Sofisticação e leveza

Casa Cor Goiás: os arquitetos e urbanistas Eduardo Bittar e Karla Bittar assinam a Sala de Banho da mostra 2016

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Karla Bittar e Eduardo Bittar retornaram após um período sem participar da Casa Cor Goiás e nos lembraram do porquê de sentirmos a sua falta. É que os veteranos de mostra, este ano marcou a 8ª participação do casal na exposição, voltaram em grande estilo. O ambiente parece não dar muita asa para a imaginação, afinal, como inovar em uma sala de banho? O casal aceitou o desafio e transformou os 35m² reservados para o banheiro em um verdadeiro spa: sofisticado, mas com a leveza necessária para um espaço de descanso.

A proposta do projeto foi dar um novo conceito para os banhos, que na maioria das vezes são tímidos e escondidos, transformando-os em um refúgio dentro de casa. Para fugir do estresse nada melhor que um banho de banheira cercado de livros, não? É que a banheira, uma das atrações principais do ambiente, funciona como uma chaise para ler um bom livro da pequena biblioteca instalada na sala de banho, junto da charmosa penteadeira e do pequeno jardim.

Na escolha dos acabamentos foram priorizados materiais mais naturais, ecológicos e sustentáveis; ajudando a reforçar o aconchego e relaxamento do ambiente, como réguas e lâminas de bambu no piso e no teto. Na área molhada, com chuveiros e banheira, há uma plataforma elevada revestida de porcelanato emoldurada por um mosaico cimentício que se assemelha a uma pedra bruta.

As luminárias e mesas de apoio dão suporte para esse uso e sua beleza denunciam sua origem: todas do Armazém da Decoração. A bancada tradicional dá lugar a uma mesa de madeira onde são apoiadas as cubas, abajures e alguns outros objetos necessários em um banheiro. A decoração contemporânea e cosmopolita aposta no bem-estar, com um toque simples e poético do genuíno mobiliário brasileiro moderno, com a poltrona Oscar, de Sérgio Rodrigues; Banco Trinco, de Lia Siqueira; além da série de fotografias do Amazonas, da artista Adriana Bittar.
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Fotos: Marcus Camargo

 

Acima do branco, abaixo do preto

Casa Cor Goiás: o arquiteto Giovanni Borges assina o estúdio masculino batizado de 50 tons urbano

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Foi entre o branco e o preto que Giovanni Borges encontrou o tom de seu ambiente na Casa Cor Goiás 2016. O arquiteto, veterano de mostra, apresenta este ano um ambiente masculino inspirado em um morador cosmopolita, que ousa no seu estilo de viver, com discrição e sofisticação.

É o loft de um verdadeiro Christian Grey, personagem do livro “50 tons de cinza” da autora britânica E. L. James. “O personagem que me inspirou a criar o ambiente, assim como o personagem do livro e filme, é um homem culto e viajado que gosta do luxo e da sofisticação sem abrir mão de um ambiente design”, explicou Giovanni Borges ao Blog AZ.

O ambiente foi batizado de “50 tons urbanos”, mas a escolha se deu pelos vários tons de cinza que colorem o loft de 101 m2. Afinal, como bem lembrou o arquiteto, a cidade vive sob os diversos tons de cinza.  O conceito de bem viver aliado ao desejo de espaços integrados, uma característica nos projetos assinados pelo profissional, também estão presentes no estúdio.

O espaço é composto de uma suíte, com uma generosa sala de banho que recebe a luz natural como protagonista, um closet, além de uma varanda para receber amigos ou relaxar. O projeto luminotécnico privilegia os focos pontuais de luz para valorizar os objetos de decoração e criar uma atmosfera intimista, confortável, aconchegante ao espaço, estimulando e convidando o visitante a direcionar seu olhar e a tocar o produto.

A paleta de cores enfatiza os tons de cinza e a cor preta. O mobiliário apresenta-se em linhas retas em materiais nobres e high tech com peças assinadas por designers nacionais e internacionais. Irmãos Campana e Patrícia Urquiola figuram entre eles. A arte de fotografar de Kazuo Okubo e Naldo Mundim estão retratadas em quadros para compor a decoração do espaço.
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Fotos: Marcus Camargo

Contornos do Cerrado

Casa Cor Goiás: Contornos do Cerrado é o nome que a designer Regina Amaral batizou a varanda da mostra 2016

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e cerca de 22% está localizado em território nacional. Mais especificamente no centro-oeste. Suas características são conhecidas dos goianos: arvores tortas, galhos secos e folhas grandes. O que muitos não sabem é que nosso cerrado é considerado como um hotspots mundial de biodiversidade. Agora, imagina a riqueza do resultado de trazer para dentro da arquitetura este bioma tão importante para a geografia nacional?

A responsável por essa homenagem foi a designer de interiores Regina Amaral, que completa este ano 14 participações na exposição. Regina se declara fã das raízes locais e sempre que pode homenageia algo bem típico da cultura goiana. Na Casa Cor Goiás 2016 não foi diferente. Ao projetar a varanda da mostra, a designer colocou seus visitantes no meio de uma paisagem do cerrado.

Contornos do Cerrado é o nome que Regina escolheu para batizar seu pequeno bioma particular. A decoração do local é inspirada no período de queimadas do cerrado, quando as árvores se contorcem para se livrar do fogo, tornando-se verdadeiras esculturas.
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No espaço de 90m² foram criados vários ambientes que proporcionam conforto para reunir o maior número de pessoas, como um deck com ofurô, cozinha gourmet e ambiente de estar com balanços – Tidelli vindos direto do Armazém da Decoração para criar um clima lúdico no ambiente.

Com raízes na simplicidade e comodidade, as cores que prevalecem na varanda são quentes e os materiais basicamente madeira e pedra. Esta última utilizada de forma natural como revestimento das paredes, peças únicas, com formas, cores, mesclas e tonalidades esculpidas pela própria natureza, acrescentando beleza e estilo ao ambiente.

Outro ponto de destaque são as obras do goiano DJ de Oliveira, que representam a cultura do estado. Como diferencial, a marcenaria desenhada por Regina Amaral são valorizados pela iluminação cênica e pontual. O ecossistema goiano é relembrado em cada canto e detalhe da Varanda do Cerrado, como no paisagismo feito com galhos secos de forma discreta e integrado à natureza.
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Fotos: Marcus Camargo

Fora da cena comum

Casa Cor Goiás: os arquitetos Alex Dalcin e Tati Tavares projetaram os Banheiros Públicos da mostra 2016

 

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

Foto: Joemar Bragança/Casa Cor Goiás

Linhas retas e uma geometria elegante. É assim, simples e contemporâneo, que o projeto dos novatos de Casa Cor Alex Dalcin e Tati Tavares deu vida aos banheiros públicos da mostra 2016. Os 33m2 do ambiente são o resultado de uma proposta contemporânea de estilo industrial.

O mix de materiais como aço corten, ferro, cobre, madeira, PVC, vidro, cerâmica e pedras naturais reforça a identidade do projeto. A iluminação é cênica, o banheiro ganha nova vida com a combinação das luzes, das cores e da estética do ambiente.
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E para quem pensa que em espaços públicos e mais intimistas como este não cabe arte, uma surpresa: letterings (arte em lousa) assinados pelo GOtype Coletivo Tipográfico e painéis em street art assinados pelo artista plástico Mateus Dutra dão um ar artístico às cabines. “A Casa Cor é uma oportunidade que os profissionais têm para criar tendência, por isso nos preocupamos em projetar um ambiente irreverente”, explicou Tati Tavares.

Outro charme do local são os espelhos dupla face assinados pelos próprios arquitetos. Em perfeita harmonia, estão alguns objetos de decoração importados, vindos do Armazém da Decoração, que ajudam a criar uma cena fora comum – é que o banheiro não é nada convencional.

A tecnologia e a sustentabilidade dão as mãos neste projeto ao acolher torneiras hidrogeradoras, que abrem e fecham porque possuem um sistema eletrônico capaz de armazenar a energia gerada pela própria força da água. Elas dispensam o uso de rede elétrica para acionar seu sensor. “Acreditamos que esse sistema seja ideal para reduzir custos com o uso de água, além de ser prático para residências e empreendimentos comerciais”, destacaram os profissionais.
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Fotos: Marcus Camargo

A biografia da Casa Cor

Casa Cor Goiás: Meire Santos homenageia a mostra ao mesmo tempo em que celebra seus 30 anos de carreira como designer de interiores no Lounge 20…30…

Foto: Marcus Camargo

Foto: Marcus Camargo

2016 é ano de comemoração: são 30 anos de Casa Cor Brasil, 20 anos de Casa Cor Goiás e 30 anos de carreira da designer de interiores Meire Santos. Quer razão mais importante para celebrar? Meire celebra a biografia da mostra. É que seu espaço é uma verdadeiro contador de história, e a protagonista do Lounge 20…30… é a história da Casa.

Reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, a Casa Cor conta com 19 franquias nacionais e outras cinco internacionais, além de um público anual de mais de 500 mil pessoas. Meire não poderia deixar de contar essa história, que se cruza com a sua própria: a designer fez parte de 19 das 20 edições já realizadas em Goiás.

“Todos os anos elejo alguém para homenagear e dar um norte ao meu projeto”, explicou Meire. “Em 2016, esse ‘alguém’ foi justamente a história da Casa Cor”, completou a designer enquanto mostrada as revistas de todas as edições da exposição tanto em Goiás quanto nacional espalhadas pelo ambiente.

Foto: Marcus Camargo

Foto: Marcus Camargo

Seu espaço assimila inovação, qualidade e beleza, ao mesmo tempo em que resgata a memória da exposição. No projeto, a profissional explorou texturas e mobílias cheias de boas referências reverenciando o design de qualidade. Entre elas, não poderíamos deixar de destacar duas assinadas pela própria designer.

Não é de hoje que Meire encarou a criação moveleira. O banco M. Santos foi criado alguns anos antes e volta à mostra com nova roupagem. Do outro lado do ambiente, uma escultura também leva seu nome: a árvore com dois bonecos sentados. “Essa árvore é a genealogia da Casa Cor e os bonecos representam pessoas lendo as revistas da mostra”, explicou Meire.

O cimento queimado misturado a elementos furta cor com efeitos singelos da iluminação marcam a identidade do espaço, ao mesmo tempo lúdica e elegante. Como de costume, peças da Kartell não faltam no ambiente – Meire é conhecida sempre pontuar seus projetos com peças da italiana do plástico.

Foto: Jomar Bragança/ Casa Cor Goiás

Foto: Jomar Bragança/ Casa Cor Goiás

Abrigo do conhecimento

Casa Cor Goiás: a Biblioteca da mostra 2016 foi projetada pela arquiteta e urbanista Cláudia Zuppani

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Um espaço onde se coleciona informações é tão sagrado quanto o solo de uma igreja, deve ser por isso que a arquiteta Cláudia Zuppani projetou com tanto carinho a Biblioteca da Casa Cor Goiás 2016. Se buscarmos a etimologia da palavra “biblioteca”, vamos encontrar no idioma vindo da Grécia – berço do conhecimento – a palavra βιβλιοϑήκη, que é a junção de “livro” e “depósito”.

Atualmente, com o mundo digitalizado, biblioteca virou sinônimo de “sala de estudo”, os livros deixaram de ser a atração principal do ambiente e sua principal finalidade, o aprendizado, vem se perdendo. Este comportamento assusta um pouco a arquiteta. “Tenho sentido que certos valores milenares têm sido questionados, como o estudo e conhecimento, por isso criar um ambiente que têm nessas palavras sua maior inspiração é uma forma de resgatar algo de tão importante para os brasileiros”, explicou a profissional.

Conhecimento é poder, e é nesse poder que o espaço de 80m² encontrou inspiração. O ambiente é contemporâneo e despojado, um perfeito contraste entre o simples e o luxuoso. Na arquitetura, Cláudia Zuppani optou pelo resgate. “Decidi projetar um ambiente de forma a ensimermar-se”, explicou a arquiteta brincando com as palavras. “Foi um verdadeiro retorno a si mesmo, já que optei por preservar a arquitetura local e trabalhar com a beleza existente no próprio galpão que formava o prédio antes da chegada da mostra”.

Com as paredes descobertas em tijolos aparentes e o teto revestido apenas pelas telhas que forram o galpão, a arquitetura cuidou de dar ao ambiente um tom mais despojado. Ficou então a cargo da decoração o toque de luxo do espaço. O mobiliário reúne peças renomadas do design brasileiro, como a estante Jader Almeida, poltronas Lina Bo Bardi e Sérgio Rodrigo – peças vindas do Armazém da Decoração.

O ambiente é diferenciado não apenas por seu espaço acolhedor, mas também por valorizar o momento intimo ideal para ler, meditar e pesquisar. A parede com tinta própria para escrever com giz é uma homenagem ao antigo quadro negro de escola. O piso em carpete evita ruídos no ambiente, revestimento que possibilita a concentração e o aconchego essencial de uma biblioteca.

Cláudia Zuppani se diz uma amante do conhecimento, dessas que adora sentar e pesquisar. Talvez por isso não tenha brincado com as palavras apenas durante a entrevista com o Blog AZ. No ambiente, algumas frases desfilam nas paredes e Cláudia deu destaque para as maiores palavras encontradas na língua portuguesa, como “inconstitucionalissimamente”.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Cozinha de Vó

Casa Cor Goiás: a cozinha da mostra 2016 ficou com os novatos arquitetos Aline Torres e Thiago Cardoso

Foto: Marcus Camargo

Foto: Marcus Camargo

O gosto da infância não é exclusividade da comida. Ambientes podem nos levar ao passado com seu design retrô. Foi com essa que os estreantes de Casa Cor Goiás Thiago Cardoso e Aline Torres projetaram o 26 m² na mostra 2016.

“Escolhemos uma abordagem que transportasse os visitantes para o aconchego das cozinha de vó, mas sem deixar de trazer para o ambiente os recursos tecnológicos necessários aos ambientes contemporâneos”, explicou Alina para o Blog AZ. O resultado foi um ambiente inteiramente vestido com detalhes que exibem personalidade e conforto em todos os cantos.

O design ficou ousado. Ao mesmo tempo em que elementos nos remetem para as cozinhas mais tradicionais, o estilo dos anfitriões contemporâneos não foi esquecido pela dupla. Na prática, o toque nostálgico foi dado pela mistura do clássico e vintage, inspirado nos espaços culinários das décadas de 1970 e 1980.

Tonalidades fortes e vibrantes de azul misturados às estampas marcantes afirmam a identidade do local. A reinvenção moderna do design do mobiliário convida para momentos de prazer em família e entre amigos.

O visual foi complementado pelo piso em porcelanato e revestimento da parede com textura de renda, criando volume irregular e exprimindo sensação de movimento por meio do efeito de luz e sombra e com o auxílio de pendentes e sancas. A mini-horta de ervas e temperos trazem vida, aromatizam e facilitam o preparo dos pratos na cozinha, agrupando funcionalidade, conforto e beleza no recinto.
24. Cozinha (1) - Crédito Jomar Bragança 24. Cozinha (2) - Crédito Jomar Bragança

Fotos: Joemar Bragança

O circulo do encontro

Casa Cor Goiás: a Sala de Almoço da mostra 2016 ficou por conta da designer de interiores Andreia de Sousa Carneiro e Silva

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As horas à mesa têm ficado cada vez mais efêmeras. O tempo corrido dos tempos modernos espreme as relações interpessoais, principalmente aquelas travadas no entorno da mesa de jantar, e os momentos em família têm ficam cada vez mais curtos – e cada vez mais atrapalhados pelas novas tecnologias da informação. Poucos ousam almoçar ou jantar sem o celular na mão ou com a televisão desligada.

As consequências da modernidade líquida são o novo desafio dos arquitetos que projetam salas de jantar e foi esse desafio que deu o norte para todo o trabalho da designer de interiores Andreia de Sousa Carneiro e Silva na Sala de Almoço da Casa Cor Goiás 2016. “Meu principal objetivo foi projetar um ambiente de resgate da família, que perdeu os momentos de sentar-se junto à mesa”, explicou em entrevista ao Blog AZ.

Este ano a designer completa sua sétima participação na mostra e conseguiu fazer mágica com seus 16m² de Sala de Almoço. Para dar o tom desejado ao ambiente, convidou uma nutricionista para ajudar no projeto. Juntas conseguiram unir as ciências do design e da alimentação para criarem um ambiente poético e sensível.

Aos olhares mais atentos, não escapa a quantidades de referências redondas no ambiente: instalação de pratos na parede, mesa redonda, tapete redondo, lustres redondos e até as rodas nada discretas do Carrinho de Chá. A escolha não se deu ao acaso, a ideia da designer foi colocar no espaço formas que facilitam a interação: uma mesa redonda coloca todos de frente uns para os outros.

Outra tática da designer na busca por reviver o convívio familiar foi banir todo e qualquer aparelho eletrônico do ambiente. Protagonizam o espaço apenas conforto, funcionalidade e beleza, muito dela por conta das peças de mobiliário assinados – todas Armazém da Decoração.

A poltrona Paraty, design de Sérgio Rodrigues, é um convite ao relax pós-refeição. O charme do Carrinho de Chá JZ, designer Jorge Zalszupin, traz um ar descolado e moderno à sala que abriga também o Buffet Mondrian, assinado pelos goianos André Brandão e Márcia Varizo e espelhos Françoise Ghost Gold, design Phillip Starck para Kartell. Os espelhos modernos contrastam e compõem com as estampas do papel de parede.  A estrela do ambiente: o conjunto de mesa e cadeiras leva a assinatura de Patrícia Urquiola.

Um chame à parte foi a instalação de pratos assinada pelo artista plástico Marcos Camargo. A proposta é promover um clima agradável ao ambiente, realçando a escolha dos adornos e do mobiliário.  Além disso, a Sala de Almoço une modernidade e funcionalidade, características marcantes de Carol, a nutricionista goiana que inspirou o projeto assinado pela designer de interiores.
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Texto: Bárbara Alves
Foto: Marcus Camargo

Contemporâneo de alma clássica

Casa Cor Goiás: a arquiteta e urbanista Anna Paula Melo assina o Wine Bar na mostra 2016

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O mais antigo vinhedo do mundo foi encontrado na Geórgia, na região do Cáucaso, e data da Idade da Pedra. Para os cristãos, entretanto, o vinho surgiu pelas mãos de Noé, que plantou um vinhedo e com ele produziu pela primeira vez a bebida no mundo (tudo catalogado no Velho Testamento). Já os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses.

Para nós, mais importante que a história do passado são as histórias do presente, aquelas que reunimos quando abrimos uma garrafa ao lado de amigos. Podemos dizer que são essas histórias, mais que o próprio vinho, a essência do espaço reservado a uma das bebidas mais antigas da história do mundo na Casa Cor Goiás 2016.

Em 2015 a arquiteta e urbanista Anna Paula Melo ficou responsável por projetar o espaço do restaurante da Casa, este ano o vinho foi seu ponto de partida. Em um ambiente que se parece mais com uma grande sala na casa de um amante de vinhos e livros, o Wine Bar foi concebido.

Com 100m², o ambiente é contemporâneo de alma clássica e sofisticada. Madeira, plantas, mobiliários de todos os estilos e idades são alguns dos elementos responsáveis pelo charme da “casa do Baco”. Anna Paula Melo idealizou o espaço pensando como um local para compartilhar bons momentos e celebrar a vida na companhia de amigos.

A mistura do rústico com o refinado, um hábito da arquiteta, reflete no clima que o ambiente passa para o visitante – com muita luz natural de uma beleza delicada. Podemos dizer, tranquilamente, que o Vino Bar de Anna Paula nos transporta para as vinícolas da Itália e sul da França.

O design é um destaque, com mobiliário assinado por profissionais de renome como Sérgio Rodrigues, com as poltronas e sofá Mole e cadeiras Cantú e a poltrona Butterfly de Jorge Ferrari-Hardoy – todos vindos do Armazém da Decoração. Na varanda vemos a extensão do ambiente interno, com o mesmo rústico refinado que dá o tom do lugar.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

Um lugar para se inspirar

Casa Cor Goiás 2016: a designer de interiores Karla Cristine Oliveira assina o Refúgio do Benjamim

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O medico trabalha com uma das artes mais incompreendidas: o copo humano. Como o corpo parece uma máquina pré-programada, a inspiração não costuma ser uma palavra incluída no vocabulário médico, pelo menos não era até o dia que a designer de interiores Karla Cristine Oliveira topou o desafio de criar um espaço em parceria com a Unimed na Casa Cor Goiás.

Em sua segunda participação na mostra, a designer de interiores Karla Cristine Oliveira decidiu criar um verdadeiro refúgio para um médico bem sucedido que gosta das sete artes, “um lugar que ele pudesse se inspirar”, explicou a profissional.

Embora o ambiente seja um espaço saúde, o profissional que mais brilhou no Refúgio do Benjamim foi o arquiteto Sérgio Rodrigues. Em 2016 Karla escolheu homenagear seu ídolo. “Sérgio Rodrigues é um dos maiores nomes do design moveleiro mundial, então escolhi uma de suas peças mais icônicas para protagonizar o ambiente e batizar o espaço”, contou Karla ao apontas para a Benjamim que protagoniza o ambiente.

A Poltrona Benjamim foi uma das últimas peças do mestre do design e une, em um só trabalho, os 60 anos do design pensado, desenhado, criado e produzido por Rodrigues. A escolha de Karla não poderia ter sido mais simbólica. Sérgio tirou o projeto inédito da gaveta para lançá-lo em 2014, ano de sua morte.
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Podemos dizer seguramente que o Refúgio Benjamim, um estúdio de 27 m², é um espaço da arte. Além da arte dos móveis, como o carrinho Totó, de Isay Weinfeld; a cadeira giratória Sherlock, de Etel Carmona; poltrona Palito, de Paula Gontijo e Danilo Lopes; e do lustre italiano Caboche, das designers Patricia Urquiola e Eliana Gerotto, outras obras exclusivas se destacam no ambiente.

O revestimento cimentício com relevo, por exemplo, foi assinado por Fernanda Marques. A obra cobre uma das paredes e é um dos destaques do espaço por seu caráter versátil e contemporâneo. Em outra parede, a arte do multifacetado Marcus Camargo, intitulada “Cardíaco”, forma uma galeria exclusiva na mostra – a perfeita ligação entre a arte e a medicina. O canto oposto abriga a tela da goiana Rosy Cardoso, que fez um esboço da poltrona de Sérgio Rodrigues completando a proposta artística do estúdio.

O ambiente foi criado para atender as necessidades de um médico de sucesso, como forma de refúgio para estudos e momentos íntimos. “Quando eu tenho um projeto de criação livre, acabo desenhando para mim mesma. Na tentativa de evitar esta tendência, escolho homenagear pessoas ou personagens”, explicou a designer.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo