Designers Atemporais: Eileen Gray

Lembrando alguns grandes designers do século XX, o Blog AZ começa uma série de matérias semanais com a atemporal Eileen Gray

Eileen Gray
Seu nome fez fama, e não é para menos… O incrível trabalho de Eileen Gray a transformou em uma das mais célebres influências do design e da arquitetura do século XX. O interessante é que embora a carreira de Gray nasceu com o design, suas peças são verdadeiras obras de arte, inclusive expostas em grandes museus.

Nascida em Enniscorthy, Irlanda, ainda no século XIX (1878), Eileen Gray faleceu aos 98 anos em Paris. Seu trabalho não foi reconhecido como deveria, grande parte da fama de Eileen Gray chegou após a sua morte. A designer estudou na Slade School of Art de Londres até se mudar para a Cidade da Luz, onde se formou na arte da Laca com o mestre japonês Sugawara.

Em Paris, Eileen Gray começou a se especializar em Art Deco. Após sofrer profundas influências do trabalho de Le Corbusier, Gray entrou em uma fase modernista facilmente reconhecida em seus trabalhos com design mobiliário. Suas duas vertentes se tornaram grandes influências na arquitetura e design mundial, tanto que Gray é considerada a arquiteta pioneira no desenvolvimento de projetos Art Deco e modernista.
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Mas sua fama não ficou a cargo apenas do trabalho. Gray levava um estilo de vida boêmio de mulher independente, muito diferente do esperado em sua época. Envolveu-se com personalidades célebres e usou seus sentimentos e sua sensibilidade para o trabalho. Em 1919 ela começou a desenvolver projetos com mobiliário e cada uma de suas peças, bastante modernista, se encaixa perfeitamente nas decorações ousadas do design atual.

Atemporal, Eileen Gray é sinônimo de criatividade e elegância. O Centre Pompidou de Paris, em colaboração com o IMMA, produziu uma exposição para celebrar a carreira de Gray colocando a mostra algumas de suas belas peças de mobiliário.

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“A house is not a machine to live in. It is the shell of man, his extension, his release, his emanation”. Eileen Gray

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Fabiano Rodrigues: Do skate à arte

Fabiano Rodrigues desenvolve um trabalho fotográfico explorando corpo, arquitetura e os movimentos do skate que está chamando a atenção do mundo artístico

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Skatista profissional, Fabiano Rodrigues já posou para muitos fotógrafos de revistas e jornais. A surpresa veio quando o Fabiano saiu da frente das câmeras para assumir o lado oposto das lentes e agora o skatista deixou de sair nas fotos para virar o fotógrafo que as tira. Seu trabalho está ficando cada vez mais conhecido e respeitado no cenário da arte e o autodidata foi destaque no da São Paulo arte/foto em anos anteriores.

Arquitetura e corpo se tornaram suas principais projeções. Desde 2010, Fabiano Rodrigues passou a explorar em seu trabalho fotográfico a relação do próprio corpo com a arquitetura e a paisagem de centros urbanos, principalmente da cidade de São Paulo, onde mora e trabalha.

Ele deixou a carreira de skatista, mas não deixou o skate. Fabiano ganhou o status de primeiro skatista a ser representado – como skatista e não artista – por uma galeria de arte e agora retrata os movimentos de suas manobras por meio da arte de sua fotografia. Em sua primeira exposição, Fabiano Rodrigues vendeu uma obra para a Pinacoteca do Estado de São Paulo que o convidou para fazer um ensaio fotográfico no próprio interior do museu.
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Em seus últimos trabalhos, onde alia o skateboard com a arquitetura paulista, Fabiano registra a si mesmo andando de skate em diversos pontos históricos da capital. As fotos monocromáticas mostram uma interação do corpo com o espaço e o movimento em manobras realizadas nos espaços criados por Niemeyer e outros grandes nomes da arquitetura brasileira.

“Não enxergo esse trabalho como performance, me preocupo com o movimento e com o equilíbrio da composição”, explicou skatista em entrevista para o jornal Estadão em 2011. Rodrigues prioriza construções simbólicas e modernistas e, além da Pinacoteca, já fotografou no Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), na Argentina, na Universidade Central de Venezuela (UCV, Patrimônio da Humanidade pela UNESCO), e no Teatro São Pedro, em Porto Alegre. O artista fotografa predominantemente em preto e branco, realizando cópias únicas.

Fabiano recebeu o Prêmio Aquisição do Banco Espírito Santo durante a edição de 2012 da feira SP-Arte e, com a premiação, uma de suas fotos foi doada ao acervo da Pinacoteca. Além dessas coleções, seu trabalho também é parte do Instituto Figueiredo Ferraz. Dentre suas exposições coletivas mais recentes, destacam-se Deslize (Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2013-2014), Love and Hate to Lygia Clark (Zacheta National Gallery of Art, Varsóvia, Polônia, 2013-2014), FotoBienalMASP (Museu de Arte de São Paulo – MASP, São Paulo, 2013), Arte Contemporânea Brasileira (Estação Pinacoteca, São Paulo, 2012). Atualmente Rodrigues prepara sua primeira individual na galeria LOGO, que acontece este mês.

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Shigeru Ban e a arquitetura social

Shigeru Ban vem se tornando um dos maiores nomes da arquitetura mundial e foi coroado com o prêmio Pritzker em 2014

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É impossível não se encantar diante do trabalho desenvolvido por um dos maiores nomes da arquitetura mundial. Shigeru Ban é um arquiteto japonês com currículo vasto e trabalhos nos quatro cantos do mundo. Ele estudou na Universidade de Artes de Tóquio, no Instituto de Arquitetura do Sul da Califórnia e mais tarde ele foi para a Escola de Arquitetura da Cooper Union, onde recebeu a orientação de John Hejduk se formando em 1984. Em 2014, o arquiteto integra a lista dos ganhadores do “Nobel da arquitetura” – como foi apelidado o prêmio Pritzker.

No Brasil, apenas dois arquitetos foram premiados com o Pritzker: Oscar Niemeyer, pela Catedral de Brasília; e Paulo Mendes da Rocha, pela Capela de São Pedro Apóstolo, em Campos do Jordão, interior de São Paulo. Esse ano o júri votou pelo japonês, e nada mais que merecido. Shigeru Ban é conhecido não apenas por suas obras encantadoras, mas por uma técnica única e sua preocupação social. O arquiteto construiu abrigo em áreas afetadas por desastres, tanto no Japão como na Turquia, Ruanda e Nova Zelândia.
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A técnica é simples e foi desenvolvida por Ban em 1989. O arquiteto utiliza papelão para levantar as estruturas de suas obras, das mais simples as mais elaboradas. A abordagem consiste em enrolar papelão em tubos, reforçando a sua resistência, e depois usar produtos químicos que o tornam à prova d’água. Os tubos de papelão são uma marca forte do trabalho do arquiteto e podem ser vistos nos alojamentos provisórios e nos grandes pavilhões e edifícios projetados por Shigeru Ban.

“Foi um incentivo para eu continuar a fazer meu trabalho social, além de realizar projetos como museus e outros, por isso tento manter um equilíbrio entre outros tipos de projetos e trabalhos em áreas de desastres. Então eu aceito o Pritzker como um encorajamento, ao invés de apenas um prêmio por tal realização”, disse o arquiteto quando ficou sabendo que era o escolhido deste ano.
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Expressão pessoal de Roberto Wagner

Roberto Wagner desenvolve trabalho de expressão pessoal em fotografia, transformando o que está a frente de suas lentes em arte

Parque aquático do Ibirapuera, 2002 (Roberto Wagner)

Parque aquático do Ibirapuera, 2002 (Roberto Wagner)

Para muitos uma fotografia é uma expressão da realidade, mas alguns se apropriam dessa representação para transformá-la em arte. Foi o que fez o fotógrafo Paranaense de Ponta Grossa Roberto Wagner. Wagner fotografa desde 1982 e faz parte do coletivo SX70, cujo grupo produz imagens no formato polaróide.

Wagner vive em São Paulo e realiza editoriais para revistas de arquitetura e design como Vogue, Trip e Simples, mas é o seu trabalho paralelo que mais encanta. Desde 1991 desenvolve trabalho de expressão pessoal em fotografia. O fotógrafo produz ensaios pessoais aproveitando de todo o seu conhecimento em cinema, quando estudou cinema no Studio Fátima Toledo em São Paulo (1995) e na New York Film Academy, Estados Unidos (1996) onde realizou curtametragens.

Santo Amaro, 2002 (Roberto Wagner)

Santo Amaro, 2002 (Roberto Wagner)

Juntamente com o coletivo SX70, formado por Armando Prado, Claudio Elisabetsky, Fernando Costa Netto, Marcelo Pallotta, Paulo Vainer e Ricardo Van Steen, Roberto Wagner explora as possibilidades da fotografia instantânea com Polaroids. Esse trabalho rendeu ao fotógrafo a autoria do livro SX70.com.br (Wide Publishing, 2003), obra em conjunto com os fotógrafos do coletivo, além de exposições coletivas e individuais.

Em 2012, Wagner realizou sua primeira exposição individual intitulada de O real e o Imaginário com a curadoria do colega e parceiro Armando Prado. Foram selecionadas 15 fotografias de obras abandonadas, demolições, estátuas e árvores iluminadas que transitam entre o real e o imaginário como resultado do exercício da dúvida dentro de uma composição clássica que gera o estranhamento.

Além de O real e o Imaginário, o fotógrafo participou de outras exposições coletivas como o Fotocolecionismo na Galeria Luiza Strina, São Paulo (1999), Oscar Niemeyer, um olhar sobre a obra na Galeria Paparazzi, São Paulo (2001), SX-70 na Galeria Vermelho, São Paulo (2003), 450 Anos de São Paulo no Fashion Week, Pavilhão Bienal, São Paulo (2004) e 5º Prêmio Porto Seguro de Fotografia no Espaço Porto Seguro, São Paulo (2005).

 

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

O real e o Imaginário (Roberto Wagner)

Destino de luxo

Os cinemas de luxo estão ficando cada vez mais comuns em cidades brasileiras e no exterior, mas alguns merecem destaque como o Akmerkez Cinema Pink

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Grandes empreendimentos que buscam o luxo começam seus investimentos na decoração e é o que vem fazendo algumas redes de cinema espelhadas pelo Brasil e pelo mundo. Os cinemas de luxo oferecem muito mais que um bom filme em uma sala escura com tela grande, eles buscam o tratamento cinco estrelas para seus clientes. Os proprietários da Playarte desembolsaram mais de 5 milhões na arquitetura e decoração da nova sala de cinema de luxo de São Paulo.

O conceito é um só. São sofisticadas salas vips instaladas nos cinemas dos shoppings, que, em troca de cardápios diferenciados, pipocas com azeite importado e poltronas megaconfortáveis, cobram valores que chagam a 50 reais por ingresso no Brasil. Aqui essas salas começaram a se popularizar após terem dado certo na Europa e na América Central. São Paulo é a cidade com o maior número de salas de cinema de luxo e atualmente conta com doze locais refinados do gênero. Em Brasília, há dois da rede Kinoplex, e, no Rio de Janeiro, um no Shopping Rio Design Barra.

Uma experiência Premium que chamou a atenção do Blog AZ é o Akmerkez Cinema Pink de Istambul. O cinema Pink fica localizado no Akmerkez, um shopping de luxo da cidade. O design das salas é assinado por Aziz Sariyer e produzido por sua empresa, a Derin Design, e a arquitetura é de Filiz Yilmaz e da Zeppelin Design. Além de todos os mimos que um cinema de luxo disponibiliza para seu público, o Akmerkez Cinema Pink conta com um design para lá de inspirador.

Seus criadores chamam o Cinema Pink de Social Cinema Club. “Clientes procuram nosso cinema para aproveitar o tempo e socializar lendo um livro da nossa biblioteca enquanto bebe um café e escuta jazz”, explicou Carine Sener, chefe executiva da empresa. “Todas as nossas salas de cinema são únicas, com poltronas extremamente confortáveis”. O design é a mistura de uma biblioteca sofisticada, um café futurista e uma sala de estar com muito estilo e conforto.

A experiência parece ser realmente única, mas como estamos à milhas de distância de Istambul, teremos que aproveitar o Cinema Pink por meio de suas fotos. O que acharam?!
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Design sem excesso

Ana Paula de Castro e Sanderson Porto criaram o Studio 01 com muita elegância e peças da Etel Interiores

 

Studio 01 - Ana Paula

Studio 01 – Ana Paula de Castro e Sanderson Porto

Há 12 anos criando ambientes na Casa Cor Goiás, a dupla Ana Paula de Castro e Sanderson Porto chegou ao 13º ano de participação da mostra com um ambiente que é a cara da Etel Interiores. Não foi atoa que os profissionais escolheram a marca – exclusiva do Armazém da Decoração em Goiânia – para mobiliar os quatro cantos dos 55 metros quadrados do Studio 01.

Formados em 1992 pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Ana Paula e Sanderson criaram um escritório e encontraram uma arquitetura elegante, moderna, sem excessos visando buscar a atemporalidade. O Studio 01 da Casa Cor Goiás 2014 é reflexo desse estilo, com um design único, sóbrio com um projeto de identidade própria.

“Tínhamos um Studio e decidimos criar um ambiente multifuncional como uma mistura entre sala de estar, jantar e escritório”, explicou Sanderson Porto em entrevista para o Blog AZ do seu espaço da Casa. Com pé direito alto e teto madeirado, cores claras tomam conta do ambiente, que ganhou toques de sofisticação com peças da Etel.
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O espaço foi dividido em dois ambientes unidos por uma longa estante projetada especialmente para a Casa Cor. De um lado um cantinho de trabalho, do outro, uma sala de estar para receber os amigos, em ambos, poltronas e mesas clássico-contemporâneas criadas por feras do design como Jorge Zalszupin.

Os arquitetos idealizaram um espaço contemporâneo e sofisticado, mas sem perder o aconchego necessário. O amadeirado tomou conta do ambiente. Muitas peças e placas de madeira estão visíveis no espaço e um revestimento de bambu arremata o design sem excesso no piso do ambiente. Nas paredes, o feltro cobre todo o Studio em desenhos e molduras criadas pelo escritório dos designers. A ideia criativa também se mostrou muito funcional, já que o material gerou um conforto auditivo para os ouvidos mais sensíveis.

Ana Paula e Sanderson definiram a importância da mostra como um projeto de valorização do profissional. “A Casa Cor é um evento anual super aguardado no calendário social de Goiânia”, disse Ana Paula. “A mostra acabou se tornando uma vitrine de design e arquitetura dando projeção para o trabalho do profissional da área e, consequentemente, oportunidades”, concluiu a arquiteta.
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Fotos: Marcus Camargo

Acervo cultural brasileiro: Iberê Camargo

Fundação Iberê Camargo é um centro de excelência dedicado à obra de Iberê Camargo e à reflexão sobre arte moderna e contemporânea.

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O Brasil é o maior país da América do Sul, então não é de se espantar que as cinco regiões brasileiras escondam grandes obras e grandes artistas. Iberê Camargo foi um deles. Pintor, gravurista e professor, Iberê se destacou como um dos grandes nomes da arte brasileira do século XX deixando o mundo em 1994.

Um ano após sua morte, Maria Coussirat Camargo, viúva do artista, criou a Fundação Iberê Camargo para expor o acervo artístico que herdou de seu marido. Inicialmente instalada na antiga casa do pintor, a fundação ganhou outra sede e deu a Porto Alegre uma segunda obra de arte: o novo prédio da fundação.
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Projetado pelo arquiteto português Álvaro Siza às margens do lago Guaíba, a Fundação Iberê Camargo foi inaugurada em 2008 e é composta por dois volumes cheios de linhas e curvas: o museu que abriga as obras de Iberê Camargo e um espaço de café. A proposta é manter a vida artística e cultural da cidade sempre movimentada.

A instituição realiza exposições, seminários, encontros com artistas e curadores, cursos e oficinas sobre a obra de Iberê Camargo e sobre questões ligadas à arte contemporânea, com o objetivo de promover uma reflexão sistemática sobre o fazer artístico no novo século.
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Nos 50 anos que esteve ao lado de Iberê, Maria Coussirat colecionou seu trabalho e montou um grande acervo, hoje propriedade da instituição, que conta com mais da metade de toda a produção deixada pelo artista – um total de cerca de sete mil obras. Ele está dividido em Artístico e Documental: a primeira parte conta com mais de cinco mil obras entre desenhos, guaches, gravuras e pinturas, enquanto a segunda abriga mais de 20 mil catálogos, recortes de jornais e revistas, fotografias, correspondências, cadernos de notas e matrizes.

Quando for a Porto Alegre já sabe que lá tem duas obras que devem ser visitadas: a coleção do trabalho de Iberê Camargo e o prédio que abriga essas obras. Álvaro Siza recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza (2002), além de outros prêmios importantes pelo trabalho realizado para a Fundação Iberê Camargo.
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 Serviço
Horário: das 12h às 19h
de terça-feira a domingo
Entrada Franca
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Street Art na Armazém da Decoração

Os desenhos dos artistas de rua passam uma temporada ilustrando a faixada da loja da Armazém da Decoração em Goiânia

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Migrando das ruas para as galerias, os grafiteiros goianos fizeram um nome no mundo da arte. Seus sprays estampam as paredes e muros da cidade em desenhos e ilustrações com algo a dizer. Foi assim que três desses nomes colocaram suas emoções nas paredes da Armazém da Decoração. A instalação da faixada da loja na Rua 90 no Setor Sul, criada por Mateus Dutra, Ebert Calaça e Santhiago Selon, já foi desmanchada, mas cumpriu seu objetivo de difundir a arte em todas as suas formas.

Mateus Dutra é artista plástico e divide seu trabalho entre o desenho, a ilustração, as artes gráficas e plásticas, usando como suporte para sua obra a tela, o papel e também a cidade. Interferindo no desenho das paisagens, Mateus já divulgou seu trabalho em Barcelona, Huesca, Alcobendas e Bilbao (Espanha), Estocolmo (Suécia), Linz (Áustria) e Hanoi (Vietnam) e inúmeras cidades brasileiras.

Santhiago Selon, ou somente Selon como é conhecido, teve contato com a pichação em meados dos anos 90, e encontrou nessa técnica um meio de difundir a arte. “Busco cativar o interesse pela arte assim como sua democratização, ao inseri-la no espaço publico”, explica o grafiteiro. Hoje o artista expõe seu trabalho em diversas cidades do país por meio de intervenções, grafites, pintura mural, telas e objetos.

Adepto do grafite, Ebert Calaça alia sua técnica à pintura tradicional utilizando tinta acrílica, látex, spray, carvão, pincel e rolinho. O artista transporta para as telas brancas o trabalho que faz nas paredes sujas. A arte de Mateus Dutra, Ebert Calaça e Santhiago Selon é mais um reflexo da importância da Street Art para Goiânia e o espaço que ela vem ganhando na cena artística nacional. Para o post de hoje, o Blog AZ relembra o trabalho desses artistas na faixada da nossa loja.

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O mundo pelas lentes de Sebastião Salgado

O economista Sebastião Salgado viajou o mundo com sua câmera na mão e se tornou um dos maiores fotógrafos dos últimos tempos

 

Foto: Sebastião Salgado por Bruna Prado

Foto: Sebastião Salgado por Bruna Prado

Da economia à arte. Foi esse o percurso trilhado por um dos fotógrafos mais respeitados da atualidade. Cidadão do mundo, Sebastião Salgado nasceu em Aimorés, interior de Minas Gerais, no ano de 1944 e seguiu seu caminho esperando se tornar um economista. Com graduação e pós-graduação na área, Sebastião se mudou para Paris, onde atuou como economista e acabou se tornando fotógrafo.

Em seus primeiros anos no Velho Continente, Sebastião começou a trabalhar na Organização Internacional do Café, uma organização de países membros destinada a gerenciar a produção e consumo do café. Como economista formado, viajou com a OIC e aproveitou as visitas a regiões extremas para fazer algumas fotografias. Seu hobby virou profissão que virou arte.

Sebastião cruzou o mundo a procura do mundo. O fotógrafo viajou para mais de 100 países entre os anos de 2004 e 2012 visitando regiões como o Alasca, a Patagônia, a Etiópia e a Amazônia. Seu trabalho pretendia “registrar a majestade e a fragilidade da natureza, assim como sua relação com o homem e os animais”, segundo apresentação em um de seus livros.

“A gente precisa aprender a respeitar e viver de uma forma mais doce. A nossa espécie tomou o planeta como se fosse só dela, como se as outras espécies fossem suas escravas”, explicou Sebastião sobre a abordagem de sua fotografia. Autor de vários livros como Outras Américas (1986), Sahel, l’Homme endétresse (1986), Trabalhadores (1993), Terra (1997), Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo (2000) e África (2007), Sebastião é Embaixador de Boa-Vontade para UNICEF e membro honorário da Academy of Arts and Science dos Estados Unidos.

Ganhador de inúmeros prêmios e autor de incríveis exposições, o fotógrafo trabalhou para as renomadas agências Sygma, Gamma e Magnum Photos até 1994 quando, junto com sua mulher Lélia Wanick Salgado, fundou a agência de imprensa fotográfica Amazonas images, exclusivamente devotada à seu trabalho.

Como foi simplesmente impossível escolher para o nosso post, dentre as fotos de Sebastião, as mais belas, fiquem com algumas demonstrações da incrível e inquietante obra de Sebastião Salgado.

Livro Gênesis 4 - Sebastião Salgado Livro Gênesis 3 - Sebastião Salgado Livro Gênesis 2 - Sebastião Salgado Livro Gênesis 1 - Sebastião Salgado Livro Africa 1 - Sebastião Salgado

 

Pelos muros da capital

Por diversão ou arte, os street artists de rua colorem os muros da capital

Marginal Bota Fogo

Marginal Bota Fogo

O começo foi tímido, mas pouco a pouco a capital foi ficando colorida. As paredes e muros escondidos eram os antigos alvos dos artistas de rua, hoje, seus trabalhos podem ser vistos nas regiões mais badaladas da cidade e até em prédios públicos.

Em 2012 a Secretaria Municipal de Defesa Social (Semdef), em parceria com a Prefeitura de Goiânia, convidou 20 grafiteiros para desenharem os muros da Semdef em comemoração à semana do grafite. Na época o secretário municipal de Defesa Social, Allen Viana, explicou que o objetivo do projeto era incentivar a conservação do patrimônio e utilização do grafite como forma de manifestação artística e não de depredação dos prédios da cidade. A Semdef não é a única. Os grafites podem ser vistos em outros prédios oficiais da cidade, como o da Faeg na Avenida 87 e até nas paredes internas do prédio da Justiça Federal.

Por Santhiago Selon

Por Santhiago Selon

Por Santhiago Selon

Por Santhiago Selon

Segundo alguns historiadores da arte contemporânea, a street art chegou a Goiânia juntamente com o maior acidente radiológico do mundo, o césio 137. Foi nessa época que surgiu o Pincel Atômico, formado por Nonatto Coelho de Oliveira e Edney Antunes. A dupla descobriu o spray após um encontro com o grafiteiro Alex Vallauri, em São Paulo, e viu aí uma possibilidade de fazer arte, que a princípio eram pinturas irônicas relacionadas ao acidente com o césio.

Os grafiteiros encontraram nas ruas o espaço ideal para manifestarem sua arte e no fim da década de 1980 começaram a pintar grandes baratas nos principais prédios públicos da capital – segundo a lenda, a barata é o animal que não morre com a exposição à radiação. O grupo Pincel Atômico se desfez nos anos 1990, mas a cena grafiteira goianiense permaneceu ativa. Por diversão ou com intenções estéticas, os jovens da cidade não perderam o fio da meada desde os primeiros trabalhos da dupla Edney e Nonatto.

Entre esses garotos com spray nas mãos e uma ideia na cabeça, alguns se destacaram. O goiano Kboco, que vive em São Paulo há quase dez anos, fez nome e já expôs seu trabalho individual na Art Basel da Suíça, maior feira de arte do mundo. Continuam no centro-oeste alguns nomes que transitam entre as ruas e as galerias como Mateus Dutra, Santhiago Selon, Wés, Ebert Calaça, André Morbek, Oscar Fortunato e outros.

Para mostrar a força desse trabalho artístico em nossa capital, o Blog AZ continua na próxima semana nossa série de reportagens sobre a Arte Urbana entrevistando alguns desses artistas e mostrando seus trabalhos. Aguardem…
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