Acima e abaixo do mar

Langkawi Sky Bridge e a Oresund Bridge são uma dessas criações arquitetônicas que desafiam a natureza e impressionam os olhos

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Enquanto uma está suspensa a 700 metros do nível do mar, a outra passa abaixo dele, mas independente de estarem acima ou abaixo da água, algumas construções são o resultado do que criatividade humana é capaz de produzir. A Langkawi Sky Bridge e a Oresund Bridge são uma dessas criações arquitetônicas que desafiam a natureza e impressionam os olhos.

A Langkawi Sky Bridge é uma ponte levantada a 700 metros do nível do mar na montanha Gunung Mat Cincang, na Malásia. Acima da floresta montanhosa, a Langkawi Sky é sustentada por um pilar e seus oito cabos de aço. Toda a sua estrutura se mantem de pé por meio desse pilar de 87 metros de altura, algo de aparência semelhante a um guindaste.

Com 125 metros de comprimento e 1,80 metros de largura, a Langkawi Sky Bridge é uma das pontes pedonais mais espetaculares do mundo. Para chegar até ela é necessário mais que coragem. Seu acesso se dá por meio de um teleférico com vista de um lado para o Mar de Andaman e, de outro, para a ilha tailandesa de Tarutao.
Ponte-túnel

Com a base já no nível do mar – e abaixo dele em alguns trechos – outra ponte que encanta é a Ponte-túnel de Oresund. Construída em 2000 para ligar as cidades de Copenhagen, na Dinamarca, e Malmo, Suécia, Oresund é dividida em 3 trechos: um sobre o mar, outro submerso e um terceiro construído em cima de uma grande ilha artificial.

Com uma extensão que chega 16 km e um orçamento que ultrapassou a 1,5 bilhão de dólares, a ponte chama a atenção em razão de seu túnel submerso. As considerações navegacionais da região transformaram a ideia de levantar uma ponte suspensa pouco prática e a solução foi carregá-la para dentro do oceano. Assim, o túnel foi construído na cidade de Cádiz, Espanha, e depois transportado por mar, em 20 partes separadas, até o local onde deveria ser submerso.

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Arquitetura pelo mundo: Casa de Pedra

No interior de Portugal um homem realizou seu sonho de construir uma casa em meio de grandes rochedos

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A arquitetura nunca esteve tão a serviço da natureza como nas montanhas de Fafe, interior de Portugal. É que durante um passeio na tarde do outono de 1972, o português Vitor Rodrigues viu de longe quatro grandes pedras e decidiu que ali faria sua casa. O sonho se tornou realidade em 1974 quando, usando sua imaginação e muitas ferramentas, conseguiu construir uma casa que mais parece tirada do cenário dos desenhos dos Flintstones.

A Casa de Pedra se confunde com a paisagem local. De longe parece apenas um arranjo da natureza que amontoou quadro grandes pedras, mas de perto é possível perceber o refúgio de férias da família Robinson. Vitor aproveitou as pedras e as preencheu com tijolos, massa e pedregulhos semelhantes às rochas originais.

Apesar da aparência rústica, não falta comodidade no interior das rochas. A casa possui lareira e piscina esculpidas em uma das suas grandes pedras. Móveis, escadas e corrimões de madeira completam o ambiente interno. As paredes da casa são feitas com argamassa e a área de estar é coberta com telhas de concreto. A construção tem dois pisos: uma sala e uma pequena cozinha no inferior e um banheiro e três quartos no superior. Tudo bem pequeno e planejado para caber no espaço deixado pelas pedras.

Quando a notícia de que havia uma casa muito parecida o a dos Flintstones no interior de Portugal, a residência da família Robinson foi fotografada e suas fotos compartilhadas, colocando a construção no rol das arquiteturas inusitadas espalhadas pelo mundo. Mas a popularidade não fez muito bem à residência, que acabou sendo alvo de depredação e furto.

Atualmente, a família dos netos de Vitor não vive em Fafe. A casa é para eles o que virou para muitos que passam pelo local, apenas um lugar para visitar. Agora a casa está equipada com janelas à prova de balas e porta de aço.

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Arquitetura pelo mundo: Sunrise Kempinski

Sunrise Kempinski Hotel uniu a cultura tradicional com a arquitetura contemporânea em um impressionante edifício próximo a Pequim

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Na série arquitetura que encanta, o Sunrise Kempinski não poderia ficar de fora. O Blog AZ pode gastar várias linhas para tentar explicar o que é esse edifício contemporâneo localizado a 60 km de Pequim, e ainda assim não seria o suficiente. O prédio oval ficou pronto no final de 2014 para abrigar o Sunrise Kempinski Hotel, rede de hospedagem de luxo.

Nada em seu projeto foi feito por acaso. Além de ressaltar o exímio trabalho de seus arquitetos, o projeto conseguiu preservar a cultura chinesa e, ao mesmo tempo, mostrar ao mundo o que esse gigante asiático é capaz de fazer. Seu formato oval saindo da terra lembra um sol nascendo no horizonte e veio para simbolizar o rápido desenvolvimento da economia chinesa.

Sua construção gigante em formato de sol foi coberta por mais de 10 mil painéis de vidro com o objetivo de refletir o cenário a sua volta e a experiência deu certo: a parte baixa dos painéis reflete o Yanqi Lake, a porção média espelha o Yanshan Mountain e o topo do edifício oferece uma imagem cristalina do céu.

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A cultura chinesa é reconhecida nos pequenos detalhes. A entrada principal do hotel se assemelha à boca aberta de um peixe – sinal de prosperidade na cultura local. Do lado oposto, o hotel foi projetado para se parecer com uma vieira (molusco marinho abundante na Europa e Japão) – representante da fortuna na cultura chinesa.

Enquanto o hotel Sunrise reflete seus arredores durante o dia, à noite uma coleção de incontáveis luzes LED são responsáveis por um show pirotécnico de dar inveja na produção da Fête des Lumières de Lyon – um dos maiores festivais de iluminação do mundo.

O Hotel Sunrise Kempinski alcançou 97 metros de altura e 21 andares com um projeto elaborado para ser a mistura perfeita de elementos de design modernos e tradicionais chineses. Sob o comando do designer Zhang Hai Ao, mais de 60 arquitetos de todo o mundo se uniram para desenvolver o Sunrise. A construção do edifício durou dois anos e contou com 9.300 trabalhadores para completar a obra.

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Arquitetura pelo mundo: Glass House

O mundo da arquitetura espalha pelo mundo pequenas obras de arte e a Casa de Vidro de Philip Johnson é uma delas

(Fotos: The New York Times)

(Fotos: The New York Times)

Foi entre os vidros e a natureza que um dos maiores arquitetos norte-americanos imortalizou o seu nome e consolidou a sua carreira. Philip Cortelyou Johnson faleceu aos 98 anos de idade deixando para trás uma coleção de mais de duas mil obras, a Glass House entre elas. Entre aço, cimento e muito vidro, Philip Johnson projetou a sua residência privada que se tornou um inegável patrimônio histórico e cultural.

Inspirada na residência Farnsworth (também conhecida como a casa de vidro de Mies van der Rohe), a Casa de Vidro foi um dos poucos projetos modernistas da carreira de Philip. Nos 170 m² somente não foi erguido com parede de vidro o espaço reservado ao banheiro. Os ambientes internos não possuem divisórias e a casa é cercada por natureza.

A propriedade, localizada em New Canaan no estado de Connecticut, possui 20 hectares e ganhou também duas galerias subterrâneas – uma delas com teto de vidro – e um pavilhão ao lado do lago. Ao falar sobre o projeto, que foi desenhado mais de 15 vezes, o arquiteto defendeu a importância da escolha do terreno. “Uma casa sempre deve ser construída sobre uma elevação, pois os bons espíritos serão capturados pela colina que está por trás da casa”, contou no livro Philip Johnson: The Architect in His Own Words.

Anos antes de falecer em 2005, Johnson doou toda a propriedade para o National Trust for Historic Preservation. Atualmente, o lugar foi transformado em santuário da arquitetura. “Ele queria que o lugar continuasse vivo de uma forma criativa, sofisticada e divertida”, explicou Henry Urbach, diretor da Casa de Vidro. É que atualmente a Casa recebe cerca de 13 mil visitantes anualmente, sendo possível inclusive uma diária da Casa. Mas o luxo não sai barato e se hospedar na Glass House exige o desembolso de nada menos que 30 mil dólares pelo passeio.

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