Arquitetura japonesa: Kengo Kuma

A madeira e as técnicas tradicionais da arquitetura japonesa no trabalho de Kengo Kuma

Kuma

Não é estranho que um país geograficamente tão distante do Brasil tenha uma cultura igualmente afastada da nossa. Em razão de sua complicada localização, o Japão ficou isolado em longos períodos do contato com o mundo exterior e nos momentos de invasão, viu sua cultura sofrer influência de ideias novas procedentes do estrangeiro.

Os japoneses desenvolveram a habilidade de absorver e assumir elementos dessas culturas estrangeiras que serviam para complementar suas preferências estéticas. O resultado disso foi o desenvolvimento de uma cultura peculiar com algumas características próprias e outras emprestadas.

As manifestações artísticas mais antigas que se desenvolveram no Japão datam dos séculos VII e VIII e estão relacionadas com o budismo. As características assumidamente orientais são fortes na cultura do país, principalmente em sua arquitetura peculiar. A principal marca da arquitetura japonesa é a capacidade dos profissionais de aproveitar diversos tipos de madeira, ao contrário da arquitetura europeia que aproveitava a pedra e o tijolo como matéria prima principal.
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A madeira é forte no trabalho de um dos grandes representantes da arquitetura japonesa, Kengo Kuma. Essa tendência vem do hábito japonês de aproveitar os recursos naturais tanto na área externa como interna. Kengo Kuma costuma enaltecer o artesão japonês e a qualidade do seu trabalho com materiais naturais como dois grandes trunfos de seu país. Materiais naturais, para Kengo Kuma, estão mais próximos da essência humana e cumprem melhor a função da arquitetura de promover o bem estar.

Kuma nasceu em Yokohama, Japão, e formou-se em arquitetura pela Universidade de Tóquio. Mais tarde, mudou-se para os Estados Unidos, onde continuou seus estudos na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Atualmente, Kuma dirige seu escritório de arquitetura Kengo Kuma & Associates (KKAA) com sede em Tóquio e Paris, além de trabalhar como professor na Escola de Pós-Graduação de Arquitetura de Tóquio.

Seu escritório emprega 150 arquitetos e é responsável por grandes projetos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Os traços da tradicional arquitetura japonesa aliada à madeira são marcas registradas do trabalho de Kuma.

Uma de suas fontes de inspiração é o trabalho de Frank Lloyd Wright. Segundo Kuma, o arquiteto americano carregou seu trabalho de um estilo que se aproxima bastante da arquitetura tradicional japonesa. Ele traduzia a filosofia japonesa numa linguagem global e geral. “Estou a tentar fazer o mesmo que Frank Lloyd Wright, mas a meu modo”, confessou.

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