Marcel Duchamp disse na primeira metade do século 20 que seria “arte tudo o que eu disser que é arte” e coroou estas palavras com a exposição A fonte, um urinol rejeitado como obra artística pelo júri de um museu em Nova York por não haver indícios de trabalho artístico em sua peça final. Foi neste momento que o mundo começou a se questionar sobre as novas formas de arte.
Enquanto os mais conservadores fechavam as portas para as novas formas de se criar, artistas ousados passaram a ganhar espaços daqueles que viam o mundo além de seu temo. A fotografia se enquadra neste contexto. Quando descoberta pelo francês Daguerre, a fotografia foi recebida como uma ameaça para a pintura, mas hoje ambas convivem harmoniosamente no meio artístico.
Entre os trabalhos de documentação e os mais autorais, temos diversos fotógrafos artistas que merecem destaque por suas obras. O mineiro Joao Castilho é um deles. Nome recorrente nas listas de destaques da fotografia brasileira, Castilho foi vencedor de quatro prêmios do meio.
Formado em comunicação e artes em 2001, João se especializou nas Artes Plásticas e aplica este seu talento na fotografia. Quando se comunica, suas imagens não passam uma mensagem pronta. Ela deixa com que o observador retire do conteúdo de sua obra a ressignificação de acordo com suas próprias referências.
Ao longo dos 15 anos de carreira, o fotógrafo já participou de dezenas de exposições coletivas e outras tantas individuais com seus mais de 25 ensaios fotográficos. Em entrevista, Castilho já reafirmou seu desejo de sempre se transformar.
“Não quero que meu trabalho seja a mera e eterna repetição de uma fórmula, não quero que ele se anestesie. Por isso, é preciso tensionar, ampliar, recriar pouco a pouco nosso próprio universo”. Em cada um de seus ensaios, vemos esta ampliação. João tem a capacidade de se inventar e reinventar nas sombras e nas luzes de suas fotografias.
Fotos: João Castilho