Faleceu nesta segunda-feira, dia 17 de agosto, o arquiteto Jorge Zalszupin, figura essencial na história da arquitetura moderna no Brasil. Nascido em 1922, na Polônia, ele se apaixonou pela profissão ainda na adolescência, ao ler um livro do aclamado Le Corbusier. Aos 18 anos, fugiu de seu país devido à Segunda Guerra Mundial, terminando seus estudos na Romênia.
Em 1949, após uma longa viagem de navio, desembarcou no Brasil em pleno carnaval. Apaixonado, decidiu se fixar por aqui. Para conquistar os clientes com suas ideias inovadoras, construiu primeiro a própria casa. Depois, desenhou todo o mobiliário, para adequá-lo à proposta da construção. As peças de linhas puras e materiais nobres chamaram a atenção e, em 1960, ele abriu a loja L’atelier.
Seus traços valorizavam a matéria-prima brasileira, ao mesmo tempo que expunham o refinamento do arquiteto e a cultura europeia. Os que conheceram Zalszupin dizem que os esboços eram tão bonitos e bem-feitos, que os clientes pediam para levá-los. Na fábrica, uma estrutura de ponta mobilizava arquitetos, engenheiros, designer e muitos outros profissionais envolvidos na comercialização dos móveis.
A loja L’atelier foi vendida na década de 1970, mas em 2005 a marca Etel, parceira da AZ, passou a produzir vários móveis projetados por Zalszupin. Entre suas peças mais marcantes, estão a cadeira Dinamarquesa, feita de jacarandá e inspirada no Palácio da Alvorada; o carrinho de chá, que se assemelhava aos carrinhos de bebê usados na Polônia; o sofá Cubo; e a mesa Pétalas.
Sobre sua chegada ao Brasil, o arquiteto disse em uma entrevista ao Jornal Estadão que era extremamente grato. “Nunca vou ser suficientemente grato. Eu me achei bem aqui porque não conhecia a vida em que o prazer faz parte. Cheguei ao Brasil no mês de fevereiro, em pleno carnaval da Chiquita Bacana…”. O motivo da morte de Jorge Zalszupin não foi divulgado. A AZ lamenta e deseja força aos familiares.
Abaixo, confira uma entrevista do arquiteto para a Casa Vogue:
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