Arquitetura Social: Projeto Casa S

Estúdio de arquitetura se dedica à construção de casas de baixo em projeto de arquitetura social no Vietnã


Arquitetura é um campo com diversas ramificações e a arquitetura social é uma delas. Aliás, ao lado da arquitetura sustentável, a arquitetura social é uma das ramificações que mais precisa de atenção nos dias atuais. Segundo dados divulgados pelo International Organization for Migration (OIM) apenas o continente europeu já chegou a contabilizar a entrada de cerca de um milhão de imigrantes em um único mês. Fala-se no maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial. A consequência dessa movimentação é a falta de moradia.

Alguns arquitetos acabam dedicando seu tempo e trabalho para pensar uma solução barata e rápida para um problema que só cresce e utilizam a arquitetura como uma poderosa ferramenta de inclusão social. Em 2015 um deles se destacou a ponto de ser exibido como case na Bienal de Arquitetura de Chicago: o Projeto Casa S.

Criado pelo estúdio de design Vo Trong Nghia Architects, o projeto tem se dedicado a desenvolver casas de baixo custo para moradores de baixa renda no Vietnã. “As pessoas recebem um salário de menos de 100 euros ao mês e vivem principalmente em casas temporárias. Ironicamente, estas estruturas pobres resultam na necessidade de altos custos de manutenção. Portanto, são de baixo custo, mas configuram um permanente problema social”, explica o estúdio. “Com a situação dada, o objetivo do projeto “Casa S” busca proporcionar um lar estável, permanente, exequível num orçamento de 4000 dólares por unidade de 30 m²”.

As casas são erguidas com materiais baratos, como o bambu, mas que casam com o estilo do lugar e se integram à natureza. “A primeira fase do projeto se iniciou no ano de 2012 com um protótipo de estrutura de aço. Desde 2013, na busca de uma maior estabilidade e conforto térmico num clima tropical, desenhou-se um novo protótipo com elementos pré-fabricados de estrutura de concreto”descreveu a empresa.

O resultado do trabalho da estrutura pré-fabricada é incrível. Embora simples, as casas são puro charme.


Imagens: Divulgação

Design pelo mundo: Francis Kéré

“O que é a arquitetura para alguém que veio de um país onde infraestrutura é praticamente inexistente”, se pergunta o arquiteto que dedica seu trabalho para a realização de obras em países subdesenvolvidos

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Richard Van Der Laken, criador do What Design Can Do – plataforma sobre design e arquitetura que abre suas portas nesta terça-feira para a edição de São Paulo –, ao falar sobre o “design que transforma a sociedade” citou nomes de arquitetos que fazem a diferença não apenas para as pessoas, mas para o mundo. Francis Kéré é um deles.

Para o holandês Van Der Laken, o design tem que ser mais que estética, ainda que esta seja importante. Com o objetivo de entregar mais que beleza, Francis Kéré retornou ao seu país de origem para desenvolver o premiado projeto Construindo com a Comunidade.

“O que é a arquitetura para mim? O que é a arquitetura para alguém que veio de um país onde infraestrutura é praticamente inexistente”, se pergunta Kéré. “Arquitetura é mais que prédios e mais que criar algo visto como arte. É desenvolver um trabalho que no fim as pessoas sintam como delas”, explicou.
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Diébédo Francis Kéré nasceu em Burkina Faso, um dos países mais pobres da África, mas completou seus estudos em Berlim. Já como arquiteto, volta ao seu país de origem para aplicar as técnicas de sua profissão à realidade de Burkina Faso. O país possui madeira, argila e uma população numerosa. Francis Kéré utilizou os materiais e mobilizou a população para construir casas, escolas e bibliotecas modernas usando matéria prima rudimentar.

“Tentei usar materiais locais, sobretudo argila e madeira, para criar edifícios que sejam modernos”, explicou o modernista da argila. Segundo ele, o emprego da argila é uma forma de empregar também a arquitetura sustentável, já que se utilizam os recursos disponíveis no meio. O projeto fez de Francis uma sumidade no trato com a argila, o levando a ganhar inúmeros prêmios de arquitetura.

Entretanto, embora tenha dito que arquitetura não é sinônimo puro e simples de arte, não descarta essa correlação. Alguns de seus trabalhos, bem artísticos, foram incluídos na lista de objetos em exposições em museus norte-americanos.

Instalação de Francis Kéré

Instalação de Francis Kéré

Inovação e preocupação social premiados no Pritzker 2016

A arquitetura social de Alejandro Aravena dá ao chileno o importante Prêmio Pritzker em 2016

Tom Pritzker, presidente da Fundação Hyatt, anunciou na quarta-feira (13) o chinelo Alejandro Aravena como o ganhador do Priztker 2016, que receberá formalmente a premiação em uma cerimônia no dia 4 de abril na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

Conhecido por seu inovador trabalho com projetos habitacionais e obras para a recuperação de cidades atingidas por desastres naturais, Aravena entende a arquitetura pelo todo. “Os verbos simples como dormir, estudar, encontrar, descansar fazem nossa vida e esses verbos acontecem em lugares. Eu acredito que a arquitetura apenas tenda entregar a melhor forma para que esses verbos possam acontecer”, explicou.

Alejandro Aravena nasceu em Santiago, capital chilena, e dirige o respeitado escritório Elemental S.A. Como destaques de sua atuação, estão as obras carregadas de preocupação social. Juntamente com a Elemental, Aravena conduziu seu mais notório trabalho: casas construídas para a população de baixa renda no norte do Chile.

O arquiteto entregou o projeto apenas com o esqueleto finalizado, para que cada morador desse ao imóvel sua própria identidade. Além das casas, Alejandro atuou em projetos de espaços públicos, infraestruturas e sistemas de transportes, bem como edifícios sustentáveis.

O prêmio foi criado por Jay e Cindy Pritzker em conjunto com a Fundação Hyatt em 1979 para homenagear e incentivar os grandes trabalhos dos arquitetos e acabou se tornando conhecido pelo seu apoio à educação, ciências e cultura. A escolha do Priztker é pautada nos princípios anunciados pelo arquiteto grego Marcos Vitrúvio Polião: solidez, beleza e funcionalidade.

Alejandro Aravena é o primeiro chileno e quarto sul americano a ganhar o Priztker. Os brasileiros Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha receberam a premiação em 1988, pela Catedral de Brasília, e 2006, pela Capela de São Pedro Apóstolo, respectivamente.

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