Rodrigo Calixto em constante experimentação

Rodrigo Calixto se vê como uma espécie de alfaiate, mas sua função é vestir a casa. Tira molde, cria desenhos, se inspira e, no final, entrega peças de móveis do material que mais se identifica: a madeira.

Espanta saber que Calixto não é viciado em desenhos. Seus “croquis” possuem mais palavras que rabiscos. Mas de alguma forma estas palavras são tridimencionalizadas em belas peças de mobiliário, tudo sem ajuda de computadores. É que o designer acredita que trabalhar a madeira é “viver em um processo criativo pautado pela observação”.

Rodrigo Calixto formou-se desenho industrial na PUC-Rio, mas aprendeu mesmo a fazer móveis com o trabalho diário em sua oficina, a Oficinaethos. Seu contato com a madeira, entretanto, vem de muito antes que a faculdade. Aprendeu grande parte do que sabe com o pai, que era marceneiro nas horas vagas – tinha uma marcenaria por hobby.

Ele conta que a criação da oficina foi muito mais uma forma de esconder sua timidez por trás de uma instituição. Rodrigo se apresenta como um marceneiro autodidata e quando começou, confessa, pouco sabia. Ter uma oficina que não levava seu nome era uma forma de trabalhar sem se pressionar. Mas o trabalho deu certo e hoje Rodrigo cria, ao lado do sócio Guilherme Sass, obras de arte na madeira.

Seu trabalho prioriza encaixes, aproveita a beleza da madeira vinda de demolição e explora o que encontra na biodiversidade de seu país. “Se eu trabalho com madeira, que é um bem cada vez mais escasso, é preciso que eu imprima nela um mínimo de respeito”, explica o designer.

Imagens: divulgação

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