arquitetura é um assunto a parte. O rito futurista não é apenas tema do museu, mas toda a sua estrutura física. O edifício é um verdadeiro monumento criado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava inspirado em elementos da fauna e da flora brasileira. Seus pontos de criação foram o Jardim Botânico, o parque Lage e o sítio Burle Marx.

Calatrava faz parte da linha de arquitetos que exploram a chamada arquitetura-espetáculo. O profissional possui em seu currículo mais de 100 projetos espalhados pelo mundo, mas não deixou de ver a importância do trabalho erguido em um prédio de 18 mil metros no Rio de Janeiro. “Foi uma honra projetar esse museu, porque não se trata apenas de erguer um prédio, e sim de criar um marco da revitalização de uma região importante da cidade”, contou Calatrava em entrevista no Brasil.

O Museu do Amanhã faz parte do conjunto de obras da prefeitura do Rio de Janeiro por meio da iniciativa do próprio município em parceria com a Fundação Roberto Marinho e o Banco Santander. O museu fica aberto de terça-feira a domingo, das 10h ás 18h. A entrada é de R$10,00 a inteira. Às terças-feiras a entrada é gratuita.

Foto: Divulgação / Facebook

Foto: Divulgação / Facebook

Foto: Divulgação / Facebook

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Pedro Gadanho: arquiteto do todo

Pedro Gadanho vem da geração dos novos arquitetos que encaram a arquitetura como um todo

Pedro Gadanho
Arquiteto do todo, o português Pedro Gadanho faz parte da linha de profissionais que se concentrou naquilo que está além das obras e construções. Arquiteto, curador e professor, Gadanho fez nome preocupado em trazer sua profissão para o centro com o debate público e apresentar soluções para os problemas da cidade.

Graduado na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), Pedro começou sua vida profissional em um atelier em Portugal. Terminou seu mestrado e dividiu os mais de 20 anos de carreira entre dar aulas e pensar a arquitetura de forma a contribuir com a sociedade.

Dedicou grande parte da sua atenção para a reabilitação de edifícios prontos no que define como uma atitude política. Entre levantar novas construções e reaproveitar as tantas que a Europa já possui, o arquiteto defende a política da renovação.

Em 2011 foi nomeado curador do Museu de Arte Moderna (MoMa) para atuar à frente do Departamento de Arquitetura Contemporânea e Design, e se despediu de Nova York em meados deste ano para assumir a curadoria do novo museu da Fundação EDP, em Lisboa, previsto para abrir suas postas entre julho e setembro de 2016.

O arquiteto se disse excitado em trocar uma das mais importantes instituições culturais do mundo pelo Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) de Lisboa. Ao se pronunciar a respeito de sua volta para a Europa, Pedro destacou a importância de seus anos em Nova York. “Fiz uma série de exposições relevantes, foi uma experiência muito importante”, explicou.

Localizado nas margens do Rio Tejo, o museu toma o lugar do que antes era o Museu da Eletricidade e Gadanho espera aproveitar suas instalações para abordar a relação da arte com as novas tecnologias.

Embora o museu ainda esteja de portas fechadas, Gadanho já assumiu suas funções como curador e trabalha no projeto que vai contar com diferentes salas de exposições, um serviço educativo, reservas de arte, auditório, espaços para residências artísticas e um restaurante.

O trabalho como curador surgiu de seu interesse pela arte. O arquiteto foi sempre ligado às manifestações artísticas e viu no trabalho a frente do Departamento de Arquitetura Contemporânea e Design do MoMa, e agora na Fundação EDP, uma possibilidade de unir suas duas paixões.

Foto: Paulo Pimenta / Divulgação