Lounge elegância

Casa Cor Goiás: os arquitetos e urbanistas Ana Paula de Castro e Sanderson Porto assinam o Lounge 9 na mostra 2016

anapaula7

O espaço reservado para o Lounge 9 dos arquitetos Ana Paula de Castro e Sanderson Porto tem 85m², mas são 85m² de muito luxo. O ambiente foi projetado para o cosmopolita de bom gosto, um fotógrafo viajante que divide sua vida entre as noites nos hotéis e as curtas – mas confortáveis – passagens por sua cidade natal.

Os tons neutros se misturaram ao mobiliário assinado, dando ao ambiente uma elegância que é ao mesmo tempo imponente e aconchegante. Presentes na mostra goiana pelo 15º ano, Ana Paula de Castro e Sanderson Porto atuam nas áreas residencial, comercial e corporativa há pouco mais de 18 anos. Ana Paula dedica-se mais à decoração dos espaços internos, enquanto Sanderson foca sua atenção na parte estrutural e arquitetônica dos projetos.

Juntos, criaram para a Casa Cor 2016 um espaço com identidade e aconchego. As paredes do ambiente foram revestidas com madeira ebanizada e palha natural. Na decoração, materiais cheios de expressividade se misturaram com as obras de arte de Iêda Martins, Pitágoras, Siron Franco, Marcelo Solá e Rogério Mequita e do fotografo Lucas Santos, dando o merecido reconhecimento aos artistas goianos.

Entre o mobiliário de renomados designers, destaca-se a luminária Floriano, de Maneco Quinderé, requisitada especialmente para o Lounge. Outras peças de grandes nomes do mobiliário chamam a atenção para o ambiente: a chaise-longue Rio e banco Marquesa, desenhadas por Oscar Niemeyer; a mesa de jantar de Aristeu Pires; a mesa lateral Mara Preciosa, assinada por Etel Carmona; além do aparador com espelho de Jorge Zalszupin, poltrona Três Pés da Lina Bo Bardi e poltrona Jangada do Jean Gillon.

A cor preta ganhou destaque com os materiais quatzo Pietra Grey aplicado em uma das paredes e o Negresco Vintage nos tampo dos móveis baixos que circundam o ambiente. No piso, o porcelanato inspirado em mármore Carrara somado a iluminação do ambiente, com arandelas, colunas, luminárias de mesa dão ao Lounge a elegância planejada.
anapaula9 anapaula8 anapaula6 anapaula5 anapaula4 anapaula3 anapaula2 anapaula1

Fotos: Marcus Camargo

A poesia do rústico e do requinte

Casa Cor Goiás 2016: a arquiteta, urbanista e designer de Interiores Mariela Romano aproveita sua nona participação na mostra para criar o Loft Fazenda

 

mariela
Estratégia, negócios, holding, investimentos, mercado… A vida de um empresário pode ser muito agitada, mas a vida de seu arquiteto é transformar essa agitação em conforto.  Mariela Romano organizou, no espaço de 105,33m², três ambientes em homenagem ao empresário José Batista Júnior e sua família – um lugar perfeito para quem trabalha muito na cidade, mas não abandona suas raízes no campo.

A arquiteta, urbanista e designer de interiores participa pela nona vez da mostra e sempre que tem a oportunidade, aproveita seus espaços para homenagear clientes – um norte para seus projetos. Este ano, Mariela conseguiu misturar dois importantes elementos em um mesmo ambiente: o luxo da cidade com o aconchego da fazenda.

Seu homenageado não esconde a paixão pela vida no campo, então Mariela Romano não poderia ignorar um elemento não importante na vida do empresário da JBJ. O ambiente ganhou o nome de Loft Fazenda, mas poderia muito bem ser um espaço residencial urbano ou mesmo um escritório. É a sofisticação da cidade levada para o interior – ou o aconchego do interior trazido para a cidade.
39

A elegância e contemporaneidade do espaço são evidenciadas pelas peças de designers renomados presentes no Loft. Os detalhes fazem a diferença. Obras de arte, como a enorme escultura 3D de dois metros de altura feita em aço corten da cabeça de um boi que recepciona os visitantes na entrada do ambiente, dialogam com o mobiliário escolhido por Mariela. As peças, todas vindas do Armazém da Decoração, demonstraram a habilidade da profissional em mesclar estilos.

A profissional se inspirou no conforto e poesia das casas de fazenda para conceber um ambiente que comunica com o rústico e o requinte. As paredes revestidas em mármore também ganharam detalhes personalizados pela profissional. O porcelanato claro no piso interno dá destaque ao suntuoso tapete de pele que contrasta com o aconchego da madeira do deck, resultando na simetria perfeita do luxo e despretensão.
29 11 8 5 4

 

Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Memória do que foi

Casa Cor Goiás 2016: o arquiteto, designer e artista plástico Leo Romano assina a Santa Casa Leo em sua 20ª participação na mostra

leo1

Os primeiros passos de Goiânia como “futura capital” do estado de Goiás foram dados ainda no século XIX, mas a capital virou definitivamente “Goiânia” em 2 de agosto de 1935, com o decreto estadual que deu o nome à capital. A história do prédio que habita a Casa Cor 2016 é tão antiga quanto a chegada da administração do estado para a nova cidade. É essa história que o arquiteto, designer e artista plástico Leo Romano quis contar com seu ambiente na mostra.

Desde seus primeiros anos de vida, os três mil metros quadrados que hoje hospedam a Casa Cor serviram à saúde.  Datado de 1930, a construção de número 777 abrigou o primeiro posto de saúde da capital, estrategicamente localizado ao lado da única unidade hospitalar da cidade, a Santa Casa de Misericórdia. Posteriormente o edifício se transformou na Central de Medicamentos de Alto Custo (CMAC) Juarez Barbosa.

O edifício, desocupado desde 2013, traz consigo uma estética de dor e abandono. A dor vem de sua antiga função: receber doentes na tentativa de curá-los; e foi ela, a dor, um dos principais elementos utilizados na construção do espaço. “Eu queria que as pessoas entrassem no ambiente e se interessassem pela história do lugar e para contar essa história, escolhi a linguagem poética”, contou Leo. Para superar a “dor”, o arquiteto se inspirou nos elementos de cura.
leo3

O ambiente é como um ambulatório fantasiado com a beleza do design e da arquitetura e protegido pela poesia que cada um de seus elementos transmite ao visitante. Uma melodia triste, ao fundo, resgata o visitante para os anos que aquele edifício servia de anexo à Santa Casa de Misericórdia. “Eu quis resgatar as memórias que este prédio histórico carrega como algo que representasse, ao mesmo tempo, angústia e leveza”, explicou Leo Romano em entrevista ao Blog AZ.

Inspirado pela aparência das enfermarias pós-guerra, a “Santa Casa Leo” possui uma atmosfera que remete aos ambientes de uma casa, um escritório ou mesmo um hospital. O objetivo do arquiteto não foi criar um espaço com função definida, mas sim um conceito que ultrapassasse um cômodo ou um jeito de morar cotidiano e capaz de despertar sensações. “Você pode me perguntar se isso é um quarto ou uma sala e eu vou te responder que esse espaço é, na verdade, uma referência”, explicou.

O profissional aposta na ressignificação da memória e conserva características originais da construção, somando a elas uma interferência arquitetônica precisa entre volumetrias, revestimentos, iluminação, mobiliários e objetos. Para Leo Romano, nenhuma escolha é feita ao acaso na montagem de uma exposição como a Casa Cor, “todos os elementos que estão aqui servem para despertar um questionamento”.

Leo, que completa juntamente com a Casa Cor Goiás, 20 anos de mostra em 2016, acredita que a exposição serve para mostrar um conceito e não apenas criar um lugar bonito. Esta sua filosofia o levou também para a mostra da Casa Cor de SP (pelo segundo ano consecutivo). Este ano Leo aproveita a exposição – em Goiás e em São Paulo – para fazer o lançamento de sua nova linha de mobiliário Bailarina. Inspirado na dança de um grande balé clássico, os objetos foram construídos com pés que remetem ao formato das bailarinas de ponta. A linha dialoga com seu ultimo lançamento, da colação Chuva.
leo5leo2 leo9 leo6 leo10

Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Jardim dos Jasmins

Casa Cor Goiás: o arquiteto paisagista João Paulo Florentino assina o espaço Jardim dos Jasmins na mostra 2016

joãopaulo1

João Paulo Florentino não consegue participar de uma Casa Cor sem encantar com os seus projetos. Para os amantes dos jardins, seu espaço é destaque. Este ano o arquiteto paisagista assina um ambiente em sua quarta edição na mostra Casa Cor Goiás e cuida do Jardim dos Jasmins, de 104m².

O nome realmente faz jus ao ambiente, o jardim é mesmo o mais belo deles com seus jasmins. O mestre em paisagismo e arquiteto entende a importância dos elementos da natureza para decorar um espaço como aquele, então a aproveitou o poder das árvores e as sensações que a água traz.

A “mágica da arquitetura” ficou por conta das árvores e das espécies vegetais utilizadas no projeto. O jasmim foi o protagonista dessa escolha, já que é bastante conhecido por sua forma poética e beleza escultórica.

João Paulo tem experiência em criar cenários naturais. O Jardim dos Jasmins ressalta a importância de se buscar a proximidade com a natureza em meio aos espaços construídos, uma espécie de reduto de paz.

No traçado do jardim aplicaram-se dois estilos distintos, sendo o primeiro deles a topiaria, que molda a vegetação em formatos geométricos, criando um mosaico vegetal de fácil compreensão.  O segundo trata-se da sucessão natural, inspirado no grande horticultor Piet Oudolf, que permite à natureza revelar-se de forma espontânea, diminuindo as interferências humanas no ambiente e consequentemente a necessidade de manutenção.

No centro, um pergolado metálico dá a ideia de que o ambiente é, na verdade, uma espécie de sala de estar ao ar livre. A sua grande novidade é a utilização do teto verde vegetado na cobertura. Essa solução cria uma estratégia de sustentabilidade que pode ser aplicada na escala urbana, capaz de fornecer melhoria no conforto térmico no interior das construções e ainda transformar coberturas em espaços habitáveis.

A escolha dos móveis foi a finalização certeira que o espaço precisava. João Paulo aproveitou-se do estilo out da Tidelli móveis e o combinou com o balanço Arupemba, de Sérgio Matos – tudo escolhido no Armazém da Decoração. “A Casa Cor acaba sendo um momento de interação profissional e uma oportunidade do arquiteto e do designer mostrar sua criatividade”, explicou o paisagista. Bom, podemos concluir que ele foi bem sucedido em seu ambiente e conseguiu mostrar, mais uma vez, toda a sua criatividade.

joãopaulo3 joãopaulo2 joãopaulo

Fotos: Marcus Camargo

Arquitetura das sensações

Casa Cor Goiás 2016: a arquiteta e urbanista Aletéia Tolentino e o designer de interiores Luiz Poggi ficaram responsáveis pelo Atelier de Alta Costura

aleteia4

“Criação e confecção de roupas sofisticadas, originais e exclusivas” é esta a definição que aparece no dicionário ao lado da palavra “alta costura”. Curioso é que a definição se encaixa perfeitamente bem no ambiente criado por Aletéia Tolentino e Luiz Poggi na Casa Cor Goiás 2016. O espaço é um ambiente sofisticado, original e exclusivo responsável pela criação e confecção de roupas.

O ambiente foi elaborado para ser um espaço conceito e personalizado de moda, onde os desenhos e a criação artística de alta costura são valorizados no layout.“ Os dois designes se comunicam quase que ininterruptamente. Não dá para falar em design de interiores sem ver nele elementos da moda, assim como a moda aborda elementos que se originam no design e na arquitetura”, explicou Luiz Poggi. O Ateliê de Alta Costura é a exata medida desses dois campos criativos.

Com base na compreensão de alfaiataria, em que as produções são exclusivas, cada detalhe dos 43m² foram, assim como na alta costura, milimetricamente pensados. A base do local é mais escura para deixar os elementos metálicos na cor cobre se destacarem no espaço. O revestimento rústico em mármore travertino cairo, misturado a uma composição de madeira, preto e grafite, reveste as parede, proporcionando um caráter mais intimista e elegante, aos moldes das boutiques do início do século XX.
aleteia1

O Ateliê de Alta Costura surgiu das conversas entre os designers responsáveis pelo ambiente. Luiz Poggi, estreante de Casa Cor, trabalhou com o design de interiores de show rooms e sua experiência foi aplicada na mostra. “Aletéia e eu temos a mesma linguagem, então sentar para criar juntos foi um trabalho muito bacana”, explicou o designer.

O resultado é conceitual. O espaço desperta sensações no visitante, tanto pela delicadeza dos objetos, quanto pela beleza do tema escolhido pela dupla. Poltronas exclusivas, escrivaninha destinada aos croquis e desenhos de moda, armário personalizado para tecidos e acessórios, além da bancada em mármore para receber uma adega com espumantes, chegaram na Casa diretamente do Armazém da Decoração – todo o mobiliário do ambiente leva a nossa marca.

Para reafirmar o caráter fashion, as fotografias do goiano Ivan Erick Menezes e Rogério Mesquita foram muito bem colocados no ambiente, com desenhos que remetem ao universo da moda. Outro item exclusivo do ambiente de Aletéia e Luiz são dois manequins com looks vindos diretamente do acervo pessoal de Abadia Haich.

aleteia3

Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Rústico Elegante

Casa Cor 2016: Restaurante África Lounge do designer de interiores Pedro Paulo do Rego Luna e do arquiteto e urbanista Thiago Siquieroli

 

thiagoepp
A África é o terceiro maior continente do mundo e a riqueza de sua cultura é tão vasta quanto a sua extensão territorial. Seu território é o espaço terrestre habitado há mais tempo na história mundial, ao menos foi o que constataram os antropólogos quando descobriram no continente fósseis com cerca de cinco milhões de anos de idade. Com tantos anos de vida e de extensão territorial, não seria difícil imaginar que a África concentra um grupo diversificado de estilos, gostos, crenças e modo de vida.

Traduzir esta riqueza cultural para a decoração não é tarefa fácil, mas foi o desafio encarado pela dupla Pedro Paulo do Rego Luna e Thiago Siquieroli na Casa Cor 2016. Os veteranos de mostra se inspiraram na África para elaborar o Restaurante da 20ª edição da Casa Cor. Um rústico elegante que ocupa 177m² no centro de Goiânia, onde a mostra foi montada este ano. “A África tem uma cultura rica e bastante inspiradora, então começamos a brincar com a complexidade do tema para decorar nosso ambiente”, explicou Thiago.

A ideia de homenagear a África não veio do nada. “Este ano vamos participar do projeto Casa de Hospitalidade durante as Olimpíadas, que é um espaço dedicado à divulgação da cultura dos países participantes dos Jogos, e vamos ajudar a decorar a Casa África”, revelou Pedro Paulo. “Como já estávamos trabalhando com o tema, pensamos em trazer nossos estudos para a Casa Cor deste ano”.

A diversidade e riqueza cultural do continente serviram como ponto de partida para o projeto, que está recheado com peças originais cedidas pelas embaixadas africanas, bem como outros itens de decoração que remetem aos elementos de um ou outro país daquele continente. “Se pensarmos na cultura da África, vamos lembrar que temos países muito diferentes uns dos outros como o Egito e a África do Sul, então expressar toda esta diversidade não é uma tarefa fácil”, comentou Pedro Paulo.
thiagoepp3

A Contribuição do Armazém da Decoração no ambiente também veio de fora. Quando o Contêiner AZ chegou a Goiânia no início do mês de fevereiro carregado de objetos de decoração vindos dos quatro cantos do mundo, os designers interceptaram a loja para selecionar algumas peças exclusivamente para a mostra. O resultado é um restaurante cheio de cor e design.

A antiga construção do prédio revela sua beleza rústica, deixando à mostra tijolos e rebocos e também reaproveitando antigas janelas como nichos. A iluminação é tratada de forma indireta para deixar o espaço aconchegante e valorizar as obras de arte de Gilvan Cabral.

A parte externa foi reservada para os fumantes ou, como colocou Thiago, “os excluídos”. “Alguns arquitetos como Pedro e eu somos fumantes, mas todo ano temos que nos excluir do resto do grupo para saciar o vício, então este ano aproveitamos a varanda para criar um espaço para aqueles que gostam de tomar um drink ao ar livre”, brincou Thiago em entrevista para o Blog AZ. A brincadeira ganhou até uma arte. A pintora Bruna Brom fez um desenho com os arquitetos que, digamos, preferem comer ao ar livre.
thiagoepp5 thiagoepp4 thiagoepp2 thiagoepp1

Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Moda e mobiliário

Quando os mercados da moda e do design se juntam

Paulo Alves na SPFW 2015

Paulo Alves na SPFW 2015

A relação da moda com o design mobiliário tem ficado, a cada dia, mais íntima. Exemplo disto é que grandes nomes consagrados da moda – como Fendi, Louis Viton, Kenzo, Hermés e Diesel – passaram a assinar móveis. Deste casamento, vemos que o design de móveis invade os eventos de moda assim com a moda acaba se destacando nas feiras de mobiliário.

No início de abril, Milão recebeu mais uma edição do Salão do Móvel e além das marcas de moda que se lançam no mercado do design decorativo, a feira também apresentou muitos itens criados para enfeitar o corpo humano e não um aposento de uma casa. A chegada de mais uma edição da São Paulo Fashion Week (de 24 a 29 de abril de 2016) não poderia ser diferente, empresas e designers de móveis acabam fazendo sua aparição para conferir tendências e expor peças.

Em 2011, o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) foi convidado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) a levar a indústria de móveis para o SPFW. Foi a primeira vez que o móvel ganhou projeção nacional junto à moda.

Em 2015, Paulo Borges, idealizador do SPFW, convidou Paulo Alves para assinar um lounge exclusivo na edição Inverno 2016 da design week que aconteceu no final do ano passado para celebrar os 20 anos da semana de moda e da carreira do designer. Mas para além desta relação entre os eventos de design e de moda, cresce a relação dos estilistas com o mobiliário e a influência que um campo tem no outro.

 Tobias Juretzek

Tobias Juretzek

Para começar, sabemos que a definição das cores da tendência não é fruto de um mero palpite. Estudiosos analisam o comportamento do consumidor antes de eleger as cores da estação e pode apostar que esta escolha influencia nos coloridos dos móveis – principalmente das marcas que valorizam a cor, como a Kartell e a Tidelli.

Outros designers levam o assunto “moda mobiliário” tão a sério que acabam unindo ambos os campos de criação. O designer alemão Tobias Juretzek, por exemplo, cria cadeiras com peças de vestuário recicladas. O projeto acabou sendo adotado pela italiana Casamania, que divulgou as criações de Juretzek em uma edição do Salão do Móvel de Milão.

No Brasil a Neobox caiu na moda com o auxílio luxuoso de Adriana Barra. A Poltrona Spy, inicialmente fabricada em cores únicas e tons claros, ganhou as estampas coloridas da designer Adriana Barra e passou a ser fabricada com as cores do verão. Adriana também desenvolveu suas estampas para pastilhas de cerâmica e cadeados.

Sky por Adriana Barra

Sky por Adriana Barra

Poltrona Infinito / Lia Siqueira

ETEL produz peças de Lia Siqueira, como a recém criada poltrona Infinito

Lia siqueira_post  10

Desde setembro do ano passado a arquiteta Lia Siqueira passou a integrar o time de talentosos designers moveleiros reeditados pela ETEL. Segundo a marca, Lia “influenciada pela sua relação intimista com a madeira e com o design de mobiliário, desenhou itens que celebram a cumplicidade entre os amigos, homenageando grandes mestres da marchetaria”. E completou dizendo que as peças da arquiteta “enaltecem o cerne da vida e brindam a infinitude da nossa existência”.

E por falar em infinitude, uma das peças que entrou a coleção ETEL foi a Poltrona Infinito. Sem começo nem fim, a poltrona foi inspirada no símbolo matemático do infinito e executada em cedro, freijó, imbuia ou sucupira.

Lia Siqueira é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro. Morou na Europa até 1986, quando atuou no escritório alemão Weildling, Kettner & Dr. Werner e de volta ao Brasil, abriu a AZUL Arquitetura & Design. Muito premiada por seu trabalho, os móveis de Lia estão expostos na Etel Marcenaria, São Paulo e na Espasso, New York.

mansonsstudio

mg_0565_hi 342

Minimalismo Neobox 2016

A marca lança suas novas peças e mostra a razão de seu sucesso

mesas silhouette

O minimalismo é uma tendência do design que passou a fazer parte dos projetos visuais no século 20 e ainda hoje faz sucesso. Assim como seu estilo, embasado no princípio do menos é mais, a sua própria filosofia conceitual é pouco conhecida. Ao contrário do pop art, por exemplo, que todos conhecem e sabem o que é, quem não vive no mundo do design convive com o minimalismo, mas não sabe apontar suas características.

Outro fato curioso é que o minimalismo não existe apenas na arquitetura, design ou moda. Um site pode ser minimalista, um jogo pode ser minimalista. Até mesmo um carro pode ter traços desenhados sob este princípio do design.

Aliado da elegância, o design minimalista prioriza apenas o essencial. Na verdade o minimalismo foi influenciado pelo movimento artístico holandês De Stijl e por arquitetos como Van Der Rohe e o design tradicional japonês. Van Der Rohe foi um dos primeiros arquitetos de destaque a usar os princípios do movimento.

No Brasil grandes empresas de design moveleiro utilizam o minimalismo em seus móveis, uma tendência do clássico despojado. A Neobox está entre elas. No início de 2016 a empresa lançou sua nova linha de mobiliário e a palavra de ordem é esta: minimalismo. Aliás, podemos dizer que elegância também ganhou espaço nas mesas e poltronas da marca.

Com madeira, couro, metal e vidro, a marca que está no mercado a apenas cinco anos mostra o porquê de seu sucesso. Este ano os móveis estão simplesmente de tirar o fôlego. Confiram no Armazém da Decoração.

poltrona palitos

Design é Meu Mundo / FDC1

Flavio de Carvalho e sua história com a icônica poltrona FDC1

12794426_1031167086925131_7240482278193821905_n

A empresária Maria Abadia Haich, do Armazém da Decoração, costuma de dizer que Sérgio Rodrigues – juntamente com os modernistas da década de 1950 – ajudaram a formar um exército dos novos e ousados designers nas décadas seguintes. Quando paramos para analisar os nomes do design mobiliário nacional daquele tempo, entendemos o que ela quer dizer. Um desses nomes é Flávio de Carvalho.

Porém a história do artista é quase mais interessante que suas peças. Flavio atuou como arquiteto, pintor e escultor, cenógrafo e figurinista e causou muita polêmica na conservadora São Paulo dos anos 1930 com seu olhar vanguardista. Sem dúvida uma pessoa a frente de seu tempo – assim como seu mobiliário. Ousado e questionador, chamou bastante atenção no cenário cultural paulista ao andar pelas ruas vestindo saia e sandálias de couro.

Sua obra herdou estas mesmas características. Ousada e questionadora! As poltronas vão além de suas funções de mobiliário. Com um estilo muito avançado para a época, entraram para a história do design brasileiro. As peças de Flávio de Carvalho não são apenas a frente do tempo, elas não possuem tempo algum.

A icônica FDC1, desenhada em 1939, permanece atual e provavelmente continuará por muitas décadas. Seu projeto nasceu para mobiliar a residência e principal projeto arquitetônico do designer: a fazenda Capuava. Executada no couro misturado ao aço inox pintado a poltrona é um chame que brilha perfeitamente na sala de uma casa, de um escritório ou de uma galeria de arte.

Toda a elegância da FDC1 foi uma forma encontrada pelo artista de mostrar que o design interior era tão importante quanto a arquitetura externa. Seu estilo e ousadia, assim como os de Rodrigues, encorajou o trabalho autoral daqueles que criam e não copiam.

Revista-Arc-Design