Marcello Nitsche: um expoente da arte pop brasileira

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A arte refinada apropriada pela elite ganhou um contraponto em meados do século passado. Artistas, que queriam questionar a arte até então feita e, principalmente, declarar a crise artística que assolou aquele século, inauguraram um movimento de passagem da modernidade para a pós-modernidade conhecido como pop art. A manifestação pretendia demonstrar com suas obras a massificação da cultura popular capitalista.

Enquanto que no mundo figuras como Andy Warhol e Laurence Alloway se destacaram, no Brasil um importante nome desse movimento foi o de Marcello Nitsche, morto no dia 12 de março, aos 74 anos de idade, vítima de insuficiência cardíaca e respiratória. Marcello deixou, entretanto, um trabalho que revolucionou a arte e a cultura no Brasil.

Graduado em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Marcello Nitsche  tem arte no DNA. Seu pai foi pintor de móveis e sua mãe, decoradora. O resultado foi que Marcello tornou-se pintor, artista intermídia, escultor, desenhista, performista e professor.

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O artista foi conquistando espaço no cenário nacional. Suas obras fazem parte do acervo de vários museus brasileiros e algumas de suas esculturas são vistas em espaços públicos, como Garatuja (1978) instalada na Praça da Sé e a Pincelada Tridimensional (2000), no parque da Luz na cidade de São Paulo. Ainda, o artista destacou-se também por suas instalações na Bienal de São Paulo, da qual participou de 30 edições do evento.

Seus quadros se inspiram em histórias em quadrinhos, com pinturas bem coloridas ao estilo pop art. Mas no final dos anos 1960, se aproximou do trabalho com imagens gráficas deixando um pouco o pincel de lado. Nos últimos anos, passou a realizar arte performática. Um de seus trabalhos, levou enormes cordas até a fenda de uma pedreira para simbolizar a tentativa de costurar as feridas de um país quebrado.

Seu trabalho nunca se distanciou das criticas sócias. Marcello foi o primeiro artista a trabalhar com crianças de rua e participou ativamente da resistência cultural contra o regime militar. Seu corpo foi velado na Pinacoteca, museu que guarda parte de seu trabalho artístico.

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Imagens: divulgação

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