A linguagem arquitetônica de Daniel Libeskind

Museu Judaico, Berlim

Museu Judaico, Berlim

Nossas ideias são capazes de criar tantas coisas e, no fim, estamos presos ao mesmo. Parece uma afirmação contraditória, mas o profissional que a proferiu logo explica o porquê de sua angustia: a arquitetura tem um poder que não é utilizado. “Quando eu olho para o mundo lá fora, eu vejo o quanto a arquitetura é resistente às mudanças”, desabafa durante uma palestra um dos nomes mais aclamados da arquitetura mundial, Daniel Libeskind.

Daniel Libeskind conta que a arquitetura nos conta uma história. Não por meio de letras ou papel, mas pelos materiais sólidos. E sua história nos conta um pouco mais da história da arquitetura.  Daniel Libeskind é polonês nascido em um país recém-saído da segunda guerra mundial e entrando na bipolarização que levou capitalistas e comunistas à beira de um ataque.

Em 1957 sua família imigrou para Israel fugindo da pressão política de não pertencer ao partido comunista. Foi no novo país o local onde Daniel começou a estudar música e se dedicar à arte. O próximo passo da família Libeskind foi ainda mais longo. Aterrissaram nos Estados Unidos em 1965 e Daniel se tornou um cidadão americano. Em terras americanas, Daniel decidiu deixar a música de lado. Em 1970 recebeu o diploma de arquiteto e seguiu para uma pós-graduação na Inglaterra. Ainda hoje a música é presente em sua vida quase tanto quanto a arquitetura.

Royal Ontario Museum, Canadá

Royal Ontario Museum, Canadá

Após caminhar tanto mundo a fora, aprendeu a linguagem do mundo. Sua arquitetura não tem cidadania e suas ideias desconstrutivas o transformaram em um exímio professor universitário capaz de tocar e influenciar uma geração de jovens aspirantes à profissão. Aos 52 anos de idade, passou a projetar com mais frequências e o resultado é um número incontável de prêmios e homenagens.

Atualmente, Daniel Libeskind mantém um escritório em Nova York cercado de 70 pessoas, na maioria jovens profissionais responsáveis pelos projetos que levam seu nome e suas ideias para o mundo inteiro. Com ângulos imponentes, espaços grandiosos, geometrias quase inalcançáveis, seus projetos são desenvolvidos em diversos países espalhados pelos quatro continentes, e tudo isto ao mesmo tempo.

Na verdade, falar das ideias de Daniel Libeskind exigiria mais que apenas algumas linhas. O arquiteto se emociona com uma profissão capaz de criara espaços que apenas existem na nossa mente. A arquitetura não tem como base o projeto ou o concreto, mas a ideia e a criatividade. Segundo Libeskind, arquitetura é a única profissão que você exerce acreditando no futuro. “Você pode ser um general, um político, um economista deprimido, um músico em uma clave menor, um pintor em cores escuras. Mas a arquitetura é o complexo êxtase que no qual o futuro pode ser melhor”.

Memory Foundations, World Trade Center

Memory Foundations, World Trade Center

Museu Judaico, Berlim

Museu Judaico, Berlim

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