Contemporâneo de design não carregado

O designer Rodrigo Borges assina o projeto do Lounge Bambuí na Morar Mais, com muita leveza e design nacional

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Em sua 9ª edição, a Morar Mais Goiânia destacou 45 m² de seu espaço para o Lounge da construtora Bambuí, pensado e projetado pelo coordenador da mostra Rodrigo Borges. Sustentablidade e brasilidade, que são as máximas da exposição, são também as filosofias do ambiente de Rodrigo, que preza pela leveza e pela beleza do design contemporâneo.

Já no quarto ano de mostra, Rodrigo conversou com o Blog AZ sobre o espaço projetado para a construtora. Sentados em uma cadeira Aristeu Pires de frente para a mesa Paulo Alves e para um belíssimo por do sol, o jovem profissional contou ao nosso blog como foi projetar o ambiente para a mostra 2016 e sobre a escolha das peças de design – vindas do Armazém da Decoração para mobiliar o ambiente da Bambuí.

“Esse ano eu fiz um ambiente para a patrocinadora com o meu estilo de projeto”, explicou o designer, que nos anos anteriores criava um personagem para direcionar seu projeto. “Como esse ano recebi um briefing da patrocinadora de como seria o ambiente, trabalhei com ele, mas trouxe para o espaço um pouco da identidade das pessoas que passariam por aqui” contou. Sua própria identidade também faz parte do ambiente, já que trouxe alguns itens pessoais para decorar o espaço, como alguns livros.

O espaço de Rodrigo faz parte dos 26 ambientes que pretendem mostrar ao público que é possível criar espaços de design com sustentabilidade e orçamentos possíveis. Durante a conversa, ele falou sobre as tendências do design, como o grafismo – presente em seu ambiente – e sobre o design mobiliário nacional, já que seu ambiente está cheio dele. Confiram a entrevista.

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Como é trabalhar com sustentabilidade, brasilidade e inclusão social, que são os lemas da Morar Mais e trazer essas diretrizes para dentro de um espaço?

A sustentabilidade é uma máxima dentro da Morar Mais que se relaciona com o apelo do  mais por menos, filosofia que eu utilizo na minha vida profissional. O mais por menos visa priorizar as técnicas de otimização. Eu busco otimizar o orçamento do cliente e trabalhar dentro daquilo que ele me forneceu. Se o cliente me fala que quer uma poltrona Voltaire, do Sérgio Rodrigues, eu sei que esse desejo vai comprometer meu orçamento, mas trabalho com esse jogo de cintura que é o próprio conceito da Morar Mais: trabalhar com o impossível dentro do possível e entregar, ao final, a Sérgio Rodrigues em um ambiente bonito dentro do orçamento planejado. Ao final, fazemos um projeto hign low onde, dentro de um mesmo ambiente, temos o caro e o barato.

E você vê a sustentabilidade ser mais aplicada na vida prática dentro do campo do design e da arquitetura?

A sustentabilidade é muitas vezes difícil de ser aplicada na vida prática porque o cliente tem que comprar a ideia. Um piso com certificação sustentável é caro, já que é fruto de muita pesquisa e trabalho. Os benefícios são reais, mas por não ter ainda não tem os preços tão bons quanto o cliente gostaria. Materiais como revestimento cimentício já tem sido bem recebidos, visto que têm um bom custo benefício. No design, é mais barato e abre espaço para a criatividade e, para o meio ambiente, tem a qualidade de não vir do desmatamento, como a madeira.

A brasilidade está sendo muito discutida no design e vem sendo trazida como tema em diversas mostras, você acredita que o design nacional tem ganhado mais força nos últimos anos?  

O produto nacional vem sendo valorizado. O design brasileiro mudou muito, está super bonito e já transpôs as fronteiras nacionais e tem sido muito exportado. A gente vê design brasileiro em importantes feiras internacionais, como a de Milão. No meu ambiente da Morar, eu escolhi por usar apenas mobiliário nacional e, sobretudo, regional. Eu tenho aqui peças do Aristeu Pires, Paulo Alves, Sérgio Rodrigues e Fernando Zanardi. Minha ideia foi valorizar o que é nosso e o que a gente tem de melhor.

Qual a dica que você dá, dentro da proposta da Morar Mais, para o jovem que ou não tem orçamento ou não tem espaços muito grandes na hora de decorar?

Para o cliente, minha dica é contratar um profissional que vai conseguir pensar o espaço e encontrar soluções dentro do orçamento que ele possui. Para o profissional, a dica é a pesquisa. Sair para olhar as tendências, os preços e os estilos que têm no mercado. Se o ambiente é pequeno, o importante é encontrar soluções que dão amplitude ao espaço, com fluxo bem e respeito às normas técnicas. Cada projeto tem que ser único, é isso que faz um bom design conceitual.
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Serviço
Morar Mais
Onde: 
Palco Vaca Brava (Rua C-237 QD. 553 Jardim América)
Quando: 18 de agosto a 25 de setembro – de terça a sexta-feira, das 15h às 22h;
Sábado e Domingo das 14h às 22h
Quanto: Inteira R$ 40,00 | Meia R$ 20,00

Da Dinamarca para o mundo

Poltrona Peacock,de Hans Jorgensen Wegner

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Juntar o design atemporal com a criatividade dos designers contemporâneos é uma combinação perfeita para as releituras do passado. Hans Jorgensen Wegner é autor de uma delas. Hans Wegner foi um designer modernista com ênfase na funcionalidade. Morto em 2007, desenhou mais de 500 cadeiras ao longo de sua celebrada carreira.

Com um estilo próprio, mas similar àqueles de origem escandinava, o dinamarquês seguiu uma linha frequentemente descrita como de funcionalidade orgânica. Deixou como herança um vasto número de criações, cerca de cem delas produzidas em massa e distribuídas em todo o mundo.

Um desses ícones do design mobiliário é a Poltrona Peacock. Criada em 1947, permanece atual. Sua origem tem data desconhecida. É que a Peacock foi uma interpretação moderna da tradicional cadeira inglesa Windsor, que de tão antiga não tem idade definida – sabe-se que data de bem antes do século 18.

Já a Peacock ganhou o apelido de pavão, pelo formato de seu encosto. Com um ar de poltrona artesanal, a peça foi desenhada para a madeira de freixo, com assento em palha sintética.

Ambiente de Adriana Mundim e Fernando Galvão

Ambiente de Adriana Mundim e Fernando Galvão

Poltrona Five de Jader Almeida

Design é meu mundo / Jader Almeida

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Madeira, sobriedade e muito design são palavras que bem definem o trabalho de Jader Almeida. Jader nasceu Santa Catarina, sul do Brasil, e já aos 16 anos passou a ter contato com a indústria moveleira.

Formado em arquitetura, dedicou sua criatividade para a criação de móveis – especialmente após trabalhar para a LinBrasil. A marca edita coleção de móveis assinados por conceituados arquitetos, o que deu ao designer experiência e muito contato com o melhor do design mobiliário nacional.

Seus desenhos e técnicas de produção o permitiram trabalhar com grandes marcas nacionais e internacionais e as poltronas de Jader competem em pé de igualdade com aquelas de renome nas quais ele trabalhava durante seus anos de LinBrasil.

A estrela do dia é a poltrona Five: elegante, leve e confortável. Five é mais um dos trabalhos que Almeida explora a madeira – certificada, claro – e aproxima sua criação daquelas feitas pelos principais nomes do modernismo brasileiro.

“Busco a racionalidade, a geometria simples, em formas puras com estética atemporal. Busco criar produtos com valores duráveis. Abordar a herança dos mestres, mas com o olhar para frente, pensando que as escolhas de hoje serão o reflexo do amanhã”, explica o designer em seu site.

Cama Carbono C120 / Design é meu mundo

Cama Carbono C120, Marcus Ferreira

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Lar Office Lar

O Carbono pode ser encontrado na natureza em diversas formas alotrópicas, no design, cada uma de suas formas significa uma peça de mobiliário diferente: “C14”, na tabela periódica da marca criada por Marcus Ferreira significa, por exemplo, um sofá retrátil.

Como um cientista, que sempre descobre na natureza novas formas para cada um de seus elementos, a Carbono se reinventa a cada dia. O novo integrante dessa tabela periódica do design é o elemento C120. C120 foi o nome dado para a cama lançada pela marca em 2016.

Contemporânea por essência, a Carbono nasceu para criar móveis conceituais e atingir um público jovem e despojado. A nova integrante da marca não fugiu ao costume da Carbono – despojada e inovadora.

Antes mesmo da marca fazer a publicidade de sua nova cama, ela desembarcou em Goiânia para ser exposta no ambiente Lar Office Lar da Casa Cor Goiás. Quem visitou o espaço de Leão Ogawa e Heitor Arrais entende que a Carbono é mesmo pura inovação – os arquitetos são conhecidos por seus projetos inovadores e criativos. A C120 foi a cama escolhida pelos profissionais para um espaço reservado aos jovens que misturam trabalho, lazer e prazer em um único ambiente.

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Despertador que te acorda com café na cama

O designer inglês Joshua Renouf criou despertador que faz café no momento do sonar do alarme

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Para quem ama café ou odeia levantar cedo, o designer Joshua Renouf encontrou uma solução mais que perfeita: um despertador que faz café. O inglês é conhecido por suas criações interativas e inovadoras e a The Barisieur é apenas mais uma delas – além da cafeteira, Joshua Renouf já criou uma luminária de mesa que serve como lanterna.

The Barisieur foi o nome dado ao despertador cafeteira. A peça é feita em inox e madeira e deve ser preparada na noite anterior para conseguir entregar um café quentinho junto com a notícia que a hora de levantar chegou.

Em seu site, Joshua explicou a importância de sua invenção. “The Barisieur estimula um ritual antes de ir dormir, sinalizando para o corpo e a mente que é tempo para descontrair e relaxar”, escreveu.

A peça foi recém-criada e está entrando aos poucos no mercado. A estimativa é que o despertador seja vendido com valores entre 250 a 420 dólares. O despertador/cafeteira filtra o pó e o açúcar depositados em uma gaveta no momento em que desperta o alarme e reserva um espaço para esquentar um pouco de leite. Você literalmente acordo com cheirinho de café na cama.
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Fotos: divulgação / Joshua Renouf

Maison Vermeil

A Maison Vermeil consolidou-se no mercado moveleiro como uma marca que combina originalidade com sofisticação

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A alta costura do design moveleiro é tão importante quando a alta costura na moda. Sofisticação e originalidade são suas características difíceis de encontrar e é por isso que as marcas do segmento de luxo se destacam no mercado. Uma delas é a paulista Vermeil.

A Maison Vermeil foi criada há 37 anos e alcançou padrão de qualidade responsável por colocá-la na lista das mais renomadas marcas de design de luxo no campo moveleiro. Seu time de designers conta com 18 profissionais: nomes de peso e muita criatividade.

À frente das tendências, priorizam a qualidade da matéria prima e a riqueza dos detalhes: são linhas sobreas, finas e sofisticadas – uma verdadeira Channel do design moveleiro. Este ano a marca colocou no mercado sua nova coleção de mobiliário durante a exposição Vermeil – o outro lado da moeda e suas peças farão parte do time Armazém da Decoração.

São poltronas, aparadores, escrivaninhas, cadeiras, biombos, mesas de composição, armários e buffets desenhados e executados com os tipos de materiais, começando pela madeira, passando pelo bronze e chegando ao latão. Minimalistas e luxuosas são suas palavras que, embora paradoxais, resumem bem o design da Vermeil. Com influência do Art Déco, os designers conseguem combinar diversos tipos de estilos diferentes.

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Design é meu mundo / design despojado

Liquidação AZ ousada no design e no preço

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Dizem por aí que nova tendência em decoração é que a casa fique cada vez mais autoral. Personalidade é a palavra de ordem. A relação do brasileiro mudou. Com as redes sociais, as pessoas estão muito mais unidas e essa união se reflete no ambiente criado dentro das casas.

Sem mais formalidades. Sem mais móveis neutros que mais se parecem a antessalas de consultórios médicos. O interior de uma casa vem do interior de seu dono, uma extensão daquilo que ele acredita: um viajante, um surfista, um estudioso, um intelectual… As possibilidades são mil.

Para os jovens, entretanto, a marca é a ousadia. Cor, plástico, madeira reciclável ou aço. Quando mais diferente, melhor. Para os que buscam o design despojado, o Armazém da Decoração separou algumas peças ousadas para o Sale AZ de inverno. A Poltrona Andaime, de Léo Romano, está com 60% off. Já a Poltrona Carbono 11, de Marcus Ferreira, está pela metade do preço. E as famosas cômodas de mala estão com 70% a menos.

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* Promoção válida até acabarem os estoques

Design é meu mundo / Poltrona Kei

Marcelo Ligieri para a Doimo Brasil

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Até 1999 a Doimo Brasil era uma marca conhecida por suas camas, após essa data as cadeiras passaram a protagonizar os móveis desenhados e produzidos pela empresa. É que aquele ano o arquiteto mineiro Marcelo Ligieri entrou para o time da Doimo e sua paixão por cadeiras acabou influenciando a marca.

Formado em arquitetura pelo Centro Universitário do Instituto Metodista Izabela Hendrix, em Belo Horizonte, desde os 17 anos Marcelo já trabalhava com o pai, Glebson Marcos Pereira, também arquiteto.

O designer já vendeu mais de 17 mil peças no Brasil e no exterior e credita o sucesso ao reconhecimento do design brasileiro, cada dia mais profissional. “O brasileiro gosta de novidade e o design está se profissionalizando”, garante.

Um de seus móveis que caiu no gosto do público e da crítica foi a Poltrona Kei. Espaçosa e bastante confortável, a Kei possui base produzida em metal folheado em lâmina de madeira, com assento revestido em couro e tecido.

A Poltrona ficou em segundo lugar e levou para casa o Prémio Museu da Casa Brasileira em 2015. “É interessante o balanceamento de peso visual entre a estrutura esbelta dos pés e a concha formada pelas superfícies justapostas do assento e do encosto, ocupando maior área e volume, associada à leveza”, definiu o instituto quando da premiação.

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Metalinguagem do design goiano

Peças de arte e design de goianos em ambiente de outros goianos na Casa Cor Goiás 2016

Fotografia de Naldo Mundim no ambiente de Geovanni Borges

Fotografia de Naldo Mundim no ambiente de Geovanni Borges

Havia um tempo que o trabalho goiano somente era reconhecido em Goiás quando a notícia do talento nascido no Centro-Oeste difundia no badalado circuito cultural do eixo Rio São Paulo. Esse tempo se foi. As barreiras se quebraram em um mundo globalizado, e o que é produzido em Goiânia é valorizado. Ponto.

É neste ponto que podemos falar da metalinguagem do design moveleiro dentro da Casa Cor Goiás. Para materializar essa figura de linguagem, o Blog AZ circulou em alguns ambientes da mostra e percebeu que arquitetos goianos estavam utilizando-se de arquitetos goianos em seus ambientes. Um verdadeiro intercâmbio de ideias e de valorização da arte e do design produzido aqui.

Anna Paula de Melo usa a linha Chuva de Leo Romano no Wine Bar da mostra. O espelho Chuva chama atenção em uma das paredes do ambiente e dialoga com peças de outros designers brasileiros como Sérgio Rodrigues. O nome de Léo aparece em outro ambiente. É que Ana Paula e Sanderson decoraram seu espaço com as criações em porcelana assinadas conjuntamente por Léo Romano e Yeda Jardim.

Mariela Romano também incluiu goianos em sua linha decorativa. Além do artista plástico Marcus Camargo, responsável pelo projeto da escultura de boi em 3D na entrada do Loft Fazenda, o carrinho de Genésio Maranhão e a Chaise Veleiro de André Brandão e Marcia Varizo também marcaram o ambiente.

Por falar em André Brandão e Marcia Varizo, embora o casal não tenha integrado o time de arquitetos que projetou a Casa Cor este ano, seus nomes fazem parte da mostra não só no ambiente de Mariela. A dupla foi a responsável por criar o Buffet Mondrian, uma das peças que decora a Sala de Almoço de Andreia Carneiro.

A arte goiana não ficou esquecida. Além do mencionado trabalho de Marcus Camargo, presente em quatro ambientes da mostra, uma tela de Sandro Torres chama atenção no espaço Café de Genésio Maranhão. Outro artista que entrou para a mostra foi o fotógrafo Naldo Mundim. É que imagens capturadas por suas lentes fotográficas podem ser vistas no 50 tons Urbanos de Geovanni Borges.

Chaise Veleiro no ambiente de Mariela Romano

Chaise Veleiro no ambiente de Mariela Romano

Tela de Sandro Torres no ambiente de Genésio Maranhão

Tela de Sandro Torres no ambiente de Genésio Maranhão

Porcelanas de Yeda Jardim e Léo Romano no espaço de Ana Paula e Snaderson

Porcelanas de Yeda Jardim e Léo Romano no espaço de Ana Paula e Snaderson

Espelho Chuva de Léo Romano no espaço de Anna Paula Melo

Espelho Chuva de Léo Romano no espaço de Anna Paula Melo

 

Ambiente de Andria Carneiro com Buffet Mondrian de André Brandão e Márcia Varizo

Ambiente de Andria Carneiro com Buffet Mondrian de André Brandão e Márcia Varizo

Fotos: Marcus Camargo

A arte em suas várias facetas

O artista, fotógrafo e designer Marcus Camargo conta um pouco mais sobre seus trabalhos na Casa Cor Goiás 2016

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A arte ganha forma no papel de Marcus Camargo assim como ganhou em sua vida. O designer é formado em Artes Visuais/Design de Interiores pela Universidade Federal de Goiás e atua como fotógrafo, cenógrafo e designer de produtos. Mas as artes sempre estiveram presente na vida de Marcus desde a sua infância com a pintura, a fotografia e a dança. Bailarino, Marcus Camargo dançou por três anos no elenco jovem da Quasar Cia. de Dança e no Grupo DasLos. Atualmente, seu trabalho que ganha maior destaque está nas linhas do desenho e da pintura.

“O desenho começou pra mim como um diário pessoal, nele eu desenhava tudo que estava vivendo e queria colocar para o mundo”, explicou o designer em entrevista ao Blog AZ. Com o desenho, Marcus conquistou uma forma de libertação pessoal. “A estética do desenho vinha em forma de signos, tudo muito “abstrato”, orgânico e intuitivo. Quando percebi que esse meu desenho ultrapassou o meu diálogo pessoal e começou a comunicar com outras pessoas, vi que realmente a minha arte era capaz de tocar”, concluiu.

Quando o trabalho artístico se aproxima do design, podemos encontrar uma conexão desta arte com a arquitetura. No trabalho de Marcus Camargo esta conexão se materializou em quatro ambientes da Casa Cor Goiás 2016. Não é a primeira vez que Marcus expõe suas criações na mostra. Em 2012, criou a mesa Reflexus e uma instalação de vidro no bar projetado por Larissa Maffra e Marina Bastos e o revisteiro Asa para bilheteria de Ozair Riazo e Vanessa Garcia. No ano passado, participou da mostra em Goiás, com painel de quase 7m pintado manualmente no ambiente de Adriana Mundim e Fernando Galvão, e Brasília – projetou uma parede pintada no restaurante projetado por Marcela Passamani. Desde 2012, o profissional fotografa ambientes para arquitetos durante a Casa Cor.

Este ano, Marcus teve o privilégio de mostrar suas várias facetas em uma só edição da mostra, pois em três trabalhos usa o desenho de formas diferentes – na parede, em pratos e em quadros – e outro que trabalha com instalação artística.
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Loft da Fazenda

No Loft da Fazenda, projetado pela arquiteta Mariela Romano, Marcus projetou uma escultura em 3D usando sua identidade de desenho. “A arquiteta já queria uma cabeça de boi na entrada do ambiente, mas não sabia qual e não encontrava algo diferente, foi aí que ela me chamou para conversar”. Da conversa, surgiu a ideia de tridimensalizar o trabalho de Marcus na forma de uma cabeça de boi. “Topei na hora o desafio, pois sempre quis mostrar meu desenho aplicado em outro formato, agora em escultura, que é a evolução de uma técnica que teve início em 2014 com a série de desenhos que criei intitulada Desenho Táteis”, explicou. O boi tem 2m de largura, feito em aço corten, e dividido em três camadas recortadas a laser, criando um volume que se modifica dependendo de onde a pessoa o observa.
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50 Tons Urbanos

Para o ambiente de Giovanni Borges, o loft 50 Tons Urbanos, Marcus criou um desenho na parede com caneta permanente. “Sinuoso e sensual, o desenho vem para unir os ambientes, começando pelo dormitório e terminando na varanda”, explicou o designer. O objeto Crânio King, também projetado por Marcus está no ambiente.

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Refúgio do Benjamin

Para o espaço Refúgio do Benjamin de Karla Oliveira, Marcus produziu uma série de 12 quadros intitulada “Cardíaco”. Os quadros, que foram desenhados para o ambiente de um médico que ama as artes, tem o coração como elemento inspirador em todas suas variações, tanto no lado científico quanto poético. “O coração é visto em estéticas diferentes, assim como a reverberação do movimento de pulsação do sangue no corpo”, analisou o artista.
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Sala de Almoço

Na Sala de Almoço de Andreia Carneiro, Marcus Camargo criou uma instalação de pratos esmaltados populares, com algumas fotografias de viagens da nutricionista Carol Moraes, que serviu de inspiração para o projeto. “A ideia era usar esses registros de viagens da nutricionista. Selecionei somente fotos que mostrava a mão dela segurando algum elemento da gastronomia popular de cada região que passou”. O resultado, segundo o artista, é um grande mapa orgânico que ilustra esse passeio sensorial na diversidade cultural.

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