São Paulo ganha edifício todo construído com madeira certificada

Projeto de edificação a ser levantada na Vila Madalena será feito sem cimento e com o uso de madeira de certificação

Para muitos, o jeito tradicional de fazer casas está ultrapassado. Ou seja, não haveria necessidade de se utilizar mais o cimento e o tijolo para levantar uma grande obra. A vantagem? Usar formas menos prejudiciais ao meio ambiente, como a madeira (certificada, claro). Esta experiência, já usual em alguns países do mundo, vai ser testada na Vila Madalena, bairro tradicional de São Paulo.

O Brasil, entretanto, já vem se adaptando com a arquitetura bioclimática e não é de hoje. A união de técnicas como o uso da iluminação natural, plantas no interior e na fachada dos prédios e casa, aproveitamento da água da chuva, energia solar e outros faz com que edificações ganhem o título de construções verdes. Atualmente o Brasil é o quarto país do mundo em prédios verdes, ficando atrás somente dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes.

Na zona oeste de São Paulo um edifício de 13 andares está sendo projetado, no papel, para ganhar o título de sustentável não apenas nas técnicas de aproveitamento da agua, energia e reciclagem do lixo. Querem usar em sua estrutura física apenas madeira certificada e nenhum cimento. Do lado de fora, seguindo a tendência dos prédios de jardins verticais, sua fachada será tomada por plantas.

O empreendimento está projetado para ser iniciado apenas em 2019, mas a ideia dos sócios da empresa de manejo florestal responsável pela iniciativa é de criar um espaço de convívio fluido entre o meio ambiente e as pessoas. O local receberá escritórios de coworking e restaurantes.

Casa Container

Arquitetura inusitada e sustentável usa containers marítimos para criar casas e espaços comerciais

Projeto Casa Container - Arq. Danilo Corbas

Container é a nova “menina dos olhos” da arquitetura inusitada e sustentável. Foi com este propósito que o arquiteto Danilo Corbas criou a Container Box e a primeira residência do material no Brasil. Em 2009, Danilo projetou a Casa Container e a construiu no ano seguinte. Atualmente é lá que vive com sua mulher, seus cachorros e seus gatos.

Já a Container Box, escritório de arquitetura, se enquadra como parte da nova geração de empresas que tem como princípio a sustentabilidade em tudo que faz. Os projetos da empresa são todos feitos em containers marítimos, seguindo uma nova tendência da arquitetura de eliminar acabamentos e apostar com tudo nas estruturas a mostra.

A missão da Container Box é reduzir o uso de matérias primas. A ideia é substituir as grandes estruturas por unidades móveis de stands prontos e reutilizáveis feitas de containers marítimos – todos baseados nos pilares de sustentabilidade. A empresa não se especializou apenas na construção de casas e lojas, mas principalmente no aluguel destas unidades para a realização de eventos.
Projeto Casa Container - Arq. Danilo Corbas

Corbas levou o assunto tão a sério que vive dentro de containers. O arquiteto formado pela USP transformou quatro containers em quartos, sala e cozinha. Cada uma das unidades, com 12m de comprimento por 2,90 m de altura, quando unidas formaram uma casa de nada menos que 196 m² instaladas em um terreno de 860 m² em São Paulo.

Para amenizar o calor, e compactuar com a filosofia da sustentabilidade, o arquiteto instalou um telhado verde ao plantar, ao redor da casa, plantas e árvores de grande comprimento.

Parece claustrofóbica, mas não é. Os containers foram cerrados e muitas paredes transformadas em janelas. O resultado: inovador.

Unidades de Containers da Container Box

Unidades de Containers da Container Box

Imagens: Container Box / Divulgação

Casas autossuficientes são fabricadas por US$75 mil

Empresa americana aposta em casas pré-fabricadas e sustentáveis

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Arquitetura sustentável, bioclimática, verde ou eco-arquitetura. Os nomes são vários, mas o resultado é um só: viver respeitando o meio ambiente. Foi pensando nisto – e no fato de que a energia tem ficado cada vez mais cara – que a empresa Deltec se especializou na construção de casas pré-fabricadas e energeticamente autossuficientes.

A empresa decidiu parar de protelar e apostou na alta tecnologia existente para criar casas que produzem seu próprio consumo – a afamada energia renovável. O preço? Mais barato do que se imagina. As casas são vendidas a valores que chegam a 75 mil dólares.

As casas autossustentáveis são pré-fabricadas e instaladas no local desejado em um prazo que varia de 3 meses a um ano e meio a depender do tamanho escolhido. Este tipo de imóvel, batizado de Renew Collection, é oferecido em dez formas pre-desenhadas com três plantas distintas.

A linha vem equipada com placas fotovoltaicas e sistema de aquecimento solar para água. Todos os formatos são projetados de modo que a casa aproveite ao máximo a luminosidade natural, ao mesmo tempo em que reduz os gastos com calefação. Esses mecanismos permitem que as residências funcionem usando dois terços a menos energia do que as casas tradicionais.

Alguns criticam o estilo por se parecer um prêt-à-porter da moda habitacional. Não é para menos, os modelos já vêm prontos e são apenas instalados no terreno desejado. Mas os benefícios ainda não são aplicados nas tradicionais moradias construídas com cimento e tijolo – seja pelo alto custo ou pela falta de hábito.

Este modelo especial da Renew Collection está disponível apenas para construções nos EUA, mas a moda está pegando e muitas empresas têm entendido que criar respeitando o meio ambiente não é apenas sinônimo de politicamente correto.

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Protagonismo ambiental

Arquitetura sustentável é a bola da vez em um mundo onde respeitar o meio ambiente não é apenas moda, mas necessidade

Kuma

O Blog AZ não se cansa em falar sobre arquitetura sustentável, afinal, quanto mais falarmos sobre preservação do meio ambiente, mais as pessoas vão perceber a importância de se preservar o meio ambiente.

Destaque do Oscar 2016, Leonardo DiCaprio – predileto do público finalmente premiado pela academia – dedicou seu tão esperado discurso à natureza:

“Filmar O regresso teve a ver com a relação do homem com o mundo, que teve 2015 como seu ano mais quente da história. Nossa produção teve que ir ao extremo sul do planeta para encontrar neve. A mudança climática é real e está acontecendo agora mesmo. É a ameaça mais grave que a nossa espécie enfrenta. Temos que trabalhar coletivamente e parar de procrastinar. Temos que apoias os líderes do mundo, que não representam os poluidores e as grandes incorporações, mas sim toda humanidade”

Realmente não podemos mais ignorar a reação da natureza aos avanços tecnológicos que poluíram o meio ambiente principalmente nos três últimos séculos, e neste quesito uma das profissões mais importantes é a do arquiteto. Além de construir uma casa ou um edifício focado nos planos de menor impacto ambiental, os profissionais devem também pensar em como os impactos ambientais vão afetar menos suas obras.

O japonês Kengo Kuma conseguiu diminuir estes impactos. Após o tsunami de 2011 no Japão, que atingiu severamente algumas cidades da península de Oshika, um dos poucos prédios que não foram destruídos em Ishinomaki foi o Museu do Canal Kitakami, projetado por ele.

O profissional é um forte nome da arquitetura sustentável justamente por sua relação com a natureza. Ele resgatou técnicas antigas de construção e trabalha com barro e o bambu. Segundo o arquiteto, nas ultimas décadas os profissionais abandonaram a madeira e começaram a trabalhar apenas com o aço – o que afasta ainda mais o homem da natureza.

No caso de seu projeto em Ishinomaki, um vão de um metro protegeu a construção da fúria da água. “Não podemos nos opor à natureza, somente respeitá-la”, disse sobre seu trabalho. “Nós envolvemos a moldura de madeira com uma membrana de poliéster. A parte interna é coberta com um tecido removível de fibra de vidro. Entre as duas membranas está um isolante de poliéster, feito com garras PET recicladas”, explicou ao site TreeHugger.

Foi respeitando a natureza que Kuma passou a relembrar a arquitetura o que a industrialização a fez perder. Um trabalho destaque desse seu estilo foi uma construção inteira no barro. Assim como o japonês, outros jovens talentos estão mostrando ao mundo como criar sem ferir o meio ambiente.

Florianópolis ganha o primeiro ponto de ônibus verde

Projetos sustentáveis nunca foram tão importantes para a arquitetura e para as cidades

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A palavra de ordem é preservar. Sustentabilidade nunca esteve tão na moda quando agora, na segunda década do novo milênio. Antes tarde do que nunca. As empresas estão recebendo incentivo para racionar água e plantar mais árvores; no campo jurídico o direito ambiental tem estado sob os holofotes; e na arquitetura, os designers têm buscado adaptar seus projetos aos modelos de sustentabilidade.

Foi seguindo bem esta linha que um projeto público, de iniciativa privada, foi elaborado em Florianópolis (SC). A cidade ganhou nesta terça-feira (8) seu primeiro ponto de ônibus ecossustentável. A estrutura conta com energia solar, que gera eletricidade para pontos de carga de celular, e armazenagem de água da chuva, usada para irrigar seu telhado verde.

O projeto foi um protótipo de sustentabilidade idealizado e executado pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) em parceria com 18 empresas, e a prefeitura já adiantou não possuir verba pública para replicar o modelo pelo restante da cidade em razão de seu alto custo – embora o valor da obra não tenha sido divulgado pela associação.

O ponto de ônibus foi desenvolvido para que a cobertura de vegetação diminua o calor na sobra, que durante o verão chega a temperaturas de 40ºC. O ponto possui irrigação autônoma feita pelo reuso de água da chuva e a iluminação do ambiente é feita por lâmpadas de LED. As placas fotovoltáicas  permitem que o usuário carregue seus aparelhos eletrônicos via USB.

A sustentabilidade é a marca do projeto, que foi feito de plástico e aço reciclado. A associação diz que o projeto é único no Brasil e teve apoio do Sebrae. Futuramente, a iniciativa privada também planeja instalar no local um bicicletário e placas com identificação das 11 linhas de ônibus que param no local.

Foto: G1/ Divulgação

Foto: G1/ Divulgação

Casa modelo 2020

O escritório Juri Troy Architects está desenvolvendo um projeto de casas modelo para criar residências neutras em carbono

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Dizem por ai que o continente europeu vive à frente do Brasil. Quanto à veracidade deste ditado, não podemos afirmar com certeza – já que cada país tem sua cultura e ritmo de desenvolvimento – agora uma coisa é fato: alguns austríacos podem viver, no ano de 2015, em uma casa de 2020.

A Juri Troy Architects, comandada por Sunlighthouse Velux, desenvolveu nos arredores de Viena a primeira residência unifamiliar de carbono neutro na Áustria como parte do projeto chamado “casa modelo 2020”. Uma edificação pode ser chamada de neutra em carbono quando todas as emissões de gases de efeito estufa provenientes de suas atividades são devidamente quantificadas e compensadas por ações ambientais que neutralizam seu impacto.

Algumas empresas e residências multifamiliares, como condomínios, já produzem ações no sentido de neutralizar sua emissão de CO² – principalmente na Europa –, mas os arquitetos do grupo Juri Troy foram além para tentar mostrar que é possível criar uma arquitetura sustentável para muitos e para poucos.
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O objetivo do projeto “Casa modelo 2020” é desenvolver, construir e analisar seis diferentes casas em cinco países europeus, cada um seguindo seu próprio enfoque na construção progressiva e sustentável. A etapa da Áustria teve por desafio aproveitar as qualidades ambientais do país para desenvolver o conceito de energia e ecologia. A ideia é trabalhar para fazer desaparecer as marcas ecológicas deixadas pela construção da casa dentro dos próximos 30 anos.

O conceito de energia do projeto foi desenvolvido em parceria com a universidade austríaca Danube University de Krems. A construção utilizou uma bomba de calor de alta performance, 48 m² de painéis mono cristalinos para a cobertura fotovoltaica, 9 m² de painéis solares térmicos para água quente e um sistema de ar-condicionado com recuperação de calor.

O projeto priorizou o aproveitamento de luz natural para diminuir a energia consumida pela luz artificial e o resultado obtido foi que a casa recebe em cada cômodo uma quantidade de claridade cinco vezes maior que o padrão habitual. As aberturas do telhado e da fachada foram colocadas estrategicamente para maximizar a energia solar passiva, permitir uma ótima ventilação natural durante o verão e, ao mesmo tempo, reduzir ao mínimo as perdas de calor durante o inverno.

O projeto foi bem sucedido. Os testes finais mostraram que Residência Sunlight produzirá mais energia do que a construção consumiu. Ainda, sua produção de energia compensará também aquilo que ela irá consumir, fazendo dela um projeto exemplo de planejamento e construção sustentável.
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Fotos: Divulgação

 

Arquitetura sustentável

Pontes vivas são levantadas para salvar milhares de animais nas florestas localizadas próximo às estradas

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Os princípios da arquitetura orgânica e que colocam a arquitetura a serviço da vida são famosos para quem estuda a arte de construir; tão famosos que nem precisa estudar arquitetura para entender um pouco a respeito deles. O interessante é que esses princípios ganharam uma nova roupagem em um recente estilo arquitetônico que também está a serviço de vida, mas da vida animal. São as pontes vivas de passagens que cruzam grandes rodovias com o objetivo de oferecer uma travessia segura aos animais.

Não precisa ser um desses defensores fervorosos do meio ambiente para perceber que nossos carros é que estão invadindo a flora e acabando com muito animais que vivem em florestas ao redor das rodovias. Nessas estradas, existe uma grande quantidade de acidentes entre motoristas e animais e, para evita-los, passagens cheias de vegetação são construídas aumentando a segurança de ambos.

Em sua composição, as pontes possuem camadas de rocha, solo, vegetação rasteira e até árvores médias no intuito de imitar o habitar natural dos animais e evitar que eles procurem as travessias nos locais mais perigosos. O tamanho das pontes varia de acordo com o tipo de espécie que vive no local das estradas. Nas áreas florestais que têm a presença de ursos, linces e outros mamíferos de grande porte, as estruturas são mais largas e consistentes.

As pontes vivas também são conhecidas como eco-dutos, pontes verdes e viadutos de vida selvagem, e já podem ser vistas em diversos lugares do mundo. O Brasil ainda não deu o exemplo, mas as pontes podem ser vistas no Canadá, Alemanha e Holanda. No Parque Nacional de Banff, Canadá, existe atualmente 41 estruturas de travessia que ajudam na locomoção da fauna local e previnem acidentes na movimentada rodovia Trans-Canada. A Holanda também decidiu implantar as passagens verdes em suas estradas e hoje já conta com mais de 600 passagens animais.

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