No Dia Internacional da Mulher, nada mais justo que falar sobre a carreira de uma das três mulheres que ganham o prêmio Pritzker na história, a japonesa Kazuyo Sejima. Um dos nomes mais influentes na arquitetura atualmente, ela foi premiada em 2010, ao lado de Ryue Nishizawa, com quem comanda o escritório SANAA desde 1995.
Nascida em 1956, na província de Ibaraki, a 80 km de Tóquio, ela concluiu o mestrado em arquitetura em 1981, na Universidade de Mulheres do Japão. Foi trabalhar no escritório do arquiteto Toyo Ito e em 1987 abriu seu próprio estúdio. Em 1992, foi eleita a Jovem Arquiteta do Ano e pouco tempo depois fundou o SANAA com o arquiteto Ryue Nishizawa.
O estúdio SANAA é conhecido mundialmente por projetar edifícios inovadores, dentre os quais se destacam o Rolex Learning Center, na Suíça, o New Museum de Nova York; e o 21st Century Museum of Contemporary Art de Kanazawa, no Japão. Este último edifício venceu o Leão de Ouro em 2004, como o projeto mais significativo da Bienal de Arquitetura de Veneza.
Estilo
A Universidade de Mulheres do Japão, onde Sejima estudou, é uma instituição progressista, onde se trabalha mais a pequena escala. Talvez essa característica tenha colaborado para formar uma das principais qualidades de Sejima: o perfeccionismo: “Projetar um edifício não é apenas um exercício de escala, mas principalmente de detalhe”, disse ela em uma palestra.
O estilo de Kazuyo Sejima é definido pela simplicidade: a paleta de cores raramente foge dos tons neutros e ela é adepta dos materiais tradicionais. O uso extensivo de superfícies lisas, formas limpas e de transparências também é uma marca do trabalho da arquiteta.
Visão
Para Sejima, a arquitetura deve contribuir para que as pessoas convivam em harmonia, apesar das diferenças. “Eu acredito que as pessoas não podem viver sozinhas. Ao mesmo tempo, todos são diferentes e, às vezes, existem conflitos. Isso significa que precisamos encontrar uma forma de fazer as pessoas viverem juntas e lidarem com as diferenças”, explicou à Casa Vogue.
Kazuyo Sejima é uma figura representativa em um meio que é tradicionalmente dominado por homens. Além de ser uma das três mulheres que foram premiadas com o Pritzker, a honraria mais importante da arquitetura, ela ainda foi a primeira mulher nomeada diretora da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2010.
Em 2018, num festival em Madri, ela deu um recado às mulheres que lutam por reconhecimento na arquitetura: “sejam pacientes”. Após um momento de reflexão, ela finalizou: “Quando era jovem, foi tudo muito difícil, a ponto de quase me fazer desistir, mas agora estou muito feliz”.