“O carro é seu, a vaga não”

Prefeitura assina decreto que autoriza a iniciativa privada a criar espaços de convivência no lugar de vagas de carro

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A frase explica porque vagas de carro em alguns pontos da cidade estão sendo transformadas em vagas para descanso por meio da instalação de parklet. A iniciativa surgiu pela primeira vez na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, que ao unir as palavras parking e parks (estacionamento e parque em inglês), bolou uma maneira para lá de criativa de democratizar os espaços públicos.

A ideia pegou. Os parklets chegaram ao Brasil em 2013 por meio da ONG Instituto Mobilidade Verde e esse ano estacionou em nossa cidade. A Rua Mário Bittar no Setor Marista – a mesma que recebe a Casa Cor 2015 – foi a pioneira em estacionar um pequeno parque no lugar de um carro. O espaço montado na rua junto à calçada com bancos, vasos de flores e iluminação foi construído pelo Stúdio Sobreurbana.

A proposta é simples e teve o aval da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Setel). O decreto de nº 791 assinado pela prefeitura em março deste ano regulamenta os parklets, que devem ser construídos e geridos pela iniciativa privada através de empresas privadas, pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, mas abertos a toda população. Cada uma dessas “vagas para pessoas” podem permanecer no local pelo prazo de até três anos. O primeiro parklet de Goiânia ficará montado até 24 de junho, então aproveite a ida à Casa Cor para conhecer o espaço e descansar.

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Fotos: Divulgação / Facebook

Casa Cor 2015: o Brasil visto por dentro

A brasilidade na arquitetura e no design vai invadir a mostra da casa mais aguardada do ano em 2015

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É o multicultural Brasil que está em destaque na 19ª edição goiana da Casa Cor. “Yes, temos inspiração” foi a frase escolhida pela mostra para abrir suas portas no dia 15 de maio e deixar provado, sem sombra de dúvidas, que o Brasil tem muito design na hora de criar, projetar e decorar. Celebrado como o evento de maior expressão da arquitetura, design, decoração e paisagismo do estado, a Casa Cor Goiás 2015 acontece entre os dias 15 de maio a 24 de junho na Mansão Anis Rassi, Rua Mario Bittar, nº 181, Setor Marista.

O tema brasilidade norteará este ano todos as mostrar Casa Cor 2015. “Brasilidade é ter coragem e ousar na forma e no conteúdo”, explicou Eliane Martins aos jornalistas durante o brunch de lançamento da Casa Cor no mês passado. Eliane, responsável pela franquia goiana da mostra juntamente com Sheila Podestá, explicou que o tema abre espaço para uma mistura de estilos e gostos. “Uma decoração tipicamente brasileira sabe ser alegre, aconchegante, inspiradora e imprevisível”, completou.

O público da casa vai poder conferir na 19ª edição da mostra uma homenagem à arte e ao design de identidade brasileira. O objetivo é reconhecer o valor de uma cultura tão diversa e encantadora como a nossa. Para dar forma à ideia – e aos 3.500 m² do espaço reservado para o evento em 2015 –, foram convidados 56 arquitetos, decoradores e paisagistas para projetar 32 ambientes.

O Brasil poderá ser visto por dentro em menos de uma semana. O coquetel de inauguração, evento reservado para convidados, está marcado para as 20 horas do dia 13 de maio. Os visitantes serão recebidos na casa a partir do dia 15, das 16h às 22h. Aos sábados, domingos e feriados o horário se estende das 12h às 22h. O valor do ingresso é de 40 reais a inteira.

Japão em destaque

O Blog AZ fala um pouco mais da rica cultura japonesa na literatura, moda e arquitetura

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A comunidade japonesa já comemora mais de cem anos no Brasil, data que celebra a chegada do navio Kasato-Maru na cidade de Santos em 18 de junho de 1908, trazendo a primeira grande leva de imigrantes japoneses ao país. A cultura desse país tão distante já este bem presente no Brasil e outra onda que esta forte em terras tupiniquins é a sua literatura.

Ainda que no campo da arte a literatura se apresenta timidamente, os autores japoneses estão sendo publicados com frequência no Brasil. O Haruki Murakami é um destes e seus livros já são best seller no país. Os autores do outro lado do mundo escapam da monotonia misturando fantasia e realismo e conquistando o público.

O próprio Haruki Murakamim  foi favorito ao prêmio Nobel de literatura em 2012 e seu livro 1Q84 já vendeu mais de 5 milhões de cópias, 4 milhões apenas no Japão. Lá, a obra saiu como um folhetim, dividida em seis partes. No Brasil, são três volumes, todos na lista dos mais vendidos.
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Bom, não é apenas na literatura que o Japão dá o que falar. Alguns nomes do mundo da moda vêm dessa cultura tão distante e, ao mesmo tempo, tão próxima. Issey Miyake, Yohji Yamamoto, Rei Kawakubo são alguns que merecem destaque.

Em sua exuberante arquitetura, temos Kengo Kuma e Tadao Ando que nos apresentam uma estética que foge da nossa zona de conforto. Fora do que estamos acostumados, cada designer, estilista, autor e arquiteto nos mostra quão rica é a cultura japonesa.

Em homenagem ao Japão, ao dia do livro e à cultura de um país tão singular, o Blog AZ vai passar as próximas semanas falando um pouco mais de cada um desses artistas e suas áreas para mostrar como é feita a literatura, a arquitetura e a moda no Japão.

Entre a casa e o muro

O jardim por Benedito Abbud

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O impacto do verde na vida tanto de uma casa quanto de uma cidade fez com que a arquitetura criasse, dentro de sua linha de estudo, toda uma nova maneira de se pensar o bem estar e Benedito Abbud entendeu bem sua importância. Para o arquiteto e paisagista brasileiro, o verde deixou de ser um elemento meramente estético e se transformou em uma solução para as cidades.

Bom, como essa afirmação não é difícil imaginar que o trabalho paisagístico de Abbud envolve diferentes produtos e escalas, que vão desde cidades, bairros, parques, praças, condomínios verticais e horizontais, residências e até empreendimentos corporativos e comerciais, hotéis e flats, habitações compactas, shoppings centers e áreas especiais. Seu escritório já desenvolveu mais de 5.200 projetos em todo Brasil e em outros países como Argentina, Uruguai e Angola.

Com 40 anos de profissão, Benedito Abbud é arquiteto paisagista formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, na qual atuou como professor. Arte, técnica, bom senso, bom gosto e criatividade são as principais ferramentas de trabalho do paisagista. Desde a escolha de uma planta ou um piso até a disposição de cada um dos elementos em sintonia com a arquitetura do ambiente fazem toda a diferença e um belo jardim – tanto em um espaço público, quando em espaços privados – é sinônimo de qualidade de vida.
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“Hoje, a presença do verde e da natureza em centros urbanos é sinônimo de qualidade de vida, motivo para os profissionais, assim como eu, valorizam o verde nas cidades”, afirma o paisagista que dá cada vez mais valor para o verde que anda sumindo das grandes cidades. “Acredito que a atual conscientização da população para a importância de conviver junto à natureza e respeitá-la impacta em uma vida melhor para todos”.

Para Abbud, paisagismo não é um simples jardim. O arquiteto gosta de trabalhar com o conceito de acupuntura paisagística que defende que, a partir do momento em que se melhoram pontos estratégicos do local, esses benefícios se espalham por toda a região onde são aplicados. “O paisagismo é como a acupuntura, que vê seus efeitos se espalhar pelo corpo humano, mesmo sendo aplicada apenas em determinados pontos”. Os cinco sentidos também não são esquecidos pelos trabalhos de Benedito Abbud, que explora sabores, cheiros e barulhos em seus jardins.

O reconhecido trabalho paisagístico de Benedito Abbud não passou despercebido. O arquiteto já viu seu escritório ser premiado diversas vezes e assina alguns livros sobre a qualidade de vida do verde. É também de autoria de Abbud o desenvolvimento dos projetos para a candidatura do Rio de Janeiro à Olimpíada de 2016.

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A cidade das várias cidades

Londres, na contra mão das outras capitais europeias, deixou a arquitetura contemporânea invadir os bairros dos prédios levantados no fim do século IX

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Visitar os grandes pontos turísticos de Londres é realmente encantador, mas ver uma Londres contemporânea lado a lado daquela antiga vila medieval faz valer apena passear por uma das cidades mais visitadas do mundo.  A arquitetura dos novos prédios, ao contrário do que ocorre em praticamente todas as grandes cidades europeias, está realmente espalhada por Londres, que não segregou nos bairros afastados a criatividade dos designers do novo milênio.

Ao olhar para o alto no centro turístico de Paris se vê apenas a Torre Eifel, edifício mais alto da cidade, mas na capital inglesa se vê um incontável número de prédios novos intercalados com as torres de catedrais e edifícios levantados nos tempos aureos dos reis. Parece difícil imaginar arranha-céu na Europa, mas Londres está começando a trazer essa cultura capitalista para o centro de sua cidade – inclusive, a capital inglesa abriga o The Shard, maior edificio da Europa Ocidental .

A maior parte dos edifícios altos da capital inglesa se localizam na City e Canary Wharf, regiões financeiras da cidade que sediam as grandes empresas e bancos mundiais. Porém, não é preciso se locomover até esses bairros já que o novo e o velho estão lado a lado em toda Londres.

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Um passeio pela margem do rio Tâmisa até a famosa Tower Bridge  nos faz variar no tempo. A própria ponte báscula da torre, construida em 1894, é visinha do City Hall – prédio construído há pouco mais de dez anos que abriga a prefeitura – e do Royal Palace and Fortress The Tower of London – que teve sua construção iniciada no século IX, em 1078.

O edifício que abriga a câmara e o gabinete do Prefeito de Londres é um modelo de acessibilidade e sustentabilidade. Projeto do arquiteto Norman Foster, o City Hall surpreende logo pelo formato de esfera inclinada coberta por vidro. Já o Royal Palace, do outro lado do rio, matém seu desenho original e medieval que inicialmente serviu de fortificação dos limites da cidade romana sendo, alguns séculos mais tarde, utilizado como sede de prisão e tortura dos opositores da coroa.

Ainda às margens do Tâmisia, a Milenium Bridge – batizada em homenagém a chegada do novo milênio, ano de sua inalguração – se destaca quando vista ao lado da St Paul’s Cathedral, levantada ainda no século XVII. Destaque também para o belo edifício empresarial projetado pelo arquiteto Norman Foster (o mesmo da prefeitura londrina) em forma de cilindro.

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Os traços de Álvaro Siza

O Blog AZ sempre destaca grandes designers e arquitetos e Álvaro Siza é um deles. O português é considerado um dos grandes arquitetos de todo o mundo não só por sua coleção de trabalhos, mas […]

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O Blog AZ sempre destaca grandes designers e arquitetos e Álvaro Siza é um deles. O português é considerado um dos grandes arquitetos de todo o mundo não só por sua coleção de trabalhos, mas por sua facilidade em lidar com as várias linguagens arquitetônicas.

Álvaro Joaquim de Melo Siza Vieira nasceu em 1933 no interior de Portugal.  Entre os anos de 1949 e 1955, estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde lecionou anos depois. Influenciado por nomes como o de Frank Lloyd Wright, Le Corbusier e Alvar Aalto, Álvaro Siza desenvolveu uma linguagem própria próxima daquela desenvolvida durante o modernismo português.

Foi professor visitante na Escola Politécnica de Lausanne, na Universidade de Pensilvânia, na Escola de Los Andes em Bogotá, na GraduateSchoolof Design of Harvard University como “Kenzo Tange Visiting Professor”; e lecionou na Faculdade de Arquitetura do Porto, onde trabalha atualmente. Sua carreira foi consolidada (e coroada) em 1992 quando ganhou o prêmio Pritzkerde arquitetura.
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Sua linguagem própria encantou os jurados que justificaram o prêmio na habilidade e firmeza do arquiteto. “A arquitetura de Álvaro Siza é uma alegria para os sentidos e eleva o espírito”, palavras do júri. Como os primeiros modernistas, suas formas, moldadas pela luz, tem uma simplicidade. “Se uma vista é desejada, uma janela é feita. Escadas, rampas e paredes, tudo parece ser predestinado num edifício de Siza. Esta simplicidade é revelada como uma grande complexidade. Há um domínio sutil sublinhando o que parece ser uma criação natural”, completaram os jurados.

No Brasil, a obra do arquiteto Álvaro Siza Vieira tornou-se conhecida em torno das ideias de regionalismo crítico e identidade nos anos 80. Em 2008 foi inaugurada às margens do lago Guaíba, a Fundação Iberê Camargo, projetado porÁlvaro Siza composta por dois volumes cheios de linhas e curvas – bem ao seu estilo modernista.

“É difícil pensar num arquiteto contemporâneo que tenha mantido uma presença tão consistente na profissão como Álvaro Siza. Que esta presença seja mantida por um arquiteto que vive e trabalha na margem extrema atlântica da Europa só serve para enfatizar a sua autoridade e o seu estatuto”, lê-se no comunicado que destaca os projetos da Casa de Chá Boa Nova e as Piscinas de Marés, obras de Siza em Leça da Palmeira.

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Arquitetura em HD

Criatividade e tecnologia chamaram a atenção da arquitetura mundial para o projeto do Markthal Rotterdam

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É apenas um mercado, mas parece um sonho em forma de edifício e tecnologia. A arquitetura espalhou em alguns cantos do mundo pedaços de obras de arte que merecem ser destacadas e o Blog AZ fala hoje do maior (e único) shopping coberto da Holanda, o Markthal Rotterdam.

O mercado foi inaugurado em setembro do último ano em uma área pública que aloja restaurantes e tendas de frutas, carnes e peixes e uma área residencial com 228 apartamentos.

Com uma arquitetura contemporânea, o projeto do novo marco da cidade é fruto de um concurso que coroaria a empresa ganhadora com a incumbência de levantar o novo edifício. O escritório de arquitetura MVRDV foi o ganhador do prêmio e os profissionais Winy Maas, Jacob van Rijs e Nathalie de Vries levantaram um prédio de 40 metros de altura.

O que mais chama a atenção no projeto é a fachada interativa em full HD. A psicodelia artística foi obra de arte e criação dos holandeses Arno Coenen e Iris Roskam. A “via láctea” de alimentos – desenhos de frutos do mar, carnes, frutas e vegetais – é uma analogia aos produtos vendidos no local.

A mega produção em HD projeta imagens em movimento por todo o teto do prédio, dando a sensação de uma chuva de imagem e luz. O formato do edifício lembra uma ferradura de cavalo, favorecendo a obra em alta definição que teve disponível um teto em 360º.
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Fotos: Divulgação

Baú de criatividade

Casal de arquitetos projeta um home Office dentro do baú velho de caminhão de carga

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Sabe quando a casa parecia grande, mas no fim ficou apertada demais ou quando a família aumenta e acaba faltando cômodos? Andre Lattari e Daniela Oliveira arrumaram uma solução criativa para resolver a questão. O paulistano André e a mineira Daniela se conheceram na baiana e decidiram fazer da bela Trancoso seu lar.

Há pouco mais de oito anos, o jornalista André Lattari saiu da capital paulista para gerenciar um empreendimento hoteleiro no charmoso vilarejo. A arquiteta Daniela Oliveira chegou à cidade pouco depois, vinda do interior de Minas Gerais, para trabalhar no projeto de André. O resto na história se resume em romance. O casal acabou montando um escritório de arquitetura e uma casa, onde moram juntos há seis anos.
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A parede de barro na sala de estar, fôrmas de madeira usadas na moldura do sobrado, piscina com borda infinita e vista para uma das mais belas cidades do litoral sul da Bahia não são as únicas características da propriedade que chamam a atenção. É que com o sobrado sempre cheio o casal decidiu construir um Office do lado de fora da casa, em um baú de caminhão.

A ideia era aproveitar o amplo espaço do quintal e a lata velha que estava sendo vendida a R$1.800,00 em um depósito da região.  “Estava deteriorado, mas, por causa da maresia daqui, o corpo de alumínio era ideal”, explicou André sobre o estado dos restos do automotor.

Ficou por conta de um serralheiro a tarefa de desamassar a estrutura e recortar janelas na busca de ar e iluminação para o canto que seria o refúgio de criação do casal. O conforto térmico veio com a instalação do forro isolante de placas de poliestireno expandido (EPS) de 3 cm de espessura  e o revestimento de madeira. A criatividade rendeu um espaço aconchegante e destaque para o trabalho da Vida de Vila e Ar Construtora, empresa comandada por André e Daniela.

Arquitetura pelo mundo: Glass House

O mundo da arquitetura espalha pelo mundo pequenas obras de arte e a Casa de Vidro de Philip Johnson é uma delas

(Fotos: The New York Times)

(Fotos: The New York Times)

Foi entre os vidros e a natureza que um dos maiores arquitetos norte-americanos imortalizou o seu nome e consolidou a sua carreira. Philip Cortelyou Johnson faleceu aos 98 anos de idade deixando para trás uma coleção de mais de duas mil obras, a Glass House entre elas. Entre aço, cimento e muito vidro, Philip Johnson projetou a sua residência privada que se tornou um inegável patrimônio histórico e cultural.

Inspirada na residência Farnsworth (também conhecida como a casa de vidro de Mies van der Rohe), a Casa de Vidro foi um dos poucos projetos modernistas da carreira de Philip. Nos 170 m² somente não foi erguido com parede de vidro o espaço reservado ao banheiro. Os ambientes internos não possuem divisórias e a casa é cercada por natureza.

A propriedade, localizada em New Canaan no estado de Connecticut, possui 20 hectares e ganhou também duas galerias subterrâneas – uma delas com teto de vidro – e um pavilhão ao lado do lago. Ao falar sobre o projeto, que foi desenhado mais de 15 vezes, o arquiteto defendeu a importância da escolha do terreno. “Uma casa sempre deve ser construída sobre uma elevação, pois os bons espíritos serão capturados pela colina que está por trás da casa”, contou no livro Philip Johnson: The Architect in His Own Words.

Anos antes de falecer em 2005, Johnson doou toda a propriedade para o National Trust for Historic Preservation. Atualmente, o lugar foi transformado em santuário da arquitetura. “Ele queria que o lugar continuasse vivo de uma forma criativa, sofisticada e divertida”, explicou Henry Urbach, diretor da Casa de Vidro. É que atualmente a Casa recebe cerca de 13 mil visitantes anualmente, sendo possível inclusive uma diária da Casa. Mas o luxo não sai barato e se hospedar na Glass House exige o desembolso de nada menos que 30 mil dólares pelo passeio.

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A arquitetura de Rem Koolhaas

O arquiteto holandês ganhou espaço e fama internacional e é considerado um dos grandes representantes da arquitetura pós-moderna

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Remment Lucas Koolhaas ou apenas Rem Koolhaas estudou cinema e televisão, mas dedicou sua vida para a arquitetura após se formar na Architectural Association School of Architecture, em Londres. Atualmente, além de ser um conceituado arquiteto, é também curador da Bienal de Veneza e professor de Harvard. Com suas obras carregadas do pós-modernismo liberal, Koolhaas assina importantes obras como a Casa da Música, em Porto, e a embaixada holandesa em Berlim.

Sua arquitetura pode ser vista nos quatro cantos do mundo e seu trabalho exige uma jornada quíntupla, já que Koolhaas possui escritórios em Nova York, Pequim, Hong-Kong, Doha e Roterdã. Após sua última visita ao Brasil em 2011, Koolhaas topou falar um pouco mais sobre nosso modernismo e a arquitetura em uma entrevista para a Folha de S. Paulo.

Ao se deixar entrevistar pela Folha de S. Paulo após um ano de trocas de e-mails e negociações entre os jornalistas do jornal brasileiro e a assessoria do arquiteto holandês, Rem Koolhaas falou sobre sua paixão pelo modernismo brasileiro e direcionou duras críticas ao arquiteto que desenhou Brasília. Para o ganhador do Pritzker em 2000, Niemeyer era um hedonista que não respeitava as regras e nem a cidade que criou.

“Podemos aprender com Brasília que algo artificial e recente pode oferecer – em um período de tempo incrivelmente curto – um ambiente urbano criativo, produtivo e instigante”, elogiou a seu modo a modernidade da cidade de Niemeyer. Quando foi falar no arquiteto, entretanto, não deixou de criticar a forma como o brasileiro se perde em um homem e para de olhar o que está por trás ou além dele. “Os brasileiros estão muito aferrados a Niemeyer”, comentou durante a entrevista para a Folha de S. Paulo. “Ele criou uma bruma que impede que olhem além da sombra de um grande homem”.

Ao criticar os últimos trabalhos do arquiteto em Brasília, Koolhaas disse acreditar que Niemeyer estava projetando sua própria caricatura em um gesto quase hedonista. Koolhaas afirma que seu investimento emocional está na arte, então não fica difícil entender porque que o arquiteto topou colaborar com a Bienal de Veneza.