As novidades de Jacqueline Terpins

Artista plástica, Jacqueline Terpins transita com facilidade por todas as matérias primas e aproxima a funcionalidade do móvel com a beleza da arte

Jacqueline Terpins ficou conhecida pelas peças que realçam o movimento original do cristal e abusam das formas do vidro. Mas não é só de vidro que é feito o seu trabalho. Terpins transita entre diversos tipos de matérias primas e o faz com muita competência e criatividade. Deve ser por isto que o Blog AZ adora mostrar seu trabalho.

Este ano, Jacqueline Terpins ousou em suas peças de estética minimalista lançadas em abril durante a edição 2017 da SP-ARTE. “Poder se emocionar no cotidiano através do uso de objetos ou móveis é uma forma de viver melhor”, explicou a designer em entrevista para a  SP-ARTE. Segundo Terpins a emoção dos objetos pode vir tanto pelo estudo de sua funcionalidade – algo que a designer faz muito bem – como também, claro, pela transcendência que sua beleza provoca.

A emoção passada pela transcendência da beleza de suas peças ficou a cargo de algumas novidades apresentadas durante a feira, como os bancos Pedra, mesas laterais, como a Fenda, objetos de decoração com os vasos de cristal e móveis em todos os materiais: aço inoxidável, quartzo, madeira e vidro.

Artista plástica, Jacqueline Terpins formou-se em Comunicação Visual na Escola de Belas Artes da UFRJ e manteve suas criações de mobiliário muito próximas do meio artístico. É por isto que suas peças são uma mistura entre a funcionalidade do mobiliário com a beleza da arte. Imagens falam mais que palavras, então confiram as novidades do trabalho de Jacqueline Terpins.

Feira de móveis segue com exposição até sexta em São Paulo

Um dos mais importantes eventos do Brasil do setor de móveis e decoração acontece até sexta feira na São Paulo Expo.

Começou ontem a segunda edição em 2017 da Feira Brasileira de Móveis e Acessórios de Alta Decoração (ABIMAD) um dos mais importantes eventos do Brasil do setor de móveis e decoração que acontece duas vezes ao ano na São Paulo Expo.

O evento segue até o dia 28 para apresentar aos lojistas de móveis e decoração, arquitetos, decoradores e designers as novidades do setor. Na 24ª edição, a Abimad homenageia os principais lojistas brasileiros e o Armazém da Decoração, muito bem representado por Maria Abadia Haich, está entre estes homenageados.

O evento reúne os maiores nomes do setor mobiliário para apresentar as novidades que serão tendências para os profissionais nos próximos meses e no início de 2018. Para compor a exposição, a feira conta com 106. Estima-se que até sexta cerca de 18 mil visitantes passarão pela São Paulo Expo.

Com o objetivo de propiciar um ambiente favorável à realização de novos negócios e networking, a feira é reconhecida, não só por gerar negócios no setor, mas também por ser a grande vitrine dos jovens talentos do design nacional. A expectativa da organização do evento é receber cerca de 30 mil profissionais entre arquitetos, designers e lojistas nos quatro dias de evento. A entrada da ABIMAD 2017 é gratuita, porém exclusiva aos lojistas do segmento de mobiliário e decoração e profissionais do setor e imprensa.

Arquitetura de uma vida em trânsito

Casas com estrutura móvel pode ter suas estruturas alteradas a qualquer hora do dia

Arquitetura e engenharia civil estão tendo que se dobrar para acompanhar a mudança de costume dos habitantes de grandes metrópoles e, por isso, acabaram por dobrar também as casas. É que a vida está cada vez mais compacta. Não cabe mais uma história dentro de muitos metros quadrados simplesmente porque a história está em constante mudança.

Jovens optam por simplicidade com elegância no lugar da extravagância e do luxo. Neste caminho, a arquitetura vem buscando saídas para agradar dos paladares mais excêntricos aos mais tradicionais. Soluções como casas em contêineres, estruturas pré-moldadas e espaços reduzidos já fazem sucesso há uns anos. Agora a moda é a arquitetura nômade e também as casas dobráveis.

A arquitetura nômade é um conceito de arquitetura onde construções podem ser montadas, desmontadas, transportadas, armazenadas e depois remontadas em outro local ou para outros fins. As casas dobráveis podem ser construídas sobre trilhos ou com dobradiças e algumas têm a pretensão de se mudar além de se movimentar – é só colocar no caminhão e trocar seu endereço.

Seus criadores idealizaram o projeto pensando nas condições e mudanças climáticas de um terreno. A ideia é que a casa seja capaz de se movimentar para aproveitar ao máximo a incidência de luz e a direção vento. Algumas podem até mudar de endereço. A tendência está se espalhando no mundo e vários escritórios já se dedicam ao projeto, como a dos ingleses David Bem Grünberg e Daniel Woolfson e a de Ten Fold.

Pelo nome, você pode se imaginar morando dentro de um filme do Mr.Been em que ele sai de sua residência e, assim como fazia com o carro, a dobra até transforma-la em uma pasta executiva. Mas, por óbvio, não é bem assim. As casas dobráveis são uma espécie de origami arquitetônico criadas em um triângulo equilátero dividido em diferentes partes e projetado sobre trilhos com uma plataforma circular giratória. Outras possuem dobradiças que possibilitam que suas paredes se tornem chão e o teto parede. A casa pode aumentar ou diminuir de tamanho com a mágica de um botão elétrico.

“Para se organizar o delírio” em cartaz em Nova York

Em retrospectiva do neoconcretismo de Hélio Oiticica, Whitney Museum abre mostra com 150 obras do brasileiro em Nova York

Não é de hoje que os brasileiros se destacam em Nova York. O artista da vez é Hélio Oiticica (1937-1980), que está com 150 trabalhos seus expostos no Whitney Museum na mostra “To organize delirium” (ou, em um bom português, “Para se organizar o delírio”). Estão em cartaz obras com pintura e desenho realizadas a partir de estudos geométricos do neoconcretismo da década de 1950.

O movimento neoconcretista brasileiro ganhou as paredes dos museus norte-americanos com exposições dedicadas às obras de Lygia Pape e agora com a retrospectiva do trabalho de Oiticica, que roda o país em turnê desde o início deste ano. Em Nova York a mostra ganha um reforço sentimental representado pela relação íntima que o artista tinha com a cidade.

Oiticica, que iniciou seus estudos formais ainda menino em Nova York, foi apaixonado pelos encantos e desencantos da Big Apple.  Vivia de um delírio utópico de um dia poder juntar a cidade com seu continente vizinho e passou sua juventude vivendo da cultura nova-iorquina representada por nomes como Yoko Ono, John Lennon e, claro, Andy Warhol. É que em 1971, Hélio partiu do Brasil ditadura para um exílio voluntário em Nova York, cidade que já havia morado quando criança.

Durante seus anos em Babilônio – como ele costumava chamar a cidade de Nova York – Oiticica fez curtas-metragens e se dedicou principalmente à escrita. Sua ideia era escrever um livro, “Newyorkaises e Conglomerado”, que acabou nunca sendo finalizado – mais tarde César Oiticica Filho e Frederico Coelho concluíram um livro sobre o trabalho de Hélio contendo grande do material produzido por ele em seu tempo nos Estados Unidos.

Seu interesse por novas mídias e pelo rompimento com o concretismo fez com que Hélio difundisse em seus trabalhos, como em “Tropicália”, a ideia de que arte não é uma contemplação estática da tela, mas uma interação com seu espectador. Parte de seu trabalho foi realizada em parceria com os neoconcretistas do Rio de Janeiro, como Lygia Clark. Juntos formaram o Grupo Frente e encontraram a abstração geométrica e a experimentação artística.

Hélio Oiticica em retrato da época que viveu em Nova York, assunto de retrospectiva do artista no Museu Whitney, em Nova York

Tradição e futuro se unem na Japan House

Avenida paulista agora abriga uma das três Japan House espalhadas no mundo

Na semana passada, quando divulgamos a chegada ao Brasil de Kengo Kuma, anunciamos o mágico, mas nos esquecemos de falar de sua magia. Kengo Kuma possui projetos espalhados em todo o mundo, inclusive em terras tupiniquins. Entretanto, sua última obra no Brasil merece um destaque especial.

Estamos falando da Japan House, inaugurada em maio deste ano.  A casa japonesa é um centro cultural criado pelo governo japonês no coração de São Paulo – a avenida paulista – como um ponto de difusão de todos os elementos da rica e genuína cultura japonesa para a comunidade internacional.

A Japan House brasileira não está sozinha. É que São Paulo foi apenas uma das três cidades escolhidas para abrigar a casa que carrega a importante missão de dialogar a cultura japonesa com o resto do mundo. Japan House também pode ser encontrada em Londres, na Inglaterra, e Los Angeles, nos Estados Unidos.

A ideia da Japan House foi colocar tradição lado a lado com o futuro. No quesito arquitetura, o futuro não só esteve ao lado da tradição, mas se misturou com ela. Kengo Kuma aproveitou a madeira – seu material favorito – para criar um ambiente que é, ao mesmo tempo, a ideia do que foi com a perspectiva do que será. Explicando: madeira é um dos materiais mais usados na arquitetura japonesa, mas nas mãos de Kuma, acabou ganhando um design irreverente.

A “Vermelha” que influenciou seu tempo

Design é meu mundo de hoje confere destaque a uma peça que está entre as mais importantes do design nacional

 


Falar dos irmãos Campana dispensa qualquer apresentação. Fernando e Humberto atravessaram fronteiras com seus trabalhos no designer (não só mobiliário), e não estamos falando apenas das fronteiras que dividem o Brasil com outros países, mas também que dividem o lugar comum da criação autoral.

Um de seus trabalhos icônicos quando se fala em design mobiliário é a Poltrona Vermelha, esta que, paradoxalmente, pode ser encontrada em diversas cores que não o (claro!) vermelho. Idealizada em 1993, àquela época na cor vermelha, a poltrona não fez muito sucesso como seu futuro lhe entregou. Ela demorou a deslanchar.

O Estúdio Campana havia vendido apenas cinco exemplares da poltrona quando a peça acabou caindo nas graças do italiano Massimo Morozzi à frente da marca Edra. Morozzi se encantou tanto pela excentricidade da poltrona que propôs aos irmãos produzir a peça em escala industrial. Esse momento marcou a entrada definitiva de Fernando e Humberto no mercado internacional.

A produção em escala industrial acabou não sendo assim tão industrial. A poltrona é de difícil confecção e necessita que suas cordas sejam traçadas à mão. Na Edra existe uma pessoas especificamente responsável por fazer este trabalho e acaba por produzir apenas uma peça por dia. Todo este trabalho é um dos motivos pelos quais a obra dos Campana seja assim tão singular.

A poltrona, que leva 500 metros de corda trançada em sua confecção (uma quantidade tão grande que dispensa qualquer estofado adicional para criar o conforto necessário), acabou se tornando não apenas um ícone da obra dos irmãos Campana, mas também do design do século 20. Em 1998 foi exposta no MoMa, em Nova York (primeiro mobiliário nacional a ganhar este destaque no museu) e, com o perdão pelo trocadilho, atualmente continua atual, um verdadeiro clássico do design brasileiro.

O artista “sem movimento” do pop art

Alex Katz e o pop art


Alex Katz sempre evitou relacionar seu nome a um grupo ou movimento artístico, mas seu trabalho colorido e suas pinturas que dialogam o realismo com o abstracionismo não o impediram de ser associado ao pop art. Independente de rótulos, após destruir mais de mil pinturas durante os primeiros dez anos como pintor, Katz acabou encontrando um estilo que é só seu.

Alex Katz nasceu em 1927 no Brooklyn, Nova York, estudou na Cooper Union em Nova York até o início da década de 1950 até se aprimorar na arte da pintura e escultura na Escola Skowhegan, Maine. Sua intenção era ser capaz de pintar mais rápido do que de pensar para que, dessa forma, encontrasse uma arte de fato livre.

Sua técnica, similar àquela posteriormente batizada como arte comercial, se uniu aos quadros coloridos de uma ousada simplicidade para que juntos construíssem uma fama responsável não só por relacionar Alex Katz ao pop arte, mas também por lhe conferir o título de um dos precursores do movimento.

Katz transformou seu ciclo de amigos e familiares em modelos de inspiração para seus quadros. Suas pinturas são divididas quase igualmente nos gêneros de retrato e paisagem feitas em painéis de madeira e alumínio.

Aos 90 anos de idade – recém completados – o artista coleciona um currículo com uma vasta lista de obras e exposições espalhadas por cem instituições públicas de importantes museu espalhados por Nova York, Londres, Paris, Madri, Tóquio, Berlim e Munique.

Kengo Kuma: life outside the box

Kengo Kuma chega ao Brasil para abrir exposição que apresenta seu trabalho na Japan House, “Eterno efêmero”

Kengo Kuma, o nome que dará vida à próxima Olimpíada de Tóquio, chegou ao Brasil para a abertura de uma exposição que mostra seu trabalho na casa por ele desenvolvida: a Japan House, na avenida paulista. “Não somos mais restritos à vida dentro de uma caixa. Caixas são entediantes e reduzem nossas possibilidades”, defende ele. Talvez por ele pensar assim, que a exposição foi batizada de “Eterno efêmero”.

Kuma nasceu em Yokohama, Japão, e formou-se em arquitetura pela Universidade de Tóquio. Mais tarde, mudou-se para os Estados Unidos, onde continuou seus estudos na Universidade de Colúmbia, em Nova York. Atualmente, Kuma dirige seu escritório de arquitetura Kengo Kuma & Associates (KKAA) com sede em Tóquio e Paris, além de trabalhar como professor na Escola de Pós-Graduação de Arquitetura de Tóquio.

Kuma defende que cimento e tijolo são matérias privas do século passado e que a arquitetura precisa trabalhar e aproveitar mais a madeira. É que a madeira é forte em seus trabalhos. Essa tendência vem do hábito japonês de aproveitar os recursos naturais tanto na área externa como interna. Como resultado, temos um dos um dos arquitetos mais inventivos do Japão.

A essência de seu trabalho está em utilizar a tradição construtiva japonesa como base para um desenho contemporâneo e inovador. O uso marcante do espaço diáfano, da luz natural, dos elementos orgânicos e das técnicas artesanais dão às suas construções uma personalidade fortíssima e serão tema de “Eterno efêmero”, que ocorre entre 18 de julho a 10 de setembro de 2017.

A mostra apresentar outros aspectos de sua produção criativa, que vai além da arquitetura convencional com um extenso trabalho de intervenções e de arquitetura efêmera (pavilhões, esculturas, demarcadores de espaço e módulos de pensamento construtivo).Fuan, uma casa de chá conceitual criada com balões, tecidos e gás hélio, traz a alma do artista à tona; já Tsumiki, uma obra construída em parceria com o músico Ryūichi Sakamoto, oferece um modelo construtivo, que incita a liberdade criativa das pessoas.

High Design Expo prepara sua segunda edição

High Design Expo prepara sua segunda edição que ocorrerá entre 8 e 10 de agosto

A semana de design DW! Design Weekend e os amantes do design autoral ganharam, em 2016, mais uma feira de exposição mobiliária, a High Design Home & Office Expo. Este ano, o evento será realizado em três dias de feira entre os dias 8 e 10 de agosto no SP Expo Exhibition & Convention Center das 10h às 20h.

Criada a partir da tradicional feira Casa Brasil, a High Design Expo se posiciona como uma plataforma multimídia de negócios e conteúdo que tem como característica a entrega de experiências e divulgação de peças de mobiliário.

Em 2016 o evento alcançou uma visitação total de 14.120 pessoas. Para 2017 a previsão é de um aumento de 30% no tamanho da exposição. O evento contará com exposição, palestras e premiações relacionadas ao design e à arquitetura de alto padrão. Ocorrerá também, durante o evento, a cerimônia de premiação do prêmio Salão Design.

Rodrigo Calixto em constante experimentação

O trabalho mobiliário na madeira de Rodrigo Calixto

Rodrigo Calixto se vê como uma espécie de alfaiate, mas sua função é vestir a casa. Tira molde, cria desenhos, se inspira e, no final, entrega peças de móveis do material que mais se identifica: a madeira.

Espanta saber que Calixto não é viciado em desenhos. Seus “croquis” possuem mais palavras que rabiscos. Mas de alguma forma estas palavras são tridimencionalizadas em belas peças de mobiliário, tudo sem ajuda de computadores. É que o designer acredita que trabalhar a madeira é “viver em um processo criativo pautado pela observação”.

Rodrigo Calixto formou-se desenho industrial na PUC-Rio, mas aprendeu mesmo a fazer móveis com o trabalho diário em sua oficina, a Oficinaethos. Seu contato com a madeira, entretanto, vem de muito antes que a faculdade. Aprendeu grande parte do que sabe com o pai, que era marceneiro nas horas vagas – tinha uma marcenaria por hobby.

Ele conta que a criação da oficina foi muito mais uma forma de esconder sua timidez por trás de uma instituição. Rodrigo se apresenta como um marceneiro autodidata e quando começou, confessa, pouco sabia. Ter uma oficina que não levava seu nome era uma forma de trabalhar sem se pressionar. Mas o trabalho deu certo e hoje Rodrigo cria, ao lado do sócio Guilherme Sass, obras de arte na madeira.

Seu trabalho prioriza encaixes, aproveita a beleza da madeira vinda de demolição e explora o que encontra na biodiversidade de seu país. “Se eu trabalho com madeira, que é um bem cada vez mais escasso, é preciso que eu imprima nela um mínimo de respeito”, explica o designer.

Imagens: divulgação