O colecionador de memórias

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A WGSN, uma das maiores agências de tendências do mundo, confirmou em estudo o que já se vê na prática: trabalhar em casa é a forma de trabalhar do futuro – um futuro já presente na vida de muitas pessoas. Mas trabalhar em casa não é para todos. É preciso atenção e disciplina, além de um bom espaço de trabalho que não se pareça com escritório, mas que não te faça perder a concentração.

Foi a ideia de aliar o útil ao agradável que moveu os jovens arquitetos Heitor Arrais e Leão Ogawa entorno do projeto da Casa Cor Goiás 2016. “Trabalhar em casa é uma tendência contemporânea”, explicaram os arquitetos ao Blog AZ. Talvez por isso o espaço tenha ganhado um tom igualmente contemporâneo.

Com as paredes descobertas, os designers resgataram a arquitetura do antigo edifício que hoje abriga a mostra. A história do office parte da ideia de um galpão antes existente ali, e esse passado é preservado e respeitado mesmo com a transformação do espaço. “Não precisamos da arrogância de achar que o que fazemos é melhor do que aquilo que já estava aqui”, explicou Ogawa. “Escolhemos respeitar o que existia e, a partir desses elementos, criar um novo ambiente que dialoga com o passado”.

Essa prosa entre passado e presente não foi atributo restrito à arquitetura. O ambiente é um verdadeiro colecionador de memórias, e cada peça, mobiliário e obra de arte que foram ali inseridos são carregados de significado. É que um ambiente contemporâneo, pensando a partir da perspectiva de uma atividade contemporânea, só poderia ter sido inspirado em um modelo igualmente contemporâneo. O Lar Office Lar é, ao mesmo tempo, casa e o escritório de uma pessoa que vive a vida a partir daquilo que guarda dela.

“Projetamos esse ambiente idealizando um personagem que encontrou um galpão e foi completando a sua vida dentro dele”, contou Heitor. “Cada conversa com amigos, cada viagem que fez, fotografia que tirou ou bilhete que recebeu, transformou em decoração”, completou. Para Ogawa, o ambiente é uma perfeita mistura entre o público e o privado de uma pessoa aberta para as relações humanas.

O Lar Office Lar se traduz em de 33m² de momentos de vida. O mobiliário escolhido pela dupla segue a mesma linha de identidade própria, como a cadeira Daav, de Sérgio Rodrigues e o Carrinho de Chá CMC, de Cláudia Moreira Sales – todos do Armazém da Decoração. Outra marca própria foi a obras de arte: as peças foram desenvolvidas exclusivamente para o ambiente, como uma coleção especial de Marlan Cotrim e a tela de Homero Maurício.
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Texto: Bárbara Alves
Fotos: Marcus Camargo

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