X de Xibó

Sérgio Rodrigues

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O mestre do design abre mais uma letra no Aphabeto AZ, porque não tem outra peça tão perfeita para caber em nosso X. Design sofisticado e traços modernistas é escola de Sérgio Rodrigues. O carioca direcionou seu trabalho para o design mobiliário quando começou a dar mais atenção à arquitetura feita no interior. O designer dizia que um prédio que não se preocupa com as partes internas é apenas uma escultura.

Ao contrário dos que desenham apenas por desenhar, Rodrigues o fazia por paixão. O carioca orgulhava em dizer que nunca criou um móvel por encomenda, já que todas as suas peças tinham que lhe emocionar. A inquietação do designer ajudou seu lado criativo e Sérgio transformou seu trabalho em uma das mais admiráveis expressões do design nacional.

Entre os trabalhos da década de 1960 e as releituras dessas peças produzidas nos anos 2000 pela LinBrasil nasceu a Poltrona Xibó. A peça, que começou a ser esboçada na década de 1990, é uma versão masculina da Poltrona Killin. A finalização da poltrona contou com o auxílio luxuoso de seu primo e discípulo Fernando Mendes que pegou os antigos desenhos de Rodrigues e os trouxe à vida. A poltrona foi estruturada em freijó natural ou tonalizado, mas o chame ficou mesmo por conta do couro. O assento e encosto foram revestido de soleta e couro natural preto.

W de Wood

Tidelli

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Já somam 25 anos a história de amor da Tidelli com produtos específicos para a área externa. As bodas de prata comemoram essa união tão perfeita entre a marca e um seguimento do design que precisa de muito mais que apenas charme e criatividade, precisa de produtos de qualidade para resistirem às intempéries do tempo. E resistir ao sol, chuva frio e calor intenso com beleza e elegância é realmente trabalho para a Tidelli.

Uma das características mais marcantes da empresa é a diversidade nos produtos que cria em colaboração com uma seleta lista de designers e arquitetos. Foi o trabalho com fibras sintéticas e alumínio que rendeu à empresa o título de pioneira, ainda em 1989, no seguimento de mobiliários para a área externa. Com sua diversidade a Tidelli virou In & Out, passando a desenvolver produtos voltados também para os ambientes indoor.

Tecnologia aliada ao design de luxo foram as ferramentas utilizadas pela Tidelli para a criação de peças confortáveis e com estilo único. O comprometimento da marca com o design nacional vai muito além de apenas seguir uma linguagem brasileira. Com sua fábrica instalada, desde 1996, numa comunidade carente em Salvador, participa de um projeto social do governo da Bahia que prioriza a contratação de mão-de-obra local – atualmente a marca conta com mais de 300 colaboradores.

Um resultado de todo esse trabalho, autoral e social, que ganhou espaço em nossa coluna Alphabeto AZ de hoje foi a Chaise Wood, da designer Maria Cândida Machado. A espreguiçadeira é parte de uma família de móveis da marca inspirada em temas náuticos. O encosto da espreguiçadeira, em várias cores, lembra os traçados de uma rede de pesca, trazendo ao ambiente um descontraído ar de varanda de praia.

V de Vick

Bernardo Figueiredo

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O universo do Design possui algumas figuras de ouro e Bernardo Figueiredo é uma delas. Influenciado pelo design modernista de Joaquim Tenreiro, o carioca dedicou parte da sua vida para a criação de móveis. Ao lado de peças do próprio Tenreiro e do outro mestre do design nacional Sérgio Rodrigues, poltronas e cadeiras de Bernardo estão desfilando pelas salas e corredores do Itamaraty.

Bernardo Figueiredo é formado em arquitetura pela antiga Faculdade Nacional de Arquitetura (atual Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ) e na década de 1960 o designer se encantou pelo design e encantou o design com suas peças. No auge da sua carreira, Figueiredo criou sua própria linha de móveis residenciais e desenvolveu 80 peças em menos de seis anos.

Nos anos seguintes Bernardo Figueiredo se voltou para a arquitetura à frente de seu escritório Arquitetura Espacial, no Rio de Janeiro, e seu trabalho no ramo moveleiro acabou sendo reeditado pela Schuster em 2011, um ano antes da sua morte. Foram 75 peças dos trabalhos mais emblemáticos de sua obra reeditadas pela empresa gaúcha. “Procuramos Bernardo para ser o curador da linha de móveis a ser lançada em 2011. Mas, quando soubemos que sua obra estava fora de produção, não tivemos dúvida. Decidimos relançar alguns dos móveis desenhados por esse profissional, que faz parte da história do design nacional”, revelou Mila Rodrigues, diretora de criação da Schuster, em entrevista à época.

Bernardo deu ao seu trabalho um forte toque de brasilidade e sua trajetória como designer foi marcada pela valorização dos materiais brasileiros, como o jacarandá e a palha. Um exemplo claro dessa valorização, em linhas retas e sóbrias, é a poltrona Vick. Vick ganhou hoje nosso V, no Alphabeto AZ. Porque Design é Nosso Mundo.

U de Useche

Banqueta TAK

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O design nacional é representado por grandes nomes, inclusive por aqueles que não são nacionais. Um desses internacionais que adotou o Brasil como pátria e a brasilidade como inspiração foi Pedro Useche. Pedro se mudou para o Brasil em 1984 após se formar em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Central da Venezuela, em Caracas.

No Brasil, Pedro abriu um Atelier em São Paulo e começou a produzir peças de mobiliário. Para o designer, beleza e funcionalidade devem sempre estar aliadas por isso desenvolveu um trabalho por meio do casamento harmônico entre estética e funcionalidade. Seu objetivo é não se apegar ao modismo e o resultado é um trabalho ousado e irreverente.

Pedro Useche já foi premiado em diversas participações em mostras e museus de design no mundo, como a Bienal de Design em Saint-Etienne na França, a Feira Internacional de Móveis de Milão, e, no Brasil, o Instituto Tomie Ohtake e o Museu da Casa Brasileira, além de outras três Bienais nacionais de design.

O design de Useche explora a madeira em suas formas e moldes mais versáteis e essa versatilidade transcende no mobiliário. Um exemplo do bom gosto de Pedro Useche é a Banqueta TAK. A peça é fabricada em eucalipto maciço com certificação FSC, a mais respeitada no seguimento.

Tak possui acabamento em verniz PU e os assentos, em laminado moldado, podem receber revestimento colorido feito de PET reciclado nas cores bege, vermelha, amarela, preta, azul, verde e prata. É por seu design versátil e sustentável que nosso Alphabeto AZ reservou o U para Pedro Useche. Design é Nosso Mundo.

T de Terpins Design

Mesa de Centro Tapete Voador

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Ao se consagrar com o trabalho em cristal soprado, a designer Jacqueline Terpins ficou conhecida pelas peças que realçam o movimento original do cristal e abusam das formas do vidro. Foi assim com temperaturas acima de 900ºC que a designer conquistou não só o mercado mobiliário como os curadores de museus e sua peça deixou de ser apenas um objeto de decoração e se tornou arte.

Com mais de 25 exposições coletivas e outras sete individuais no currículo, Jacqueline Terpins se destaca também na criação de figurinos para peças teatrais e conquistou vários prêmios durante a carreira. Para a designer, o movimento original do cristal é fundamental no trabalho criativo das peças. “Eu respeito o material e aceito as formas que ele sugere no momento em que é dada a liberdade através do calor”, explica.

O trabalho com o cristal chega a temperaturas que variam entre 900º e 1440º e fazem com que o vidro literalmente dance. De longe, as peças de Jacqueline parecem estar flutuando. Foi assim que em 2009 a designer lançou uma mesa de centro que mais parecia voar. A forma deu nome ao objeto e a Mesa de Centro Tapete Voador tomou emprestado as formas do vidro em novo material.

Produzida em madeira corian, cuja fluidez e flexibilidade permitem criar suas curvas, a peça é uma prima irmã daquelas criadas em alta temperatura. Jacqueline decidiu voltar seu olhar para outros materiais sem restrições e o resultado foi incrível. A designer formada em Comunicação Visual pela Escola de Belas Artes da UFRJ manteve suas criações de mobiliário muito próximas do meio artístico e ter um móvel de Jacqueline Terpin em casa é ter uma beça peça de arte.

S de Sérgio Rodrigues

Poltrona Mole

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O Alphabeto AZ volta a falar dele, mas como não dar mais de uma letra no nosso design de A a Z para um designer tão completo como Sérgio Rodrigues? Carioca, Sérgio foi arquiteto e construiu uma carreira brilhante como designer de móveis com peças ícones do design nacional. Um homem a frente de seu tempo, Sérgio é dono de uma imensa coleção de móveis atemporais que não se rendeu a modismos.

O designer nos deixou este ano, vítima de um câncer terminal, mas suas peças estão casa vez mais vivas. Seu interesse pelo espaço interno não deixou Sérgio longe do design de móveis por muito tempo. Convicto de que “a arquitetura em que o planejamento do espaço interno não é estudado adequadamente não é arquitetura, é escultura”, o designer saltou da arquitetura para a criação mobiliária quando fundou a Indústria Oca em 1954, um dos estúdios de arquitetura de interiores e cenografia mais importantes do mobiliário brasileiro.

Desde a década de 1950, Sérgio passou a colocar o design nacional em destaque no mundo. Das suas criações, a Poltrona Mole se sobressaiu. O carioca fez nome no Brasil e internacionalmente com a icônica poltrona. Mole é a representação do conforto ao estilo brasileiro, com a elegância ao estilo de Sérgio. Em 1957 o designer deu vida à poltrona que marcaria sua carreira. Produzida em madeira jacarandá e revestida em couro, a peça faz parte do acervo do Museum of Modern Art de Nova York (MoMA).

 

É literalmente um Ovo

Projetos inusitados de arquitetura na Bélgica e na China transformaram casas em um prático Ovo ambulante

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O escritório de design e arquitetura belga dmvA decidiu transformar em realidade o ditado popular “minha casa é um ovo”. É que a empresa criou casa-conceito Blob VB3 que, devido sua cor e formato, foi carinhosamente apelidada de ovo.

O projeto foi originalmente concebido como uma solução para uma empresa de design italiana que desejava obter a permissão de planejamento para uma extensão de um escritório móvel e prático, entretanto acabou chamando atenção de um público alvo muito específico.

Jovens despojados que buscam conforto, praticidade e mobilidade, encontraram na Casa Ovo o conceito de moradia que buscavam. O imóvel (móvel) ocupa uma área de 20 metros quadrados, onde foram projetados banheiro, cozinha, cama e diversos compartimentos para guardar objetos sem ocupar espaço. Para tridimensionalizar a Casa Ovo, os arquitetos belgas utilizaram poliéster com a casca em madeira compensada.

Mas a dmvA não foi a única a transformar em realidade desenhos que imaginamos nunca sair do papel. O arquiteto chinês Dai Haifei de 28 anos decidiu projetar e criar seu próprio Ovo quando arranjou um emprego em Pequim no inicio de sua carreira. A casa ovo de Haifei tem apenas dois metros de altura, dois de largura e três de comprimento revestida por sacos de serragem e grama para o isolamento do frio e do calor.

Seu projeto foi construído com barras de aço, tiras de bambu e materiais à prova fogo e de água. Do lado de dentro, a casa é composta pelo básico necessário: cama, pequena caixa d’água e uma lâmpada. Com a carreira consolidada e dinheiro para bancar o aluguel em uma casa assim não tão pequena, Dai se mudou de seu Ovo, porém as autoridades não retiraram a casa do local. Seu projeto foi nomeado para o China Architecture Media Awards em 2010.

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R de Rippa

Decameron

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Não é estranho associarmos a palavra “sofisticação” com o mobiliário produzido pela Decameron. Desculpem-me parecer meio clichê, mas realmente não consigo fazer uma associação mais irreverente – e mais verdadeira – do que esta. O trabalho da marca criada por Marcos Ferreira realmente externaliza a modernidade sofisticada em trabalhos conceituais… e com muito conforto.

A vontade de criar uma marca capaz de desenhar e produzir pequenos objetos de desejo foi colocada em prática em 1995, quando o designer Marcus Ferreira fundou a Decameron. A marca nasceu completa. Mais que um escritório de design, Marcus Ferreira decidiu criar um ateliê onde as peças pudessem ser feitas passo a passo pelas mãos dos artesãos.

Cada peça é única e cada desenho, feito sob medida para servir direitinho em cada casa. A Decameron aliou o trabalho manual dos antigos artesãos ao design atemporal, que mistura o moderno e o contemporâneo na exata medida de cada produto. Foi nessa linha que Marcus Ferreira desenhou a Chaise Rippa.

Vencedora do prêmio Idea Brasil de 2008, a chaise se destaca por sua sofisticação, conforto e modernidade. Com capa de linho branca e linhas conceituais, a Rippa chama a atenção por sua base de madeira cedro certificada com formato pouco comum. É como se a leveza do estofado estivesse presa à terra somente pelas finas ripas na base. Esse é nosso design, esse é nosso mundo, então R é de Rippa.

Q de Quilombo

Arthur Mattos Casas

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Arthur Mattos Casas possui projetos espalhados nos quatro quantos do mundo e escritório em Nova York, mas foi em São Paulo que nasceu e pela cidade que se apaixonou. Paulistano de carteirinha, a selva de concreto brasileira é a real fonte de inspiração do arquiteto. “Se você encarar São Paulo com uma visão panorâmica, ela é feia. É preciso olhar curto, que nem índio, para encontrar beleza”, disse Arthur em uma entrevista sobre sua cidade natal.

Além da correria da cidade grande, outro refúgio chamou a atenção do arquiteto na hora de se inspirar para suas criações: o Quilombo. Os quilombos constituíram-se em locais de refúgio dos escravos em todo o continente americano e serviu de nome para uma bela coleção de móveis de Arthur Casas bem à brasileira.

Embora seu trabalho seja predominantemente voltado para a arquitetura residencial, parte da criação do Studio Arthur Casas é na área da decoração de interiores. A linha Quilombo foi um desses. O arquiteto não desperdiça, então Arthur Casas tem um trabalho respeitado a arquitetura sustentável. O charme da madeira de demolição é aproveitado nas peças das linhas Quilombo. A mesa Quilombo foi projetada em madeira maciça com base em inox pintado e funcionalmente finalizada com gavetas. Todo o chame faz o Q do Alphabeto AZ ser de Quilombo, porque Design é Nosso Mundo.

P de Paulo Mendes da Rocha

Poltrona Paulistano

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Capixaba de nascença e paulistano de vivência, Paulo Mendes da Rocha pertence a um seleto grupo de arquitetos modernistas que movimentaram o design nacional, no Brasil e no exterior. Paulo assumiu uma posição de destaque a partir do premio Pritkzer que recebeu em 2006 e assinou projetos de renome na arquitetura nacional, como museu Brasileiro da Escultura (Mube), o pórtico da praça Patriarca, a reforma da Estação da Luz e o ginásio do Clube Paulistano.

Graduado em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, desde o início de sua carreira Paulo valorizou uma arquitetura “crua, limpa e clara”, característica que imprimiu também em seus mobiliários. É por esta razão que Paulo é considerado, ao lado de Vilanova Artigas e Le Corbusier, um dos grandes nomes do modernismo. Um grande exemplo dessa tendência é a Poltrona Paulistano.

Paulo Mendes da Rocha assinou a poltrona como seu primeiro grande projeto após terminar a faculdade. Em 2014, Paulistano completa 57 anos de idade com muita fama e atemporalidade, marca forte do mobiliário modernista. “Imaginei desenhar a cadeira com o desenvolvimento contínuo de uma mesma linha e vestimenta leve. Um lugar para a figura humana, suspensa no espaço”, declarou o criador da poltrona.

Cheia de linhas e curvas, a Paulistano foi repaginada ao típico estilo têxtil brasileiro. Seu tecido, antes em couro, ganhou nova roupagem pelo Comitê Texbrasil Decor, que apresentou as novas Paulistano em uma das edições do Salão Internacional do Móvel em Milão. A oportunidade foi ótima para que o mercado têxtil nacional pudesse mostrar ao mundo sua capacidade. “É um momento importante e uma excelente oportunidade de apresentarmos toda a qualidade e o design dos nossos produtos têxteis a um mercado extremamente exigente”, destacou Ramiro Sanchez Palma, coordenador do Comitê à época.

É com muito charme e design que a Poltrona Paulistano faz parte do Alphabeto AZ. P é de Paulo Mendes, porque Design é Nosso Mundo.