Casa Cor Goiás 2017: o foco é no essencial

Antes que as cortinas da 21ª edição da Casa Cor se abram, o Blog AZ conta o que espera o público em mais um ano de exposição

Fachada

Fachada

Como de costume, a Casa Cor Goiás antecipa a abertura de seus portões para convidados no coquetel da noite de hoje. Oficialmente, a mostra recebe o público a partir de sexta-feira (12), mas antes que a noite de hoje tire as cortinas da 21ª edição da Casa Cor Goiás, o Blog AZ conta o que espera o público em mais um ano de exposição.

Prédio tombado

Pelo segundo ano consecutivo, a Casa Cor será realizada no centro de Goiânia e o desafio é ainda maior, porque o prédio que abriga a mostra é tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado. O Colégio José Carlos de Almeida, localizado na Rua 23, estava cotado para sediar a Casa Cor 2016, que acabou acontecendo Central de Medicamentos de Alto Custo (CMAC) em decorrência da ocupação das escolas pelo movimento estudantil no ano passado.

O prédio de arquitetura Art Déco que abriga o colégio – desativado há mais de dois anos – surgiu a partir da junção de outras duas escolas, a Brasil Central e o Grupo Escolar Modelo (1938), que é considerada a primeira escola de Goiânia. Em 1998, o edifício foi inscrito no Livro do Tombo do Estado de Goiás para preservar sua fachada Art Déco.

O tombamento fez com que os arquitetos ficassem um pouco engessados quanto a alteração da estrutura do edifício. Janelas, portas e demais elementos que caracterizam a estrutura do imóvel não puderam ser alteradas. Um desafio ótimo para a criatividade dos profissionais da Casa Cor, que participaram do processo de restauração do prédio – após o encerramento da mostra, o Colégio será sede do Conselho de Educação de Goiás.

“Foco no essencial”

Cada ano o evento nacional define um tema para direcionar os profissionais e este ano “Foco no essencial” foi escolhido para guiar a mostra. A ideia que é que projetos, soluções e ideias sejam apresentadas pelos melhores profissionais do segmento levando o consumidor a se preocupar com o design e também sua função, forma, experiência e sobrevivência no cenário atual.

A busca pelo essencial é o questionamento do momento. “A tendência mundial é priorizar o que realmente importa e cortar o supérfluo em todas as áreas”, explica Sheila Podestá. Mas cada arquiteto tem uma visão do que realmente é essencial, e é isto que fez de cada ambiente da casa uma experiência única. Para a organizadora do evento, “essencial é focar no que faz você viver bem e te faz ser feliz”.

A Casa

Este ano a mostra conta com o total de 41 ambientes projetados livremente por 54 dos melhores arquitetos, decoradores, designers e paisagistas do Estado. Como ocorre todo ano, a casa oferece opções de ambientes residenciais, comerciais e corporativos, bem como algumas novidades. Este ano a mostra terá uma brinquedoteca design, projetada por Andreia Rocha Lima, e poderá ser usada pelos papais que não tem com quem deixar seus filhos para curtir a exposição. Outra novidade é a inédita Casa do Boi, projetada por Léo Romano, com a presença de animais de elite durante todos os dias da mostra, em um ambiente ao livre dedicado à exposição do animal.

Preocupação ambiental

Se o essencial é preservar o que é simples e prático, não poderia a organização fazer um grande evento sem se preocupar com o depois. Parte dos ambientes é composta por sistema de fácil desmontagem, possibilitando o reaproveitamento da estrutura para outros eventos. A Casa Cor também conta com a implementação de um programa integrado de gerenciamento de resíduos, produzidos antes, durante e após a exposição.

A Casa Cor

Pertencente ao Grupo Abril, a Casa Cor é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas. O evento reúne, anualmente, renomados arquitetos, decoradores e paisagistas e em 2017 chega à sua 31ª edição em São Paulo, com 20 mostras nacionais e mais seis internacionais (Miami, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai e Peru). Em Goiânia, as arquitetas Eliane Martins e Sheila de Podestá são as responsáveis por mais um ano da mostra, que completa 21 edições em 2017.

Jardim das Oliveiras

Jardim das Oliveiras

Serviço

Casa Cor Goiás 2017
Quando: De 12 de maio a 21 de junho
Onde: Colégio José Carlos de Almeida (Rua 23, Centro, Goiânia – GO)
Quanto: R$ 46,00 (Inteira), R$ 23,00 (Meia),  R$ 150,00 (Passaporte)
Estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam meia entrada
Horários da bilheteria: Terça a sexta-feira das 16 às 22 horas e
Sábado, domingo e feriados das 12 às 22 horas

Ernesto Neto e sua arte

Entre a escultura e a instalação o artista brasileiro Ernesto Neto encontra formas de expor a criatividade

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Entre a escultura e a instalação artística brasileira encontramos Ernesto Saboia de Albuquerque Neto, um dos mais conceituados e respeitados nome da arte nacional. O artista multifacetado é escultor, fotógrafo, cenógrafo, desenhista, pintor, artista plástico e organizador de eventos. Podemos falar seguramente que Ernesto Neto é considerado um dos artistas brasileiros de maior prestígio no mundo.

Sua arte ganhou destaque no fim do século passado com uma clara inspiração buscada no trabalho dos neoconcretistas do final da década de 1950 do grupo comandado por nomes como o de Lygia Clark. O movimento, assim como as obra de Ernesto, tem como objetivo propor uma reação aos concretistas ortodoxos da arte geométrica difundindo a arte como organismo vivo em uma espécie de arquitetura orgânica que convida o espetador a ser um participante ativo da obra.

Ernesto Neto nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1964. Estudou escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Laje e intervenção urbana e escultura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A partir de 1990, passou a utilizar em suas esculturas e instalações o tecido, material que marca sua identidade nas obras que assina. Meias de poliamida junto a materiais flexíveis e muitas vezes leves como isopor, algodão, miçangas e espuma são alguns materiais que fazem parte de suas peças.
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Ernesto Neto foi ganhando espaço no meio artístico e participou de numerosas mostras nacionais e internacionais como a Arco, Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madri, Espanha, a Bienal de Veneza, e a Art Basel da Suíça.

Seu trabalho também ganhou as paredes de museus e galerias. Entre as dezenas de exposições individuas no Brasil e do exterior, destacam-se “Acontece num Fim de Tarde”, Galeria Camargo Vilaça, São Paulo, “O casamento: Lili, Neto, Lito e os loucos no MoMA, Nova York, “Citoplasma e organóides”,  Projeto Respiração, Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro, RJ, “Léviathan Thot”, Panthéon, Paris, França, “A sculture can be anything that can stand upright”, Galeria Elba Benitez, Madrid entre outras.

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Arthur Mattos Casas / Aparador Onda

Design é meu mundo fala sobre Arthur Mattos Casas

(Foto: Ana Paula Castro)

(Foto: Ana Paula Castro)

Arthur Mattos Casas é uma das estrelas da ETEL. Formado em arquitetura e urbanismo em 1983, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Arthur é um paulistano apaixonado por sua cidade. É dela que tira inspiração para seus projetos tanto no Brasil quanto em Nova York, Paris, Tóquio e Buenos Aires. “É preciso olhar curto, que nem índio, para encontrar beleza da cidade”, disse Arthur Casas sobre São Paulo.

Mas seus trabalhos não se resumem à arquitetura. Arthur Mattos Casas também é designer mobiliário e colabora com a ETEL. Seu trabalho com madeira ajuda a produzir as joias distribuídas pela marca de móveis assinados. Um encantador trabalho do designer, esculpido na madeira, é o aparador Onda.

A peça pode ser executada em várias dimensões e o puxador arredondado também de madeira é o protagonista do móvel – ele é o responsável por dar o nome da peça, que lembra as ondas de um mar agitado.

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Alberto Meda e a tecnologia do design

Formado em engenharia mecatrônica, Alberto Meda usa a tecnologia em prol do design

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Alberto Meda nasceu em Tremezzina, interior da Itália. Aos 24 anos, formou-se em engenharia mecânica na Politécnica de Milão e três anos depois já atuava como gerente técnico da Kartell. Seu trabalho à frente da italiana do plástico ajudou a transformar a empresa em uma das marcas mais tradicionais na produção de mobiliário de policarbonato.

Após 1979, passou a desenvolver peças industriais para outras importantes empresas, como a Alfa Romeo Auto, Arabia–Finland ,Cinelli, Colombo design, JcDecaux, Legrand, Mandarina Duck, Omron Japan, Philips, Olivetti, Vitra e outras. Seus trabalhos se destacam no campo do design, com peças de decoração, e também tecnológicas, como sensores solares e radiadores – tecnologia desenvolvida sempre pensando no design.

Meda fez fama como engenheiro focado no design, o que torna suas criações ao mesmo tempo decorativas e práticas. É que Alberto possui uma mente pragmática. A cargo do desenvolvimento de projetos de móveis e equipamentos de laboratório de plástico da Kartell, ajuda a desenvolver a alta tecnologia aplicada pela marca em seu mobiliário. Estar no laboratório não impediu que Meda assinasse peças de sua própria criação, como a luminária Aledin e as escadas upper.

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A arquitetura de Isabelle Stanislas

A francesa Isabelle Stanislas e seus trabalhos belos e geométricos

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Isabelle Stanislas é uma arquiteta francesa habituada em dividir o palco com outros profissionais do campo artístico – seus projetos são uma mistura contemporânea de arquitetura com arte. Formada em arquitetura pela Faculdade de Belas Artes de Paris, obteve sucesso nos projetos criativos que realizou em conjunto com fotógrafos, paisagistas e artistas ao longo da carreira.

Seu escritório foi aberto na capital francesa em 2001 e desde então Isabelle tem levado seus projetos residenciais e comerciais para mostras internacionais de arquitetura e design, como na Mostra de Arquitetura e Decoração e no Salão do Móvel de Milão – ela é a profissional responsável pela identidade estética de lojas exclusivas como Hermes e Zadig & Voltaire.

Isabelle não se diz uma workaholic, muito embora julgue não haver hora certa para a arquitetura. Mas, segundo ela, a vida deve ter tempo reservado para ser vivida, já que são das experiências diárias que se tira a criatividade para os projetos que desenvolve em seu escritório, projetos arquitetônicos e mobiliários.

Iluminação é um item de extrema importância no trabalho da arquiteta. Segundo ela, é preciso criar um equilíbrio único entre luz e espaço e a iluminação é trabalhada sempre de acordo com os volumes arquitetônicos do ambiente. Um de seus trabalhos que mais chamou a atenção do mundo foi a So Light lâmpadas, que forma desenhos geométricos luminosos e personalizados com o tamanho do ambiente – a peça foi destaque de varias revistas do seguimento em todo mundo após ser exposta no Salão do Móvel de Milão em 2013.

Outro projeto seu que garantiu publicações foi a decoração de um apartamento de 200m² em uma valorizada área próxima ao Museu do Louvre. O apartamento em questão é atualmente sua própria casa. O vizinho Louvre é o principal item da sala, já que suas janelas têm vista para o museu parisiense. Com o objetivo de destacar essa paisagem, as paredes do cômodo foram pintadas com tons claros, em prol do equilíbrio estético com o Louvre.

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Casa Cor inicia os preparativos para a mostra 2017

Foco no essencial: Casa Cor inicia os preparativos para a mostra 2017

Colégio José Carlos de Almeida

Colégio José Carlos de Almeida

O essencial é que é o foco da Casa Cor 2017. Em Goiás, a maior mostra de design está marcada para acontecer ente os dias 12 de maio a 21 de junho no centro de Goiânia. A novidade? Os preparativos para que a mostra acontece nos dias programados já começaram.

No segundo ano consecutivo a exposição volta ao centro da capital goiana e transformará o interior do Colégio José Carlos de Almeida, localizado na Rua 23 em uma casa cheia de design. A escola está desativava, mas faz parte do grupo de prédios Art Deco da capital tombado pelo estado como Patrimônio Histórico. Após autorização, os arquitetos começaram a mexer no espaço, alguns deles com o luxuoso auxílio do Armazém da Decoração.

Os arquitetos ficarão responsáveis pela restauração do edifício que, após o encerramento do evento, abrigará a Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO). “É fundamental a devolução do prédio em um excelente estado [para a comunidade], até porque é uma atitude sustentável. É um compromisso que nós assumimos. É um prédio que temos um carinho muito especial e a gente tem que devolver e entregar ele em excelentes condições”, explicou Eliane em entrevista ao portal G1 Goiás.

A Casa Cor Goiás 2017 contará com 40 ambientes projetados por 54 profissionais. O tema: “Foco no Essencial”. Aguardem…

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Pedra no Céu: Paulo Mendes da Rocha

Paulo Mendes da Rocha é um dos arquitetos mais premiados do Brasil. Seu trabalho cruzou fronteiras, suas linhas marcam a história da arquitetura e seu nome é conhecido nos quatro cantos do mundo. É por […]

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Paulo Mendes da Rocha é um dos arquitetos mais premiados do Brasil. Seu trabalho cruzou fronteiras, suas linhas marcam a história da arquitetura e seu nome é conhecido nos quatro cantos do mundo. É por isto que o designer, arquiteto e professor da USP ganha uma homenagem de dentro de um dos prédios que carrega seu design: a exposição Pedra no Céu realizada pelo Museu Brasileiro da Escultura (Mube) até o dia 2 de julho em São Paulo.

Pedra no Céu é uma alusão às pedras levantadas no céu pelo arquiteto, como a própria sede Mube. A exposição traz mais de 50 obras de 25 artistas que de alguma forma dialogam com o trabalho de Paulo Mendes, como Amilcar de Castro, Carmela Gross, Cildo Meireles e Nuno Ramos. Parte do acervo do Museu de Arte Moderna (MoMa) de Nova York, a maquete do Mube também está na exposição.

“A nossa proposta, ao pensar esta mostra, foi homenagear o trabalho de Paulo Mendes da Rocha”, explicou historiador de arte Cauê Alves, curador da mostra. “Paulo é autor do prédio do Mube, que é um dos dez prédios mais importantes da arquitetura brutalista do mundo”, lembrou.

Segundo os curadores Guilherme Wisnik  e Alves, a mostra se aproxima das referências artísticas de Paulo Mendes da Rocha e de diálogos que ele estabeleceu entre o seu projeto e a produção de artistas como René Magritte e Henry Moore. “A exposição também explora relações entre o museu e a produção contemporânea, seja a partir de contrastes ou de consonâncias. Trabalhos tridimensionais, fotografias, pinturas e desenhos de diversos artistas que se relacionam com arquitetura e elementos estruturais do prédio do museu, como a marquise, as paredes de concreto e a paisagem, estão exibidos”, concluíram.

Paulo Mendes

Capixaba de nascença e paulistano de vivência, Paulo Mendes da Rocha pertence a um seleto grupo de arquitetos modernistas que movimentaram o design nacional, no Brasil e no exterior. Paulo assumiu uma posição de destaque a partir do premio Pritkzer que recebeu em 2006 e assinou projetos de renome na arquitetura nacional, como o pórtico da praça Patriarca, a reforma da Estação da Luz e o ginásio do Clube Paulistano, além do já mencionado museu Brasileiro da Escultura (Mube).

Graduado em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, desde o início de sua carreira Paulo valorizou uma arquitetura “crua, limpa e clara”, característica que imprimiu também em seus mobiliários. É por esta razão que Paulo é considerado, ao lado de Vilanova Artigas e Le Corbusier, um dos grandes nomes do modernismo.

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As novas Estrelas dos Campanha

Poltrona estrela ganha revestimento em ímã

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O título desta matéria passa a impressão de que estamos anunciando novas peças mobiliárias dos Irmãos Campana, mas a Estrelas em questão já são conhecidas do público. A coleção Estrela foi criada pelos irmãos Fernando e Humberto e se destacou por ser a primeira série de móveis Campanas produzida por uma indústria, a A Lot Of Brasil.

As peças da coleção foram inspiradas no formato das estrelas do mar e acabaram por materializar um desejo antigo dos designers: a criação de uma linha acessível ao público. A parceria com A Lot of Brasil possibilitou que os móveis fossem produzidos com uma escala industrial e, consequentemente, chegassem ao público final com preços mais baixos do que os de costume.

Em abril A Lot of Brasil levou as Estrelas ao Salão do Móvel de Milão e as peças ganharam um plus: a poltrona estrela em balanço e coberta com imãs redondos. Na versão revestida, cada circulo têm um imã, e a peça interage com o usuário – ele pode brincar com o revestimento e esconder os formatos que deram nome à peça.

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O corpo humano e os objetos cotidianos na perspectiva de Erwin Wurm

CCBB mostra 40 obras do artista Erwin Wurm e sua reação entre o corpo e os objetos

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Os objetos e o corpo são temas da mostra do austríaco Erwin Wurm em cartaz no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. A mostra chegou à capital federal para as comemorações de aniversário da cidade, mas antes estavam em cartaz na capital paulista.

Erwin Wurm apresenta uma série de trabalhos que discute justamente a relação do corpo humano com as coisas, não apenas a partir do físico, mas também de suas camadas psicológicas e espirituais.

Suas obras utilizam um deslocamento de elementos do cotidiano para o campo da arte, reconfigurando objetos familiares como casas, carros, roupas e alimentos para um contexto inesperado, engraçado e ao mesmo tempo crítico em relação à sociedade contemporânea.

Erwin Wurm nasceu na Áustria em 1954 e ficou sobretudo conhecido por seu trabalho com esculturas, inclusive suas esculturas de performance.  Na obra One Minute Sculptures, que apresentou pela primeira vez na Alemanha e que trouxe ao Brasil para a exposição no CCBB, o autor escolhe objetos banais do cotidiano para interagir com o publico.

O autor escolheu as 40 peças que trouxe ao Brasil para tratar de forma crítica da desproporção que os objetos ganham na vida das pessoas. Então quem passar por Brasília até o dia 26 de junho, não perca.

Fonte e Imagem: CCBB

Brasília, Patrimônio Cultural da Humanidade

Há 30 anos Brasília recebia o título de Patrimônio Cultural da Humanidade sendo a única obra contemporânea a ser agraciada com o título

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No último dia 21 de abril a capital federal comemorou 57 anos de idade. Um bebe perto de cidades brasileiras como São Paulo, com 463 anos, e Salvador, com 468 primaveras, ou mesmo cidades europeias que já ultrapassaram um milénio de existência. Mas Brasília tem algo que a torna especial mesmo com poucos anos de vida: sua arquitetura única.

Foram os traços modernistas de Oscar Niemeyer e o urbanismo de Lúcio Costa que fizeram com que a capital brasileira fosse incluída em uma lista preparada pelo periódico britânico The Guardian sobre as cidades mundiais que devem ser visitadas pelos amantes da arquitetura e não é para menos, Brasília parece nascida fora de seu tempo e de qualquer outro tempo.

Foi por isto que em 1987, há exatos 30 anos, a capital brasileira foi tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 1972, a Unesco criou a Convenção do Patrimônio Mundial, para incentivar a preservação de bens culturais e naturais considerados significativos para a humanidade.

Não é apenas um organismo internacional que pode tombar uma cidade ou um prédio, além da Unesco, os municípios, estados e a União podem tombar um monumento. O tombamento é definido pelo Direito brasileiro como uma das formas de intervenção do Estado na propriedade privada, já que uma vez tombado como patrimônio histórico, os prédios atingidos pelo ato enfrentam uma série de burocracias para sofrer pequenas intervenções – tudo deve ser aprovado pelo ente tombador.

Mas diante da importância arquitetônica de todo o Plano Piloto de Brasília, a Unesco entendeu que sua preservação deveria ser mundial e a tombou como Patrimônio Cultural da Humanidade. Por ser um marco da arquitetura e urbanismo modernos, Brasília é detentora da maior área tombada do mundo – 112,25 km² – e foi inscrita pela Unesco na lista de bens do Patrimônio Mundial em 7 de dezembro de 1987, sendo o único bem contemporâneo a merecer essa distinção.

Ao lado de Brasília, outras cidades possuem bens igualmente tomabos pelo órgão da ONU: o  Centro Histórico de Olinda (PE), as Ruínas de São Miguel das Missões (RS), o Centro Histórico de Salvador (BA), o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo (MG), o Parque Nacional Serra da Capivara (PI),  o Centro Histórico de São Luís do Maranhão, o Centro Histórico de Diamantina (MG), Centro Histórico da Cidade de Goiás, a Praça de São Francisco em São Cristóvão (SE), as paisagens do Rio de Janeiro, e o Conjunto Moderno da Pampulha.
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Imagens: Unesco / Ron Van Oers