Design é meu mundo: Maneco Quinderé e Paulo Alves

Paulo Alves se uniu ao light designer Maneco Quinderé para criar uma linha de luminárias bem ao estilo brasileiro

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A iluminação faz parte do cenário cultural tanto quanto qualquer outra forma artística, no design moveleiro não seria diferente. Durante a Design Weekend, que aconteceu entre os dias 12 e 16 de agosto em São Paulo, dois feras da arte se uniram para mostrar ao Brasil o resultado da parceria. O designer Paulo Alves juntou-se ao iluminador Maneco Quinderé para criar uma linha de luminárias.

Quinderé utiliza as fontes de luz como fontes de inspiração para o seu trabalho, que aliou técnica à intuição na criação de projetos de iluminação. Suas criações vagam entre a natureza e o mundo das artes numa combinação de minimalismo e brasilidade, por isso aliar seu trabalho com o de Paulo Alves deu samba bem ao jeitinho tupiniquim.

Paulo Alves trabalha a madeira e a cultura brasileira como ninguém. Desde 2004, quando criou a Marcenaria São Paulo, Paulo Alves vem desenvolvendo peças de forte caráter e linguagem brasileira. Agora com Quinderé, o designer desenvolveu uma linha de luminárias com três modelos: a Tuiuiú, de mesa; a Curupi, para pendurar; e a Jabuticaba, de piso.

A primeira peça projetada por Paulo Alves foi justamente uma luminária. Em 1994, o designer pegou um ralador de milho para fazer pamonha e colocou no interior uma lâmpada incandescente. Sua criatividade lhe rendeu o título de menção honrosa do prêmio Museu da Casa Brasileira. Mais de 20 anos depois, Paulo resolver adicionar um novo ingrediente em sua obra: o light designer Maneco.

O Blog AZ destaca no post de hoje a luminária Jabuticaba. A primeira das três luminárias da coleção surgiu de uma lâmpada esférica de aço criada por Maneco. A semelhança da lâmpada com a fruta fez com que Paulo utilizasse a leveza dos galhos para criar a “arvore”. A luminária de chão tem sua iluminação fixada por imãs que prendem as lâmpadas ao “tronco”, proporcionando que seu foco de luz seja orientado para qualquer direção.

Luminária Jabuticaba (Foto: Victor Affaro)

Luminária Jabuticaba (Foto: Victor Affaro)

Design é meu mundo / Poltrona Daav

Poltrona Daav, criada por Sérgio Rodrigues em 1983, é uma de suas peças icônicas

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A segunda-feira começa com nosso mestre do design. Sérgio Rodrigues possui uma coleção tão rica de peças de mobiliário que seus traços modernistas continuam inspirando a nova geração do design contemporâneo brasileiro.

Outra característica de suas obras é a atemporalidade. Seus objetos possuem uma expressão tão forte que passam pelo tempo e continuam atuais. Em entrevista para o Blog AZ, seu primo e discípulo Fernando Mendes explicou que as peças de Sérgio se tornaram um clássico do design nacional. “Claro que o clássico não nasce com essa característica, ele se torna clássico de acordo com o tempo e sua aceitação, como aconteceu com as peças de Sérgio”, afirmou Fernando.

Assim como a maioria de seus trabalhos, pensados no aconchego e possuidores de uma beleza limpa, a Poltrona Daav foi feita em linhas retas que construíram mais um objeto de elegância para todas as eras. Desenhada em 1983, a peça foi produzida com os materiais mais íntimos de Sérgio Rodrigues: madeira e couro.

Por Bárbara Alves

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Banco Macaco na liquidação AZ

Com um design inusitado, diferenciado, lúdico e divertido, o Banco Macaco aguça os sentidos e agrada os bolsos na liquidação AZ

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O gosto pelo diferente, inusitado e debochado fez de Henrique Steyer um designer ousado e cheio de criatividade. Aos 33 anos de idade, Henrique assina projetos comerciais e residenciais que já foram publicados em mais de 25 países. No campo do design de interiores, Steyer se destacou pelos projetos que priorizam uma mistura nada comum de cores, revestimentos e objetos.

Ousado, Henrique Steyer não poderia criar suas linhas de móveis na tradição do clássico. Durante a Casa Brasil 2013, o designer lançou suas linhas de móveis com inspirações bem criativas e uma delas faz parte da nossa liquidação de julho.

Da sua primeira linha autoral É o Bicho saíram peças lúdicas e criativas que assumem a forma de macacos, onças, capivaras, jacarés e tamanduás. O banco macaco foi inspirado na fauna brasileira e desfila pelos ambientes do Armazém da Decoração em tons vibrantes. Confira em nossa loja, pois o preço cai por mais da metade.

Design é meu mundo: Cadeira Flexa

Cadeira Flexa de Carlos Motta

Cadeira Flexa no projeto de André Brandão e Márcia Varizo (Foto: Marcus Camargo)

Cadeira Flexa no projeto de André Brandão e Márcia Varizo (Foto: Marcus Camargo)

A história de Carlos Motta com o design é bastante intuitiva. O arquiteto costuma associar seu trabalho, sua criação, sua inspiração e todo o seu lado profissional com a vida pessoal, já que acredita que não existe um Carlos Motta designer e arquiteto e outro Carlos Motta surfista ou empresário. Todos são só um e é esse um que desenha as linhas de sua filosofia mobiliária.

Foi esse estado de espírito, aliado a uma filosofia própria, que possibilitou ao arquiteto criar uma vasta lista de sucessos do design mobiliário. Ele descobriu na marcenaria uma possibilidade de tridimencionalizar seu trabalho e viu na madeira uma forma de nacionalizar o design brasileiro que ainda tentava descobrir sua identidade própria.

“O mercado descobriu a identidade e o design brasileiro. Nós temos as madeiras mais bonitas, então no lugar de deixar os estrangeiros levarem nossa matéria prima, passamos levar para fora nossos produtos manufaturados”, comentou Carlos. “Hoje o mundo descobriu que nós temos designers”, concluiu.

Carlos Motta é um desses nomes que ajudou o Brasil a descobrir sua própria linguagem. Dono de peças cheias de identidade, Carlos Motta assina a cadeira de destaque do nosso design é meu mundo de hoje: cadeira Flexa. Criada em 1979, a cadeira foi produzida de tamanhos e formas variadas, por isso recebeu sobrenomes diferentes: Flexa H45, Flexa Média e Flexa Longa.

Seus quadros de assento e encosto podem ser revestidos por diferentes materiais. Esses quadros são estruturados por um arco de laminado de madeira moldada que, por ser a peça mais cara, se repete de maneira idêntica em toda a linha. Tanto os quadros quanto o arco são travados pelo pé traseiro que no desenho técnico leva o nome de Flexa.

Design é meu mundo / Lattoog

O design de Leonardo Lattavo e Pedro Moog na Lattoog

Poltrona E2 no Armazém da Decoração (Foto: Marcus Camargo)

Poltrona E2 no Armazém da Decoração (Foto: Marcus Camargo)

O hobby da dupla Leonardo Lattavo e Pedro Moog tornou-se profissão oficial em 2004 quando o arquiteto Leonardo e o designer Pedro decidiram juntar seus nomes e criatividades na marca que, além de atuar na área de arquitetura, lança peças de mobiliário: Lattoog. Carioca do mundo, a Lattoog caminha em direção à internacionalização do design brasileiro sem perder o gingado de nossa cultura tão rica.

Arquiteto e Urbanista com mestrado em pela University College of London, Leonardo possui diversos projetos de arquitetura e interiores realizados no Brasil, Inglaterra, Itália, Espanha e Alemanha. Juntou sua experiência e talento com os de Pedro Moog, designer autodidata com formação acadêmica em Administração de Empresas.

Além de atuarem como arquitetos e trabalharem com artes plásticas, Pedro e Leonardo assinam sofás, cadeiras, poltronas, luminárias, mesas e acessórios de casa. Com a filosofia da “antropofagia cultural” que pegaram emprestado de Oswald de Andrade, a dupla cria seguindo as influências externas sem negar, entretanto, a cultura local. O que fazem é uma mistura criativa que é “devorada e transformada em cultura brasileira e revolucionária”.

Dos móveis produzidos pela Lattoog, algumas peças formaram uma família. As coleções Viralata e Praias Cariocas deixam claro essa tendência antropofágica da dupla. A série “Viralatas” traz móveis híbridos, união de dois que resultam num terceiro, diferente e único, trazendo mais uma vez a marca brasileira da miscigenação e mistura. Praias Cariocas é uma série que honra o nome e o verão brasileiro com peças para área externa.

Para Leonardo a Lottoog é sinônimo de criatividade. “Não somos especializados em marcenaria, metalurgia ou estofaria, somos especializados em bom desenho e boas ideias”, confessou. Suas peças são conhecidas do público e do Armazém da Decoração.

 

Poltrona Pantosh (Foto: Divulgação)

Poltrona Pantosh (Foto: Divulgação)

Poltrona Moleco (Foto: Divulgação)

Poltrona Moleco (Foto: Divulgação)

Design é meu mundo / Poltrona Benjamin

Poltrona Benjamin de Sérgio Rodrigues e Fernando Mendes

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Você quer um resumo da obra de Sérgio Rodrigues? O Blog AZ apresenta, então, a Poltrona Benjamin. Resultado de uma parceria entre Sérgio e seu primo e amigo Fernando Mendes, a poltrona foi uma das últimas peças do mestre do design e une, em um só trabalho, os 60 anos do design pensado, desenhado, criado e produzido por Rodrigues.

Segundo o próprio Sergio Rodrigues, Benjamin é um resumo de sua obra. “Quando ele viu o protótipo pronto, disse que era uma síntese de tudo o que fez em poltrona e cadeira, porque tinha vários detalhes e elementos utilizados nas peças que criou”, explicou Fernando Mendes.

A participação de Mendes foi fundamental. Foi junto com ele que Sérgio tirou o projeto inédito da gaveta para lançá-lo em 2014, ano de sua morte. Benjamin é um pouco Mole, um pouco Tonico, um pouco Killin ou Diz e é também a Xibô. Benjamin reúne as características dos móveis que Sérgio produziu ao longo da carreira e fechou com chave de ouro a linha de suas criações.

Embora tenha sido desengavetado apenas em 2014, Fernando Mendes acredita que seu desenho original foi esboçado entre 1995 e 2000. “Essa poltrona, na verdade, é uma certa evolução da Xibô (1990), com um desenho um pouco mais complexo”, contou à época de seu lançamento. Ninguém lembrou ao certo a razão pela qual Benjamin – poltrona batizada em homenagem a Benjamin, neto de Sérgio – não foi produzida quando criada, mas agora faz parte do acervo AZ e pode fazer parte também da sua casa.

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

(Foto: Marcus Camargo)

Design é Meu Mundo / Poltrona Diz

O conforto e a elegância da Poltrona Diz, de Sérgio Rodrigues

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Nós, do Blog AZ, não nos cansamos de falar de Sérgio Rodrigues e não é pra menos, o arquiteto precursor do design brasileiro moderno deixou um patrimônio mobiliário de tirar o fôlego. A fama das peças criadas por Rodrigues veio não só pela sua qualidade e beleza, os móveis traduzem bem a cultura nacional por meio do que o próprio designer chamou de “acentuação da brasilidade”.

A madeira aliada ao design feito para que a pessoa fique “à vontade” fez das peças de Sérgio Rodrigues as mais cobiçadas do mobiliário nacional. No mundo, Sérgio passou por um momento de valorização de seu trabalho e a Poltrona Mole – criação mais famosa do designer – faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa).

A poltrona passou por um processo histórico e podemos encontrá-la em três modelos diferentes. A primeira Poltrona Mole foi criada em 1957 e tinha uma estrutura mais rígida. A segunda versão foi a que foi mandada para a Itália, em 1961. Depois veio a versão “Moleca”. O detalhe interessante é que a poltrona ficou um ano na loja, exposta, sem que ninguém a comprasse.

Segundo o próprio Sérgio, as pessoas diziam “Imagina, essa loja que começou muito bem, agora entrou na galhofa, está fazendo essas brincadeiras assim, uma estrutura de madeira que tem em cima um almofadão que mais parece um ovo estalado. Deve ser uma cama de cachorro”. Agora a Mola é objeto de desejo no mundo do design.

Marcada por linhas esculturais, com design elegante, visualmente leve e excepcionalmente ergonômica, outra peça dessas feita para ficar a vontade é a poltrona Diz. Quem senda no móvel se deixa escorregar na madeira e encontra posições bem confortáveis – mesmo que a peça não tenha nenhuma estrutura almofadada em seu acabamento. Mais jovem que sua colega Mole, a poltrona foi criada em 2002 e é um dos itens mais disputados na R 20th Century, loja de design situada no badalado bairro Tribeca, em Nova York.

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Fotos: Marcus Camargo

Linha Tajá: Sérgio Rodrigues

Muita cor nesse verão com móveis de Sérgio Rodrigues reeditados pela Butzke

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Os traços sóbrios e modernistas de Sérgio Rodrigues no design mobiliário não o impediram de trabalhar com as cores e foi assim, alegre e carnavalesca, que a família de móveis Tajá foi reeditada em 2012 pela Butzke. A família Tajá original foi criada em 1978 por Sergio Rodrigues, composta de poltrona, sofá de dois lugares e cadeiras de diferentes tamanhos.

Nem precisamos lembrar que nosso eterno mestre do design ficou conhecido por traçar a identidade do mobiliário brasileiro. Rodrigues, que nos deixou no final de 2014, costumava dizer que o móvel não é só uma peça. “O móvel não é só a figura ou só o material de é composto, é sim alguma coisa que tem dentro dele. É o espírito da peça. É o espírito brasileiro. É o móvel brasileiro”, dizia.

Sua poltrona, que hoje é destaque de nosso Blog AZ, foi reeditada nas madeiras Jatobá e Nogueira com tecnologia EPS, que exclui a necessidade de manutenção e assegura a beleza visual dos produtos, além da Laca nas cores: amarelo, azul, verde, vermelho e laranja. Trazer cor para casa nesse verão é ainda melhor quando o colorido vem assinado pelo mestre do design nacional.

Poltrona Shell, a assinatura do estudiobola

Reinvenção inspirada na clássica Poltrona Bergère, Poltrona Shell mostra a criatividade do Estudiobola

Poltrona Shell (Foto: Marcus Camargo)

Poltrona Shell (Foto: Marcus Camargo)

A Poltrona Shell, criada em 2010 pelos designers Flavio Borsato e Maurício Lamosa, do estudiobola, é uma das peças mais icônicas do design contemporâneo brasileiro. Chamada de “fofona”, ela tem um toque vintage, mas também brilha em ambientes modernos, rústicos ou minimalistas. Ou seja, a poltrona Shell é uma peça versátil, além de perfeitamente executada. Continue lendo…

Poltrona Adriana: tesouro esquecido de Zalszupin

Poltrona Adriana ficou esquecida na garagem de Zalszupin até ser reeditada pela Etel em 2011

Poltrona Adriana
Já fomos apresentados a Jorge Zalszupin e sabemos bem o que esse polonês radicado no Brasil é capaz de fazer quando o assunto é design, então não é de se espantar que a Etel Interiores tenha descoberto um tesouro quando reeditou um clássico do designer da década de 1960: a Poltrona Adriana.

O designer nasceu em 1922 na Polônia, mas não ficou muitos anos nas terras geladas de seu país. Em 1945 o arquiteto terminou os estudos quando o mundo terminava mais uma guerra mundial. Após algumas escalas em países europeus, Jorge chegou ao Brasil e aqui fixou residência.

Em maio às descobertas modernistas, ao clima desenvolvimentista criado por Juscelino Kubichecke e longe da guerra, Jorge Zalszupin encontrou um terreno fértil para criar e desenvolver sua arquitetura vanguardista. No campo do design também mostrou seu know-how. Sua entrada na criação de móveis foi quase que natural e seus objetos de design passaram a fazer parte de quase todos os prédios oficiais do governo na recém-nascida Brasília.

Em 1962, Jorge desenhou o primeiro original da Poltrona Adriana que, curiosamente, ficou esquecida em sua garagem por anos. Dai a razão pela qual a releitura da peça, pela Etel interiores, foi realmente o encontro de um tesouro esquecido.

Passaram 50 anos do primeiro esboço da cadeira quando a filha de Zalszupin, em busca de objetos para compor uma mostra dedicada ao arquiteto, encontrou a peça em 2011. A poltrona estava machucada pelo tempo, mas logo foi reconhecida como uma joia do design.

Após receber atenção e os cuidados da Etel, a peça passou por um processo de restauração que durou mais de seis meses. O nome foi uma homenagem à Verônica, herdeira de Zalszupin responsável por encontrar a peça. Ela deu o original à sua filha, Adriana, que se encantou com móvel. Foi assim que a neta de Zalszupin, filha de verônica, acabou emprestando seu nome à poltrona.