Paranaense radicada na Bélgica, a artista Monica Piloni tem o corpo feminino como eixo fundamental de sua obra. Apesar de belos, os corpos representados por Monica parecem ter sofrido algum tipo de trauma, são inquietantes e beiram o perturbador. A obra de Piloni incomoda e nos confronta sobre a sexualização das mulheres.
Em esculturas tridimensionais, ela cria corpos disformes, mas que causam atração. “O corpo feminino é sempre o de uma personagem que se espelha em si mesma, espécie de eco que insiste em reverberar no próprio corpo, como se essa personagem fosse um desdobramento de alguma interioridade que não nos é dada a conhecer”, disse o artista Mario Ramiro, sobre o trabalho de Piloni.
No início, Monica fazia o próprio corpo de molde: banhava-se de vaselina e permanecia imóvel até que o gesso secasse. Além das referências autobiográficas, histórias imaginadas, sonhos e músicas também permeiam as esculturas da artista.
Entre as exposições individuais de Piloni, destacam-se “Monica…”, Epicentro, São Paulo, em 2017, e a intervenção urbana “Ilegais”, na Rua da Aurora, em Recife, em 2014. Seu trabalho figura em importantes coleções brasileiras, como Inhotim, MAC Niterói e Instituto Figueiredo Ferraz.
Monica Piloni é uma das que participam da edição digital da SP-Arte 2021. A escultura “Fruta Estranha” (2015) está na Viewing Room da Galeria Zipper, no site do evento.
Fotos: Site da artista